novembro 30, 2003

Eu sumi... Estou correndo. Vou até ali e já volto. Esperem um pouquinho. Tenho novidades.

novembro 25, 2003

Bem-vindos à vida moderna!

Um dia eu acreditei que, realmente, a Internet banda larga era o melhor negócio. Instalei no meu micro e passei a me divertir, a trabalhar, a vadiar... Sem olhar desesperadamente para o telefone... Sorrindo ao imaginar as cifras desaparecendo de minha conta mensal.

Um dia me apresentaram todas as outras facilidades. E assim lá fui eu: entrei em terrenos perigosos, freqüentei barras pesadas, vendi a alma do meu computador por um punhado de canções, deixei as portas abertas para trocar algumas palavras com os amigos.

Um dia os sinais começaram a aparecer. Pequenas pop-ups, janelas, portas, vidros, tapetinhos. A casa veio completa. E eu perdi a tranqüilidade. Coloquei vários programas para fora. Não adiantou. Seu fantasmas e suas sombras permaneceram.

Apelei, então, para o mais cruel dos recursos: instalar um caçador implacável. Em menos de dez minutos, foram encontrados mais de 140 espiões em meu micro, spywares, pequenos instrumentos de investigação suja e não-autorizada. Foram todos para o lixo.

E hoje, por toda a futilidade cibernética que me cerquei, me sinto invadida. É como se, ao apagar as luzes para dormir, 140 pares de olhos surgissem de buraquinhos na parede do meu quarto. Mexendo-se de um lado para o outro. Me vigiando. Esperando o próximo passo.

Ou o próximo clique...

novembro 24, 2003

Esqueci tudo o que ouvi ou li sobre Matrix Revolutions. O filme é maravilhoso, muito bem feito, explica várias coisas e (sim!) deixa várias portas e possibilidades abertas. Mas isto não é uma falha. A vida é assim. Nunca poderemos ter certeza de nossas escolhas... Optar ou não pelo emprego certo... Ou aceitar determinada proposta... Ou planejar algo novo... Nesta trajetória toda, somente alguns sentimentos são definitivos... Como o amor (e neste caso defendo com unhas e dentes esta teoria... Como apaixonada que sou).

Matrix não é um filme que se encaixa no perfil The End ou E foram felizes para sempre. E isto faz com que eu admire ainda mais a trilogia.

novembro 21, 2003

It's okay to cry for a moment
When promises shatter
But don’t waste your tears for too long
Because soon it won’t matter
Promises made, they were lost
But don't bother grieving

We will find good days for us
The sun will shine brightly
Live our life, if only for just
A moment

novembro 19, 2003

Now I know it's right, from the moment I wake up till deep in the night
There's nowhere on earth that I'd rather be than holding you tenderly

Eu estava cética. O Nasi publicou esta dica no blog dele. Fiz três perguntas. "No way!" 'Of course!" "Yes!" O Omniscient Baby não errou uma.

novembro 18, 2003

Já pensou, realmente, no fato de que a tua casa passará a ser minha casa também? E que, todos os dias, antes de dormir, te desejarei boa noite?

Eu sei. Às vezes sinto um frio na barriga.
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novembro 17, 2003

Echo & The Bunnymen na segunda-feira.

Eagle-Eye Cherry na quinta-feira.

Trabalho? Que trabalho, que nada...

Quando a tia comentou sobre a faxina executada no fim de semana, o brilho saiu dos olhos de Helena como faíscas radioativas. Depois de limpezas, quando eram abertos os baús da família, é que apareciam as coisas mais fantásticas. A tia prometeu uma boneca. Ela não era mais criança. Mesmo assim alimentava a fantasia pueril de receber presentes antigos, que guardavam lembranças, sentimentos de uma época em preto-e-branco.

Todo esta fantasia acabou sumindo. Evaporou no momento em que Helena viu a tão sonhada boneca da tia. No lugar de cachinhos e bochechas rosadas, a mulher carregava a boneca mais feia já vista. Não, ela não era feia. A roupa era clássica, muito limpa, um vestido bem costurado. O cabelo estava no lugar, a porcelana se encontrava em perfeito estado. O problema eram os olhos. Um par de olhos negros que imprimiam um ar maligno ao ser inanimado. Se o mal possuísse uma espécie de materialização, aquela boneca seria o símbolo máximo.

Helena aceitou o presente. Levou a boneca para casa, sentindo o peso de uma maldição e a onda de azar que impregnou como uma fumaça negra. Tudo começou a dar errado. Helena era recepcionada pela boneca todos os dias. Abria a porta e encontrava a nova dona de todo o espaço, ajeitada no sofá, o olhar fixo, a fisionomia séria. Passou dias sem dormir, ouvindo barulhos estranhos, enxergando sombras. Imaginando as vinganças que seriam impostas caso ela, simplesmente, jogasse a maldita no lixo.

Ficou com medo. Consultou algumas pessoas e a salvação indicada parecia ser a mais óbvia: “Abandona a boneca, mas faz isto em uma igreja. Pode ser mais seguro. Por via das dúvidas...” Como havia planejado uma visita à mãe, traçou todo o plano. Largaria a feiosa na igreja mais próxima. Só esqueceu um detalhe importante: a igreja mais próxima era a Catedral Metropolitana, um prédio histórico da cidade, freqüentado dia e noite por religiosos de todo o estado. Mesmo temerosa, resolveu levar o plano adiante. E foi com a respiração presa e com um movimento do braço esquerdo, que tirou rapidamente a boneca da sacola plástica e a colocou grudada no banco de madeira. Não esperou mais nada. Foi embora.

Depois de dar cinco passos, em plena Catedral, começou a ouvir o burburinho, que aumentou na medida em que mais e mais pessoas chegavam perto do banco, para analisar aquele criatura branca de porcelana, sentada, com aqueles mesmos olhos. Alguns fizeram o sinal da cruz, outros olharam ao redor e começaram a chamar os suspeitos. Uma criança começou a chorar.

Quando alcançou a rua, Helena correu. Correu o quanto pôde, o mais longe possível. Longe daqueles olhos ameaçadores. Não sabe o que foi feito da boneca. Se ela está guardada, se foi destruída ou se perambula infinitamente pelas ruas próximas da Catedral. Até hoje, adormece de olhos abertos. E promete a si mesma esquecer toda esta história.

"Sempre serei como um menino para tantas coisas, mas um desses guris que desde o começo carregam consigo o adulto, de maneira que quando o monstrinho chega verdadeiramente à idade do adulto ocorre que, por sua vez, carrega consigo o menino, e no meio do caminho se dá uma coexistência poucas vezes pacífica de pelo menos duas aberturas para o mundo."

Julio Cortázar

Descansei no fim de semana. Ontem, fiz uma das mais falidas incursões à Feira do Livro. Chovia muito, os esgotos entupidos jorravam água fétida. Encontrei grandes e caros livros. Espero que, com a aproximação da 50ª edição do evento, a Câmara Rio-Grandense do Livro repense a questão dos descontos. A Praça da Alfândega é linda e maravilhosa. Mas os preços da feira perdem longe para a concorrência das grandes livrarias dos shoppings. Uma pena.

Saí de lá com a calça e sapatos encharcados. E, de uma certa forma, feliz com a vitória do Donaldo Schüler, que seria anunciada no início da noite. Mas, naturalmente, os comentários circularam por todas as barracas, a mil por hora. RBS é realmente sinônimo de polêmica nos dias atuais.

novembro 10, 2003

Vencedor do Prêmio Literário CCMQ - 2003


Sessão de autógrafos amanhã – 11 de novembro, às 16 horas – no Pavilhão de Autógrafos da Feira do Livro de Porto Alegre.

Amigos, compareçam! Prestigiem o autor e prestigiem esta amiga de vocês (que, com muita honra, escreveu a quarta capa do livro).

...

Quem parte, parte contente,
Quem fica, fica chorando...
Quem parte, vai vendo gente;
Quem fica – pergunta – quando?

Quem parte, parte chorando;
Quem fica, fica contente...
Quem parte, vai tiritando...
Quem fica, fica no quente!

Quem parte, parte chorando
Quem fica, vida não tem...
As duas almas se trocam,
Mas sempre querendo bem!

...


Simões Lopes Neto

Blog abandonado. Vejo o mato crescer por todos os lados. E viro o rosto para a bagunça que se instalou no meu quarto.

Por favor, me alcance aquela enxada ali.

novembro 07, 2003

Estou na correria.

Mas uma correria tão boa, tão divertida... Como eu gosto de toda esta função da Feira do Livro. Hoje passei o dia acompanhando o Edmundo e o Walter (ilustres visitantes da CCMQ) em entrevistas e passeios pelos estandes. Os dois são uma companhia excepcional, divertidos, engraçados. É muito bom trabalhar assim, com pessoas sensacionais...

Estou em êxtase.

Elogios realmente fazem muito bem... E hoje eu recebi vários. Ah! E uma dedicatória linda do meu vizinho Paulo Bentancur no exemplar que eu comprei da obra completa do Simões Lopes Neto.

Quero contar tudo com detalhes. Volto quando o tempo permitir...

novembro 05, 2003

Estou me tornando uma contadora de histórias. Para cada ocasião, eu tenho um relato a fazer. Hoje, a Diana mostrou uma boneca antiga, que ela vai doar para o Museu do Brinquedo da CCMQ. Na hora me lembrei de um caso: uma boneca, uma maldição e a Catedral Metropolitana. Aconteceu com uma amiga minha. Mas vou contar para vocês no blog com mais calma. Hoje estou com sono... Aguardem.

Hoje o dia inteiro foi uma correria. Maravilhosa, eu confesso. Às vezes, adoro trabalhar muito... Confesso, também, que em alguns momentos me estressei. Mas isto faz parte de todo o processo. E, enquanto colocava em dia todas as tarefas, os minutos voavam, montados em um cometa, dando voltas ao meu redor e me deixando tonta.

novembro 04, 2003

Depois de amanhã, em Curitiba. Esta é uma da série "Ajudando os amigos e aguardando o lançamento em Porto Alegre".

LANÇAMENTO MUNDIAL DIA 6 DE NOVEMBRO, NO BETO BATATA!


Polêmico, engraçado, instrutivo e arrasador. O crítico literário Paulo Polzonoff Jr. mostra em O Cabotino com quantos neurônios se faz um literato. Não que sejam necessários muitos.

novembro 01, 2003

Há algum tempo não escrevia aquelas histórias tragicômicas da minha vida. Me lembrei de uma hoje, passeando pelo shopping, prédio no qual entrei para comprar um celular e saí com uma sandália da Datelli... Bem, não envolve a minha pessoa. Naturalmente, a história é ainda mais engraçada porque eu não estava junto...

Seis anos atrás, estavam no shopping, passeando em um dia de chuva como hoje, meu pai, minha mãe, uma de minhas irmãs e meu irmão. Ao final de um dos corredores, encontraram um famigerado Túnel do Terror. Contaminados por um espírito adolescente, compraram três entradas. Meu irmão se negou a participar, achando tudo uma idiotice... Mas os três integrantes da equipe que desbravaria o túnel consideraram o momento perfeito. A habitual horda de adolescentes barulhentos tinha escolhido outro lugar para se divertir no sábado à tarde. Portanto, os três poderiam passar vergonha, mas seriam vistos por poucos.

Entraram...

O que se seguiu foi o maior fiasco da história. Minha irmã era a primeira, seguida pelo pai e, por último a mãe. Na retaguarda, a mãe jurou que estava mais segura que os outros, mas acabou levando um jato de gelo seco diretamente no rosto. Tonta, desesperada e com início de uma crise de claustrofobia, começou a empurrar o meu pai, que empurrava minha irmã, que tentava se equilibrar de qualquer jeito...

Todos gritavam com todos e a tensão aumentava, pois nenhum dos “monstros” aparecia. Iam caminhando pelo escuro, sufocados pelo gelo seco, e nenhum “monstro” aparecia. Minha mãe atingiu níveis insuportáveis de nervosismo, contagiou o pai, puxaram a minha irmã e, em um instinto, decidiram que melhor do que derrubar a parede do túnel para escapar, era entrar em uma PORTA!!!!!

Não sei como encontraram a maçaneta. Sei que atores, maquiados, que tomavam café no camarim improvisado, levaram o maior susto quando aqueles três entraram esbaforidos pela porta. O menino da entrada esqueceu de dar o sinal para que todos entrassem em cena. E a minha família fez o show sozinha.

Os atores ainda sugeriram uma nova tentativa, desta vez com tudo certinho... Não toparam. Até hoje não esquecem a fisionomia de pavor dos monstros... Saíram pela entrada e não voltaram mais...

A 49ª Feira do Livro de Porto Alegre iniciou. Com a usual chuva, é verdade. E os jornais não esperaram os três dias de tolerância para publicar o clichê jornalístico desta época: leitura à sombra dos jacarandás. Vivi uma quase repetição do ano passado, quando no dia 1º de novembro, sexta-feira de abertura do evento, eu estreava meu uniforme de pingüim e mal sabia o que me aconteceria no decorrer dos mais de 15 dias da feira. Neste ano, eu estou do outro lado... Mas as novidades sempre pipocam de todas as direções.

As minhas antigas companheiras de equipe choraram as pitangas. O uniforme da feira é feio (feinho... para ser mais camarada...). Imita a roupa dos brigadianos e é mais justo do que roupa de ginasta (para não fazer uso de outra comparação... e sendo camarada de novo...). O bottom deste ano é bonito - hehehe. Eu adorei o fato de estar na Praça da Alfândega usando a minha amada e inseparável calça jeans...

As discursos das autoridades foram longos. Eu estava contando os minutos para que a chuva desabasse. Na realidade isto aconteceu somente depois da meia-noite...

E os loucos voltaram com tudo. Enquanto eu tentava ouvir o discurso do patrono Walter Galvani (ver é impossível...) fui empurrada contra um estande. Por um louquinho... Sim, não me digam que é normal uma pessoa que empurra a outra dizendo: "Não encoste em mim! Eu sou uma árvore! Não encoste em mim! Estou cheio de folhas! Sou uma árvore"...

Eu e o Napp chegamos atrasados na solenidade. Conversamos dois minutos com cada conhecido. E fomos trabalhar. Com o release do Falar e do Um Certo Rumor de Asas atacamos todos os jornalistas presentes, marcamos algumas entrevistas e deixamos todo o resto engatilhado. A bala vai ser disparada a partir do dia 7 de novembro. Por falar nisto, convocação 50kg: todo mundo na feira nos dias 10 e 11 de novembro.

DIA 10 DE NOVEMBRO: Palestra no Santander Cultural - Sala Oeste - 16h30min, com os dois autores e jurados do Prêmio Literário CCMQ.

DIA 11 DE NOVEMBRO: Sessão de Autógrafos no Pavilhão de Autógrafos da Feira - 16h. Apareça e peça um autógrafo do Edmundo e do Walter.

É isto. A feira é uma bagunça, é uma alegria. Definitivamente, o mundo dos livros é lindo... Sim, vou me endividar este ano... de novo...