setembro 30, 2008

Várias pessoas já disseram que eu não tenho um pingo de juízo, talvez estejam certas. Peguei um martelo e a caixinha de madeira que ganhara meses antes de Lavínia e que permanecia esquecida, acumulando pó, sobre o criado-mudo no quarto. Para um dia de bastante desespero, ela recomendara. Achei que era o caso. Moí a caixa sobre a pia da cozinha. O papel dobrado que encontrei continha uma mensagem curta. Daria um telegrama lacônico e definitivo. Uma notícia primordial de um amor vira-lata. Apenas duas palavras. Escritas numa letra redonda, graciosa, quase infantil.

Amo você.

Entendeu agora por que eu fiquei?


Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino

setembro 29, 2008

O mundo parece lavado. Não limpo. Mas uniformizado, regrado, fórmula repetida à exaustão. Tudo é reproduzido. De bandas que fazem a mesma música (ruim ou boa, deve-se ressaltar) a escritores que escrevem a mesma coisa, com pequenas variações de forma e conteúdo (especialmente os iniciantes, e isso não é uma crítica). A sociedade se tornou uma massa de pensamentos e ações iguais. Abra um livro, uma revista. Escute um CD, uma emissora de rádio. "Já vi isso em algum lugar" será sua frase mais recorrente, caso leve em consideração qualquer nível de pensamento crítico exterior. E vamos além: até que ponto eu mesma não sou uma reprodução (bem ou malfeita) de qualquer padrão existente? Até que ponto as músicas que escuto são as mesmas porque eu me deixo levar? Ou nos meus escritos existe um lopping infinito porque imito sem parar o que leio, cujo imitação também se origina de outro lugar? Até que ponto meus discursos são captados de outras fontes, e saem da minha boca? E por que, mesmo quando tentamos fazer diferente, agir diferente, ver diferente, e aplicamos uma força descomunal para se libertar da lama que prende os pés e suga, a horda massificada é mais forte, e manda a gente calar a boca, porque bom é o que é comum e disseminado, mesmo que ruim? Se fazemos tudo igual, por preguiça de buscar ou pregar o inédito, por que esse meu papo agora seria original? Às vezes acho que só não lemos Made in China nas costas de muita gente porque ainda não estamos olhando direito.

setembro 28, 2008

setembro 24, 2008

Dia de semana. Noite. 21 horas. Eu. Jogada no sofá. Zapeando. Mr. Flag. Pegando as chaves. Abre a porta. E diz: Vou buscar cigarros. Fecha a porta. Mudo de canal. E penso: Mas ele não fuma...

setembro 23, 2008

Estou tão acabada, tão esgotada, tão cansada... que não sobraram forças nem para chorar, nem para dormir, nem para sumir...

setembro 21, 2008

Certa vez, Carlo Marx e eu nos sentamos frente a frente em duas cadeiras, joelho contra joelho, e eu lhe contei um sonho que tivera, com uma estranha figura árabe que me perseguia através do deserto, uma figura da qual eu tentava escapar mas que finalmente me alcançava pouco antes de chegar à Cidade Protetora. “Quem era?”, perguntou Carlo. Refletimos. Sugeri que talvez fosse eu mesmo vestindo um manto. Não era isso. Algo, alguém, algum espírito nos perseguia, a todos nós, através do deserto da vida, e estava determinado a nos apanhar antes que alcançássemos o paraíso. Naturalmente, agora que reflito sobre isso, trata-se apenas da morte: a morte vai nos surpreender antes do paraíso. A única coisa pela qual ansiamos em nossos dias de vida, e que nos faz gemer e suspirar e nos submetermos a todos os tipos de náuseas singelas, é a lembrança de uma alegria perdida que provavelmente foi experimentada no útero e que somente poderá ser reproduzida (apesar de odiarmos admitir isso) na morte. Mas quem quer morrer? No desenrolar dos acontecimentos eu continuava pensando naquilo no fundo da minha mente. Contei tudo a Dean e ele, instantaneamente, reconheceu nisso um puro e simples desejo de morte, e já que a vida é uma só, ele, muito acertadamente, não queria se deter nesse tema; e acabei concordando com ele.

On the road – Pé na estrada, de Jack Kerouac

setembro 17, 2008

setembro 16, 2008

Agora, o Mr. Flag quer me proibir de falar com estranhos na rua. Absurdo! Imagina... Só porque um cara me pediu em casamento na frente do Zaffari ontem...

setembro 15, 2008

Eu comi tanta bala de goma que fiquei surda do ouvido direito. O maravilhoso mundo das patologias causadas por abuso de açúcar. Aliás, se a melhor de todas é a vermelha, por que o supermercado não tem saquinhos só com elas? Tipo versão "special"?

setembro 14, 2008

Tô na TPM. Tô doente. Tô cansada. Tô chateada. Tô meio assim pra qualquer coisa. E lá vem a segunda-feira. Sorte que dormi até tarde hoje. Legal que visitei meus pais. E tri bacana que encontrei o Napp na Cultura para bater papo sobre livros por quase duas horas.

Tô indo agora. Vou ler um pouco. Bom é que até livro novo eu comprei. Mais Beckett.

setembro 12, 2008

Eu queria escrever sobre o que uma amiga fez. Não posso. Ela lê o blog.

Queria escrever sobre o que um amigo não fez. Não dá. Ele também é leitor.

Ou o que descobri a respeito de outra pessoa. Impossível.

Ou ainda contar o que o Mr. Flag disse. Adivinha? A-hã.

Droga de segredos.

Bodega fechada por hoje.

Ê, sexta-feira.

setembro 09, 2008

Proibido falar comigo. Isso! Interessante é que recebo alertas astrológicos por e-mail. E, em algumas vezes, eles são aterradores. Mesmo assim, não consigo prevenir ou mudar o rumo da catástrofe. Como lendas, histórias, profecias. Édipo sabia da profecia, e foi justo para a estrada e matou o próprio pai. AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH! Eu também não consegui evitar essa. A previsão me alertava sobre brigar com Deus e o mundo. Briguei. Até encerrar esse ciclo (mais dois dias, eu acho... não tenho certeza, pois destrui as provas do alerta), adotei o laconismo. É sim ou não. Aboli o talvez – ele dá margens a explicações longuíssimas. Então, não falem comigo. Evitem ligar para o meu celular. Durante o período está incentivado o uso de SMS e e-mails (esse com moderação). Evite o contato. A não ser que você me conheça muito bem, já tenha recebido o treinamento para esses casos de emergência, e saiba exatamente como agir comigo. Caso contrário, afaste-se. Essa é a profecia da semana...


Show do Hives ontem. Impressionante. Gostei muito. Teve de tudo (literalmente...). E valeu todos os decibéis, mesmo com a perda parcial de audição por todo o dia de hoje. Ah, o rock...

setembro 07, 2008

setembro 04, 2008

Orgulho do meu coração!

setembro 02, 2008

Mr. Flag está, de forma exlusiva, na Expointer. E eu sem tempo até mesmo para publicar piadas e assemelhados no blog sobre vacas, ovelhas, bois, emas e outros visitantes não menos ilustres do evento.

Ai, ai...

Em tempo: Sergio Napp recebe hoje, também em Esteio, a homenagem da 11ª edição do Troféu Guri. Dizem que é na categoria melhor topete. Mas eu não sei, não. Dá-lhe Nappito!