dezembro 31, 2008

Feliz oportunidade de vida nova para todo mundo! Que venha 2009! Especialmente, com inovação e revolução!

dezembro 30, 2008

sejam bem-vindos
ao meu coração
compartilhar essa alegria
me faz feliz

quando a paz
em nós se aninha
não estamos sós

entrem nesta casa
ponham-se à feição
o coração é um porto amigo
e nele é sempre assim

águas de ternura
risos de verão
e a mornura
de quem prova
damascos e manhãs

Delicadezas do espanto, de Sergio Napp

dezembro 29, 2008

Pronto. Meu fim de ano está pronto. Glasvegas me pegou pelo pé. E não vai largar mais. Graças a Deus. ÊÊÊ! Vou ali abrir uma champanhe. Afinal, já são quase seis e meia. Pôxa...

Estava devendo esse post há algum tempo. Mas vamos lá: que essa é a semana de recuperação. Última semana do ano. Então, eis que em dezembro, durante o lançamento de O professor de botânica, do Samir Machado de Machado, a Não Editora também aproveitou para promover outra estréia: Cadernos de Não-Ficção. Idealizado pelo Antônio Xerxenesky, Não-editor que também assumiu a responsabilidade pela publicação, o Cadernos "nasceu de um trágico suicídio e cresceu para se tornar um veículo de divulgação de pensamento crítico e literário" (leia o excelente editorial do Tony). Com projeto gráfico e editoração do Samir, a primeira edição traz um dossiê de David Foster Wallace, escritor que se suicidou em setembro desse ano. O número 1 do Caderno apresenta textos de Pedro Silveira, Vivian Nickel, Gustavo Faraon, Fernando Silva e Silva, Milton Colonetti, Alexandre Rodrigues, Gabriela Linck, Breno Kümmel, José Carlos Silvestre e Daniel Galera.

O projeto gráfico (como sempre) está matador. Dá quase uma pena de saber que o material nunca será impresso. Mas a qualidade dos textos supera esse fato. Feito o convite, viva essa experiência com a gente. Escolha aí a melhor forma:

- PDF. Melhor versão para imprimir. Lembrando: por sua conta e risco. Clique aqui.

- Paginado. Tenha a sensação de virar as páginas. Clique aqui.

Que horas seriam? A mulher parecia dormir naquela cama que mais parece um altar, uma engenhoca de alavancas. Ele passará a vida gostando de engenhocas - é um relojoeiro. Dedica um minuto para descobrir como aquilo funciona: uma manivela na proa, como de um Ford Bigode, comanda o guindaste. Uma enfermeira chega e se vai - não há muitos sorrisos, mas é assim mesmo que funciona a máquina, com a exata eficiência. Ele se aproxima, tímido, da mulher, já de tranqüilos olhos abertos, e teme que ela espere dele alguma efusão sentimental ou amorosa, o que sempre o desajeita, defensivo. Sempre teve alguma ponta de dificuldade para lidar com o afeto. Ele prefere a suavidade do humor ao ridículo do amor, mas disso não sabe ainda, pernas muito fracas para o peso da alma.

O filho eterno, de Cristóvão Tezza

dezembro 26, 2008

Seca os cabelos ao vento sugado pela janela escancarada. Mechas de um lado para o outro, a cabeça se jogando até enjoar na parte de cima do estômago e provocar uma pontada na têmpora direita. Sempre a direita. Senta. Liga o notebook e começa a redigir algumas linhas, batendo o pé no chão, acompanhando a música e o ritmo do teclado. Vai sair hoje à noite. A temperatura está agradável. E seu espírito de porco manda dizer tudo ok, obrigado. Desliga o equipamento. E se joga no sofá. Para acompanhar, se esgueirando e levantando o corpo até provocar a tremedeira geral, o sol que se despede longe, na água com pequenas ondas embaladas pelo ar agitado. Porto Alegre. Ainda. Alegre.

dezembro 25, 2008

Manhã de Natal. E eu, assim como todas as crianças do planeta, também estava aprendendo a mexer com meu brinquedo novo. Então, fiquem com os passarinhos tomando banho de sol...

dezembro 24, 2008

O Papai Noel chegou.

Estamos aqui dançando. Pra lá, pra cá. Yeah! Yeah!! Então, é nesse espírito que quero desejar um Feliz Natal para todas as pessoas de bem que eu conheço e que visitam regularmente esse pseudo-insano-literário-jornalístico-gonzo-privê espaço.

Feliz Natal para todo mundo! Dance ao redor da árvore! Dedique um brinde que faça a diferença! Abrace um amigo! Ou um poste! Só não vale acabar na sarjeta ou esquecer de passar o fio-dental!

De resto: presentes, felicidade, Freixenet e muito rock pra todo mundo!

Aproveite e dance um pouco aí!

Feliz Natal!

dezembro 23, 2008

Ouve os primeiros acordes da música. Reconhece. Aumenta o volume para acompanhar. E quando a voz inicia, aquele arrepio familiar percorre o corpo todo. Uma jóia.

Uma pérola como uma página bem escrita.
Um diamante como uma música forte.
Baú de tesouros da vida.

dezembro 22, 2008

"Por fim tornaram-se estranhos, seus passados foram esquecidos. Eram também estranhos para si próprios, pois já não lembravam quem eram nem onde estavam. A porta da biblioteca era espessa e barrava todos os sons comuns que poderiam tê-los lembrado, tê-los contido. Estava além do presente, fora do tempo, sem lembranças e sem futuro. Só existiam as sensações que tudo obliteravam, mais e mais intensas, e ao som de pano sobre pano e pele sobre pano, e braços e pernas deslizando uns contra os outros naquele corpo-a-corpo sensual. A experiência dele era limitada; sabia apenas, de segunda mão, que não era necessário que se deitassem. Quanto a ela, além de todos os filmes que tinha visto e dos romances e poemas que tinha lido, não tinha experiência nenhuma. Apesar dessas limitações, não se surpreenderam de ver que sabiam muito bem de que necessitavam."

Reparação, de Ian McEwan

dezembro 21, 2008

Extra! Extra! Edição extra da News da Não Editora. Com a notícia sobre a conquista do Açorianos e a nossa parceria com a Livraria Cultura (20% de desconto em todos os livros da Não até 31 de janeiro). Corram! Ou melhor: leiam e depois corram!!!

dezembro 19, 2008

Mais um café da vida. Dia importante ontem. Em que novos rumos começam a esboçar novas idéias. Novo. Está aí uma palavra que vale sempre.

dezembro 17, 2008

Aparentava mais de 80 anos. As costas curvadas, alpargatas nos pés adornados por veias azuis e arroxeadas. O segurança do shopping ajudou a colocar o carrinho de compras próximo da mesa de dois lugares. Ela não quis ver o cardápio. Disse, de forma ríspida, direta, que precisava comer rápido, pois tinha um compromisso. Aula. E, ao que parecia ser uma reclamação, ou manifestação de humor mau, veio o complemento com o pedido: "tem milkshake? De morango? Ah, então quero um com calda de chocolate. E, por favor, não esquece o chantilly!" Da mesa ao lado, eu, que já tinha largado o meu livro, sorri. E compartilhei o sorriso com um senhor que estava no caixa e com moça que atendia no café. Um momento bom...

dezembro 16, 2008

Agora é o momento de agradecer.
Aos amigos que compram os nossos livros.
Aos autores que editaram pela gente.
À imprensa que nos dá apoio.
Aos interessados que gostam do nosso trabalho.
Ao pessoal que manda e-mails e originais todos os dias.
Ao grupo de editores que, mais do que colegas no trabalho pela literatura, são verdadeiros amigos!

Obrigada a todo mundo!
A Não Editora é Editora Destaque do Ano de 2008 pelo Prêmio Açorianos de Literatura!!

Todos os vencedores da edição 2008 no palco. No canto direito, Samir, Guilherme e Antônio. No centro, Rosp (com o troféu), eu e Rafael. Todos os Não-editores!

Pós-cerimônia: Rosp, Rafael, eu, Samir, Antônio e Guilherme. Dá-lhe Não!

Eu e o troféu. Pesado. Mas gratificante. Com certeza: a conquista do ano!

dezembro 15, 2008

Prêmio Açorianos de Literatura.
A-hã.
É hoje. Às 20h30min.
Tô nervosa.
Flashes na TVCom a partir das 21h. No Camarote.
Ansiosa.
Três finalistas da Não Editora: Antônio Xerxenesky, Carol Bensimon e Diego Grando.
Tô na torcida!
Vai que a Não Editora também leva um.
Estarei na cerimônia.
Sorte!

dezembro 14, 2008

Continuei ouvindo como se estivesse interessada em seus elogios, mas estava absorta em minhas próprias observações: o modo como falava quase o tempo todo olhando para o lado, não como se fitasse algo atrás da minha cabeça mas para o lado mesmo, a noventa graus de mim, porém me encarando de vez em quando com uma incrível intensidade, os olhos negros bem abertos, redondos, um olhar do qual era impossível desviar até que ele próprio decidisse romper o elo; sua boca cheia e um pouco escura; o rosto que trazia à mente a infinidade de músculos faciais que passamos a vida ignorando existir; a camisa branca impecável por baixo da jaqueta gasta e as ondas de seriedade que emanavam dele. Não parecia alguém que faria uma brincadeira. Cada palavra que enunciava vinha com a garantia de ter sido escolhida a dedo, de conter um significado que não podia ser ignorado. Pensei que daria um pai chatíssimo.

Cordilheira, de Daniel Galera

dezembro 13, 2008

Daqui, olho a janela. Posição cômoda. Esperando a chuva ou o destino. O que primeiro vier.

Fui tão ágil quanto meu corpo permitiu. E rápida: antes de pensar tinha feito. Abri a janela da área de serviço. Estiquei o braço e, facilmente, empurrei a janela do apartamento vizinho. Com cuidado. Com atenção. Não chovia, nem ventava. Tudo estava silencioso. Terceiro andar do prédio. Analisei o espaço: uma queda e tanto. Apoiei o pé direito no bujão de gás e me agarrei na esquadria da janela. Agora, os dois pés na janela. Girei o corpo, fiquei de costas para a rua. Mão esquerda no vizinho. Pé esquerdo. Mão direita. Pé direito. De um salto, aterrissei na outra área de serviço. Apartamento estranho. Objetos desconhecidos. Atmosfera nunca explorada. Cruzei toda a cozinha. Chegando ao corredor, avistei a pequena sala à esquerda. Televisão, DVD, sofá, abajur. E a porta principal do apartamento do outro lado. Peguei o molho de chaves, encaixei uma e girei a fechadura. Ao abrir a porta, devagar, fui recebida pelos gritos da vizinha. Com os braços ao alto, agradecia a minha peripécia de pular pela janela e tentar abrir a porta pelo lado de dentro. A senhora já estava exausta no corredor do prédio há quase duas horas por conta da porta emperrada. Me diz aí: nada como ter uma vizinha aventureira como eu, hein? Só não contem pros meus pais que eu fiz isso. Mesmo trintona, tenho certeza que a tunda de laço ia sobrar por aqui.

dezembro 12, 2008

Descabelada e com os olhos meios vesgos. Um charme. Voz empostada, com direito a mexidinha no ombro e uma cara final de "puta que pariu, mas escrevia esse louco, hein!". Enfim. Uma leitura quase dramática. Estou lá eu: trecho 577 do projeto Mil Casmurros.

Confiram em www.milcasmurros.com.br/trechos/577.

Coisa mais linda.

Nossos olhos se cruzaram. Ele, na esquina. Eu, dentro do carro parado na sinaleira. Ele me encarava. Eu tentava disfarçar o constrangimento. Ele continuou. Eu desliguei o celular e guardei na bolsa. Ele, guarda de trânsito, pegou o bloco de papel e anotou a minha placa. Eu, cidadã desrespeitosa das leis, já comecei a calcular o prejuízo da multa...

dezembro 09, 2008

Show e sessão de autógrafos do Napp ontem na Livraria Cultura.

Com direito a agradecimento para mim, que me emocionou o coração.

Lindo, lindo.

Amigo de uma vida, porque não é de tempo, mas é pra sempre.

Eu também dou uma salva de palmas a Deus por existires, Sergio Napp.

Nas fotos, eu, Napp e Mr. Flag.

E Déia e eu perto da reprodução do artigo do Juarez Fonseca sobre o Napp que saiu na última edição da revista Aplauso.

dezembro 07, 2008

A mãe reagia num silêncio desapontado. Ou melhor, num silêncio de surpresa, como se o comportamento dele fosse gratuito, incoerente. O número durava dias, ela dando boa-noite apenas para Bruno e para mim, o pai olhando fixo para o prato. Ele não nos dirigia uma única palavra. Mais tarde ele aparecia com alguma novidade, algo que lera ou ouvira falar e que nada tinha a ver com nenhum interesse meu ou de Bruno ou de qualquer pessoa que tivesse recém assistido a cena: na manhã seguinte teríamos de voltar à mesa, e era preciso esquecer o estado da mãe depois de cada uma das explosões, quando o pai perdia as estribeiras com ela.

O segundo tempo, de Michel Laub

dezembro 06, 2008

Nova edição da newsletter da Não. Destaque para o lançamento do Samir na quarta-feira e as indicações da editora no Prêmio Açorianos de Literatura. Cliquem para ler e compareçam!!

dezembro 04, 2008

dezembro 02, 2008

Ontem, Mr. Flag alugou O banheiro do Papa. Mas, depois da janta, encontrei no Telecine Cult um documentário sobre The Who. A banda. My generation. Obviamente, assistimos. Porque sou enlouquecida por roqueiros que quebram instrumentos e curtem drogas. Embora seja conservadora e uma das pessoas mais caretas do mundo. E tenha mais idade psicológica que minha mãe. Amém. E viva o rock.

dezembro 01, 2008