dezembro 18, 2009

Sexta-feira é dia de almoçar com os amigos. Não eu: o Mr. Flag. Almoço sagrado almoço. Eu não fico mais chateada. Aprendi a respeitar certos rituais dele. Claro que com a quantidade de travessuras que meu marido tem aprontado ultimamente, estou enfrentando uma fase Halloween eterno. Nem doces ou travessuras. Seriamente, como uma moça de 32 anos, sem filhos e não-fumante, tenho explicitado todo o meu descontentamento. Eis que, antes de sair para o tal almoço, depois de ter realizado a famosa sequencia de dez perguntas que sequer merecem resposta e ter recebido um olhar meu congelante, Mr. Flag arrebata:

- Ah, sou muito mais apaixonado por ti quanto estás braba.

O que me leva a pensar que ele, sim, faz tudo isso de propósito. E, sim, vem de uma vez 2010 que eu estou precisando de férias.

dezembro 07, 2009

Ok. Para quem reclama que esse blog está abandonado: ok. Está mesmo. Os arquivos não mentem. Maaaaas, as justificativas tornam tudo compreensível. Vamos a elas:

1) Comemoração:
O jornal literário Rascunho, de Curitiba, publicou um conto meu na edição de dezembro. U-Hu! Para conferir Todas as sentenças de todas as lápides, clica aqui http://migre.me/dyhM.

2) Trabalho
Entrou no ar o site novo do Estúdio de Conteúdo, minha agência de assessoria de imprensa e literária. Para conferir, aqui http://migre.me/dw8p.

E por hoje é só. Eu volto. Volto, sim!

outubro 30, 2009

Seguinte: nova news da Não Editora. Importante: traz todos os não-eventos da 55ª Feira do Livro de Porto Alegre. A partir de hoje, mais fácil me encontrar na Praça da Alfândega.

outubro 15, 2009

Marcelo me convidou e me apresentou a proposta.
A Mari me mostrou a nova ecografia de sua filhota de três meses.
Dois assuntos que parecem distintos, mas que estão totalmente interligados na minha vida. Eu sei que grande parcela da solução dos problemas climáticos está na mão das potências mundiais. Mas acho importante contribuir com o que eu posso. Seja iniciando um debate ou no modo como cuido da minha casa. Cuidar do mundo por mim, pela minha sobrinha que ainda não nasceu, pela minha família, pelos meus amigos...
Para quem ainda não visitou, segue o endereço do Blog Action Day: www.blogactionday.org.

Então, olhe ao redor. Cuide do seu lixo. Selecione o que você vai realmente imprimir no seu escritório ou home office. Regule seu carro. Pode parecer pouco, mas é um começo.

O Marcelo também divulgou outra campanha: Tck, tck, tck, uma união de vozes que querem ser ouvidas pelos governantes que estarão reunidos em Copenhagen no dia 7 de dezembro. Vale a pena a visita: http://tcktcktck.org/.

outubro 14, 2009

outubro 05, 2009

Notas mil. Para matar as novidades:

- Amanhã (06 de outubro), participo da II Jornada Sesc de Estudos de Poesia em Bento Gonçalves (RS). O tema da palestra será Publicação de poesia: horizontes e fronteiras, e divido a mesa com Alexandre Brito e Ronaldo Machado. Às 20h30min, com mediação de Ronald Augusto.

- No dia 15 de outubro, Airton Ortiz lança seu décimo livro pela coleção Viagens Radicais da editora Record no Theatro São Pedro. Farei a assessoria de imprensa de Vietnã pós-guerra.

- Já falei no Twitter, mas aqui não. A Não Editora prepara, para novembro desse ano, o livro Desacordo ortográfico. Com a organização espetacular de Reginaldo Pujol Filho, o livro trará uma seleção de autores lusófonos de primeira. Mais detalhes em www.desacordo-ortografico.blogspot.com.

- Passei o domingo em uma sessão de fotos para a capa do novo CD da Luciah Helena com músicas do Sergio Napp. Em breve mais novidades.

- A Dublinense lançou, no fim de setembro, Olhar a Finitude, do psicanalista Alberto Abuchaim. Quero escrever sobre esse livro aqui no blog. Mas depois. Por enquanto, eles preparam mais dois lançamentos em outubro. Eu sigo na assessoria.

- Tô cansada.

- Mas tô feliz.

- Como nunca.

setembro 30, 2009

A marmelada voltou. Novamente, reconheço caras de vidro onde eram anunciados diamantes brutos. As personas não deixam de existir. Ok, cada um escolhe a sua máscara. Culpa minha de cultivar o socialmente improdutivo hábito de arrancar máscaras. Pior ainda quando elas caem por si. Porque é chato constatar que o dito gênio é, na vida real, um cara chato, sem graça e mais repetitivo que disco riscado. A fama, as turmas e o mainstream sempre existirão. O papo furado também. O ponto agora é saber selecionar a qual propaganda aderir. No fim, Pynchon tem a mais absoluta e genuína razão. Entre todas as possíveis.

setembro 22, 2009

A segunda edição da Cadernos de Não-ficção, revista virtual de crítica literária da Não Editora, chega à web. Com edição de Antônio Xerxenesky e projeto gráfico de Samir Machado de Machado, a publicação traz um especial sobre Poesia Contemporânea e ilustrações de Ieve Holthausen (imagem da capa) e Marcelo Ferranti. Entre os autores estão Carol Bensimon, Diego Grando, Paulo Scott e Fábio Fernandes. O número dois também apresenta novidades: a seção Prateleiras Comentadas exibe a prateleira de livros e os por ques de um leitor.

Download do PDF, aqui vivente - www.naoeditora.com.br/revista/

Versão folheável, também aqui vivente - www.naoeditora.com.br/revista/

Resumo: clica aí, tchê - www.naoeditora.com.br/revista/

Estou me sentindo na novela que acabou. "Você não faz nada e reclama de tudo, mas eu gosto de você." E os pezinhos em cadência, na ponta, na planta, arrastando, puxando. Eu sempre no samba do convívio social. Sina.

setembro 21, 2009

E o mundo tornou-se tosco demais para que fosse possível respirar fora dessa bolha de condescendência.

setembro 20, 2009

Não consegui dormir. Assim que deitei, meu estômago foi doendo mais e mais e mais, e eu só tinha conseguido marcar o médico pro final de semana seguinte com aquela bosta de plano de saúde. Tinha vontade de beber muito pra me anestesiar, mas só de pensar em ingerir qualquer coisa vagamente alcoólica eu já me imaginava estrebuchando sobre o piso da sala, com uma hemorragia interna, babando sangue que o Churras lamberia da minha boca e do chão depois que tudo estivesse acabado. Revirei o banheiro e os bolsos da calça em busca de analgésicos, encontrei dois comprimidos e tomei os dois ao mesmo tempo. Só fizeram efeito depois de uma hora, e então eu já não tinha mais sono. Fiquei à beira da janela, ora em pé, ora sentado no braço do sofá, acendendo cigarros a intervalos irregulares, soltando a fumaça na brisa da noite, que chegava àquela altura trazendo o cheiro do asfalto morno e das calçadas mijadas. Me debrucei sobre o parapeito por alguns minutos, ficando alguns centímetros mais próximo dos telhados encardidos e dos letreiros em neon dos hotéis baratos que circundavam o prédio.

Até o dia em que o cão morreu, de Daniel Galera

setembro 08, 2009

É como tirar os rollers depois de andar um bocado e sentir que os pés e o chão não se entendem mais. Você quer deslizar, passar flutuando pelas coisas e pessoas, e já não pode. Então pensa Tudo bem, adiante, vamos caminhar agora, caminhem direito por favor, mas não tem jeito de conseguir sem um pouco de tempo, porque os rollers ainda estão em você de certa maneira. O cérebro diz Caminhe, os pés Deslize. E caso alguém venha pela rua, estará pensando: Olha lá um garoto com um grande problema. O que faz com que eu goste cada vez menos das pessoas e cada vez mais da Antônia, que dizia que o mundo era como um monte de gente recém-saída do oculista ainda sentindo o efeito do colírio-de-dilatar-pupilas: nos enche de mais luz do que podemos suportar e por isso ficamos sem ver nada. Mais luz, mais escuridão.

Sinuca embaixo d'água, de Carol Bensimon

*o lançamento em Porto Alegre foi na semana passada. Hoje, às 19h, acontece na Saraiva Higienópolis em São Paulo (SP).

setembro 04, 2009

Nossa! Quanto tempo! Também senti saudades. Dá um abraço apertado aqui e clica na imagem abaixo. Ê, coisa boa.

setembro 03, 2009

- Alô?

- Sim?

- Gostaria de falar com a Luciana!

- É ela quem fala!

- ...

- Alô?

- É a Luciana mesmo?

- Sim...

- Mas tu não tem a voz da minha nora!

- E a senhora não tem a voz da minha sogra.

- ...

- ...?!?

- HAHAHAHAHA. Essa valeu pelo fim de semana.

- HAHAHAHAHAHA. Também achei.

- Gostei muito de falar contigo.

- Eu também.

- Bom fim de semana, mesmo não sendo minha nora.

- Igualmente!

Amizades instantâneas modernas que preenchem o vazio criado pela nossa existência meteórica na direção do desconhecido. Ou: algumas vezes as pessoas conseguem olhar a paisagem. Ou: desculpa, liguei para o número errado.

setembro 02, 2009

A cabeça de Simon estava levemente voltada para cima. Os olhos não podiam se desviar e o Senhor das Moscas pairava no espaço diante dele.

- Que está fazendo aqui sozinho? Não tem medo de mim?

Simon fez que não.

- Não há ninguém para ajudar você. Só eu. E eu sou o Bicho.

A boca de Simon torceu-se com esforço, produzindo palavras audíveis.

- Uma cabeça de porco numa vara.

- Que engraçado achar que o Bicho é algo que podem caçar e matar! - disse a cabeça. Por um instante, a floresta e todos os outros lugares indistintos ecoaram com a paródia de uma gargalhada. - Você sabe, não é? Sou parte de você? Quase, quase, quase! Sou a razão por que ninguém pode ir embora? Por que as coisas são o que são?

A risada irrompeu de novo.


O Senhor das Moscas, de William Golding

agosto 28, 2009

Bah! 20 dias sem escrever. E tenho novidades. Vou me inspirar em Marcelino Freire e mandar ver nos tópicos.

- Terminei a biografia ghost-writer. Agora, é tudo com o meu editor e com o autor. Parece que dei um filho para a adoção. O lançamento é na Feira. E, não: não terei relação nenhum com isso... hehehe

- Na próxima segunda-feira, acontece o lançamento oficial da editora Dublinense, com sessão de autógrafos de dois livros: Sanga Menor, de Cíntia Lacroix, e Um guarda-sol na noite, de Luiz Filipe Varella. Fiz a assessoria de imprensa para eles. Mais informações no site .

- Mr. Flag foi para Brasília. Volta só na segunda-feira. Então, estou colocando as leituras em dia. E, como um casal coisa mais querida da minha vida, me deu um vale-presente bem rechonchudo, gastei tudo em livros.

- Nessa semana, reservamos as datas de autógrafos da Não Editora na Feira do Livro. E também um evento. Mais novidades em breve.

- Acho que até o talentoso Marcelo Juchem vem apresentar sua dissertação na Feira do Livro. Estou batalhando!

- Eu engordei um pouco. E estou feliz da vida.

- E, claro: muitas outras coisas secretas cercam a minha vida nesse momento. E não contarei... Sem um pouco de suspense não tem graça.

Fui!

AÊ! A Não Editora prepara mais uma viagem! Dessa vez, coordenada por Antônio Xerxenesky e rumo ao Rio de Janeiro. Alexandre Rodrigues lança, no dia 04 de setembro, o livro de contos Veja se você responde essa pergunta. A sessão de autógrafos será na Livraria da Travessa (Shopping Leblon) e inclui bate-papo do autor com João Paulo Cuenca e Paulo Scott. Convite abaixo. Amigos nas terras cariocas, convocados!

agosto 08, 2009

Escrevi um livro em três semanas. Por isso sumi, por isso meus dedos ainda doem um pouco. Terrível mania de socar o teclado do notebook. A obra será lançada em breve. Esse foi o motivo da correria e justificativa (talvez não justificável) para o meu sumiço. Feito fantasma, comemoro essa façanha como se sentisse um novo caminho aberto e disponível para futuras investidas. Mas, fantasmagórica conspiração textual, precisaremos esperar um pouco pela minha estreia literária. Não é este o meu momento ainda, amiguinhos. A boa notícia é que pela centésima vez, eu voltei ao blog.

"Eu quase me benzi como se estivesse entrando numa casa de religião." O motoboy, todo molhado da chuva que inundava Porto Alegre, me disse isso enquanto me entregava a caixinha com curry de telentrega. Eu ri, porque sabia exatamente do que ele estava falando. Embora, não pudesse justificar o que acontece no meu prédio sem recorrer a explicações surrupiadas de CSI ou Fringe, se quisermos ir mais longe ainda. O fato, verdadeiro e incontestável, é que uma das vizinhas do segundo andar pode estar sofrer de uma moléstia ligada ao seu olfato. E, por consequência, irritando o nariz dos outros. Diariamente, ela inunda o apartamento com um incenso fortíssimo. O segundo andar do prédio é quase proibitivo. Não resisto e cubro o nariz enquanto percorro os dois lances da escada, e sigo pensando que o melhor seria evitar visitas e quem sabe os entregadores enquanto o cheiro continuar infestando até mesmo o terceiro andar onde moro. É enorme a quantidade de incenso aceso no apartamento. Quando passo pela frente da porta, ao fazer a curva do corredor, vejo as nuvens de fumaça escapando pelas frestas. Parece incêndio. Enquanto os bombeiros não chegam, penso em teorias do mal como alternativas aromáticas para evitar a gripe A, ocultação de cadáver, guerrilha de odores contra as frituras e cebolas de outra vizinha, templo de limpeza da alma e trago seu amor em sete dias, ou extraterrestres com fragrância de patchouly. Brigada de incêndio é no 193? E do Phillip Broyles, alguém sabe o telefone?

julho 20, 2009

Atenção: essa será uma das poucas oportunidades que você terá para me ver em público durante os próximos 30 dias. Então, acho um bom motivo para comparecer ao lançamento de Veja se você responde essa pergunta, de Alexandre Rodrigues, pela Não Editora. Te vejo lá!

julho 10, 2009

Oi. Tive alta do olho. Tive alta do hiperinsulismo. E tenho comido tanto doce que até o olho "pós-transtorno da obra" está gordo. Em breve, novo banner: 59,5 quilos.

junho 30, 2009

Sumirei um pouco. Machuquei o olho com um pedacinho minúsculo (mas que parecia gigante) de concreto. Volto depois. Enquanto isso, quem não se comportar vai para a prancha do navio. Bj!

junho 25, 2009

Minha mãe deve ter me dado centenas de banhos. Mas é do meu pai me enxaguando com o caneco roxo de metal que eu me lembro mais claramente.

A propagação do calor conforme a água quente caía...

...e o súbito e intolerável frio de sua ausência.

Se ele foi um bom pai? Eu queria dizer "pelo menos ele ficou com a gente", mas, é claro, ele não ficou.

É verdade que ele só se matou quando eu tinha quase 20 anos.

Mas sua ausência ressoava retroativamente, ecoando por todo o tempo que o conheci.

Talvez seja o inverso daquela dor que sentem os amputados no membro que perderam.

Ele estava lá todos aqueles anos, alguém de carne e osso arrancando o papel de parede, plantando cornisos, polindo os acabamentos...

... cheirando a serragem e suor e colônia de marca.

Mas em mim doía como se ele já tivesse ido embora.


Fun home - Uma tragicomédia em família, de Alison Bechdel

junho 24, 2009

Foi o tempo que parou? Ou só eu?

junho 23, 2009

Berta sofreu um desastre numa estrada faz seis anos. Ficou com uma perna destroçada, com múltiplas fraturas expostas, teve osteomielite, cogitou-se amputá-la, salvou-a por fim mas perdeu parte do fêmur, que teve de ser encurtado, razão pela qual desde então manca um pouco. Não tanto que não possa usar sapatos de salto alto (e usa-os com graça), mas o salto de um sempre tem que ser um pouco mais comprido e grosso do que o do outro, manda fazer especiais. Ninguém nota esses saltos desiguais se não estiver prevenido, mas percebe-se que ela manca um pouco, sobretudo quando está esgotada ou em casa, onde não faz esforços para enobrecer o modo de andar: abandona-se ao fechar a porta atrás de si e guardar a chave no bolso, já não dissimula, duplica-se a manqueira. Também ficou com uma cicatriz no rosto, é coisa leve, tão leve que não quis corrigi-la mediante cirurgia, é como uma meia-lua na bochecha direita que às vezes, quando dormiu mal ou teve um dissabor ou está muito cansada, escurece e se torna mais visível. Então, durante uns instantes acho que tem uma mancha, que se sujou, e lhe digo isso. “É a cicatriz”, ela me lembra, que ficou azul ou roxa.

Coração tão branco, de Javier Marías

junho 22, 2009

Estou ouvindo algumas músicas agora. No momento em que o sol escapa de uma nuvem mais densa e invade a minha janela. É segunda-feira. Mas tem um calor de domingo na minha alma.

junho 17, 2009

junho 16, 2009

A quem interessar possa: tem uma doença me visitando desde ontem. Pelo olho mágico, achei que era Gripe. Já na sala, notei semelhanças com Enxaqueca. E, na hora do café, parecia uma Virose. Sem cerimônia, continua desconsiderando meus reiterados pedidos para que se vá. Amanhã, irei ao médico. E espero voltar sem ela. A visita. Vou ali perguntar se ela quem um cafezinho agora.

junho 15, 2009

Eu queria poder explicar o que estou sentindo. Seria fácil abrir o editor de textos e jorrar tudo. Palavra por palavra. Definição por definição. Mas aqui dentro é o único lugar onde elas não estão. Nem as palavras, nem as definições. Vivi dias cheios e vazios, e os encarei como a uma tela de cinema. Quando a reflexão foi embora, me restou o papel de espectador. Comprei o bilhete, entreguei na portaria, estou sentada na poltrona. E agora? Ninguém me perguntou se eu queria pipoca. Alguém me perguntaria? Nem me disseram o preço do refrigerante. Aliás, existe alguma bebida? O que eu faço para mostrar tudo o que eu estou sentindo se eu nem sei o que é isso? Hormônios, diria a minha mãe. Bobagem, diriam alguns outros amigos. Má literatura, diriam os editores. Medo, catapultariam os mais céticos. Importa? Recomeçarei. De novo. Pelas cinco primeiras letras. O alfabeto todo. As palavras. Frases. Página. Livro. Vida. Se esse é o caminho que me levará ao "o que", prometo não racionalizar ou relacionar "porquês" por um bom tempo nessa viagem, para não desperdiçar a paisagem. Por sinal, olha lá... Lindo, não?

junho 14, 2009

Imagem para um domingo. Imagem para a semana. Do AutoLiniers. Muito bom!

junho 12, 2009

Eu não sei vocês, mas é difícil eu não me apaixonar à primeira vista por um bichinho de pelúcia. Amei a joaninha! Pena que já ganhei meu presente de Dia dos Namorados do Mr. Flag. Para quem ainda está pensando, fica a dica (acho que a loja é no Iguatemi). E, sim... feliz dia/noite dos namorados. Piegas, yeah... Mas a pessoa que mais amamos nesse mundo já está com a gente há tempos... nós mesmos. Ok? Amem-se. Fui.

junho 11, 2009

Um dia você ficará cego, como eu. Estará sentado num lugar qualquer, pequeno ponto perdido no nada, para sempre, no escuro, como eu. Um dia você dirá, estou cansado, vou me sentar, e sentará. Então você dirá, tenho fome, vou me levantar e conseguir o que comer. Mas você não levantará. E você dirá, fiz mal em sentar, mas já que sentei, ficarei sentado mais um pouco, depois levanto e busco o que comer. Mas você não levantará e nem conseguirá o que comer. Ficará um tempo olhando a parede, então você dirá, vou fechar os olhos, cochilar talvez, depois vou me sentir melhor, e você os fechará. E quando reabrir os olhos, não haverá mais parede. Estará rodeado pelo vazio do infinito, nem todos os mortos de todos os tempos, ainda que ressuscitassem, o preencheriam, e então você será como um pedregulho perdido na estepe. Sim, um dia você saberá como é, será como eu, só que não terá ninguém, porque você não terá se apiedado de ninguém e não haverá mais ninguém de quem ter pena.

Fim de partida, de Samuel Beckett

junho 07, 2009

OK. Agora, eu voltei. E é sério.

Lançamento de novo livro de Sergio Napp. Dia 10 de junho, às 19h, no Centro Municipal de Cultura. Pra quem for, que tal um quentão depois? :-)

maio 22, 2009

Ooooooooooooooooooolhaaaaaaa a Neeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeews!

Oooooooolhaaaa a Neeeeeeeeeeews da Não Editora!

maio 21, 2009

A Internet tem milhões de bobagens e centenas de ideias para a procrastinação eterna. No entanto, sigo no trabalho. E confesso que, na maioria das vezes, o sol vai embora antes do que eu espero. Sigo na escuridão também. Esperando que essa lista imensa de uma nova vida, uma nova etapa, se esgote. Mas como começar imediatamente um novo tudo novo? Impossível, claro. Mais difícil ainda quando coisas novas e inusitadas e inesperadas acontecem junto. Dá um medão. Mas só pode significar que eu estou no caminho certo. E que isso, sim, não é bobagem alguma.

maio 19, 2009

Por pérolas como essa, vale a pena trabalhar em casa. Manhã... Cedinho... Céu cinza. Olho para o Mr. Flag. Ele está de pé perto da janela. Vira o rosto pra mim e pergunta:

- O que será que todos esses passarinhos gordos conversam aqui no fio?

Mágico...

maio 08, 2009

Todo mundo lá! De novo? Todo mundo lá! Sempre aproveitamos o lançamento do Ficção de Polpa para fazer a maior festa. Chegamos ao terceiro volume do projeto. Organizado pelo Samir Machado de Machado. Com capa do Daniel HDR. Mais de 20 autores. Vem autor de Sampa. Pela primeira vez uma história em quadrinhos. E, como sempre, a essência da Não Editora. Todo mundo lá: dia 13 de maio, a partir das 19h, no Cult Bar em Porto Alegre. Ah? TODO MUNDO LÁ!

maio 06, 2009

Amor em família. Porque meu coração vira-lata se apaixonou pelo teu coração de princesa! Essa é a Maggie, irmã da Pituca. Fofa!

maio 03, 2009

Os dias que se seguiram foram estranhos, era como se todos nós houvéssemos acordado de repente de um sonho para a vida real, embora por vezes a sensação fosse diametralmente oposta, como se de repente todos estivéssemos sonhando. Nosso dia-a-dia se desenrolava de acordo com esses parâmetros anormais: nos sonhos tudo pode acontecer, e você aceita que tudo aconteça. Os movimentos são diferentes. Nós nos movemos como gazelas ou como o tigre sonha com as gazelas. Nós nos movemos como numa pintura de Vassarely. Nós nos movemos como se não tivéssemos sombra e como se esse fato atroz não nos importasse.

Noturno do Chile, de Roberto Bolaño

abril 26, 2009

O que lhe importava a vida de outra pessoa, o que lhe importava a sua própria? Tinha-se sempre de pôr a vida em jogo apenas por dever, por uma disposição para o sacrifício, e nunca por capricho, paixão ou apenas para medir-se com o destino?!

E outra vez, ocorreu-lhe que possivelmente já trazia no corpo o germe de uma doença fatal. Não seria demasiado estúpido morrer porque uma criança diftérica tossira-lhe no rosto? Talvez ele já estivesse doente. Será que não tinha febre? Será que, na realidade, não estava deitado em sua cama... e tudo aquilo que acreditava ter vivido não fora mais que um delírio?!

Breve romance de sonho, de Arthur Schnitzler

abril 21, 2009

O que? Destaque no Estadão. Hã? Na FestiPoa Literária também. Hein? Ficção de Polpa 3 vindo aí! Cuma? Mais notícias de eventos e etc. Onde? Na Newsletter 6 da Não Editora. Clique para ler.

abril 14, 2009

A sorte favorece o ousado - Fortes fortuna adiuvat

ou

Samir enchendo minha cabeça com uma substância chamada esperança.

abril 13, 2009

Nas paredes do quarto, apenas musgo. Um cheiro fétido de coisas guardadas. Objetos esverdeados pelo mofo. Tudo já degradado, tudo velho, antes mesmo do tempo. No centro do quarto, minha cama. De madeira apodrecida, nem sei como ainda se mantém de pé. No centro da cama, meu corpo. Dilacerado, aberto por feridas em carne viva. Repleto de nódoas roxas e amarelas. De furúnculos. Meu corpo carcomido pela ancestralidade do quarto. Impossibilitado de se movimentar. No centro do corpo, a máquina de escrever. O teclado quase todo apagado, a tinta por acabar. Minhas mãos enxovalhadas pelo sangue seco teclam, uma a uma, as letras que escrevo.

A chave da casa, de Tatiana Salem Levy

abril 12, 2009

O urologista que diagnosticou meu câncer quando eu tinha sessenta e dois anos comentou comigo depois, solidário: "Sei que isto não consola ninguém, mas o senhor não está sozinho - essa doença virou uma verdadeira epidemia nos Estados Unidos. Tem muitos outros homens engajados na mesma luta que o senhor. No seu caso, é uma pena eu não lhe dar esse diagnóstico só daqui a dez anos", dando a entender que, num tempo futuro, a impotência causada pela remoção da próstata seria uma perda menos dolorosa. Assim, resolvi minimizar a perda me esforçando para fazer de conta que o desejo havia diminuído naturalmente, até que entrei em contato, por menos de uma hora, com uma mulher bela, privilegiada, inteligente, tranqüila, lânguida, de trinta e dois anos, cujos temores a tornavam sedutoramente vulnerável, e conheci a amarga sensação de desamparo de um velho que, sentindo-se provocado, morre de vontade de voltar a ser um homem inteiro.

Fantasma sai de cena, de Philip Roth

abril 02, 2009

A voz do meu pai estava suave e repousante.
- É você, papai?
- Meu amor, nós te procuramos em toda parte.
- Posso voltar pra casa?
- Claro, mas que pergunta!
- Pai, jura que nunca vai me perguntar nada sobre esses 3 meses?
- Juro... Fala com a sua mãe.

A voz da minha mãe também estava muito terna.
- Estou muito feliz...
- Mãe, por favor, não chora.
- São lágrimas de alegria.
- Mãe...
-Vem, volta pra casa, meu amor, estamos te esperando...
- Mãe...
- Ninguém vai te perguntar nada, prometido!


Persépolis, de Marjane Satrapi

abril 01, 2009

Sim! A gente sempre melhora com a idade. Pela primeira vez, eu fiz uma lista negra pós-aniversário. Está no Moleskine. Bem guardadinha. A Pollyanna? Acorrentei e amordacei. Deu um pouco, né?

março 29, 2009

Agradeço a quem...
Me ligou na madrugada de sábado para ser o primeiro a dar parabéns (adivinhem quem?)
Deixou recadinho aqui no blog.
Ligou para saber onde seria a festinha.
Foi na festinha.
Me entregou presentinhos.
Me entregou um postal coisa mais querida.
Ligou para me felicitar pelo celular.
Mandou recado pelo SMS.
Deixou recado no Orkut.
Mandou direct e tweet pelo Twitter.
Fez sinal de fumaça no céu (lindo...).
Mandou vibrações positivas nesse dia.
Sintam-se, meus amigos, abraçados beeeeeeeeeeem forte. Pois a minha vida e energia existem a partir da nossa troca... E, quando a gente se sente querido e afofado, o mundo fica ainda mais colorido, né? E tudo que precisamos são de cores... De todos os tipos. Os 32 anos estão aqui. E já fizeram a diferença. Obrigada, obrigada, obrigada!

março 28, 2009

Parabéns, Parabéns saúde e felicidade
Que tu colhas sempre todo o dia
Paz e alegria na lavoura da amizade


*1 - sim. Aniversário de novo!
*2 - sim. Tem festa hoje. Me liga que te digo onde!
*3 - ah, 32 anos...

Fui!

março 27, 2009

Era hora de me vestir de novo. Peguei cuecas novas, uma camisa novinha em folha, meias e calças. Coloquei então uma gravata e calcei sapatos novos. De pé diante do espelho, inclinei o chapéu sobre um olho e me examinei. A imagem no espelho parecia-me apenas vagamente familiar. Não gostei da gravata nova, por isso tirei o paletó e experimentei outra. Não gostei da mudança também. De repente, tudo começou a me irritar. O colarinho duro estava me estrangulando. Os sapatos apertavam meus pés. As calças cheiravam a porão de loja de roupas e estavam apertadas demais no gancho. O suor irrompia nas minhas têmporas, onde a fita do chapéu apertava-me o crânio. Subitamente comecei a me coçar e quando me mexia tudo estalava como um saco de papel. Minha narinas captaram a forte catinga das loções e fiz uma careta. Mãe do Céu, o que aconteceu ao velho Bandini, autor de O cachorrinho riu? Podia esse bufão amarrado e estrangulado ser o criador de As colinas distantes perdidas? Tirei tudo, expulsei com água os cheiros dos meus cabelos e me enfiei nas minhas velhas roupas. Elas ficaram muito contentes de me ter de volta; agarravam-se a mim com um deleite refrescante e meu pés atormentados se insinuaram para dentro dos velhos sapatos como na suavidade da grama da primavera.

Pergunte ao pó, de John Fante

março 26, 2009

E o momento "aumenta o som e te emociona" fica por conta do trailer do novo filme do Spike Jonze, Where the wild things are. Com isso, leitores, Wake up do Arcade Fire volta a ser minha música mais desejada nessa semana. Funeral é um CD inesquecível. Desde já, me esforço para garantir o estoque de lenços para essa estreia. Pois pode vir com pedra, lança, tesoura, pedregulho, obstáculo... que meu coração continua selvagem. Coisa boa.

março 25, 2009

Tô bal, gende. Volto quando eu belhorar. Atchim pra você.

março 24, 2009

Desliguei o celular e vi a lotação chegando. Acenei e parou. Adentrei o que parecia ser um frigorífico sobre quatro rodas. As pessoas encolhidas nos bancos, um louco conversando com alguém aos gritos. Sentei quase no fundo e me aninhei, com o Pergunte ao pó nas mãos. Leitura emendada, esqueci de tudo. Despertei com o motorista aos berros:

- Vai descer onde? Eei! Vai descer onde?

Estávamos longe da minha parada. E, olhando ao redor, vi que era a única criatura ainda na lotação. Porque o motorista parecia um animal. E gritava para mim.

- Onde tu vai desceeeeeer?

Na esquina da Carlos Gomes com a Plínio, eu respondi. E ele me olhou como se não existisse ligação das duas ruas. Repeti: Carlos Gomes com a Plínio, perto do posto Ipiranga. A cara dele fez um ah... o posto.

Decidi sentar no primeiro banco. Não tinha acomodado a minha bolsa, e ele estendeu a mão. Peguei mais nojo. Entreguei o dinheiro da minha passagem, e fiquei esperando o troco. Nada... Ele costurou no trânsito. Passou um sinal no amarelo. Não deu passagem para um senhor que tentava sair de uma garagem (acho que há horas, por conta do rush). Acelerando.

E o motorista só contando moedas...

A uma quadra de descer, resolvi sair e caminhar o resto.

Vou descer aqui, quase gritei. E ele abriu a porta. O senhor (tentando manter a civilidade) esqueceu de me dar meu troco!

- Que troco?!

Os dois reais.

- Não.

Senhor, eu lhe entreguei uma nota de cinco reais, uma moeda de 25 centavos e uma moeda de cinco centavos. A passagem é três reais e 30 centavos.

Não, ele não ficaria com os meus dois reais. E acho que ele não sabia nem quem ele era. Se inclinou para o lado, e começou a mexer nas moedas. Pegou várias na mão, e começou. Um... dois... três... quatro... cinco... E eu de pé ali... seis... sete... oito.

- Toma. Dois reais. Pode descer.

Right... Abri a bolsa, joguei todas as moedas de 25 centavos para dentro, e desci as escadas contando. Um... dois... três...

Nesse ponto, eu já estava doente da garganta. A grosseria feriu minha imunidade. Mas só isso, viu seu motorista?! De resto, sigo encarando o inferno astral com um sorriso. Meio torto. Mas tá aqui... Olha os dentinhos, ó... Rumo aos 32!

março 22, 2009

Quando o sono emenda a segunda marcha e segue para a terceira, vai acelerando até que fique difícil parar... Eu sou assim. Quanto mais durmo, mais quero dormir. Certo que li alguma coisa nesse fim de semana, vi Gran Torino (e acho o Clint o ranzinza mais cool do mundo) e tomei alguns cafés. Mas se for somar o tempo que fiquei dormindo ou fiquei tentando acordar... é inacreditável. Quase dois dias de hibernação. Com o gasto zerado de energia, me sinto uma ursa. Mas uma ursa feliz.

março 19, 2009

Lançamento de Uma leve simetria, de Rafael Bán Jacobsen, pela Não Editora.

Sete meninas jornalistas na mesma mesa. No sentido do relógio: eu, Emily, Julia, Camila, Liana, Ângela e Vanessa.


Eu e o grande, sensacional, magnífico e indispensável Sergio Napp (depois mando a fatura, Napp!)

março 18, 2009

Certo, a história poderia começar assim, aqui, desta forma, de maneira um tanto lerda e lenta, neste reduto neutro que é de todos e não é de ninguém, onde as pessoas se cruzam quase sem se ver, onde a vida do prédio repercute, distante e regular.

Quem me conhece, já conversou comigo, tomou um café comigo, dividiu um sorvete comigo ou ouviu alguma vez qualquer uma das minhas angústias existenciais, sabe.

Eu esperei cinco anos para ler as linhas do primeiro parágrafo desse post. Cinco anos. Portanto, na noite de hoje, momento em que escrevo para os poucos que me visitam por aqui, digo com o maior orgulho do mundo: tenho em minhas mãos um exemplar de A Vida Modo de Usar, de Georges Perec.

Sei que para alguns vai parecer bobagem. A perseguição por um livro esgotado, que nunca se leu, e simplesmente se ouviu falar de outras pessoas que, há dez, 15, 18 anos perseguem essa que é a única edição em português. Muitas pessoas tentaram me dar esse livro (Oi, Mari). Outras lembravam de mim e do Perec até quando estavam no exterior (Oi, Marcelo). Mas, por uma coincidência do destino, coube à minha querida amiga Andréia Vargas a descoberta, quase acidental, de um exemplar na Ventura Livros. Sim... Um sebo... Em Porto Alegre. Obra cadastrada poucos dias antes.

Pode parecer sem sentido. Eu só não chorei sem parar quando a Déia me entregou o pacote, com uma linda dedicatória na embalagem, porque eu virei moça de chorar sozinha. Assim como estou agora, com a mão sobre a capa do livro. Pode realmente parecer nada. Mas no momento em que me sinto mais perdida do que jamais estive, uma grande amiga me entrega esse que é um manual até no título. Da vida.

Sinceramente, eu choro porque tenho medo de ser verdadeira. Eu choro porque não quero reconhecer que alguns caminhos que escolhi são mais tortos do que os meus sapatos suportam. Eu choro porque desisti de viver e fico esperando que tudo aconteça, ao invés de fazer acontecer qualquer coisa que seja.

No meio do meu inferno astral, recebo nas minhas mãos esse presente antecipado de aniversário, um símbolo, um divisor das águas da minha vida. Como se fosse a minha mensagem da garrafa, que diz: sai dessa ilha. Olha o mar. Olha aquelas ondas lá onde não se enxerga mais nada. E não tenha medo delas. É fundo, é desconhecido. Mas é só água...

Sim, talvez eu não durma essa noite. Porque acho que não precisarei de ritual algum para dar esse primeiro passo, para passar de uma folha a outra.

Pode parecer totalmente surreal. Mas essa foi uma das maiores demonstrações de carinho que eu já recebi na vida. Do tipo: olha quem acredita em ti. Por que tu não faz o mesmo? Pois me digam: se essa é a prova de que nada é impossível no mundo, se tudo que desejamos podemos alcançar, do que eu tenho medo? De tentar?

Déia, talvez eu não durma hoje. Talvez eu não queira mais sequer sair de casa sem meu livro. E tu sabe, tu sabe como ele é importante pra mim (e talvez não saiba o quão importante foi receber esse livro hoje, nesse momento).

Obrigada, obrigada, obrigada, Déia! Te amo de verdade, amiga!

Certo, a história poderia começar assim, aqui, desta forma, de maneira um tanto lerda e lenta, neste reduto neutro que é de todos e não é de ninguém, onde as pessoas se cruzam quase sem se ver, onde a vida do prédio repercute, distante e regular.

Que comece, então!

março 17, 2009

Curtindo uma tevê na terça-feira à noite.

Todo mundo convidado. Estarei por lá!

março 16, 2009

Edição nº 5 da Newsletter da Não Editora. Fevereiro e março juntos! Lançamento do Jacobsen! Não Twitter e Não Orkut! Novas livrarias! Novidades e talz. Sabe, né? Clica que a imagem amplia. (Para receber a News diretamente no seu e-mail, cadastre-se no site www.naoeditora.com.br).

Então, vai ser agora. Vamos falar sério. Sério. Mais uma vez. Sério. Tá bom assim? Ajusta um pouco o grave, por favor. Ainda ouço um chiado. Hã? Longe da boca? Sério. Assim? Ah, tá. Ficou bom agora? E o pessoal aí do fundo tá ouvindo? Sério, sério, sério. Então, tá. Vou falar sério só mais uma vez e acabar com essa palhaçada. Sério. Tchau.

março 11, 2009

Contagem regressiva para o fim de semana em São Paulo com Mr. Flag. Vai ser bom. Estou precisando de novos ares, alguns museus, passeios pelo metrô, uma galeria do rock, vários cafés e algumas livrarias. E com uma passagem providencial de milhas Varig/Gol a viagem fica ainda mais interessante, não?

fevereiro 27, 2009

O problema é que as pessoas não acreditam no meu terrorismo do bem. Se eu falo para o Mr. Flag não aparecer em casa e arranjar um hotel qualquer, ele cai na gargalhada... E chega lá com a cara mais deslavada do mundo. Foi um carinho meu ter avisado que a semana não estava boa. A velha TPM voltou com amendoim e uísque. E depois Mr. Flag ainda ficou reclamando porque eu estava nervosa e braba demais. Se tudo já está difícil a cereja no bolo pode ser chegar em casa e encontrar a porta da geladeira aberta. Daí bate a preocupação porque me lembro que peguei um suco na corrida antes de sair de lá às 8 da manhã. E daí bate o desespero porque simplesmente todas as coisas ali dentro estão na temperatura ambiente. O que, na realidade, significa refrigerante quente, margarina molenga, alface gritando por socorro de tão murcho. Claro, eu fui dormir e ainda estava tudo na mesma. Passei a mão na bichinha, tentei ouvir o som do motor, me abaixei para ver se estava tudo ok... Isso incrementou a minha dor nas costas e o meu choro de saudades do pilates, pois onde se viu uma academia tirar folga prolongada pós-carnaval. Até março, minha instrutora falou. E eu pensei nisso várias vezes enquanto acordava durante a noite, rolando na cama, socando o travesseiro para ver se ele também ficava quieto, poxa... O bom de tudo é que parece que estou de volta. Não no melhor dos dias. Mas me aceitem assim por enquanto. Que prometo algumas galhofas para a semana que vem. Afinal, hoje é sexta...

fevereiro 15, 2009

Parei de anotar idéias de posts para o blog na caderneta que carrego dentro da bolsa. Atualmente, é mais rápido direcionar os pensamentos para os 140 caracteres do Twitter, e acabar com a demanda de geração de notícias... Verdade é que tenho vontade de fazer tudo. E não consigo. Ainda mais com um livro inteiro na cabeça e lendo outro livro sobre criação literária que me dá ainda mais idéias para o livro inteiro na cabeça. Então, os posts vão rarear. Pelo menos até eu comprar um celular e começar a postar no horário do almoço ou depois de ler antes do sono. Acompanhem o Twitter e vamos aguardar a volta do Sergio Napp do Rio de Janeiro. Sei que muitos acompanham o 50kg (embora repleto de bobagens sem fim...). Mas o Napp é o único que me ameaça quando eu fico longe. Volto quando o universo permitir. Ou quando comprar o notebook novo (menor, mais leve, dinâmico, etc) ou quando a Internet 3G ficar melhor (lixo claro e incontestável).

fevereiro 06, 2009

Criatividade é um talento. E quando esse dom se mistura à habilidade manual e ao scrapbooking só pode render peças lindas. Ou melhor: muito fofas.

A verdade é que estou fazendo mais do que jabá nesse post. Já sou fã da minha cunha há tempos. E ontem ela saiu no Radar 55. E vem muito mais por aí.

Então, quem quiser conhecer o trabalho da Ana (Aninha, Fofa para os íntimos), visita o Coisa + Fofa (http://fofascrap.blogspot.com). Vale a pena conferir as criações da grife.

fevereiro 05, 2009

fevereiro 03, 2009

Tudo vai pelo ralo, seu panaca, pensa Sean. Tudo se dissipa e desaparece, e por isso é tudo tão bonito. Quando Ionesco morreu... não, um pouco antes de ele morrer, porque nem mesmo o mestre do absurdo conseguiria nos enviar sua sabedoria por fax do Além... Olhe, disse ele, para as pobres mãos mortas da minha mulher, as mãos pelas quais eu um dia me apaixonei, olhe para elas agora, inchadas de dor e manchadas pela idade. Olhe, disse ele, tudo está fadado a acabar. Vamos para a escola para terminar a escola. Comemos uma refeição para terminar a refeição e vivemos nossas vidas para parar de vivê-las. Mas ele estava errado, continua Sean, abrindo um novo maço de Winston, o caro Rinoceronte Romeno estava errado porque há um sentido em tudo, e o sentido é este, apenas este, as pessoas nesta sala e em todas as salas, as coisas que dizemos e fazemos juntos, a interminável e entrelaçada dança dos nossos destinos, os sonhos que acalentamos e trocamos, os jogos que ganhamos e perdemos, os fatos que aprendemos e esquecemos, os livros que lemos e escrevemos, e eu adoro isso. Adoro, adoro, adoro - doce e precisosa vida.

Dolce agonia, de Nancy Huston.

fevereiro 02, 2009

Gramado.

janeiro 30, 2009

- Bah, que merda.

- É, Lu. Daí quem está f* sou eu.

Fiz cara séria. A Maricota também. Fisionomia de que a situação está feia e não tem volta. Solução, então... O garçom se aproxima da mesa e pergunta:

- Tudo certo aqui, meninas?

Olhamos para ele. Abrimos um sorrisão e juntas, em jogral, respondemos “sim, está tudo maravilhoso”.

A verdade é que não adianta. O pé está na lama e nós estamos sem chinelos. Mas nossa alma é sempre carnaval...

Ou por mais limão que a coisa esteja, sempre conseguimos fazer uma caipirinha...

Ou o que vale é rir. Mesmo que a piada seja fraca. Compensa pelo exercício abdominal.

Ou... espero que melhore (hehehehehehe).

janeiro 28, 2009

HAHAHAHAHAHAHAHA!

HAHAHAHAHAHAHA!

HAHAHAHAHAHA!

Ok. Então para contrabalançar, uma notícia séria. Anotem aí. Um novo passo (novo capítulo, estréia, começo, ou tudo mais que eu quiser chamar) da minha vida se iniciou ontem. Foi no ShamRock. Além dos diretamente envolvidos, tivemos outras testemunhas. Novidades em breve. Como sempre: que aguardem os bons...

janeiro 27, 2009

Nova edição da News da Não Editora.

Então, aproveitando o momento jabá, convido:

Se você tem Twitter, assine o Não Twitter, com novidades todos os dias (ou dia sim, dia não. Ah! Especialmente dia Não!). Visita esse link http://twitter.com/naoeditora.

Se você tem Orkut, faça parte da comunidade da Não Editora. Nós somos bacanas... Mas, como queremos dominar o mundo, precisamos de mais apoiadores. Topa? Te aguardamos lá! O link é http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=44023618. E não aceitamos não dessa vez!

Agora, chega. Vá ler a news! E bom proveito!

janeiro 26, 2009

Grandes idéias. Grandes galos na cabeça.

janeiro 25, 2009

Estamos de volta com nossas transmissões normais. Assim espero...

janeiro 19, 2009

Fiquei pensando no que a Nancy escreveu. Na lógica do Vonnegut de analisar tudo ao contrário. E achei tão doce. Talvez tão necessário, vital. Em todos os períodos. Acho que nunca menti tanto para mim mesma como nos últimos dois anos. Acho que continuo fazendo isso. Num looping interminável. Como se estivesse discursando meus modos e motivos. Convencendo, defendendo. Mas, enganada como sempre, não me dou conta que gasto o latim para o espelho, e me debato fervorosamente para livrar meus braços e pernas de mim mesma. Porque sou sempre eu que fecho o cadeado e ato meu corpo às correntes. Sempre eu... Por isso admiro Vonnegut. Ele é contestador e distorce a realidade, inevitável quando se racionaliza ou se ama demais. Mas, ao contrário de mim, é lírico como uma criança.

janeiro 18, 2009

As pessoas que conheci com o passar dos anos freqüentemente me perguntavam com o que eu estava trabalhando, e eu normalmente respondia que o principal era um livro sobre Dresden.

Um dia disse isso a Harrison Starr, o cineasta. Ele ergueu as sobrancelhas e perguntou:

- É um livro de guerra?

- É, respondi. - Acho que sim.

- Sabe o que eu digo às pessoas quando fico sabendo que elas estão escrevendo livros antiguerra?

- Não. O que é que você diz, Harrison Starr?

- Eu pergunto: "Por que você não escreve um livro antigeleiras?"

É claro que o que ele quis dizer foi que sempre haveria guerras, e que elas eram tão passíveis de serem evitadas como as geleiras. Eu também acredito nisso.

E mesmo que as guerras não continuassem existindo, como as geleiras, ainda assim haveria a boa e velha morte.


Matadouro 5, de Kurt Vonnegut

janeiro 17, 2009

Meu mundo é mega. Eu sou mega. Tudo. Multiplicado. O resto do mundo é reducionista. Tão sem graça. Sem gosto. Sem gozo. Droga. Salve a complexidade das pessoas lunáticas!

janeiro 16, 2009

Nos momentos em que não estou reclamando de algo (qualquer coisa, pequeninha, pulguita que seja), minha vida parece tão sem sentido... Ai, ai... Falei... Droga...

Samir - diz:
aliás, o que é pra ser aquele post do teu blog?
Lu Thomé diz:
Por quê?
Samir - diz:
nada, só tava tentando decodificar o post do teu blog
Lu Thomé diz:
Nem tenta...
Lu Thomé diz:
Se insistir nisso, tu vai ficar maluco com os dois próximos posts que eu programei para serem publicados automaticamente - hehehehehe
Lu Thomé diz:
Resolvi voltar a ser a terrorista da minha própria vida...
Lu Thomé diz:
As bombas eu já tenho - hehehehehehe
Samir - diz:
hauhaua
Samir - diz:
tu é como soldado profissional, não consegue viver em tempos de paz
Lu Thomé diz:
Isso! Tenho uniforme, bandeira, hino e uma baioneta coisa mais querida!

janeiro 15, 2009

Estou espírito de porco em essência hoje. Produção em massa, que permite até vender em vidrinhos coloridos. Baratinho. Promoção. Dois por um. Três por quatro. Leve também esse em formato gel, especial para aquelas horas em que você está na rua e tem uma vontade incontrolável. Mas espere! Compre agora e leve de brinde esse frasco especial com 50 comprimidos. Perfeito para as férias na praia ou no campo! E pergunte para os nossos operadores sobre o modelo exclusivo para criado-mudo. Ligue agora mesmo! Nossa central aguarda sua ligação!

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

janeiro 11, 2009

A maior parte da Granja dos Bichos abria-se ante eles - a grande pastagem que se estendia até a estrada, o campo de feno, o bosque, o açude, os campos arados onde estava o trigo novo, ainda fino e verde, e os telhados vermelhos do casario da granja, onde a fumaça saía das chaminés. Era uma tarde clara de primavera. A grama e a sebe em brotação douravam-se aos raios horizontais do sol. Jamais a granja lhes parecera - e com uma espécie de surpresa lembraram-se de que tudo era deles, cada centímetro de sua propriedade - um lugar tão agradável. Olhando pela encosta da colina, Quitéria ficou com os olhos cheios d'água. Se pudesse exprimir seus pensamentos, diria que aquilo não era bem o que pretendiam ao se lançarem, anos atrás, ao trabalho de derrubar o gênero humano. Aquelas cenas de terror e sangue não eram as que previra naquela noite em que o velho Major, pela primeira vez, os instigara à rebelião. Se ela própria pudesse imaginar o futuro, veria uma sociedade de animais livres da fome e do chicote, todos iguais, cada qual trabalhando de acordo com a sua capacidade, os mais fortes protegendo os mais fracos, como ela protegera aquela ninhada de patinhos na noite do discurso do Major. Em vez disso - não podia compreender por quê - havia chegado uma época em que ninguém ousava dizer o que pensava, em que os cachorros rosnantes e malignos perambulavam por toda a parte e a gente era obrigada a ver camaradas feitos em pedaços após confessarem os crimes mais horríveis.

A revolução dos bichos, de George Orwell

janeiro 05, 2009

O pai é aquele homem enorme, mãos grandes, olhos escuros e atentos, voz pausada e grave, gestos precisos como só ele consegue, aquelas passadas seguras, aquele ar de quem sabe o que faz e o que quer. O pai é aquele mundo onde o menino não consegue entrar, aquele mistério para o qual ele não tem resposta, a caixa que não se deixa abrir. A casa parece pequena para ele. A mãe parece curvar-se. Só o coração do menino fala, grita, pensa coisas que a boca não tem coragem de repetir, mas coração de menino não se ouve quando a boca não fala.

das Travessias, de Sergio Napp

janeiro 02, 2009

Eu ouvi a Nanah gritar no telefone. E foi de felicidade. De alívio. De conquista. E de toda a chance pelo novo que temos. E eu gostei. Pode gritar, Nanah! Que eu grito junto! Porque estávamos precisando desse alívio. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!