dezembro 14, 2005

Não senti o vento entrando pela fresta da janela. Não senti os pequenos raios de luz que apontavam na parede. Sequer senti o toque do lençol no meu ombro. Mas, com toda a certeza que existe, senti a dor nas minhas duas pernas. Uma câimbra insuportável. Simultânea. Urrei, mesmo pensando em não acordar o prédio inteiro. Agarrei com força as duas pernas. Pedi para que a dor parasse. Não parou. Olhei a panturrilha, e vi um músculo em frangalhos. Retorcido, parecia lutar contra o osso e desejar minha derrocada. Escondi meus olhos contra o travesseiro. Desejei que fossem seis horas da manhã. Com o sol, estaria livre da maldição. Segundos depois, me acalmei. E sonhei com o mais lindo cacho de bananas do mundo.

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