Os dias que se seguiram foram estranhos, era como se todos nós houvéssemos acordado de repente de um sonho para a vida real, embora por vezes a sensação fosse diametralmente oposta, como se de repente todos estivéssemos sonhando. Nosso dia-a-dia se desenrolava de acordo com esses parâmetros anormais: nos sonhos tudo pode acontecer, e você aceita que tudo aconteça. Os movimentos são diferentes. Nós nos movemos como gazelas ou como o tigre sonha com as gazelas. Nós nos movemos como numa pintura de Vassarely. Nós nos movemos como se não tivéssemos sombra e como se esse fato atroz não nos importasse.
Noturno do Chile, de Roberto Bolaño
maio 03, 2009
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