dezembro 31, 2008

Feliz oportunidade de vida nova para todo mundo! Que venha 2009! Especialmente, com inovação e revolução!

dezembro 30, 2008

sejam bem-vindos
ao meu coração
compartilhar essa alegria
me faz feliz

quando a paz
em nós se aninha
não estamos sós

entrem nesta casa
ponham-se à feição
o coração é um porto amigo
e nele é sempre assim

águas de ternura
risos de verão
e a mornura
de quem prova
damascos e manhãs

Delicadezas do espanto, de Sergio Napp

dezembro 29, 2008

Pronto. Meu fim de ano está pronto. Glasvegas me pegou pelo pé. E não vai largar mais. Graças a Deus. ÊÊÊ! Vou ali abrir uma champanhe. Afinal, já são quase seis e meia. Pôxa...

Estava devendo esse post há algum tempo. Mas vamos lá: que essa é a semana de recuperação. Última semana do ano. Então, eis que em dezembro, durante o lançamento de O professor de botânica, do Samir Machado de Machado, a Não Editora também aproveitou para promover outra estréia: Cadernos de Não-Ficção. Idealizado pelo Antônio Xerxenesky, Não-editor que também assumiu a responsabilidade pela publicação, o Cadernos "nasceu de um trágico suicídio e cresceu para se tornar um veículo de divulgação de pensamento crítico e literário" (leia o excelente editorial do Tony). Com projeto gráfico e editoração do Samir, a primeira edição traz um dossiê de David Foster Wallace, escritor que se suicidou em setembro desse ano. O número 1 do Caderno apresenta textos de Pedro Silveira, Vivian Nickel, Gustavo Faraon, Fernando Silva e Silva, Milton Colonetti, Alexandre Rodrigues, Gabriela Linck, Breno Kümmel, José Carlos Silvestre e Daniel Galera.

O projeto gráfico (como sempre) está matador. Dá quase uma pena de saber que o material nunca será impresso. Mas a qualidade dos textos supera esse fato. Feito o convite, viva essa experiência com a gente. Escolha aí a melhor forma:

- PDF. Melhor versão para imprimir. Lembrando: por sua conta e risco. Clique aqui.

- Paginado. Tenha a sensação de virar as páginas. Clique aqui.

Que horas seriam? A mulher parecia dormir naquela cama que mais parece um altar, uma engenhoca de alavancas. Ele passará a vida gostando de engenhocas - é um relojoeiro. Dedica um minuto para descobrir como aquilo funciona: uma manivela na proa, como de um Ford Bigode, comanda o guindaste. Uma enfermeira chega e se vai - não há muitos sorrisos, mas é assim mesmo que funciona a máquina, com a exata eficiência. Ele se aproxima, tímido, da mulher, já de tranqüilos olhos abertos, e teme que ela espere dele alguma efusão sentimental ou amorosa, o que sempre o desajeita, defensivo. Sempre teve alguma ponta de dificuldade para lidar com o afeto. Ele prefere a suavidade do humor ao ridículo do amor, mas disso não sabe ainda, pernas muito fracas para o peso da alma.

O filho eterno, de Cristóvão Tezza

dezembro 26, 2008

Seca os cabelos ao vento sugado pela janela escancarada. Mechas de um lado para o outro, a cabeça se jogando até enjoar na parte de cima do estômago e provocar uma pontada na têmpora direita. Sempre a direita. Senta. Liga o notebook e começa a redigir algumas linhas, batendo o pé no chão, acompanhando a música e o ritmo do teclado. Vai sair hoje à noite. A temperatura está agradável. E seu espírito de porco manda dizer tudo ok, obrigado. Desliga o equipamento. E se joga no sofá. Para acompanhar, se esgueirando e levantando o corpo até provocar a tremedeira geral, o sol que se despede longe, na água com pequenas ondas embaladas pelo ar agitado. Porto Alegre. Ainda. Alegre.

dezembro 25, 2008

Manhã de Natal. E eu, assim como todas as crianças do planeta, também estava aprendendo a mexer com meu brinquedo novo. Então, fiquem com os passarinhos tomando banho de sol...

dezembro 24, 2008

O Papai Noel chegou.

Estamos aqui dançando. Pra lá, pra cá. Yeah! Yeah!! Então, é nesse espírito que quero desejar um Feliz Natal para todas as pessoas de bem que eu conheço e que visitam regularmente esse pseudo-insano-literário-jornalístico-gonzo-privê espaço.

Feliz Natal para todo mundo! Dance ao redor da árvore! Dedique um brinde que faça a diferença! Abrace um amigo! Ou um poste! Só não vale acabar na sarjeta ou esquecer de passar o fio-dental!

De resto: presentes, felicidade, Freixenet e muito rock pra todo mundo!

Aproveite e dance um pouco aí!

Feliz Natal!

dezembro 23, 2008

Ouve os primeiros acordes da música. Reconhece. Aumenta o volume para acompanhar. E quando a voz inicia, aquele arrepio familiar percorre o corpo todo. Uma jóia.

Uma pérola como uma página bem escrita.
Um diamante como uma música forte.
Baú de tesouros da vida.

dezembro 22, 2008

"Por fim tornaram-se estranhos, seus passados foram esquecidos. Eram também estranhos para si próprios, pois já não lembravam quem eram nem onde estavam. A porta da biblioteca era espessa e barrava todos os sons comuns que poderiam tê-los lembrado, tê-los contido. Estava além do presente, fora do tempo, sem lembranças e sem futuro. Só existiam as sensações que tudo obliteravam, mais e mais intensas, e ao som de pano sobre pano e pele sobre pano, e braços e pernas deslizando uns contra os outros naquele corpo-a-corpo sensual. A experiência dele era limitada; sabia apenas, de segunda mão, que não era necessário que se deitassem. Quanto a ela, além de todos os filmes que tinha visto e dos romances e poemas que tinha lido, não tinha experiência nenhuma. Apesar dessas limitações, não se surpreenderam de ver que sabiam muito bem de que necessitavam."

Reparação, de Ian McEwan

dezembro 21, 2008

Extra! Extra! Edição extra da News da Não Editora. Com a notícia sobre a conquista do Açorianos e a nossa parceria com a Livraria Cultura (20% de desconto em todos os livros da Não até 31 de janeiro). Corram! Ou melhor: leiam e depois corram!!!

dezembro 19, 2008

Mais um café da vida. Dia importante ontem. Em que novos rumos começam a esboçar novas idéias. Novo. Está aí uma palavra que vale sempre.

dezembro 17, 2008

Aparentava mais de 80 anos. As costas curvadas, alpargatas nos pés adornados por veias azuis e arroxeadas. O segurança do shopping ajudou a colocar o carrinho de compras próximo da mesa de dois lugares. Ela não quis ver o cardápio. Disse, de forma ríspida, direta, que precisava comer rápido, pois tinha um compromisso. Aula. E, ao que parecia ser uma reclamação, ou manifestação de humor mau, veio o complemento com o pedido: "tem milkshake? De morango? Ah, então quero um com calda de chocolate. E, por favor, não esquece o chantilly!" Da mesa ao lado, eu, que já tinha largado o meu livro, sorri. E compartilhei o sorriso com um senhor que estava no caixa e com moça que atendia no café. Um momento bom...

dezembro 16, 2008

Agora é o momento de agradecer.
Aos amigos que compram os nossos livros.
Aos autores que editaram pela gente.
À imprensa que nos dá apoio.
Aos interessados que gostam do nosso trabalho.
Ao pessoal que manda e-mails e originais todos os dias.
Ao grupo de editores que, mais do que colegas no trabalho pela literatura, são verdadeiros amigos!

Obrigada a todo mundo!
A Não Editora é Editora Destaque do Ano de 2008 pelo Prêmio Açorianos de Literatura!!

Todos os vencedores da edição 2008 no palco. No canto direito, Samir, Guilherme e Antônio. No centro, Rosp (com o troféu), eu e Rafael. Todos os Não-editores!

Pós-cerimônia: Rosp, Rafael, eu, Samir, Antônio e Guilherme. Dá-lhe Não!

Eu e o troféu. Pesado. Mas gratificante. Com certeza: a conquista do ano!

dezembro 15, 2008

Prêmio Açorianos de Literatura.
A-hã.
É hoje. Às 20h30min.
Tô nervosa.
Flashes na TVCom a partir das 21h. No Camarote.
Ansiosa.
Três finalistas da Não Editora: Antônio Xerxenesky, Carol Bensimon e Diego Grando.
Tô na torcida!
Vai que a Não Editora também leva um.
Estarei na cerimônia.
Sorte!

dezembro 14, 2008

Continuei ouvindo como se estivesse interessada em seus elogios, mas estava absorta em minhas próprias observações: o modo como falava quase o tempo todo olhando para o lado, não como se fitasse algo atrás da minha cabeça mas para o lado mesmo, a noventa graus de mim, porém me encarando de vez em quando com uma incrível intensidade, os olhos negros bem abertos, redondos, um olhar do qual era impossível desviar até que ele próprio decidisse romper o elo; sua boca cheia e um pouco escura; o rosto que trazia à mente a infinidade de músculos faciais que passamos a vida ignorando existir; a camisa branca impecável por baixo da jaqueta gasta e as ondas de seriedade que emanavam dele. Não parecia alguém que faria uma brincadeira. Cada palavra que enunciava vinha com a garantia de ter sido escolhida a dedo, de conter um significado que não podia ser ignorado. Pensei que daria um pai chatíssimo.

Cordilheira, de Daniel Galera

dezembro 13, 2008

Daqui, olho a janela. Posição cômoda. Esperando a chuva ou o destino. O que primeiro vier.

Fui tão ágil quanto meu corpo permitiu. E rápida: antes de pensar tinha feito. Abri a janela da área de serviço. Estiquei o braço e, facilmente, empurrei a janela do apartamento vizinho. Com cuidado. Com atenção. Não chovia, nem ventava. Tudo estava silencioso. Terceiro andar do prédio. Analisei o espaço: uma queda e tanto. Apoiei o pé direito no bujão de gás e me agarrei na esquadria da janela. Agora, os dois pés na janela. Girei o corpo, fiquei de costas para a rua. Mão esquerda no vizinho. Pé esquerdo. Mão direita. Pé direito. De um salto, aterrissei na outra área de serviço. Apartamento estranho. Objetos desconhecidos. Atmosfera nunca explorada. Cruzei toda a cozinha. Chegando ao corredor, avistei a pequena sala à esquerda. Televisão, DVD, sofá, abajur. E a porta principal do apartamento do outro lado. Peguei o molho de chaves, encaixei uma e girei a fechadura. Ao abrir a porta, devagar, fui recebida pelos gritos da vizinha. Com os braços ao alto, agradecia a minha peripécia de pular pela janela e tentar abrir a porta pelo lado de dentro. A senhora já estava exausta no corredor do prédio há quase duas horas por conta da porta emperrada. Me diz aí: nada como ter uma vizinha aventureira como eu, hein? Só não contem pros meus pais que eu fiz isso. Mesmo trintona, tenho certeza que a tunda de laço ia sobrar por aqui.

dezembro 12, 2008

Descabelada e com os olhos meios vesgos. Um charme. Voz empostada, com direito a mexidinha no ombro e uma cara final de "puta que pariu, mas escrevia esse louco, hein!". Enfim. Uma leitura quase dramática. Estou lá eu: trecho 577 do projeto Mil Casmurros.

Confiram em www.milcasmurros.com.br/trechos/577.

Coisa mais linda.

Nossos olhos se cruzaram. Ele, na esquina. Eu, dentro do carro parado na sinaleira. Ele me encarava. Eu tentava disfarçar o constrangimento. Ele continuou. Eu desliguei o celular e guardei na bolsa. Ele, guarda de trânsito, pegou o bloco de papel e anotou a minha placa. Eu, cidadã desrespeitosa das leis, já comecei a calcular o prejuízo da multa...

dezembro 09, 2008

Show e sessão de autógrafos do Napp ontem na Livraria Cultura.

Com direito a agradecimento para mim, que me emocionou o coração.

Lindo, lindo.

Amigo de uma vida, porque não é de tempo, mas é pra sempre.

Eu também dou uma salva de palmas a Deus por existires, Sergio Napp.

Nas fotos, eu, Napp e Mr. Flag.

E Déia e eu perto da reprodução do artigo do Juarez Fonseca sobre o Napp que saiu na última edição da revista Aplauso.

dezembro 07, 2008

A mãe reagia num silêncio desapontado. Ou melhor, num silêncio de surpresa, como se o comportamento dele fosse gratuito, incoerente. O número durava dias, ela dando boa-noite apenas para Bruno e para mim, o pai olhando fixo para o prato. Ele não nos dirigia uma única palavra. Mais tarde ele aparecia com alguma novidade, algo que lera ou ouvira falar e que nada tinha a ver com nenhum interesse meu ou de Bruno ou de qualquer pessoa que tivesse recém assistido a cena: na manhã seguinte teríamos de voltar à mesa, e era preciso esquecer o estado da mãe depois de cada uma das explosões, quando o pai perdia as estribeiras com ela.

O segundo tempo, de Michel Laub

dezembro 06, 2008

Nova edição da newsletter da Não. Destaque para o lançamento do Samir na quarta-feira e as indicações da editora no Prêmio Açorianos de Literatura. Cliquem para ler e compareçam!!

dezembro 04, 2008

dezembro 02, 2008

Ontem, Mr. Flag alugou O banheiro do Papa. Mas, depois da janta, encontrei no Telecine Cult um documentário sobre The Who. A banda. My generation. Obviamente, assistimos. Porque sou enlouquecida por roqueiros que quebram instrumentos e curtem drogas. Embora seja conservadora e uma das pessoas mais caretas do mundo. E tenha mais idade psicológica que minha mãe. Amém. E viva o rock.

dezembro 01, 2008

novembro 30, 2008

Encontrei uma voz. Paciente, no início, falava manso perto do meu ouvido. Como não escutei, aumentou o tom. Depois, passou a gritar. Tentei sufocá-la com o travesseiro. Mas ainda ouvia seu desespero abafado. Uma vez livre, continuava gritando a mesma frase. Tenho certeza que ela fez o bairro inteiro ouvir: "Está perdendo tempo, sua idiota!"

Agora, resolvi ouvir a voz. E tentar recuperar esse tempo.

novembro 27, 2008

Sempre está chovendo em alguma parte do mundo, eu digo.

É um pensamento que me acalma, a proximidade da água, a transformação de um fenômeno da natureza metamorfoseado magicamente em bênção, o modo como a chuva ameniza a feiúra do concreto. Um dia de chuva acrescenta-me a sensação de limpeza. Há bondade no ozônio.

Ele ri, meio desnorteado, olha para os cantos, até encontrar as quarenta e quatro fotografias de Caio, 15 x 20, em preto-e-branco, dispostas por Ceres, lado a lado na parede verde. Olho para o Ciclista. Tenho vontade de perguntar o que ele faz nos dias de chuva. Acho engraçado perceber a bênção de uns transformada na maldição de outros.

Assim é a vida.


O ciclista, de Walther Moreira Santos

novembro 25, 2008

Acompanhe comigo... No três... Um, dois, três!

Sexta-feira
Oi, Buenos Aires!
Aeroporto
Caesar Park Silver
9 de Julio
Obelisco
Corrientes
Florida (Galeria Pacifico)
Plaza de Mayo
Casa Rosada
Av. de Mayo
Café Tortoni (nosso lanche da manhã)
El Caustro (dica do Napp – restaurante mágico dentro de um convento, logo atrás da Galeria Pacífico. Divino!)
El Ateneo
Obelisco
Caesar Park Silver (soninho de duas horas, já que havia dormido só três horas na noite anterior)
Obeslico
Puerto Madero (jantar no Cabaña Las Lilas, também dica do Napp).

Sábado
Obelisco (de novo o pátio de casa)
Teatro Colón
Callao X Alvear
Recoleta
Basílica Nuestra Señora del Pilar
Centro Cultural Recoleta
Cemeterio de La Recoleta
Calle Vicente López
Locos por el fútbol
Plaza Francia
Museu Nacional de Bellas Artes (Muito lindo! Vi Rodin, Pollock, Picasso, Chagall, Miró, Modigliani, Kandinsky, De Chirico, Degas, Monet, Cezanne, Renoir, Delacroix, Manet, Lautrec, Van Gogh, Gauguin... ufa)
Floralis Generica (a flor metálica e gigantesca, feita por um artista plástico em homenagem à cidade)
Buenos Aires Design
Hard Rock Cafe (nosso almoço)
Freddo (sorvete de sobremesa)
Plaza San Martin
Malba (Chique... Vi Diego Rivera, Tarsila do Amaral – meu Abaporu de novo pela segunda vez nesse ano -, Xul Solar, Di Cavalcanti, Hélio Oiticica – e outros muitos brasileiros -, Portinari, Fernando Botero e Frida Kahlo)
Palermo Viejo
Plaza Cortázar (compras, compras!!)
Casa de Borges
Obelisco
Caesar Park Silver
Puerto Madero (jantar no Sorrento)

Domingo
Museo La Pasión Boquense (tour completa também pelo estádio)
Caminito
San Telmo
Feira de San Telmo
La Vieja Rotigeria (lomo e papas fritas no nosso almoço)
Mercado San Telmo
Corrientes
Havanna (pausa para o café e para encher os bolsos de alfajores)
Obelisco
Caesar Park Silver
Aeroporto
E, tchau, Buenos Aires! Muchas gracias!

novembro 20, 2008

Volto domingo à noite.

novembro 18, 2008





Panelas, frigideiras, colheres de pau e caçarolas. Tremei! O fim está próximo. Se não rolar comida boa, pelo menos sai um som dessa "batera". A formatura é no dia 28 de novembro.

novembro 14, 2008

Quieto, imóvel até as pontas geladas dos dedos, estava novamente confinado ao sepulcro de meus ossos, desejando que a angústia acabasse. Pensei no internato, na voz do professor longe dos meus ouvidos - a água oxigenada misturada ao sangue do rato... -, no animal morto sobre a minha classe, em coisas tolas que agora tomavam novo significado. Os demais garotos pareciam atentos, perplexos ante a química da vida, enquanto eu me indagava sobre a morte, a inércia fatal induzida pelo clorofórmio, a boca entreaberta no último hausto, todos detalhes físicos de que se veste o não existir. Viver, morrer, a verdade que sustenta o paradoxo é uma só, um ciclo perpétuo e inviolável de destinos trançados. A única diferença entre o internato e a estância é que, aqui, os ratos ainda vivem.

Solenar, de Rafael Bán Jacobsen

novembro 13, 2008

novembro 09, 2008

Uma tarde divertida na Feira do Livro. Muitos balões distribuídos, e gente bacana com muito fôlego para ler o poema de Diego Grando (do livro Desencantado carrossel). Na foto, os Não Editores em ação na banca da Livraria Palmarinca.

novembro 08, 2008

Tarde de distribuição de balões na Feira do Livro. Me procure na banca da Palmarinca. A partir das 16h. Fim de tarde de autógrafos do Ficção de polpa 2. Estaremos no térreo do Memorial do RS. Às 18h. Encerrando o dia/noite no Garagem Hermética, show da Volts. Covers de AC/DC, com Mano na batera e Léo na guitar. A partir da meia-noite. No meio de tudo isso, respiro...

novembro 07, 2008

Assisto televisão às segundas-feiras. Às vezes nas quintas. Leio todos os dias. Tomo refrigerante aos domingos, ou também aos sábados se abdico da sobremesa. Pilates faço às segundas e quartas-feiras. Show de rock é quando acontece. E música eu ouço sempre. Passo fio-dental duas vezes ao dia. Dou gargalhada quando estou triste. E escrevo quando a dor é amena. Sim, fazer o que: sou uma mulher de listas de regras.

novembro 06, 2008

Da esquerda para a direita: Não Editora: eu, Rodrigo Rosp, Samir Machado de Machado e Antônio Xerxenesky. Depois o pessoal da Arquipélago e da Libretos.

Manual de sobrevivência da pequena editora

O que faz uma editora pequena sobreviver em um mercado de gigantes? Não falta em Porto Alegre quem tente responder essa pergunta na prática. Com autores novos pipocando e a tecnologia mais acessível, parece mais fácil abrir uma editora. O desafio é outro.
(...)
Mas uma turma numerosa segue no mercado. Há um ano, seis escritores fundaram a Não Editora buscando abrir espaço para novos ficcionistas. Receberam dicas de Tito Montenegro, da Arquipélago, fundada em 2006. Tito, por sua vez, contara com a experiência de Alexandre Ramos, que há oito anos criou a Zouk em São Paulo e, junto com a mulher, Natalie Nogueira, a trouxe para a capital gaúcha em 2005. Hoje, a Zouk tem sede, três funcionários, lança 15 títulos ao ano. E dá lucro.
(...)
É preciso saber onde poupar para não comprometer a qualidade do livro. Luciana Thomé e Rodrigo Rosp, sócios da Não Editora, destacam que não vale a pena economizar papel, espremendo as letras na página, nem descuidar do projeto gráfico ou de uma revisão criteriosa do texto. Sob pena de desagradar leitores, críticos, livreiros e distribuidores – em vez de conquistá-los.

Zero Hora - Caderno da Feira do Livro - 04/novembro/2008

novembro 05, 2008

NÃO EDITORA COM 3 FINALISTAS NO PRÊMIO AÇORIANOS DE LITERATURA 2008!

Então, para esclarecer. A lista de finalistas do Prêmio Açorianos de Literatura, promovido pela Prefeitura de Porto Alegre, foi divulgada hoje. E a Não Editora está disputando o prêmio em três categorias. É muita felicidade! É a notícia do ano para a Não!

Confira abaixo as categorias! E desde já vale a torcida para o Antônio, a Carol e o Diego!!!!

Finalistas:

Categoria NARRATIVA LONGA
Título: Acenos e afagos, João Gilberto Noll, editora Record.
Título: Depois do sexo, Marcelo Carneiro da Cunha, editora Record.
Título: Areia nos dentes, Antônio Xerxenesky, Não Editora.

Categoria CONTO
Título: Alguns procedimentos para ocultar feridas, Juarez Guedes Cruz, editora Movimento.
Título: Pó de Parede, Carol Bensimon, editora Não Editora.
Título: Tocata e Fuga, Luís Dill, editora Bertrand Brasil.

Categoria POESIA
Título: Desencantado Carrossel, Diego Grando, editora Não Editora.
Título: Estrela Boieira - Antero Marques – Organizadores: Valdir Amaral Pinto, Paulo Estivalet Flores Pinto e Miguel Frederico do Espírito Santo, editora EST Edições.
Título: Lunário Perpétuo, Eduardo Dall’Alba, editora Belas Letras e Espaço Engenho e Arte.

Vídeo do poema De um pedinte, de Diego Grando (Desencantado carrossel - Não Editora - 2008). Assiste aí.

novembro 04, 2008

Atrações na Feira do Livro. Destaques na Imprensa. Novidades.

Tudo isso na segunda edição da Não Newsletter, informativo mensal da Não Editora.

Já sabe: clica aí na imagem!

novembro 03, 2008

Eu tenho os dedos das mãos iguais ao da minha avó materna. Penso nisso quando, sem querer, me vejo estranha no reflexo negro da tela do notebook. Como se, por milésimos, essa faceta dela me ocupasse sem pedir licença. E eu tivesse que fazer esforço extra para tirar ela de mim. Afinal, o fato de que eu mexo e faço o que quero com os dedos contradiz a informação de que eles são dela. Embora também exista a rixa, o problema de nunca mais ter falado com ela. E de não ter a vontade. Então, é como se eu abdicasse dessa minha identidade. Peço que saia de mim e não volte. Tomei coragem, e fiz isso. Mas quantos pedaços mais perderei pedindo que as pessoas saiam da minha vida? Cada vez mais chego à conclusão de que sou pedaços de coisas e pessoas que passaram por mim. Como xérox, recorte e colagem. Por isso não tomo mais chuva.

novembro 02, 2008

E foi dada a Não largada na 54ª Feira do Livro de Porto Alegre.

Nós, Não-Editores, passamos rapidamente pelo evento no fim de tarde de sexta-feira. A meta era tirar uma fotografia para a Zero Hora. Todo mundo atento à edição de amanhã do jornal: as Não-carinhas estarão lá.

Além disso, aproveito para convidar todo mundo para as sessões de autógrafos da Não Editora na Feira. Olha os convites aqui embaixo!

De resto, estamos em várias bancas. Mas com promoções especiais na Palmarinca. Ficção de Polpa - Volume 1 e A virgem que não conhecia Picasso com preços barbadinhas. É isso!

outubro 29, 2008

Oi! Passou por Praga nos últimos dias, e a foto ao lado é familiar? Encontrou o Ficção de Polpa - Volume 1 com o link para esse blog? No caso de resposta positiva, clique aí nos comentários e deixa uma mensagem pra mim.

Não passou por Praga? Não conhece o cenário da foto? E não está entendendo a história? No caso de resposta positiva, clica aqui.

E aproveita e visita também o site da Livraria Cultura para conhecer a reedição do livro, agora pela Não Editora.

outubro 27, 2008

outubro 26, 2008

Eu tenho casa. Sim, tenho marido, cama, cozinha, banheiro. Eu tenho a casa da minha família. Com montes de cachorros e todo mundo (feliz ou brigando, mas todo mundo enfim). Eu também tenho a outra família, que é a casa da sogra (mas não nesse sentido). Tenho o escritório. Eu tenho até a mesa que eu mais gosto de tomar café na Livraria Cultura.

Eu tenho tudo isso.

Mas eu não tenho um canto que é meu. Um lugar que eu diga: aqui começa o meu território. Só meu. E vai pra PQP quem quiser fazer qualquer coisa aqui nesse espaço, porque não pode.

Um lugar onde eu possa me isolar. Não porque eu odeio o mundo. Mas porque eu aprendi que quando estou sozinha eu sou eu na décima potência. E isso é bom. E porque eu aprendi que só consigo escrever quando estou sozinha. Cansei de tentar escrever com as pessoas ao meu redor. Isso não funcionou e nunca vai funcionar.

Eu quero escrever. Eu não tenho esse lugar. E, ultimamente, tenho sentido muita falta dele.

outubro 25, 2008

Há quase um ano, pinto as unhas das mãos de vermelho. Vermelho forte, sangue, escuro.

Essa semana, experimentei um branquinho. Paris. Não funcionou. "Que unha é essa? Estranho esse branco..."

Engraçado como uma coisa que não é a gente acaba, por tanta associação, virando marca da gente para os outros.

É pê-a-tê-ê-tê-i-ce-ó.

É novo. Era pra ser sensacional. Mas é pê-a-tê-ê-tê-i-ce-ó.

Não vou dizer o que. Nem onde vocês olham. Não posso me queimar por aqui ou por ali com os outros.

Então, nos encontramos nos jacarandás.

outubro 24, 2008

Quero contar sobre o meu moinho. Por quase uma semana, fiquei parecendo aquelas criaturas lunáticas, que gritam coisas que os outros não entendem, se comunicam com seres invisíveis ou falam línguas do além-mundo. A minha busca era genuína. Incompreensível por muitos (todos...), mas absolutamente genuína.

Contei para o Mr. Flag sobre ela. E questionei sobre o que poderia ser o meu moinho.

Não entendeu? Assim: eu preciso de algo extraordinário para mover a história do meu livro. O que eu tenho agora não é suficiente. Pensa que o mundo é o rio. E as pás do moinho são a representação dos capítulos do meu livro. Eu não quero e nem posso pegar toda a água do rio. Mas, quando os dois se encontrarem, e as pás colherem um pouco da água, a movimentação vai começar, tenho o livro... Eis meu moinho.

Mr. Flag não me falou nada. Nem expliquei de novo.

Perguntei para outras pessoas. Muitas pessoas... E no momento da questão, parecia que a palavra moinho era substituída por santo graal, ET, triângulo das bermudas.

Esqueci. Não, melhor: tudo que fiz foi não esquecer. Pensei na questão por dias e dias sem me concentrar nela. Mas ela estava ali.

E, sim, meu moinho veio na minha direção. Terça-feira à noite. Se apresentou, na realidade, ao meio-dia. Não me dei conta. Foram duas frases que o Mr. Flag falou, às dez da noite, que despertaram um dos maiores insights que já tive.

Coloquei o pijama correndo. E fui para cama. O resultado foram oito páginas de um planejamento alucinante, que vai precisar de muito suor e lágrimas para ficar pronto. Mas que se concretizar um terço do que previ, vai ficar bacana. E diferente. Vamos ver...

outubro 23, 2008

outubro 22, 2008

Sabe quando tu cansa e, simplesmente, não quer trabalhar porque a intenção passa longe de ficar o dia todo escrevendo bobagens sobre empresas e produtos que não têm relação alguma com a tua vida? Sabe quando tu cansa e pensa que, realmente, tem que colocar certas pessoas num limbo e a vontade é gritar para os quatro cantos que os mal-amados e reclamões se afastem de verdade e para sempre? Sabe quando chega a hora de, conseqüentemente, assumir que algumas pessoas fazem mal para a gente e que não pode ser natural insistir em passar tempo ou dar atenção a quem nos machuca e nos agride por motivos que desconhecemos? Sabe quando, também, não adianta tentar fazer tudo e mover montanhas em várias direções e sentidos que mesmo assim as pessoas sempre vão reclamar e achar que merecem mais somente pelo fato de que acham que merecem mais? Sabe quando tu cansa e pensa que, definitivamente, a melhor forma de curar essa ressaca de vida de drinks mornos e fracos é carimbar o passaporte para qualquer lugar e sumir por tempo indefinido? Meu amigo Samir chama isso de mania de perseguição. Eu chamo de saco cheio de tudo que existe.

De volta aos curtos.

outubro 16, 2008

Eu não fui. Mas nossos brinquedos foram hoje no Riverside's e parece que estava ótimo. Na foto, Elmo, designer do Estúdio de Conteúdo. Claro, com a foto do Mano no crachá para enganar e ver se despistava a conta.

outubro 15, 2008

Clicar para ler. Para ler, clicar. Não Newsletter - Nº 1.

outubro 13, 2008

Não-autores na capa da nova edição da revista Aplauso - Antônio Xerxenesky, Carol Bensimon e Diego Grando. Clique na imagem para ler um trecho da matéria. E conhecer a Não-geração.

Então, cedi. Faz parte agora do meu reino um iPod Nano-chromatic prata. Lindo. 8GB. Agradeço ao Mr. Flag pelo presente de Natal adiantado (bem adiantado, hein!). Não tem jeito... Ele não consegue esconder os presentes que vêm da Europa muito tempo... hehehehehehehehe. Obrigada, meu amor!

Agora, tenho que aprender a mexer nesse bichinho... A parte mais fácil que foi abrir o pacote de presente, eu já fiz.

outubro 12, 2008

Eu estava dormindo enquanto os outros sofriam? Estarei dormindo agora? Amanhã, quando eu estiver pensando que acordei, que direi do dia de hoje? Que junto com Estragon, meu amigo, neste lugar, até o cair da noite, eu esperei por Godot? Que Pozzo passou com seu escravo e falou conosco? Sem dúvida. Mas o que haverá de verdade em tudo isso? Ele não saberá nada. Ele falará dos golpes que recebeu e eu lhe darei uma cenoura. Com um pé na cova e um nascimento difícil. Do fundo do buraco, indolentemente, o Coveiro aplica seu fórceps. Temos tempo de envelhecer. O ar está cheio de nossos gritos. Mas o hábito é uma grande surdina. Também para mim alguém está olhando, também sobre mim alguém estará dizendo: Ele está dormindo, ele não sabe nada, deixe-o dormir. Não posso mais continuar. O que foi que eu disse?

Esperando Godot, de Samuel Beckett

outubro 11, 2008

Fui entrevistada pelo Sr. Gustavo Faraon para o jornal CineSemana. Eu e meu Moleskine. Ah, querida Carol Bensimon também.

Para ler, acesse www.cinesemana.com.br e faça o download do PDF com a edição da semana.

outubro 10, 2008

Meu coração... Não sei por que...

outubro 09, 2008

Finalmente alguém me explicou a crise econômica. Óbvio: sem o economês e sem aquelas palavras que (vamos combinar) às vezes não dizem nada.

Acessa o Portal Literal: http://portalliteral.terra.com.br/artigos/entenda-a-crise-economica-sem-economes.

outubro 08, 2008

Esse lançamento reúne alguns fatos inéditos. Será o primeiro lançamento da Não Editora comigo na sociedade (sim, para quem ainda não sabe, sou sócia da Não). E é nosso primeiro lançamento na Livraria Cultura. O livro ficou lindo. E quem se interessar por contos malditos e violentos (sim, olhe a capa, e me diga que não sacou isso), por favor, compareça. Estarei lá fazendo uma bagunça. Como sempre...

outubro 07, 2008

Então eis que me sinto uma blogueira afortunada. Os presentes do exterior continuam a aparecer. Lindos. Pensa comigo: a amiga vai no supermercado (onde, suponho, já seja muito difícil entender o que as embalagens querem dizer), olha um saquinho colorido na prateleira e lembra de mim?

Apresento para vocês um paraíso na Terra. Um lugar com nome esquisito e ao mesmo tempo acolhedor, que abrigou meus amigos Valesca e Dieter. E que (melhor de tudo!) vende saquinhos repletos de balas de goma VERMELHAS. Sim, um verdadeiro sonho para uma verdadeira adoradora de balas de goma vermelhas... Abaixo a prova. Me diz agora: quanto é mesmo uma passagem aérea para Malmöe na Suécia?

Obrigada pela lembrança, querida Valesca.

outubro 06, 2008

Amigo especial. História que merece ser compartilhada. Peripécias de Marcelo nas bibliotecas alemãs. Segue o Mandar pra Lu 3.jpg.

aeeeeeeeeeeeeeeee lu lindona!
ô, olha só, não sei se tu entendeu direitinho, mas eu só achei um livro dele, viu?
conto, pois:

estava eu numa das bibliotecas a estudar e estudar e est..., bem, tu entendeu, solito numa sala DESSE tamanho, em plena sexta de tardita.
dali a pouco desviei e olhei pra prateleira assim, TRI aleatoriamente, e bati os olhos na lombada: PEREC.
rá, lu, pensei!

era uma biografia dele em francês, não entendi lhufas mas tinha umas fotos do cara, daí registrei - aliás em anexo vamos eu e ele, hehe.
daí fiquei ali divagando, tentando ler, uma beleza, meus estudos me esperando e eu ali insistindo.
dali a pouco lembrei dos meus livros que me aguardavam e voltei às vangaurdas européias auf Deutsch.
e daí embalei.
e embalei.
e embalei.

e dali a pouco um tiozinho abriu a porta:
- QUE TÁ FAZENDO AÍ?
- estudando!
- mas tá tudo fechado!
- hein?
- já passou do horário, não tem mais ninguém no prédio! eu nem ia vir aqui, te achei por detalhe. se eu não venho tu fica preso aqui... ATÉ DOMINGO!

bah, tomei uma baita mijada e ainda QUASE passei o finde trancado numa bilbioteca, posso?
teria seu lado divertido, claro, mas não de todo, haha.

daí eu saí e tomei uma Bier por ti e pelo Perec, hehe.

PROST e beijão aí, linda (e saibas que tu tens sido MUITO lembrada pelo amigo aqui),
m.


Saudades tuas, Marcelo. Quando voltar, tem que sair umas Bier por aqui. E a rave... Ah, não me esqueci da rave (hehehehehehehehe).

outubro 05, 2008

Ando em crise de assuntos sérios. Crise de temas para meus contos. Acontece que, então, simplesmente parei de escrever. A notícia boa é que, pela terceira vez no ano, acelerei as leituras. Depois de um ótimo Marçal Aquino, engatei de novo Beckett, com seu Esperando Godot. Daí mesmo que bate o desespero. Claro: quanto tempo vou esperar até realmente fazer alguma coisa? O divino vai iluminar minha cabeça, e vou me tornar criativamente produtiva? Acho que não. O que sei, de verdade, é que acabou o prazo. Essa semana eu vou assistir sem falta Ensaio sobre a Cegueira. Quem sabe amanhã mesmo...

outubro 04, 2008

00 e confirma.

outubro 03, 2008

9 anos de namoro com o Mr. Flag. Namoro? Sim. Hoje. Parabéns Mr. Flag por ser uma fofura e por me agüentar mais excêntrica e enlouquecida do que nunca.

Te amo!

outubro 02, 2008

O título do arquivo é: Mandar pra Lu.jpg

Essa imagem diz muita coisa para mim. Conversa comigo. Mas o que não tem preço, realmente, é um amigo a quilômetros de distância também saber disso.

Marcelo viu Perec na Europa e lembrou de mim.

Lindo! Thanks, amigo!

outubro 01, 2008

O jornal Rascunho, do meu amigo Rogério Pereira, publicou na sua edição de agosto o Decálogo ao Jovem Escritor. Sete autores experientes apresentam seus dez conselhos para os iniciantes. Eu não sei onde está a minha edição, mas o Napp me deu de presente (thanks, sempre-chefe). Matéria preciosa, dicas ainda mais. Segue o meu decálogo preferido.

1. Acredite: não existe inspiração.

2. Escreva. Escreva. Escreva.

3. O talento é a melhor maneira de o escritor estar lento.

4. Conduza sempre caneta e papel no bolso - ou agenda eletrônica: anote tudo o que pensa e quer.

5. Leia muito. Os clássicos, de preferência. Homero, Virgílio, Dante. Mas não esqueça os contemporâneos.

6. Um escritor deve conhecer bem o seu ofício. Estude muito. Estude sempre.

7. As histórias estão bem próximas. Use a memória. Sem medo.

8. Use as condições objetivas: tenha uma boa biblioteca e um lugar reservado para escrever.

9. Um bom prosador deve ler poemas. E um bom poeta deve ler romances, novelas, contos.

10. Seja simples. Mas a simplicidade deve apenas esconder a sofisticação. Aprenda com Machado de Assis, Manuel Bandeira, Carlos Drummond e Autran Dourado.

RAIMUNDO CARRERO é autor de O amor não tem bons sentimentos, Somos pedras que se consomem, entre outros. Vive em Recife (PE) - Jornal Rascunho - Agosto / 2008

setembro 30, 2008

Várias pessoas já disseram que eu não tenho um pingo de juízo, talvez estejam certas. Peguei um martelo e a caixinha de madeira que ganhara meses antes de Lavínia e que permanecia esquecida, acumulando pó, sobre o criado-mudo no quarto. Para um dia de bastante desespero, ela recomendara. Achei que era o caso. Moí a caixa sobre a pia da cozinha. O papel dobrado que encontrei continha uma mensagem curta. Daria um telegrama lacônico e definitivo. Uma notícia primordial de um amor vira-lata. Apenas duas palavras. Escritas numa letra redonda, graciosa, quase infantil.

Amo você.

Entendeu agora por que eu fiquei?


Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino

setembro 29, 2008

O mundo parece lavado. Não limpo. Mas uniformizado, regrado, fórmula repetida à exaustão. Tudo é reproduzido. De bandas que fazem a mesma música (ruim ou boa, deve-se ressaltar) a escritores que escrevem a mesma coisa, com pequenas variações de forma e conteúdo (especialmente os iniciantes, e isso não é uma crítica). A sociedade se tornou uma massa de pensamentos e ações iguais. Abra um livro, uma revista. Escute um CD, uma emissora de rádio. "Já vi isso em algum lugar" será sua frase mais recorrente, caso leve em consideração qualquer nível de pensamento crítico exterior. E vamos além: até que ponto eu mesma não sou uma reprodução (bem ou malfeita) de qualquer padrão existente? Até que ponto as músicas que escuto são as mesmas porque eu me deixo levar? Ou nos meus escritos existe um lopping infinito porque imito sem parar o que leio, cujo imitação também se origina de outro lugar? Até que ponto meus discursos são captados de outras fontes, e saem da minha boca? E por que, mesmo quando tentamos fazer diferente, agir diferente, ver diferente, e aplicamos uma força descomunal para se libertar da lama que prende os pés e suga, a horda massificada é mais forte, e manda a gente calar a boca, porque bom é o que é comum e disseminado, mesmo que ruim? Se fazemos tudo igual, por preguiça de buscar ou pregar o inédito, por que esse meu papo agora seria original? Às vezes acho que só não lemos Made in China nas costas de muita gente porque ainda não estamos olhando direito.

setembro 28, 2008

setembro 24, 2008

Dia de semana. Noite. 21 horas. Eu. Jogada no sofá. Zapeando. Mr. Flag. Pegando as chaves. Abre a porta. E diz: Vou buscar cigarros. Fecha a porta. Mudo de canal. E penso: Mas ele não fuma...

setembro 23, 2008

Estou tão acabada, tão esgotada, tão cansada... que não sobraram forças nem para chorar, nem para dormir, nem para sumir...

setembro 21, 2008

Certa vez, Carlo Marx e eu nos sentamos frente a frente em duas cadeiras, joelho contra joelho, e eu lhe contei um sonho que tivera, com uma estranha figura árabe que me perseguia através do deserto, uma figura da qual eu tentava escapar mas que finalmente me alcançava pouco antes de chegar à Cidade Protetora. “Quem era?”, perguntou Carlo. Refletimos. Sugeri que talvez fosse eu mesmo vestindo um manto. Não era isso. Algo, alguém, algum espírito nos perseguia, a todos nós, através do deserto da vida, e estava determinado a nos apanhar antes que alcançássemos o paraíso. Naturalmente, agora que reflito sobre isso, trata-se apenas da morte: a morte vai nos surpreender antes do paraíso. A única coisa pela qual ansiamos em nossos dias de vida, e que nos faz gemer e suspirar e nos submetermos a todos os tipos de náuseas singelas, é a lembrança de uma alegria perdida que provavelmente foi experimentada no útero e que somente poderá ser reproduzida (apesar de odiarmos admitir isso) na morte. Mas quem quer morrer? No desenrolar dos acontecimentos eu continuava pensando naquilo no fundo da minha mente. Contei tudo a Dean e ele, instantaneamente, reconheceu nisso um puro e simples desejo de morte, e já que a vida é uma só, ele, muito acertadamente, não queria se deter nesse tema; e acabei concordando com ele.

On the road – Pé na estrada, de Jack Kerouac

setembro 17, 2008

setembro 16, 2008

Agora, o Mr. Flag quer me proibir de falar com estranhos na rua. Absurdo! Imagina... Só porque um cara me pediu em casamento na frente do Zaffari ontem...

setembro 15, 2008

Eu comi tanta bala de goma que fiquei surda do ouvido direito. O maravilhoso mundo das patologias causadas por abuso de açúcar. Aliás, se a melhor de todas é a vermelha, por que o supermercado não tem saquinhos só com elas? Tipo versão "special"?

setembro 14, 2008

Tô na TPM. Tô doente. Tô cansada. Tô chateada. Tô meio assim pra qualquer coisa. E lá vem a segunda-feira. Sorte que dormi até tarde hoje. Legal que visitei meus pais. E tri bacana que encontrei o Napp na Cultura para bater papo sobre livros por quase duas horas.

Tô indo agora. Vou ler um pouco. Bom é que até livro novo eu comprei. Mais Beckett.

setembro 12, 2008

Eu queria escrever sobre o que uma amiga fez. Não posso. Ela lê o blog.

Queria escrever sobre o que um amigo não fez. Não dá. Ele também é leitor.

Ou o que descobri a respeito de outra pessoa. Impossível.

Ou ainda contar o que o Mr. Flag disse. Adivinha? A-hã.

Droga de segredos.

Bodega fechada por hoje.

Ê, sexta-feira.

setembro 09, 2008

Proibido falar comigo. Isso! Interessante é que recebo alertas astrológicos por e-mail. E, em algumas vezes, eles são aterradores. Mesmo assim, não consigo prevenir ou mudar o rumo da catástrofe. Como lendas, histórias, profecias. Édipo sabia da profecia, e foi justo para a estrada e matou o próprio pai. AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH! Eu também não consegui evitar essa. A previsão me alertava sobre brigar com Deus e o mundo. Briguei. Até encerrar esse ciclo (mais dois dias, eu acho... não tenho certeza, pois destrui as provas do alerta), adotei o laconismo. É sim ou não. Aboli o talvez – ele dá margens a explicações longuíssimas. Então, não falem comigo. Evitem ligar para o meu celular. Durante o período está incentivado o uso de SMS e e-mails (esse com moderação). Evite o contato. A não ser que você me conheça muito bem, já tenha recebido o treinamento para esses casos de emergência, e saiba exatamente como agir comigo. Caso contrário, afaste-se. Essa é a profecia da semana...


Show do Hives ontem. Impressionante. Gostei muito. Teve de tudo (literalmente...). E valeu todos os decibéis, mesmo com a perda parcial de audição por todo o dia de hoje. Ah, o rock...

setembro 07, 2008

setembro 04, 2008

Orgulho do meu coração!

setembro 02, 2008

Mr. Flag está, de forma exlusiva, na Expointer. E eu sem tempo até mesmo para publicar piadas e assemelhados no blog sobre vacas, ovelhas, bois, emas e outros visitantes não menos ilustres do evento.

Ai, ai...

Em tempo: Sergio Napp recebe hoje, também em Esteio, a homenagem da 11ª edição do Troféu Guri. Dizem que é na categoria melhor topete. Mas eu não sei, não. Dá-lhe Nappito!

agosto 26, 2008

Eu gastei os tubos esse mês. Preciso (tenho, necessito, socorro) ficar mais de uma semana sem gastar nada. Nada. Vazio. Zero. Nulo.

Ficar uma semana em casa, talvez? Hummmmm...

agosto 25, 2008

Napp: uma parte da noite = 256 palavras.
E doeu.
É desumano produzir 500 palavras por dia.
Né não?

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...

agosto 15, 2008

Spitting in a wishing well
Blown to hell... crash
I'm the last splash
I know you, little libertine
I know you're a real koo koo

agosto 12, 2008

Porque, no fim das contas, é isso mesmo que eu sou. Uma boneca Blythe com os olhos esbugalhados e corpo pequeno, que todo mundo pensa que é estranha, mas ninguém tem idéia da verdade. Porque eu estou de saco cheio dessa merda toda. Mesmo, de verdade. Acho que eu e minhas amigas vamos dar uma volta por aí. Talvez não volte.

agosto 11, 2008

A folha branca é um desafio tão grande quanto a agenda branca, o tempo livre, o sem-compromisso. Pode-se ser gênio, criar uma coisa nova. Pode-se desperdiçar tudo, jogar fora, criar algo inútil. Ou pode-se não fazer nada. Absolutamente nada. Eu fiz nada, nadinha, a noite inteira hoje.

agosto 08, 2008


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agosto 07, 2008

Eu comecei a delirar. Cozinhava e, ao mesmo tempo, serrava madeiras para montar o restaurante onde serviria as pessoas depois. E mexia o arroz, e pintava a parede de preto com bolinhas brancas. Às vezes, rosa. Pedi o termômetro. Olhei o relógio. 39 graus. 2 da manhã. Comecei a tremer. Minha carne como gelo. Brrrrrrrr... Sem parar. Mr. Flag, no desespero, meteu uma colher cheia de mel na minha boca. Mel de Tio Hugo. Na hora, meu desespero maior foi sequer imaginar de onde ele tirou aquele vidro cheio de mel de Tio Hugo. Onde fica essa cidade afinal? A gosma aliviou a dor na garganta. Em seguida, ele trouxe Naldecon noite. Engoli rápido. E, enquanto finalmente apagava, larguei baldes de tinta, pincel e serrote, e só pensei: devia ter me entupido de remédios antes... Por que fui escutar o Dr. Drauzio? Drogas, eu preciso de drogas!!! Acordei melhor ontem. E acordei beeeeem melhor hoje. Imagina amanhã, então... Bah!

agosto 04, 2008

FILOSOFIA. Depois de fazer os procedimentos por três vezes na dermatologista, resolvo perguntar:

- E aí, Elio? Acha que está fazendo efeito no meu rosto?

- Sim, Lu. Está.

Homens e suas respostas objetivas. Para ter certeza, insisto.

- Como? Que tipo de efeito? Me fala!

- Assim: parece que tu usou Photoshop da vida real.

Sutileza, Mr. Flag. Sutileza.

agosto 03, 2008

- Senhora, há quatro facas em sua bolsa.

Olhei assustada para o operador do raio-x do aeroporto de Congonhas. Logo, me lembrei dos quatro abridores de carta em forma de punhal que o Mano comprou no bairro Liberdade.

- Vai ter que despachar novamente no check-in.

Tentei ser ágil e simpática, frente a uma verdadeira trapalhada minha. Mas o que se seguiu foi pior. Peguei a bolsa com as "facas" e saí da área de embarque. Expliquei a situação à controladora da porta, e ela me deixou passar. O Mano seguiu atrás. Atravessei o corredor e peguei a escada rolante para descer. E, antes de chegar no térreo, me dei conta de que o ombro estava leve demais. Eu havia deixado a minha bolsa no raio-x. A bolsa que TODO mundo diz que é pesada. Mas o motivo disso é que ela possui TUDO:

Carteira, documentos, dinheiro, celular, rádio, livro, maquiagem, filtro solar 60, máquina fotográfica, santinhos, colírio, moleskine e grandes outros detalhes da minha pequena vida.

Saí correndo pelo aeroporto. A tiazinha da porta me deixou passar direto e o tio do raio-x foi dizendo que a bolsa não estava lá. Gelei. Ardi. Esfriei. Sucumbi. Para cima e para baixo em decolagens e aterrissagens lancinantes.

Até que um outro passageiro disse:

- É essa aqui?

E lá estava ela, no final da esteira, empurrada pelas bandejas plásticas e outras bolsas. E daí, depois de dois minutos e cinqüenta metros, eu respirei. E ainda ouvi:

- A-hã. Essa é a moça que tinha as quatro facas na bolsa.

agosto 02, 2008

Amigos de São Paulo e Rio de Janeiro:

Nas próximas semanas, a Não Editora participa de eventos e lança seus livros nas duas cidades. Quem puder, compareça e prestigie. Seguem os e-flyers.


agosto 01, 2008

O lugar estava lotado. E talvez não contasse com a estrutura ideal para um show como esse. Mas considerando os espaços para shows que temos em Porto Alegre... Então, Muse supera as expectativas de fãs. Superou a minha. O show foi histórico. Como se as músicas fossem criadas para a sua versão palco. E o Muse é uma banda que não decepciona ao vivo. Pelo contrário. Surpreende o público com interações no telão, canhões de fumaça e balões gigantes jogados na platéia. Uma verdadeira performance. Então, é o seguinte... Meu senhor, minha senhora. Se você já sabe o que o Muse faz na sala de estar da sua casa, imagina num palco, se apresentando para mais de três mil pessoas... Sim. Não tem preço, comparação, concorrência. É único.

julho 31, 2008

Cheguei em São Paulo hoje. À noite, Muse.

julho 25, 2008

Marcelinho, eu quero um emprego desses... hehehehehe

julho 21, 2008

Eu abri os olhos, e estava com dor de cabeça. Sentindo pedra no lugar de ombros, e chumbo na testa, nas têmporas, e também naquela parte mais torta do osso. Dor, enjôo. Levantei da cama e senti uma náusea incontrolável. Expeli uma parte pela boca, contorcendo o estômago. E fui deitar de novo. Liguei para o trabalho e falei para as meninas que estava mal. Que iria mais tarde, mas estava com o celular para qualquer emergência. A primeira delas era cuidar um pouco de mim. Dormi até tarde. Onze horas. Levantei da cama, e acionei o piloto automático, de baterias fracas e sem chance de recarregar. Me arrumei. Devagar, segurando o topo da cabeça, fui até o escritório. Olhei os e-mails. Acho que respondi alguns. Paguei uma conta e fiz uma transferência no banco. Não me lembro muito bem de tudo. Revisei alguns materiais, e encaminhei tudo o que era urgente. Às quatro e quinze, eu disse não agüento mais. E fui embora. Dormi até aliviar. Até acordar, e ver a enxaqueca desistir de mim, subir na janela e pular do terceiro andar.

julho 17, 2008

Às vezes, a vida é como carnaval. Em outras, lembra funeral.

julho 16, 2008

E aí, boneca!

julho 14, 2008

Em algumas horas, a única coisa que se quer é ouvir. Pode ser um desaforo, que pega de surpresa, tipo tapa na cara. Deixa aquela cara de boba no final, mais morrendo de vergonha do que chateada. Pode ser declaração, que emociona, como salto de bungee jump. Deixa o rosto corado e o peito querendo ganhar o mundo. Pode ser desabafo, que acompanha lágrimas e emoção. Deixa os olhos distantes, cultuando um companheirismo necessário. Mas precisa ser alguma coisa. Sempre. Mesmo que sem voz, traga só batucada. Mesmo que sem vontade. Mesmo que seja sim. Mesmo que não.

julho 11, 2008

julho 10, 2008

Queria sair para dançar. Com os pezinhos. A cabeça balançando. E música altíssima. Dançar de verdade. Porque estou cansada dessa vida que só me faz dançar em outros sentidos.

julho 08, 2008

julho 07, 2008

julho 06, 2008

Domingo de sol. Dia de visita ao Museu Iberê Camargo com a Sassá. O lugar está incrível e justifica o passeio. Sempre gostei da obra do Iberê, e o projeto do arquiteto Álvaro Siza é mais do que uma homenagem ao pintor. É uma forma de também enquadrar a cidade de Porto Alegre como uma obra de arte. Os quadros são lindos. Mas as janelas que apresentam o Guaíba e a paisagem que começa na ponta da Usina do Gasômetro é que causam engarrafamentos no corredor. O estacionamento é um pouco salgado. No entanto, o cardápio do Press Café compensa (fui de carioca duplo e tortinha de maçã). E, de brinde, o sempre familiar e confortante pôr-do-sol.

julho 05, 2008

Filme lindo. Sensível, inteligente. Com personagens que te conquistam no primeiro segundo. Comecei meu fim de semana muito bem.

julho 04, 2008

julho 03, 2008

Uma Troller bateu no Vectra da Mari, minha irmã, na Av. Aureliano Figueiredo Pinto. Entre as duas portas, no lado do carona. A Mari bateu a cabeça no vidro, a Pituca voou do banco, e a Leslie quebrou duas costelas. Todas estão bem. Menos o motorista da Troller, que fugiu do local sem prestar socorro. Com alguém ele vai se entender, porque a placa dele caiu e um Brigadiano encontrou no asfalto.

O trânsito anda um faroeste. Mesmo com a lei de tolerância zero ao álcool, a coisa está feia. Ou pior, talvez. Porque se bebeu e bateu, muitos optam erradamente por se tornar fugitivos do bafômetro.

O que alguns esquecem é que motoristas são PESSOAS. E não CRASH TEST DUMMIES. Cuidado no trânsito, povo!

julho 02, 2008