dezembro 29, 2004

No mundo moderno, as pessoas maximizam todas as coisas. No mundo atual, um simples desvio de olhar pode representar um tapa na cara. Um simples desvio do olhar / igual / tapa na cara. Parece fácil dizer e desdizer. Até mentir ficou natural para todos. Hey! Eu odeio mentiras! Mas fácil, fácil mesmo, é ligar para os bombeiros. E lá vem o escândalo: vizinhos se amontoavam na entrada do estacionamento do prédio. Eu e Mr. Flag quase fomos linchados por tentar passar. "Com licença, com licença"... ia dizendo o Palio. Vizinhos apontavam para a janela. Eu olhava e não enxergava nada. Mr. Flag nem ligou. E até mesmo brincou comigo quando eu avisei que estava ouvindo sirenes: "Tá pensando o quê? Que agora um caminhão vai subir na contramão? Da Silva Jardim?" Eis amigos, que olho pela janela, e avisto um caminhão dos bombeiros, com milhares de sirenes desesperadamente gritantes e cinco homens absolutamente parametados, subindo a Silva Jardim... Na contramão. Pararam na frente do meu prédio. Desceram com pose de heróis. Os vizinhos quase batendo palmas. Apontaram para a janela. Eu pensei: "Estou salva, mas nem sei do quê". Eles subiram pelas escadas. E milagrosamente, um minuto depois, desceram todos. Pela cara do bombeiro vi que a coisa estava feia. Sim, para a vizinha que os chamou. Pelo movimento dos lábios, pude entender duas palavras: Jimo gás. Realmente: chamar os bombeiros para salvar baratas é o fim da picada.

dezembro 28, 2004

A coisa toda funciona assim: ainda não é ano novo. Mas praticamente, reformulei minha vida toda. Uma atitude prática e eficiente por dois motivos. 1) o ano novo está aí. Será interessante entrar 2005 com um pé diferente. Um deles pelo menos. 2) Faremos (eu e Mr. Flag) mudanças substanciais em nossa vida. Algumas nuvens se aproximam. E, como sempre estive mais para formiga do que para cigarra, comecei as reestruturações antes que as primeiras gotas alcancem o topo da minha cabeça. Comecei pelo armário. Isto, amigos. Aquelas prateleiras que todo mundo olhava e falava: Nossa! Mas pensava: Que bagunça! Ataquei!!!! Ataquei! Sem dó nem piedade. Foram mais de seis horas selecionando e rasgando papéis. Lendo e triturando folhas. Olhando e aniquilando com tudo. Certo, arquivei algumas coisas. 10% da bagunça. Fui eleita a colecionadora oficial de papéis inúteis da minha casa. A competição incluía somente eu e Mr. Flag. Mas vale ressaltar que também ganhei no quesito faxina mais rápida e responsável. Bem, as coisas irão mudar. Tenho uma pilha de livros para ler. E tenho outras três pilhas para estudar. Me inscrevi em dois concursos que estão caindo de maduro. Entrei de cabeça. A novidade triste é que o blog deverá ser relegado a um quarto plano. Levem em consideração que, além dos estudos, voltarei a ter um segundo emprego. É, mais uma vez a formiguinha se manifestando. A novidade boa é que muitas leituras sempre provocam reações animadoras em mim. Viro uma espécie de escritora compulsiva. Se não conseguir, peço para alguém atualizar o blog a partir dos meus rascunhos ilegíveis. Volto com a mensagem de fim de ano. Assim espero.

dezembro 24, 2004

Das coisas mais simples é que podemos ver o verdadeiro sentimento das pessoas. Hoje trabalhei no período da manhã na Casa de Cultura. Atucanada, como sempre, tentava fazer o máximo possível de coisas, para amenizar o longo tempo de afastamento. Volto a trabalhar somente na terça-feira. Eis que surgiu na porta da minha sala o Seu Vitor. Ele é um senhor humilde, e é responsável por toda a manutenção da CCMQ, de elétrica a hidráulica, do céu aos subterrâneos. Ele me disse: quero te entregar uma lembrança de Natal. Peguei o envelope e lhe dei um abraço. Ao abrir, me deparei com um cartão, com mensagens de fim de ano. E a frase:

"Por você passar por mim todos os dias e me cumprimentar. Vitor."

Vocês não imaginam como eu fiquei emocionada.

Então, é assim, com todo este carinho, humildade e sentimento verdadeiro, que quero desejar a todos, um ótimo Natal e um 2005 incrível. Como todos nós, pessoas de bem, merecemos.

Um grande beijo!

dezembro 12, 2004

Voltei. Empolgada com minha viagem, com a participação no seminário e com os contatos que fiz pelos arredores da Av. Paulista. Tenho várias novidades. Mas não vou contar nada. O trabalho está muito atrasado. Tenho textos para produzir e um artigo sobre o seminário para finalizar. Nestas horas, preciso concordar com o Elio. Faz falta um laptop. Cheguei ontem. Acordei às 5h da manhã, para pegar o vôo das 6h43min e chegar em Porto Alegre às 8h15min. Loucura? Não tive escolha. Precisava comparecer ao meu plantão na CCMQ. O resultado foi que, exatamente às 19h31min, virei a bela adormecida. E nem mesmo meu príncipe encantado foi capaz de me tirar do leito real. Amanhã termino de organizar as anotações, e conto os detalhes da jornada.

dezembro 06, 2004

Abri a janela para pegar um ventinho. Minha vontade de trabalhar deu um pulo e saiu voando. Deve estar em Cassino a esta hora, na cadeira de praia ao lado da minha inspiração. É a greve do cérebro. E ele, antes de cuidar disto, terá de resolver alguns problemas e problemões. Êta semana que começou bem...

Enquanto isto, me deleitei com as atividades braçais. Arrumei o apê, lavei minha roupa, lavei a louça, guardei as roupas e fiz listas para a minha viagem. Nos intervalos, separei o que vou levar para São Paulo. A convite do Itaú Cultural, vou assistir o Seminário Internacional Rumos Jornalismo Cultural. A atividade vai acontecer de 08 a 10 de dezembro. Volto para o Pampa no dia 11 de dezembro. A programação empolga qualquer um que trabalhe com cultura e pode ser consultada no site do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br).

Provavelmente, não terei conexão à Internet neste período. E amanhã estarei enlouquecida de trabalhar para terminar tudo o que está pendente (condição para ficar longe da CCMQ por todos estes dias). Então, até a volta.

dezembro 02, 2004

Uma pergunta: alguém vai estar em São Paulo na semana que vem? Me avisem. Vou estar por lá, de quarta a sexta-feira... Uma felicidade só! De verdade!

novembro 30, 2004

O fim da minha segunda-feira foi de tragédia e comédia. Primeiro: tudo bem, joinha... Assisti lotes de MTV. Descansei. Mas assim que saí da casa dos meus pais, as coisas começaram a acontecer. Passei por um super assalto no Banrisul (da Assis Brasil). Vi uma SAMU socorrer um pobre velhinho (no edifício da Déia). Não consegui lugar para estacionar meu carro (na Bordini) e fiquei 50 minutos esperando (só esperando) a oftalmologista me atender.

Tudo bem, tudo bem. Relaxa. Inspiração. Suspiro... ahhhhhhhhhhh...

A médica me atendeu. Fiz os exames. "Melhor esta, ou esta?" "A anterior". "Melhor esta, ou esta outra?" "Esta". Dez minutos depois e duas brincadeiras de mal gosto da médica, eu estava pronta. Para o quê? Ora, dilatar a pupila.

É neste trecho que iniciamos o "Momento Crianças não façam isto em Casa". A doutora perguntou:
- Posso dilatar sua pupila?
- Pode...
- Está de carro?
- Estou.
- Alguém pode vir te buscar?
- Ahã... ahã... Sim!!!!
- Tem certeza?
- Claaaaaaaro!

Claro que não! O Elio estava ocupadérrimo. Não quis incomodar o pai e a mãe. Estou crescida, pôxa. Então, fiquei uma hora e dez minutos dilatando a pupila. Depois de milhões de luzes irritantes contra os meus olhos, eu estava livre. Fui para casa. Quer dizer, tentei. Só para ter uma idéia: não enxerguei o botão do elevador, para apertar TÉRREO. Segui o instinto. E assim foi para localizar meu carro no estacionamento, dirigir até em casa e conseguir colocar a chave na fechadura do apê.

Uma emoção só. Às onze da noite, eu ainda parecia o Sr. Burns, naquele episódio dos Simpsons em que o Homer o confunde com um E.T. da floresta. Claro, sem a aura radiotiva. Mas a doideira estava lá. Com certeza...

novembro 29, 2004

Sempre tive pavor de segundas-feiras. Sentimento precedido, é claro, pela angústia do domingo à noite. Agora, tudo isto faz parte do passado. Algumas pessoas torcem o nariz. Mas a verdade deve ser dita: não trabalho mais às segundas-feiras. Folga é o meu nome do meio nestes dias. Um verdadeiro luxo.

Confesso que isto não foi uma escolha minha. Trabalho nos fins de semana. No entanto, admito que a troca vale a pena. Por exemplo...

Hoje: acordei às 10h. Tomei um banho demorado. Xampu, condicionador, sabonete mais perfumado do mundo. Depois, sessão completa de hidratante, creme no rosto e perfume... Me arrumei, liguei o som e tomei café da manhã, às 11h. Enganei um pouco, arrumei a cama, fiz a lista dos presentes de Natal que precisarei comprar. Dancei um pouco na frente do espelho. Liguei para a mãe: ?Quer uma visita?? Almocei com os meus pais. Fui comprar um pedal para a bateria do Mano. No meio da tarde vou consultar minha oftalmologista. Às 19h30min, farei minha aula de yoga. Às 20h30min, encontrarei o Elio no buteco da Quintino. Ah.... Que dia.

Com licença, vou assistir um pouco de MTV. Meu tema da oficina está feito. Tenho uma hora completa para relaxar.

novembro 22, 2004

Estou sofrendo da pior crise-criativa dos últimos anos. Começando pelo blog. 50kg. Repleto de teias e sujeira por todos os cantos. Terminando pelo meu tema de casa. Estou bloqueada. Paralisada. Congelada. E tudo mais ADA que existe. Na realidade, o tema é simples. A prosposta é um pouco complexa, mas nada que assuste. O problema, com super P mesmo, é que neste serei exposta. Definitivamente. Todos lerão. Até eu. O que pode consistir no meu primeiro verdadeiro fiasco público textual. Por isto, simplesmente, não tenho idéias. Isto. Aquelas coisinhas essenciais para a vida de qualquer ser. O que vamos comer? Vou no yoga hoje? Que filme vamos alugar? Levo os crisântemos para casa? Ou as margaridas? A Isabela, minha personagem, está em coma. E eu sequer sei qual desses botões liga o aparelho de respiração artificial.

"Desista, minha filha. Tente investir no ramo de pastéis".

Volto quando resolver o enigma.

novembro 20, 2004

Bagasexta lotada = ótemo
Dormir até meio-dia = maravilhoso
Almoçar bem = hummm....
Trabalhar no sábado à tarde = êpa!
Lavar quilos e quilos de roupa = hiii...
Limpar a casa = ai, ai, ai
Ter que agüentar três jogos de futebol simultâneos (na TV, no rádio e walkman)...

Vida de casada não tem preço. Para todo o resto, você sabe o quê.

novembro 14, 2004

Nesta semana, conversei com a Elen. Uma das minhas grandes amigas da época da Gazeta Mercantil RS. Foi um papo breve. Dez minutos. Por telefone. Tempo suficiente para que eu fizesse "N" constatações.

A primeira delas (e principal) é de que a Elen não é mais gaúcha. Talvez nunca tenha sido realmente. Morando em SP desde 1999, ela incorporou os hábitos e sotaques paulistas. Perdi a conta de quantas vezes, neste único telefonema, a ouvi dizer "Porra, meu!" Uma coisa inacreditável. Ela é paulista.

A segunda constatação é de que, em comum, conhecemos muita gente. E que a maioria do pessoal nunca mais se encontrou ou trocou e-mails.

- E o Thiago?
- Ele está na ZH.
- E o Pedro? Quem é este tal de Pedro?
- Aquele baixinho, que era da Economia. Também está na ZH.
- E a Moglia?
- Estava em São Paulo. Acho que voltou.
- E a Isabel? E o Rodrigo?
- Estão na ZH.
- E o Gallas?
- Saiu do Terra. Está estudando.
- E o Paulo Rosa?
- Nunca mais ouvi falar.
- E a Adriana?
- Voltou de Londres e está no Correio.
- E o Fernando?
- Saiu no caderno Donna dia desses.
- E a Tica?
- Está em Bruxelas.
- E o Adriano?
- Estava na Assembléia Legislativa. Agora está no Correio.
- E o Daniel?
- Está dando aulas na Unisinos.
- E a Piti faleceu, né?
- Pois é...

Meu Deus. Como o tempo passa.

novembro 08, 2004

Aquele que não sabe, desconhecendo a essência, vagueia nas escrituras procurando a liberação, assim como o pastor distraído que procura no riacho o cordeiro que está sob seu braço.

Amanaska Yoga, II:20

outubro 26, 2004

Outubro está passando como um raio pela minha vida. Os feriados (falsos por sinal) não adiantam. Estou incrementando os momentos de meditação e indo mais longe nos ásanas. Uma nova pessoa. E novos textos saindo do forno toda a semana. Viu? Estou distante, mas estou trabalhando.

Ok. A 50ª Feira do Livro de Porto Alegre está se aproximando. Como o bolso anda apertado, a saída será aproveitar (na medida do possível e se os horários loucos da programação permitirem) os eventos. Já tenho uma pré-lista:

- A partir do dia 30 de outubro: Novas edições do Jogo de Idéias, do Itaú Cultural, no Teatro Carlos Carvalho da CCMQ

- Dia 09 de novembro: Diogo Mainardi em evento no Teatro Bruno Kiefer da CCMQ. Promoção da Copesul.

- Dia 12 de novembro: Sessão de autógrafos de A Mão do Chefe, obra vencedora do 2º Prêmio Casa de Cultura Mario Quintana. Este livro de contos é do carioca João Paulo Vaz.

Por enquanto é isto. Muita coisa da feira vai acontecer na Casa. Precisarei vencer somente alguns lances de escada. Este é o lance.

setembro 29, 2004

Vivemos uma era de pequenos significantes extremos.

Em que o puxar do gatilho pode acabar com tudo. Um simples movimento do dedo indicador.

Em que um mal-entendido pode acabar com uma amizade de anos. Um simples e-mail de felicitação.

Em que uma assinatura no papel pode acabar com uma família. Um simples sistema de vida injusto demais para quem não tem grana o suficiente. A grana nunca é suficiente.

E as lágrimas podem rolar no rosto. Até secarem. E não há nada que se possa fazer. O tempo está muito rápido. E em segundos torna-se perdido.

E a meditação pode até ajudar. Mas não soluciona. Quando a única vontade que se tem é se atirar de uma ponte.

Porque o ser humano é egoísta. Porque ninguém mais olha para os lados e pergunta: "Você está precisando de ajuda?" Porque efetivamente, ninguém mais olha para ninguém. As pessoas simplesmente apreciam imagens, que podem satisfazer. E que, quando obsoletas, são descartadas. E as criaturas transformam-se em documentos, em fotografias perdidas, em companhias descartáveis, em contas no banco, em impostos e taxas.

Pra que sorrir...

setembro 28, 2004

Shhhhh... Fala baixo. Desse jeito eles vão ouvir...

setembro 26, 2004

- Ouve este blues. Clássico. A música começa, o cara está sentado no fundo do bar, na penumbra. Ele pega um copo com Bourbon, toma um gole e começa a cantar...
- Clichê!
- Como assim? É um clássico.
- Clichê.
- E como seria, então?
- Primeiro, não é um cara. É uma mulher. Perneta. Ela bebe um coquetel de frutas. E, antes de dar o primeiro gole, coloca seu olho de vidro dentro do copo. Ai, ela canta.
- Que violência.
- Ainda não. Ela pode bater no garçom maneta... Então, será violento.

setembro 24, 2004

Estamos aqui. Jogando os nossos cabelos para cima e para baixo. Eu e o Mano. Olhando o DVD do Led Zeppelin. E dançando Rock and Roll.

setembro 23, 2004

- O que aconteceu com o chefe?
- Praticamente nada.
- Como assim? Eu vi ele sangrando!!!
- Não foi nada. Ele reclamou do trabalho atrasado.
- E aí?
- Aí ele bateu a mão na mesa da Nilse e ela cravou a tesoura.
- Bah, que horror!
- É... Respingou um pouco...

setembro 15, 2004

Sempre fui metida. Era a primeira a fuçar no som ou no aparelho de vídeo novo. A primeira a decorar os números novos da casa. Números novos de celulares. Tudo novo. Tudo na ponta da língua.

Eis que a vida começa a pregar peças. Somente hoje... Somente hoje, depois de oito meses morando com o Elio, consegui decorar o CEP do nosso apartamento. Os oito dígitos mais difíceis da vida. E, detalhe sórdido: só consegui decorar pois a disposição dos números apresenta uma leve seqüência, 230-450...

Ai... ai...

setembro 13, 2004

Tenho realizado diversos trabalhos extras. E as coisas têm melhorado. É isto. Novos projetos aparecendo. E esta é a minha primeira semana de inventividade constante. No entanto, tive uma grandiosa decepção no dia de hoje.

Munida de um espírito adolescente de anos atrás, fui ao shopping logo após o almoço com um amigo. No bolso, a grana preta, de um dos últimos serviços.

Além de um cabeção, o resultado foi a gastura de metade da sola do meu sapato e R$ 3,00 a menos na carteira para pagar o estacionamento. Eis que duas possibilidades são possíveis depois da tentativa: ou possuo uma completa e irrestrita incapacidade de comprar coisas lindas e baratas (vulgo pechinchas imperdíveis...) ou as lojas enlouqueceram de vez.

Eu estava com mais do que um salário mínimo no bolso. E poderia comprar duas blusinhas (que, com certeza, seriam inutilizadas após três lavagens) ou um casaco (que era lindo, super na moda, mas que não cobriria o resto do corpo cujo dinheiro não seria suficiente para esconder).

Céus! Eu ainda estou com o dinheiro. E não sei o que fazer. Alguma dica? Envie um e-mail para e50kg@yahoo.com. Juro guardar segredo...

Eu encontrei este texto no meu computador. Abandonado. Acredito que tenha sido produzido no início de julho...

Este é um tempo de constatações. Acabo pensando mais do que externando. Tudo e qualquer coisa. Então, passei dois fins de semana em Gramado. Um deles acabou comigo, me deixou repleta de dúvidas. O outro renovou minhas energias. Mas continuo achando tudo um pouco estranho. Saco cheio mesmo. Por exemplo, estou achando este blog muito ruim. Por isto parei de escrever um tempo. Não consigo encontrar um programa de televisão decente. E quando ligo o aparelho, me deparo com o comercial-surreal de um xampu com extrato de guaraná. Pego um livro e sou tomada por uma crise de sono. Deito na cama e a preguiça vai embora. Durmo tarde. Acordo mais tarde ainda. Chego atrasada. Estou sempre correndo. As pilhas de trabalho se acumulam na minha frente e eu não faço nada. Fico parada. Contando as nuvens, entrando de vez em quando no Orkut, pensando nos amigos que foram e nos que estão voltando. Ó dúvida cruel: serei mais feliz se largar um dos meus empregos e ficar com minha renda mensal encolhida? Terei mais tempo para planejar novos projetos, executar trabalhos extras, estabelecer parcerias. Será que consigo sobreviver com a grana curta? E me mexer? E fazer acontecer?

Tchán, tchán, tchán, tchán!

A verdade é que, no início de setembro, larguei um dos meus empregos. E dois motivos provocaram o meu afastamento do blog. Um deles foi a correria, para acertar todos os trabalhos pendentes e largar meu cargo de jornalista no Conselho de Administração (CRA/RS). O outro motivo é Isabela. Isto, mesmo... uma mulher. Isabela é minha criação, uma personagem que está acompanhando minha trajetória na Oficina de Criação Literária do Assis Brasil. Fui aceita no início de agosto e, desde então, tenho produzido mais textos no mundo real do que no virtual.

Esta é minha primeira semana longe do CRA/RS. E, como a inspiração de Isabela ainda não apareceu, aproveitei para atualizar o 50kg.

Voltei. Agora será com mais freqüência. Estava com saudades dos meus cinco leitores.

setembro 06, 2004

Eu vou voltar.

Aguardem um pouquinho.

agosto 09, 2004

Sim, esta é a verdade...

- como todos os seres, eu cansei do Orkut
- como todos nos últimos tempos, enjoei um pouco do blog
- hoje tentei recuperar uma amizade
- na semana passada eu pedi demissão
- no fim de semana passei frio em Gramado
- ontem fiz o clássico cálculo dos gastos mensais
- semana que vem inicio uma oficina bem bacana
- desde que acordei estou um pouco nervosa
- agora quero ir para o yoga
- depois eu volto
- bons sonhos e até amanhã

agosto 01, 2004

Aguardem.

Mudanças.

Talvez...

julho 22, 2004

O Napp me ligou hoje à noite. Demos boas risadas. Conversamos sobre trivialidades e bobagens da Casa. Sobre exposições de vanguarda e chiliques de camarim. Foi bom. Me senti menos sozinha.  

julho 21, 2004

Eu fico pensando nas pessoas. Em determinadas pessoas. Olho para o telefone que não toca. Fico pensando: estou há uma hora e meia sozinha neste apartamento. Sem dizer uma única palavra. Está certo. Muitas coisas aconteceram. Desta vez, nem eu mesma sei por onde começar a história. Dói um pouco ainda. Outras feridas inesperadas também surgiram. E parecem demorar ainda mais para cicatrizar. É isto aí. Ou mudo todas as coisas nesta atual fase. Ou verei o barco da minha vida passar. Não quero ficar parada no cais deserto e gelado... Preciso falar tantas coisas. Eu volto.

junho 27, 2004

Navegando pela Internet, a Mari (Chun Li, minha irmãzinha) encontrou esta pérola. Dois músicos regravaram clássicos dos Beatles. Até aí, tudo bem. A novidade é que eles fizeram isto imitando o Metallica. Desta forma, surgiu o Beatallica. No site, é possível fazer o download das músicas e descobrir a história dos malucos. As letras foram alteradas. Mas a dupla utiliza garrafas de cerveja e guitarras para esconder os rostos nas fotos publicadas em uma das seções. Imagino a quantidade de advogados que estão atrás dos dois. O site teve mais de 190 mil acessos. Visita lá: http://www.beatallica.org.

OHH, YE-EEE-AH I tell you something
I think you'll understand
When I say the something
I want to choke your band!
I want to choke your band! I want to choke your band!

junho 21, 2004

I need a hero
I'm holding out for a hero 'til the end of the night
He's gotta be strong
And he's gotta be fast
And he's gotta be fresh from the fight
I need a hero
I'm holding out for a hero 'til the morning light
He's gotta be sure
And it's gotta be soon
And he's gotta be larger than life

junho 12, 2004

Ontem à noite, 4 graus.

Hoje pela manhã, 3 graus.

Estou vestida de preto. De gorrinho com pelica. Chiquérrima. Curtindo o último dia do evento. Na quinta e sexta, trabalhei feito louca. Mas sábado é dia de aproveitar e relaxar.

A chuva parou e já programei a minha agenda para depois do meio-dia: passear. Gramado é uma cidade linda quando tudo parece congelar lá fora. Volto quando voltar, amigos.

junho 07, 2004

21h06min. E eu ainda estou no trabalho. Uma loucura. Pouco tempo para fazer tudo. Não conseguirei escrever neste blog durante os próximos dias. Volto no domingo. Até lá, fiquem com as notícias antigas. Comunico novidades caso encontre uma conexão banda larga dando sopa em Gramado.

junho 06, 2004

Um senhor solitário dá um passeio pela Casa de Cultura todos os fins de semana. Depois de circular, sem destino, por uns 30 minutos, pára no orelhão, em frente à Central de Informações. Sentada do outro lado do balcão, atendo o ramal 204, informo os visitantes e acompanho o dito. Ele fala. Fala muito. Conversa, dá risada. Algumas vezes, escuto gargalhadas. A conversa rola solta. Com o canto do olho direito, ele me analisa. Cabisbaixa, vejo o meu relógio de pulso. Mais de 40 minutos. Esta ligação telefônica parece interminável. Cartão nenhum resistiria. Amizade nenhuma agüentaria uma ligação a cobrar com esta duração. Ele fala. Olha para mim. Fala mais baixo quando vê que estou atendendo alguém. E, de repente, parece enlouquecer: Alô!!!! Alô!!!! Será que a ligação caiu? Parece que sim. Finjo ler o jornal. Ele vira de costas. Não coloca cartão nenhum no aparelho. Começa discando 1. Disca 5. E depois, vai encostando (sem pressionar) outros dez números. Levanto para buscar um café. Amanhã, conto para os meus colegas. É verdade. Ele conversa com ele mesmo o tempo todo.

junho 05, 2004

Fatos da vida:

- os compromissos legais só aparecem nos finais de semana de plantão e trabalho
- a central telefônica da CCMQ só funciona quando se disca zero de pé (sentada só dá ocupado)
- a Megasena vai acumular de novo
- quando não se tem nada para fazer, falta até mesmo inspiração
- jogo de futebol que eu assisto sempre termina com mais de três gols
- toda vez que quero ficar namorando sossegadinha o Elio, algum amigo dele liga
- toda a vez que fico com preguiça, falto a aula de yoga e me resta a consciência pesada
- toda a vez que quero viajar, tem jogo do Internacional
- se saio com pouco roupa, faz um frio animal
- se saio com muita roupa, o calor fica insuportável
- planejar uma viagem por um mês e ficar doente no dia da partida
- Os DOCs do meu aparelho de celular nunca foram enviados. Agora que estou sem grana, os dois boletos chegaram juntos (maldita Vivo!)
- vou trabalhar no dia dos namorados
- visitar a família e descobrir que todo mundo vai sair para passear e te deixar sozinha (na casa deles!)
- ficar feliz quando recebe cupons de brindes. E só lembrar de utilizá-los depois que perderam a validade
- viajar para Gramado na semana que vem... para trabalhar, sem folga, durante três dias
- negociar uma folga com o chefe, e levar trabalho para fazer em casa
- adiar por vários dias a ida ao banco. E, no último dia do prazo, enfrentar uma fila de duas horas
- lembrar, no dia da tempestade, que esqueceu de arrumar o limpador de pára-brisa do carro
- lembrar, em dia de chuva, que a sua sombrinha está quebrada
- ter uma festa para ir, analisar o guarda-roupa durante uma hora e constatar que não tem nada para usar (!!)
- ter uma grande idéia para escrever no blog. E esquecer tudo um minuto depois

Vai. Abre a janela. Deixa o sol entrar. Dá um sorriso...

Hoje eu quero ganhar 30 milhões na Megasena.

junho 03, 2004

O melhor shopping a céu aberto de Porto Alegre. Milhares de pessoas. Muitas pechinchas na Voluntários da Pátria. Acompanhe as ofertas:

- CDs (Celebridade, Zeca Pagodinho, Britney Spears, Evanescense e muitos outros) a R$ 2,50
- relógio Hugo Boss a R$ 15,00
- calça de abrigo Adidas a R$ 10,00
- jaquetas de couro 7/8 a R$ 29,99
- tênis Nike a R$ 50,00
- par de luvas a R$ 1,50
- bijus folheadas a ouro a R$ 1,99
- vale, vale, vendo e compro vale
- fábidcalcinhaaaaa!!!!! fábidcalcinhaaaaa!!!!! fábidcalcinhaaaaa!!!!!

O elevador parou no 17º andar. Mais de 20 pessoas se espremiam no pequeno espaço de transporte. Não pude pensar muito. Os outros três elevadores do prédio estavam estragados. Embarquei com outras quatro pessoas, ficando com metade do corpo para fora, fazendo espaço onde não existia, empurrando todo mundo. Naturalmente, sem lugar para ficar em pé, respirar e (basicamente) existir, concentrei meu olhar no painel do equipamento. Eis a minha salvação: um grande quadro escrito INTERCOMUNICADOR. Cheguei bem perto dos buraquinhos e gritei:

SOOOOOOCOOOOOORROOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!

junho 02, 2004

Depois de um puxão de orelhas bem dado (eu ando muito preguiçosa para acessar este espaço aqui), resolvi atualizar algumas coisas. A função começa pela seção de links aqui ao lado. Seguem as explicações:

Chun Li! - Inaugurou um novo template e voltou com novas idéias. E, ao que parece, com vontade de fazer algumas coisas diferentes do habitual. Vai lá, Maricota! Eu acredito no teu potencial!

Escritos de Lazarus - Também está de template novo. Mas foi obrigado. Perdeu o antigo, assim como todo o histórico do blog. Mas o recomeço parece ser o mais promissor de todos. Acredito muito em ti, Mano! Toca ficha!

a minha opTICA do mundo - Um tempão atrás, ela foi minha coleguinha de redação. Deixamos os empregos, mas mantemos contato todos os anos. Agora, eu estou em Porto Alegre. E a minha amiga Tica, em Bruxelas. Querida, vai ser muito bom acompanhar a tua vida por meio do teu blog. Grande beijo!

Vão lá, todos vocês! Acessem!!!!

junho 01, 2004

Um problema menor que um dedinho do pé incomodou muito a minha família na última semana. Ficamos apreensivos e nervosos, cobrindo uma pessoa muito especial de carinho e atenção. Tudo correu bem. Graças a Deus.

maio 17, 2004

Alguém deve estar com problemas. Sérios problemas: com o relacionamento e com o português. Um número errado e todo este conflito chegou ao meu celular.

"eu qero terminar com voce porqe voce respondeu o caderno de perguntas da luana voce sabe qe eu tenho siumes."

maio 15, 2004

Deve ser alguma espécie de complô. Acordei cedo e saí para arrumar o carro. E, pela terceira vez, tive minhas intenções frustradas. Fui até uma oficina, recomendada pelo meu pai. De confiança, sem chance de me enganar, enrolar, roubar meu rico trocadinho conquistado todos os meses. Perceba: o mundo inteiro dos mecânicos falcatruas conspira contra mulheres que dirigem. Detalhe: por uma simples combinação de preconceito e burrice. Pois bem. Mesmo com toda a recomendação e aprovação do perfil da mecânica, não consegui consertar o limpador do pára-brisa. Mecânicos decentes não trabalham aos sábados.

maio 14, 2004

Sem nenhuma noção do perigo. Estou me aventurando há uma semana. Pelas avenidas, ruas e becos de Porto Alegre. Enfrentando chuva, tempestades e ventos... com o limpador de pára-brisa do meu carro estragado. Uma emoção dirigir na chuva, sem conseguir retirar o excesso de água do vidro ou enxergar alguma alma pela frente. Vou a 40 km por hora. Cantando para relaxar. E tirando o mãozão de vez em quando para, desesperadamente, passar no vidro e conquistar uma nesguinha de visão. Não pensem que não tentei consertar. Os eletrecistas sumiram da cidade nos últimos dias. E, depois de fazer o sinal da cruz, entrei na Azenha e fui atacada por uma gangue terrível, de homens maus, que vendem peças superfaturadas e serviços de qualidade duvidosa. Então, continuo assim: fugindo da chuva. E cantando: lá vem o sol, tchururururu...

maio 13, 2004

Eu simplesmente não acreditei. Foi uma reação instantânea. Convenhamos leitores... Não é sempre que a astróloga do jornal está inspirada e faz previsões absolutamente específicas. Dizia o meu horóscopo:

"Bote a mão na massa. Pra quê pagar uma faxineira se você mesmo pode fazer a faxina. Ou vai dizer que não está arrancando os cabelos pois não encontra aquele par de meias? Já procurou no microondas?"

Ignorei. Esqueci. Pois... eis que depois da faxina de segunda-feira, perdi duas preciosas e indispensáveis canetas. SUMIRAM! EVAPORARAM! SAÍRAM CORRENDO PORTA AFORA! Elas estavam ali, paradinhas na estante, perto dos meus livros. Eu juro!

Adivinha em que lugar "específico" da minha cozinha eu fui correndo procurar?

maio 10, 2004

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...


Florbela Espanca

maio 05, 2004

O Viajante às Avessas

...até que o condutor me bateu no ombro: "Fim da Linha, seu moço".

Desci. E fui andando, meio desconfiado.

Praças com bancos de madeira, curvos e verdes como as árvores. O pé-de-moleque do calçamento irregular da rua. Os lampiões de esquina.

O quiosque (um quiosque!) de revistas, cigarros, balas, miudezas.

Mas fui andando, andando – como é que sabia o caminho? – e finalmente entrei na velha copa de azulejos, lá onde Tia Tula já estava, como sempre, servindo o gostoso café com leite. Entreparou e disse: – Mas por onde terá andado esse menino?!

Aquele jeito, tão dela, de ralhar na terceira pessoa...

E, como eu ainda estivesse com um ar ausente: – Meu Deus, em que será que esse menino pensa tanto?

E acrescentou baixinho:

– Até parece um velho de sessenta anos!


Mario Quintana



Lembro bem o que fiz no dia 05 de maio de 1994.

abril 25, 2004

Neste fim de semana, fiz uma descoberta nada banal. E, para isto, foram necessárias somente 20 mordidas. DE PULGA! Um pequeno e quase invisível bichinho que entrou em território proibido: a minha calça jeans. Pois é. Sou alérgica a pulgas. Se você ainda não sabe, mas quer viver uma experiência fantástica como esta, apareça no meu local de trabalho na terça-feira. Será uma aventura. Além disso, se acharmos todas elas, podemos montar um circo.

abril 20, 2004

Estou longe do blog há bastante tempo. Lotada de trabalho. Com a cabeça a mil. Mas... sabe... andei pensando. A vida é engraçada. E mais engraçado ainda é perceber as coisas engraçadas. E rir. Claro, se o tempo e a paciência permitirem. Então, estou rindo. Depois de 12 horas ininterruptas de trabalho em frente ao computador e alguns graus a mais de astigmatismo... aqui estou eu. Analisando a minha própria vida. Tudo para não pensar na morte da bezerra. Ou pegar o telefone e fazer um DDI para a Tunísia e não ter dinheiro para comprar laranja na feira. Vamos lá. Aperte o cinto. A conclusão é a seguinte: desde janeiro, mês em que me mudei para a casa de meu querido-fofo-prestativo-futebolístico-carinhoso esposo, passei por algumas fases. Para ser mais precisa: etapas de comportamento e alterações freqüentes de humor (além das típicas crises temporárias de surtos psicóticos). Não devo ser a primeira. Mas o engraçado é exatamente este: conseguir me enxergar como um pessoa comum, em meio a toda a loucura que está minha vida (principalmente a jornalística...). Acompanhe cada uma das etapas.

1ª ETAPA - a chorona: depois de suar bicas carregando malas de um lado para o outro, descarregando malas de um lado para o outro, limpando tudo de cima da escada ou ajoelhada no chão, socando tudo para dentro de gavetas, armários e similares... É isto... Bateu aquela tristeza, um sentimento de vazio, que me fez chorar por dois dias. Choros assim baixinhos, quase sem lágrima, de não se saber o motivo, mas de doer assim mesmo. Tomar banho e chorar um pouquinho. Jantar e chorar um pouquinho. Dormir soluçando. Depois passou...

2ª ETAPA - a traste: nada parece funcionar. Nada faz sentido. Pra quê fazer as coisas? A roupa não se lava sozinha? E por que a louça da pia simplesmente não desaparece? Eu não tinha forças. Trabalhava o dia inteiro e voltava para casa diretamente para a parte funda do sofá. Aquela em que, há uma semana, eu encostava meu corpo cansado, nos mesmos vincos, nas mesmas dobras. Éramos um único ser, atirado no meio da sala. Ele, vermelho. Eu, uma plasta. A rainha de todas elas...

3ª ETAPA - a reclamenta: e um dia, eu acordei. De verdade. Para a vida. Para o mundo completo das reclamações sem fim. Abria a janela pela manhã e gritava com os taxistas barulhentos embaixo da minha janela. Comprei briga com uma vizinha por causa de um cachorro. Fedorento, é verdade. Mas o bichinho não tinha culpa. E o Elio... Coitadinho... Impliquei com o futebol, com a bola, com os uniformes, com o time titular, com o time reserva. Sobrou até para o dono da quadra. Ok. Confesso. Odiei de Pelé a Triguinho...

4ª ETAPA - a depressiva: quando o fogo parou de sair de meus olhos, me senti culpada. Por não fazer nada para mudar a situação, por não saber como fazer para mudar a situação. Na primeira semana desta etapa, cheguei a voltar para o buraco negro no sofá. Desta vez, para apagar no sono profundo dos culpados. E sonhar com a vida que acontecia na televisão. A telinha passou a ser minha fonte de forças. As novelas estavam fantásticas, cheias de intrigas, de mistérios, de tudo um pouco. E a televisão brilhava. Eu garanto. E só para mim...

5ª ETAPA - a voyer: e um dia eu cansei. O plim plim não era mais suficiente. Depois de cinco minutos, o mundo mágico das novelas me cansava. E foi então que eu descobri o melhor dos entretenimentos: a minha janela. Tenho centenas de vizinhos. Por conseqüência, centenas de janelas. Uma coisa. Virei oficialmente, aquelas tias que ficam penduradas na janela, olhando todo mundo. Acompanhei, em primeira mão, uma grave violação do regimento do nosso prédio, embaixo da minha janela. Fofoquei no outro dia pela manhã com o zelador. Ouvi os comentários das vizinhas. E, depois, acompanhei o síndico espalhar notificações em todos os carros irregulares. U-hu!! Eu era sim uma condômina atuante e conhecedora dos meus direitos e deveres.

6ª ETAPA - a solidária: eles foram uns ingratos. Não reconheceram meus esforços. E eu desisti do condomínio, da janela, de tudo. Comecei a ter interesse pelas lidas... domésticas. Nada melhor para relaxar do trabalho fazendo uma jantinha, sujando panelas e pratos, para lavar tudo depois. Cantarolando, ensaiando passinhos. Em frente à pia. Blusa molhada de sabão. E sorriso no rosto. Barriga quente, barriga fria. Barriga quente, barriga fria. Não vejo mais TV. Não tenho mais sono. Mas só de pensar na cozinha, lotada de louça e de roupa pra lavar, tenho uma vontade incontrolável.

7ª ETAPA - a controlada descontrolada: lavei tudo. Tudo. Fiquei exausta. Quietinha, penso por que tenho tanto trabalho, como minha vida mudou desde que eu me mudei e que, por vários compromissos, estou longe do blog há bastante tempo. Lotada de trabalho. Com a cabeça a mil. Mas... sabe... andei pensando. A vida é engraçada. E mais engraçado ainda é perceber as coisas engraçadas. E rir. Claro, se o tempo e a paciência permitirem. Então, estou rindo.

abril 08, 2004

Hoje eu me revoltei. Fiquei indignada. Fiquei perplexa. Fiquei furiosa. Bati na mesa. Levantei da cadeira. Gritei. Fui atacada. Me defendi. Falei tudo o que pensava. Ouvi o que não imaginava. Empurrei a cadeira. Disse que não falaria mais nada. Chorei um pouco. Levantei o dedo indicador. Gritei ainda mais. Me controlei. Saí da sala. Fiquei escondida. Fechei a porta. Me olhei no espelho. Enxuguei os olhos. Me olhei de novo. Abri a porta. Deixei que entrassem. Desabafei. Argumentei com outras pessoas. Escutei as suas justificativas. Tomei um copo de água. Me acalmei. Deixei a mágoa me controlar. Tomei um café. Voltei para a sala. Anunciei decisões. Reafirmei estas possibilidades. Cogitei resolver as coisas. Ouvi novos fatos. Pesei todos os fatores. Desisti. Terminei algumas tarefas. Continuei chateada. Continuei magoada. Peguei uma balinha vermelha. Joguei a embalagem no lixo. Coloquei a bolsa no ombro esquerdo. Procurei a chave do carro. Olhei o relógio. Parei. Pensei um pouco. Achei que o ideal seria almoçar. Saí sem dar tchau.

abril 02, 2004

Hoje foi o dia da comemoração dos aniversariantes de março na Casa. A festa era nobre. E, para tanto, recebemos uma visita ilustre. O visitante passou a tarde na minha sala. Ele também vai estar presente no nosso espaço no Fórum da Liberdade. E, depois de conferir a festa, o "parabéns" e o bolo, seguiu caminho com o diretor Sergio Napp.

Sinceramente. Não sei o que foi mais engraçado. O susto que os meus colegas tomavam quando entravam na minha sala. O passeio do Nando, carregando o visitante no colo, desfilando na Travessa dos Cataventos. Ou o Napp saindo com ele sentado no banco do carona do carro, com o cinto afivelado e tudo.

Amigos do blog, eis o Mario Quintana da CCMQ.



Um grande amigo nosso, criado pela artista Ana Nunes.

O MEU AMOR E EU.

abril 01, 2004

Esta é a real. Os eventos da Casa de Cultura Mario Quintana têm conquistado um público fiel. As últimas edições do Solo às Terças e do Instrumentando, por exemplo, registraram a presença de 90 pessoas (em cada um deles). Vale ressaltar que estes são eventos com entrada franca e apresentam artistas locais. Isto é uma conquista. Pode ter certeza. Também estamos tentando aprimorar cada vez mais a comunicação com os visitantes. Além da folheteria básica (com cartazes e convites), elaboramos o Zine – distribuído semanalmente para 300 pessoas na Central de Informações da Casa – e a Newsletter da Casa - com 3 mil endereços eletrônicos cadastrados através de e-mail ou da assinatura de lista. Sem spam. E com uma resposta quase imediata.

Escrevo tudo isto para informar que o público terá uma chance de conhecer mais sobre o trabalho da CCMQ. E não só o trabalho do presente. Poderá descobrir, principalmente, o trabalho do futuro. A Casa vai participar do Fórum da Liberdade no Espaço Poliorama, destinado à apresentação de projetos culturais. Eis que mostraremos o seguinte:

- Projeto Aprendiz de Feiticeiro: uma programação completa para comemorar os 100 anos de nascimento de Mario Quintana em 2006, com atividades nas áreas de teatro, música, literatura e cinema. Para que a vida e a obra do poeta possam ser conhecidas por um número cada vez maior de pessoas.

- Acervo Elis Regina: acervo que vai apresentar a trajetória de vida e obra de Elis Regina, um ícone da MPB. O projeto arquitetônico, especialmente elaborado para o acervo, prevê a criação de espaços para exibição de audiovisuais, audições, pocket shows, consultas a sites da Internet e exposições temáticas.

- Abrindo Horizontes: o projeto atenderá a um público de crianças e adolescentes em situação de risco que circula no Centro de Porto Alegre, através de ressociabilização, educação e inserção no mercado de trabalho.

Sim. Necessitamos de apoio e patrocínio. E o momento de conhecer este trabalho todo será nos dias 05 e 06 de abril, no Centro de Eventos da PUCRS. Eu vou estar lá. Não pode ir?!? Mas quer assinar a newsletter? Envia um e-mail para ccmq@ccmq.rs.gov.br

março 30, 2004

Uma agenda bem legal está quase iniciando na Casa de Cultura Mario Quintana. Em parceria com algumas instituições do Estado, nós estamos orgulhosos de organizar uma das programações mais bacanas do projeto 40 Anos do Movimento Militar de 1964. As Leituras Dramáticas irão apresentar, no palco do Teatro Carlos Carvalho, leituras de textos censurados durante os 20 anos da ditadura. E o brilho do evento será a participação de um convidado especial, para falar sobre suas experiências com a censura e o teatro da época. Olha a agenda:

06 de abril - Navalha na Carne, de Plínio Marcos. Convidados especiais: Walmor Chagas e Jairo Andrade

27 de abril - Quando as máquinas param, de Plínio Marcos. Convidado especial: Fernando Peixoto

11 de maio - Rasga Coração, de Oduvaldo Viana Filho. Convidada especial: Ruth Escobar

27 de maio - Barrela, de Plínio Marcos. Convidado especial: a confirmar

08 de junho - Cordélia Brasil, de Antônio Bivar. Convidado especial: a confirmar

22 de junho - Liberdade, liberdade, de Flávio Rangel e Millôr Fernandes. Convidado especial: Paulo Autran

As leituras iniciam sempre às 19h. E senhas serão distribuídas a partir das 17h, no dia de cada apresentação. Ah! A entrada é franca.

março 29, 2004

Você acorda em um quarto totalmente vermelho. Ao seu redor, alguns objetos. Você não sabe onde está. Não sabe quem o colocou lá. Não sabe o que significa tudo aquilo. No entanto, sabe que está com uma tremenda ressaca e tem que sair dali. Quer tentar?

Vai lá:

Crimson Room


Um site muito bem feito, que garantiu a minha diversão e a da Kemi nesta tarde de segunda-feira. De acordo com o relatório, mais de 80 mil pessoas já conseguiram fugir. Se, depois de um tempo, ainda continuar preso, me manda um e-mail. Boa sorte!

março 28, 2004

27 anos. Hoje.

Parabéns pra mim!

março 26, 2004

Esta eu fiquei sabendo hoje... As pessoas estão espalhando por aí que eu brinco com pontas de faca, que quebro espelhos a socos, que reviro os olhos quando fico possuída, que maltrato gatinhos de rua e que espero o Elio em casa com roupas sadô e instrumentos de tortura.

Eu achei uma maravilha...

março 25, 2004

Da série: Vale a pena repetir. A Casa de Cultura Mario Quintana está com inscrições abertas para dois concursos. Um para escritores (de todo o Brasil) e outro para fotógrafos (amadores ou profissionais, residentes no Rio Grande do Sul).

O 2º Prêmio CCMQ vai premiar obras inéditas. A categoria escolhida para o concurso literário deste ano é conto. O vencedor assina um contrato de edição (mil exemplares) com a Editora Nova Prova, parceira do projeto. E ainda contará com lançamento na 50ª Feira do Livro de Porto Alegre em novembro.

E a segunda edição do Prêmio CCMQ de Fotografia vai selecionar projetos de fotógrafos radicados no RS, premiar com uma exposição na Casa de Cultura e conceder uma bolsa-auxílio mensal de R$ 1.500,00.

Os regulamentos estão disponíveis no site da CCMQ.

março 24, 2004

Foi com bola e tudo que o Elio entrou na minha vida. Ganhei um marido (que até é querido, lava a louça e tudo), mas que enlouquece e entra em uma espécie de surto psicótico às quartas-feiras (às vezes também às quintas) e aos sábados e domingos. E não pensem que é só no estádio ou na televisão. É TUDO! TEM QUE ACOMPANHAR TUDO! Então, vai ao estádio, acompanha as comentários no rádio, olha os lances na televisão, analisa os replays na telinha (e os replays dos replays dos replays), assiste aos programas esportivos da semana, procura notícias em sites, devora revistas e jornais especializados, e discute sobre as falhas do técnico ou os erros dos juiz com familiares, amigos, conhecidos e desconhecidos. Já vi ficar amigo de um cara em dois segundos, só porque sabia qual o time que existia na cidade do dito cujo (no interior do interior do interior de alguma cidade pequena). É tanto gol na cabeça, é tanta história de futebol, tantas teorias e previsões... que eu fico assim: nocauteada em pleno gramado, sem direito a pênalti. Mas vamos lá, o jogo vai ser bom e eu confio no professor e nos meus companheiros e vou dar tudo de mim e vamos buscar a vitória e conseguir os três pontos. Jóia. Ele conta algumas histórias bem estranhas no blog Leia o Bandeira. Agora, escrever sobre futebol é algo que ele sabe muito. Desde o ano passado, é colunista convidado de um site sobre ela, a bola. O endereço é www.bolaetudo.com.br, seção Camarote. Vai lá. É só ler, chutar e correr pro abraço.

março 23, 2004

Atualização! A procura foi grande. Então eles resolveram iniciar o projeto Machado de Assis - Leitura Comentada antes da próxima segunda-feira. Clica no banner aí embaixo. Três capítulos estão disponíveis.

março 22, 2004

Ele voltou. Ele esteve hibernando. Ele estava descansando. Ele reservou suas energias. Ele vai publicar grandes e novas idéias. Se o leitor do 50kg está cansando de clicar aqui em um link ao lado e ler a mesma nota do dia 26 fevereiro...

ATENÇÃO!!!!

Não faça besteira, leia o Bandeira voltou!

É comum encontrar porcaria na Internet. Além de blá blá blá egocêntrico (categoria na qual este blog se encaixa*), milhares de sites publicam informações incorretas, dados falsos, armadilhas... Muitas vezes por simples ignorância ou preguiça.

Portanto, nada mais justo do que indicar grandes iniciativas. Conhece Dom Casmurro? E que tal discutir sobre este livro de Machado de Assis ao invés de discutir sobre a última baixaria do BBB? A Editora Candide (sob o comando do Polzonoff e da Paula) criaram um site que vai oferecer diariamente um capítulo deste clássico da literatura brasileira. E o meu palpite é de que a discussão com certeza irá além do debate sobre os "olhos de ressaca" de Capitu.

O projeto começa no dia 29 de março. Vai lá...



*Assumo o fato, e digo que vou dar um jeito nisto.

março 17, 2004

Não posso escrever no momento. Estou com um punhal cravado em minhas costas. Isto tem tomado um pouco do meu tempo. Prometo. Volto.

março 10, 2004

I'm just a soul whose intentions are good
Oh Lord, please don't let me be misunderstood

A semana foi estranha. Talvez diga ainda mais: tudo está um pouco estranho há 15 dias. Não quero considerar (ou reconhecer) que este sentimento faça parte do processo de inferno astral. Não me parece uma solução justa. No entanto, fora todos os percalços e gincanas no fim da tarde (sabe quando se enxerga o furacão e não tem para onde correr?), eu estou bem. Um pouco sem esperança. É verdade. Mas acho que tudo é assim mesmo. Estou ficando mais velha, tentando disfarçar a situação para que tudo isto não pareça uma crise e ouvindo a frase (repetida em diferentes períodos do dia): "Viu? Assim é o mundo dos adultos."

Adultos. Tenho pensado muito nisto. E as conclusões são vazias. Ser adulto é aceitar entrar no jogo. Literalmente. É saber que, por trás de toda e qualquer ação, há o motivo. Para a ação, naturalmente a reação. É agüentar calada por amizade. É sofrer sem sair do lugar, sem correr para qualquer outro espaço. É resumir a vida a um punhado de notinhas de fim de mês, que evaporam assim que se toca nelas. E, então, quando te mostram uma jóia, tu podes ficar cego com o brilho, sentir o peito apertado de tanta emoção. E aí começa a viagem: pensa em tudo que pode fazer, em tudo que pode ter, em tudo que se pode planejar. Tudo. Mas esquece de chegar mais perto, de analisar racionalmente. Às vezes a razão pode ser uma forte aliada. Assim ficaria mais fácil chegar perto da jóia e realmente enxergar que não se tratava de preciosidade nenhuma. Era um simples vidro. Que reluzia. Mas só de longe.

Pode ser bom. As coisas não precisam ser vistas como Pollyanna as veria. Só que é exagero avistar um precipício de desespero em tudo. A gente cresce. E aprende muito. Mesmo com as decepções. Puxa. Este mês está passando devagar demais.

março 07, 2004

"Desisti. Não vou mais comentar sobre este assunto.

Ela ganhou.

Viva o mundo deles."

março 05, 2004

“Não se viam há mais de 24 horas. E, no momento em que os olhares se cruzaram, o mundo presenciou diversos trovões simultâneos, riscando e clareando a noite de quinta-feira. Duas bocas se transformaram em centenas de bocas. E uma tempestade de insultos, mentiras, justificativas, ameaças e questionamentos invadiu os ouvidos dos parcos vizinhos que ainda restavam nas redondezas. Os espertos haviam fugido minutos antes, antevendo o tempo ruim, e levando nada mais do que a roupa do corpo. A batalha seguiu por horas. E, no fim, sem derrotado ou vencedor, uma sentença foi pronunciada por aquela que contava com a justiça ao seu lado, depois de tanta humilhação e abandono:

- Agora será assim. Ou eu, ou ela. Como assim? Isso mesmo. Ou eu, ou a bola.”

março 03, 2004

"Primêro, tu faz o seguinte: vai ali no quarto e arruma aquilo ali no chão. A roupa tem que ficá no armário. Ou na gaveta. Sabia disso? E essa mala já tá no chão há mais de uma semana. Que vergonha. Isso. Termina de separá tudo e vai pro tanque. Não! Qué isso! Vai guardá ropa suja?!?! Nada disso. Pega o sabão e vai esfregando tudo. Ensaboa direito, deixa corrê bastante água, torce... isso, torce bem. Sacode um poco e estende ali. Se molhá o chão, tu vai vê só. Então torce de novo! Faz isso de uma vez que vou na sala vê tevê... Tá, que saco. Fico aqui. Então, tu tem que dá um jeito naquele banheiro. Não, não vô te dizê como aquilo ali tá podre. Vai sê uma trabalhêra. Parece castigo. Nem vô olhá. Vai! Sem luva!! Tá pensando o quê? Que é moleza! Não é não! Não era isso que tu queria? Não era? Agora aprende! Esfrega esse vaso! Limpa o box! Quero vê tudo brilhando! Cheroso! E depois do banhero não vai esquecê da louça na pia. Já criô bicho. Onde já se viu í viajá e dexá tudo aí, pros bicho comê. E depois não esquece o chão. Limpa bem. E não quero nem sabê de não te limpá direito também. Vai ficá cherosa depois dessa suadera toda. Senão te pego pelos cabelo! Não vai fazê porcaria aí sozinha. Tô indo no futebol e volto tarde. Tchau."

fevereiro 26, 2004

Quarta-feira de cinzas é dia:

- típico de retorno das férias

- da bateria morta, de procurar cabos, fazer chupeta, empurrar o carro depois de tantos dias parados

- de voltar ao trabalho, e ter vontade de não fazer nada, de tanta preguiça

- de arrumar as malas, lavar toda a roupa suja, se desesperar com a imundice do apartamento

- de ficar triste com as plantinhas que morreram, secas e desesperadas sem um pingo de água

- de visitar a família e contar as novidades

- de abraços e beijos com os amigos

- de dormir cansado

Ficamos 15 dias fora. Pareceu muito mais tempo. É bom voltar. Mas estou com uma saudade de praia...

fevereiro 21, 2004

Ah! Quase esqueci: há quatro dias não aparece nuvem nenhuma no céu... Adivinhem?!?!?!

Só nos restou ir para praia...

Beijos para todos os que escreveram. Na volta responderemos os recados com atenção e mostraremos as fotos.

Lu & Elio

21 de fevereiro

Chegamos na Praia de Pipa abaixo de mau tempo. Não. não estava chovendo. Ocorreu uma confusão entre a agência que planejou a nossa viagem e a gerência da pousada. Resultado: não tínhamos reserva nenhuma. CANCELADA! Preciso dizer que fiquei furiosa? Claro que não.

Resolvido o problema, saímos para passear. E, depois de dois anos (estivemos aqui em 2001), constatamos milhares de mudanças. A impressão que tenho é de que todos os pedreiros do Rio Grande do Norte estão trabalhando aqui. Dezenas de construções estão modificando a paisagem. A praia está super urbana. E cheia de gente também. Agora, além de um terminal rodoviário, a rua central da Pipa (que continua bem estreita) conta com uma linha de transporte feito por vans, que ligam a praia até a cidade de Goianinha.

Desta maneira, mesmo sem carro, estamos muito tranqüilos, revezando as praias:

Quarta, sexta e domingo: Praia do Amor.
Quinta, sábado e segunda: Praia do Madeiro (a minha preferida e uma das mais bonitas que eu conheci - sem dizer que é emocionante estar nadando no mar e ter um golfinho a menos de três metros de distância).

Demorei a escrever novamente no blog pois a Internet é muito cara aqui. 10 minutos = R$ 2,50. Aliás, tudo aqui é bem mais caro que em Natal.

Mas estamos nos divertindo. E já em contagem regressiva. Terça-feira à noite chegaremos em Porto Alegre, com muitos presentes, lembranças e 120 fotografias. Até!

16 de fevereiro

Depois da adrenalina dos passeios, nada melhor do que relaxar. Esqueci (ops..) de mencionar que o nosso hotel também é um SPA (três letrinhas mágicas).

Descansamos na piscina e aguardamos a chamada. Fiz uma sessão de shiatsu e o Elio fez uma massagem ayurvédica. Agora sim eu fui até os confins do relaxamento.

...

17 de fevereiro

O dia foi de passeios. E aqui tudo tem interação. O freguês escolhe: com ou sem emoção. E isto vale para tudo, do espaguete com frutos do mar, até o passeio de buggy.

Vale ressaltar que tudo nós fizemos com emoção. Passeamos com o Ricardo, um bugueiro camarada e cheio de histórias. Com ele fomos às praias do litoral norte de Natal e às lagoas de Jacumã, Jenipabu e Pitangui (a com melhor infra-estrutura e apropriada para o banho). Andei de skybunda (duas vezes e com muita emoção - precisei ir uma segunda vez pois na primeira o Elinho se atrapalhou com a máquina fotográfica) e de aerobunda. Todos com aquele grito característico do pavor pela alta velocidade.

Também andamos pelas dunas móveis e pelas fixas. O bugueiro fez manobras inaceitáveis para os seres urbanos que somos. Me apavorei tantas vezes que afirmo com veemência: este não é um programa para cardíacos.

16 de fevereiro

Ok. Vou confessar. Saímos de Natal (Ponta Negra) e chegamos em Jenipabu em grande estilo. O hotel em que estamos hospedados - Genipabu Hotel - é um dos mais bonitos que eu já fiquei. Ele está situado no alto de uma colina. Da sacada de cada apartamento é possível ter uma vista total da praia de Jenipabu. É lindo. Com direito a rede e soninho.

A piscina é absurdamente magnífica (!!!!). Estamos no quarto Pititinga. Todos os quartos têm nome de praias da região.

A tarde foi de um trabalho incansável. Primeiro almoçamos no Bar 21, um quiosque construído exatamente entre o fim de uma duna e o mar. É paisagem de cinema. Depois caminhamos tranqüilos pelas dunas, até o estacionamento dos "dromedários".

Enfim, "trabalhamos" tanto que a solução foi sentar no alto de uma duna e aguardar o pôr-do-sol.

fevereiro 15, 2004

13 de fevereiro

A chuva parou pela manhã. Enquanto estava nublado, fizemos algumas compras no Praia Shopping.

O tempo aqui é engraçado. Chove forte por um período (às vezes, minutos). Mas depois o sol sai pra valer, mesmo com várias nuvens no céu.

Agora um bronzeado legal está começando a aparecer.

Obs: nota do dia - 15 de fevereiro - passamos o dia na praia. Não sinto o meu corpo da cintura para baixo. E não reconheço mais meu rosto no espelho.

12 de fevereiro

Além do turismo rico, outra riqueza potiguar é a culinária. Depois de três dias comendo camarão, fomos jantar em um restaurante típico. O Tábua de Carne é um dos mais conhecidos.

Escolhemos o filé e o carneiro de carne-de-sol à moda da casa. O prato inclui arroz, feijão verde (que é o feijão branco colhido antes de crescer), macaxeira frita, pirão de queijo, paçoca, vinagrete e manteiga de garrafa.

Um delícia! O garçom ainda ficou um tempo na nossa mesa nos explicando os outros pratos típicos da região, como caranguejada, jerimum, galinha à cabidela, sarapatel, arrubacão e baião-de-dois.

12 de fevereiro

Aproveitamos o falso nublado (o mormaço por aqui é violento) e fomos andar de ônibus. De linha. Um potiguar nos indicou errado a parada dos ônibus 46 e 56. Ficamos 20 minutos torrando no sol. Acertando a parada (depois de perguntar para várias pessoas), pegamos uma lotação e descemos no centro de Natal.

Nosso destino era do Centro de Turismo, antiga casa de detenção da cidade. Cada cela foi transformada em loja (um total de 36 lojas). Fizemos compras para a família e voltamos para Ponta Negra.

Ainda conseguimos dar uma caminhada na praia e a chuva desabou novamente. A solução foi voltar para o hotel e curtir uma piscina de hidromassagem ao ar livre no mirante do quarto andar. Te mete!

11 de fevereiro

Choveu hoje à noite. Um mundo de água.

11 de fevereiro

O dia foi novamente tumultuado. Acordamos às 6h30min e uma van nos pegou. Fizemos city tour por Natal. O passeio inclui paradas na Fortaleza dos Três Reis Magos (construção datada de 1598) e em mercados de artesanato. Incrível como Natal possui bases a áreas militares.

No fim da manhã um passeio pelas praias do Sul de Natal, como Pirangi, Búzios e Tabatinga. Fizemos uma parada em Camurupim, praia que possui uma barreira de recifes que protege quase toda a extensão da areia (funcionando como um muro e formando piscinas naturais).

A viagem terminou com uma visita ao Cajueiro de Pirangi (o maior cajueiro do mundo e que conta com patrocínio da Petrobras). Lembram do Tom do Cajueiro? Ele é daqui. A árvore conta com uma copa que mede 10 mil metros quadrados e tem entre 100 e 110 anos.

Nota do dia... 15 de fevereiro

E a chuva começou. A nossa irritação também. Mas como as coisas são lentas por aqui (bem lentas para falar a verdade) temos tempo de fazer a programação. O sol sai no céu, passamos protetor e vamos correndo para a praia. Horinhas depois, a chuva vai se aproximando... aproximando... e..., quando está bem pertinho, corremos para o quiosque mais próximo. Ok. Confesso. É divertido. Beijos para os meus manos, para a Kemi (tudo bem aí, colega?), para papai e mamãe e para o Marcelo e a Adri.

Amanhã deixamos a Ponta Negra e seguimos para Jenipabu. Até!

fevereiro 11, 2004

10 de fevereiro

Ainda estou branca. E com muito medo deste sol do Nordeste.

10 de fevereiro

Passeamos de buggy hoje. Em duna fixa, com vegetação e passeio sem emoção. O final do passeio foi no alto de uma duna, com uma vista privilegiada de Jenipabu. Depois conhecemos a praia de Jacumã, repleta de recifes e restaurantes. Algumas nuvens apareceram no céu. Mas nada de chuva. Ainda. O telejornal diz que semana que vem chove.

10 de fevereiro

"Eles falam inglês?"

Esta foi a primeira pergunta que a recepcionista do hotel fez para a guia de turismo quando nos enxergou. Pensei que seria coincidência. Não foi.

Passeando pelo calçadão de Ponta Negra, todas as pessoas que fizeram convites para que jantássemos em determinado restaurante (ou até mesmo aqueles que só entregam folhetos) falaram conosco em inglês.

"Hey! Little friend!"

10 de fevereiro

O que aprendi hoje:

- O caranguejo é escasso em todos os meses do ano que possuem a letra R. Portanto, quem quiser comer um caranguejo bem gordinho deve passar por aqui no período de maio a agosto.

- Todos os anos com final 4 são muito chuvosos. Esta é a explicação para a quantidade de chuva dos últimos meses na região. O povo potiguar cita as chuvas de 1994, 1984, 1864 como marcantes.

- Um negócio rentoso por aqui são as fazendas de camarões. Somente na região de Natal vi cinco fazendas. A maioria dos restaurantes são abastecidos por estes cativeiros, que criam camarões bem grandinhos.

- Stayin' Alive, do Bee Gees. Versão em português, em ritmo de forró. A coisa mais engraçada que vi por aqui.

- Genipabu é com J e não com G. Então: Jenipabu.

- Existem vários tipos de dunas: fixas, móveis, brancas, amarelas, bronzeadas, com emoção, sem emoção. É só escolher!

fevereiro 10, 2004

09 de fevereiro

Rápidas...

- Caipirinha é a bebida da viagem.

- Não vou bater o recorde de atualização do blog. 10 minutos=R$ 1,00.

- Estamos curtindo uma lua-de-mel.

09 de fevereiro

Ambulante é o que não falta na Ponta Negra. O tipo mais comum (e mais espaçoso também) é o vendedor de CDs. Piratas na maioria. E de axé (é claro...). O inusitado é que todos eles saem pela calçada ou pela areia, empurrando um carrinho de duas rodas, equipado com bateria, alto-falante e aparelho de CD. A próxima missão é investigar o preço, a procedência e a qualidade. Enquanto isto, três músicas "grude" tomaram conta de meus pensamentos.

09 de fevereiro

Se a nossa viagem a Natal pudesse ser classificada de 8 a 80, o dia de hoje seria o exemplo perfeito. É isso aí: acontecimentos para todos os fregueses!

Ponta Negra, praia de Natal onde estamos, é bastante urbana. Mesmo não acostumada ao cenário, a adaptação é facilitada pela simpatia do povo. Na beira-mar existem cadeiras e guarda-sóis controlados pelos quiosques espalhados ao longo do calçadão.

O axé porcaria impera. Mas encontramos o quiosque 14 sintonizado na Rádio Cidade de Natal. Diferente da de Porto Alegre, a emissora toca clássicos do pop e do rock internacional. Um alívio para os ouvidos.

Terminamos o dia jantando no Samô, um restaurante especializado em frutos do mar. O Camarão à Jacumã foi um prato dos deuses. O camarão era tão grande, que eu fui obrigada a cortá-lo com o garfo para comer.

fevereiro 09, 2004

Oi!

Chegamos em Natal. Nosso hotel fica na praia de Ponta Negra. E, bem em frente, encontrei um cibercafé montado em uma barraca na beira da praia. Portanto, acredito que conseguirei mandar mensagens e novidades.

Passamos o dia na praia, bebericando e beliscando coisas. O Elinho provou o caranguejo. Na realidade, atacou a mareteladas o bicho já cozido. E à noite comemos o camarão mais maravilhoso que já provei.

Não estou acostumada a escrever nestes computadores públicos. Volto outro dia, com mais paciência.

Pai, mãe e manos: Estou bem! Grande beijo.

fevereiro 08, 2004

A mala já está arrumada. Eu também estou pronta. Ainda faltam pequenos detalhes. Aqueles que sempre lembramos minutos antes de sair de casa. Então é isto: embarcamos amanhã (09 de fevereiro) para Natal (Rio Grande do Norte).

Este blog ficará de férias até o dia 25 de fevereiro. Se encontrar um cibercafé por lá, escrevo algumas notinhas.

Um grande abraço!

janeiro 31, 2004

Eis o resumo do meu destino, no período de 09 a 24 de fevereiro:

Sua data de fundação é 25 de dezembro de 1599. Possui uma área de 172 quilômetros quadrados e 712 mil habitantes. Possui clima tropical, precipitação pluviométrica regular e temperatura média de 28 graus. Está a 4.066 quilômetros de Porto Alegre e conta com tradição no artesanato e muitos prédios históricos. Também é conhecida como a Cidade do Sol e tem o ar mais puro das Américas. Mar e lagoas. Dunas e dromedários. Sol, sol (e mais sol!), bebidinhas e camarões. Ah! E meus dedinhos na areia.

Alguém quer alguma coisa de Natal (RN)?

janeiro 29, 2004

Notícia relâmpago do dia (eu, segurando um megafone, avisando a cidade inteira): já estão disponíveis os regulamentos dos dois concursos da Casa de Cultura Mario Quintana.

O 2º Prêmio CCMQ vai premiar obras inéditas. A categoria escolhida para o concurso literário deste ano é conto. O vencedor assina um contrato de edição (mil exemplares) com a Editora Nova Prova, parceira do projeto.

E a segunda edição do Prêmio CCMQ de Fotografia vai selecionar projetos de fotógrafos radicados no RS, premiar com uma exposição na Casa de Cultura e conceder uma bolsa-auxílio mensal de R$ 1.500,00.

Os regulamentos estão disponíveis no site da CCMQ.

Prezados leitores,

A novidade do dia não é mais novidade. Não foi no ano de 2003. E parece que não será no ano de 2004.

Não tenho mais tempo para atualizar este blog.

Além de estar organizando uma viagem com o Elio (15 dias de férias - as primeiras férias oficiais da minha vida. Viajo no dia 09 de fevereiro, Ed!), parece que tenho que resolver em duas semanas todo o ano que ainda está por vir. Toda a equação dos últimos dias, mesmo que eu altere os fatores o máximo possível, dá o mesmo resultado: trabalho, trabalho, trabalho. É o chicote no lombo da jornalista aqui, representando em laudas e mais laudas, produzidas durante a manhã, a tarde e a noite.

Tudo certo. O dinheiro está entrando. E isto é o que importa, mesmo me sentindo uma tarturuga (ai, como doem as minhas costas...), depois de horas forçadas na frente do computador.

Aguardem novidades (êpa!) e novas atualizações. Talvez o fim das reclamações. Talvez uma descrição especial das praias em que ficarei, do maravilhoso sol que queimará minha pele e das areias em que enfiarei meus dedinhos do pé.

Ah! O regulamento está ficando pronto. Ainda nesta semana, iniciarei a divulgação da nova edição do Prêmio Literário Casa de Cultura Mario Quintana. Neste ano, a categoria é conto. Em breve, notícias no site, clicando no Mario nos links deste blog à esquerda.

Ainda tenho duas matérias para escrever. Volto quando for possível.

janeiro 23, 2004

Smoke Kills. É verdade... hehehe

janeiro 15, 2004

Minha intenção era escrever todos os dias. Os pensamentos estão fervendo em minha cabeça. Enquanto lavo a louça, lavo a roupa, arrumo a casa. O fantástico mundo das lidas domésticas. Mas, tudo acabou ontem. Larguei as tarefas e planos, e passei a noite toda tentando salvar o meu computador. Não consegui. E não existe uma justificativa racional para os problemas que surgiram. Parece que, simplesmente, a mudança não agradou meu micro. Ele se nega a trabalhar na nova casa. Um simples clique do mouse é uma missão impossível. Mas com certeza, posso afirmar: nem o Tom Cruise vai salvar meu Compaq nos próximos dias. A formatação se aproxima e é urgente. Agora, além dos problemas, preciso também salvar minha reputação: virei motivo de risos quando descobriram que eu ainda uso o Windows 98. Droga!

janeiro 12, 2004

O Sonho, A Verdade

Há noite em que o dia nos parece escuridão
Há dias em que a noite nos parece a pior imensidão

Há sonhos em que os pesadelos são reais
E nos pesadelos, todos os sonhos são iguais

Na luz do dia, a escuridão parece tão distante
E em plena noite, a lua brilhando no horizonte

E quando o real encontra a imaginação
Imagine achar por si mesmo o fim ideal...


Lazarus, uma das minhas paixões.

janeiro 11, 2004

Me dei conta agora... Hoje é o aniversário da minha formatura...

Cinco anos!

Talvez este seja o momento ideal para escrever o primeiro post de 2004. Produzido diretamente do meu quarto (que não é mais meu quarto) situado na minha casa (que não é mais a minha casa). Nos primeiros dias do novo ano, estive encarregada de fazer a minha mudança para o apartamento do Elio. Esta era uma missão já planejada e esmiuçada desde outubro de 2003. E graças à folga conseguida nos dois empregos, pude passar três dias carregando caixas de um lado para o outro.

Primeiro o balanço: coloquei toneladas de coisas fora. Surpreendida, me dei conta de que não joguei quase nada fora nos últimos três anos. Isto mesmo: encontrei recibos de compras de 1996, folhetos recebidos nas sinaleiras, camisetas (diversas camisetas promocionais de tamanho G ainda guardadas em seus respectivos saquinhos). O que não foi doado, foi para o lixo.

Depois de levar quilos sobre os ombros, a hora de descarregar é a mais desesperadora. Por um segundo, o apartamento aparenta ser menor do que já é. Os armários vão ficando abarrotados e o conteúdo das caixas não diminui. Depois do domingo de uma tremenda faxina, tudo ficou certo em seu lugar. Aprendi a tomar choque no chuveiro, a pensar na janta, a sair de ré da garagem.

É isto. Vida de casado tem as suas dificuldades. Mas tem mais maravilhas ainda. Antes de completar uma semana, a lista de aventuras aumentava:
- fiquei terrivelmente doente. Uma gripe sufocante. Não conseguia falar, trabalhar. Mas...
- mesmo doente, tive que comparecer ao trabalho. As folhas começam a se acumular na minha mesa. Na labuta diária...
- aprendemos a lavar e a secar a roupa (mesmo que no apartamento não tivesse lugar para nenhum dos dois). E, sem solução,...
- o choque no banheiro ainda me incomoda :-)
- e para fechar a primeira semana com chave de ouro: na quinta-feira à noite, meu amado foi demitido. Dormimos do jeito que foi possível. Acordamos com as caras amassadas. Nos despedimos com beijos nervosos pela manhã. E, antes do meio-dia da sexta-feira, ele foi readmitido. Tensão, né?

Pois é... Assim que a gripe me deixar, e que eu puder coordenar melhor as minhas idéias, estarei de volta. O próximo post será produzido no novo lar, doce lar.