junho 29, 2006

Eu queria que as idéias saíssem pelos meus dedos e ganhassem vida pelo teclado. E que, na tela do meu computador, as letras começassem a dançar e a cantar. Como num show da Broadway. E o espetáculo contaria a história da minha vida. Repleto de figurinos, personagens e cenários. Paredes de um colorido que poderia lembrar o meu sorriso. E de uma noite mais brilhante como eu sempre sonhei. Eu poderia relembrar todas as coisas, como se fosse um almoço com um velho amigo, de muitos anos, de muitas risadas, de conhecer a minha vida até o avesso. Eu perguntaria, depois que ele posicionasse os talheres no prato: "Me acompanha num cafezinho?" E os atores começariam a cantar, meu pé já batendo no chão, o dedo tocando com ritmo a alça da xícara, a cabeça de um lado para o outro. E as canções falariam sobre mim. Sobre as coisas que eu penso, sobre o que as pessoas acham que acham, mas na verdade não podem achar nada. E as canções me diriam para onde seguir. Eu ficaria feliz. Porque teria um mapa completamente novo na minha cabeça. E perderia o medo. Pois direções são preciosidades. Mais valiosas que um baú abarrotado de jóias. A música continuaria. Eu teria cada vez mais certeza. Até o momento em que as cortinas se fechassem. E o meu coração ardesse em desespero na curiosidade de saber se alguém aplaudiria ou não...

junho 27, 2006

Mais uma música adicionada à discoteca particular da minha cabeça. Do Muse... Vai! Canta aí comigo!

Far away
The ship is taking me far away
Far away from the memories
Of the people who care if I live or die

Starlight
I will be chasing the starlight
Until the end of my life
I dont know if it's worth it anymore

Hold you in my arms
I just wanted to hold
you in my arms

My life
You electrify my life
Lets conspire to ignite
All the cells that would die just to feel alive

But I'll never let you go
If you promised not to fade away
never Fade away

Our hopes and expectations
Black holes and revelations
Our hopes and expectations
Black holes and revelations

junho 26, 2006

Tranqüila. Bem tranqüila. Levantei da cama. Com notas musicais na cabeça. Tranqüila. Tomei banho. Aproveitei o sabor do suco de uva. Olhei o relógio. Na medida. Nem atrasada. Nem adiantada. Pintei os olhos. Arrumei os cabelos. Enrolei o cachecol no pescoço. Vesti o casaco grosso. E andei pela calçada. Até o estacionamento. Olhando para o chão. Protegendo os olhos. Do vento. Do frio. Abri o meu carro. Dirigi até o trabalho. Cantando. Rindo do remix forçado. Dos pulos do CD. Cada vez que eu passava em um buraco. Nem os buracos. Nem eles me incomodariam hoje. Trabalhei bastante. Organizei todo o material. E fui até a Vila Nova. Conversei com os meninos da gráfica. Combinamos toda a impressão do jornal. Voltei cantando mais. Retornando para a mesma música. Sempre a mesma. Que fala da luz de uma estrela. Fala de seguir essa estrela. Porque ela eletrifica a vida da gente. E é isso. É isso que se precisa. Almocei. Também na medida. O caminho estava gelado. Uma ventania. Mas a comida quentinha. A companhia agradável. Brindei a tarde com um café. Para descongelar o corpo. Me aprontar para o turno. Terminar de organizar mais coisas. Tudo já planejado. Mas um telefonema. Um telefonema bastou. Para abrir a passagem do caos. A pessoa foi muito pedante comigo no telefone, e eu confesso. Até aquele momento ainda não tinha notado que o céu estava carregado de nuvens. Muito carregado de muitas nuvens e eu tive vontade de xingar o cara, falar coisas horríveis. Mas me controlei. Não podia deixar nada estragar a minha segunda-feira na medida. Justo no momento em que entram novamente na minha vida para me dizer que o trabalho ainda não estava finalizado que eu talvez tivesse sonhado isso mas que a verdade era que teria que escrever ainda nessa tarde mais duas páginas do jornal que eu tinha produzido ontem durante toda a tarde enquanto chovia muito e eu bem que poderia estar dormindo e sonhando mas estava trabalhando e pra nada pra nada porque daí fiquei nervosa e daí eu me descontrolei e comecei a ficar ainda mais furiosa quando li o material prévio dessas novas páginas e vi que não tinha nada nada nada tudo era um lixo completo e teria que ser refeito por mim é claro em menos de uma hora porque eles fizeram o favor de não alterar um minuto sequer do cronograma pois não podemos atrasar a entrega e aí nesse meio tempo digitando feito uma louca ainda consegui chatear uma pessoa via MSN e deixei o assunto mal resolvido porque tinha que trabalhar e discuti com uma colega porque fui dispensada de uma viagem que eu queria muito ir e não achei justo e gritei que ninguém reconhece um milésimo do meu esforço que depois ficam reclamando dos meus dramas sem fim mas a minha vida é um drama pesado cheio de lágrimas e exageros e também não pedi desculpas para as cinco pessoas que eu xinguei muito e nem me lembrei que um dia a minha promessa na aula de psicossíntese foi de nunca mais brigar no meu trabalho nunca mais fazer bolos e deixar todo mundo desesperado tentando me conter mas eu pensei que se ralem que se ralem que se ralem todos porque essa vida é muito injusta e hoje eu estava a fim de quebrar tudo mesmo bem no meio na medida da minha segunda-feira destruída. Vou pro yoga.

A brincadeira toda deixou um gosto de algodão-doce na minha boca. Abri o dicionário, como quem procura por formas de animais ou gostosuras nas nuvens. Procurei por palavras. Inusitadas, surpreendentes, para que eu as aprenda e imprima um toque de clássica erudição às minhas piadas de menina grande. E eu fiquei olhando a tela do computador, admirando as palavras, pensando que elas se pareciam com coelhinhos, depois com um navio imenso, e também com sorvetes de chocolate, e aquela ali mais parece um pezinho todo jeitoso. E só fiquei imaginando a tua cara de surpresa, quando eu despejasse todas elas, uma a uma, da minha boca para o teu ouvido... Bem baixinho.

junho 25, 2006


Ontem, 50kg e Clandestina ultrapassaram o mundo virtual. O encontro aconteceu no Café do Lago e foi regado a muito café, guaraná diet, gato preto, coincidências, literatura, diferenças, miopia e astigmatismo, confissões, paixões pelo Rio, encanto por Salvador e muita, muita Era de Aquário nas nossas trajetórias. Um dos encantos da vida são essas afinidades instantâneas, feito Polaroid do tempo em que éramos crianças. Pois tem o potencial de durar muito. Ane, adorei ter te conhecido assim, longe da fronteira do blog, pessoa completa.

junho 24, 2006

Direto de Ji-Paraná, com banda larguíssima e cachos acentuados... Bem-vinda ao mundo moderno! Está inaugurada a temporada de conversas na Internet.

Tá. Ontem eu estava louca. Desculpa se eu gritei contigo. Desculpa se fui grossa naquele e-mail. Desculpa se joguei aquela colher cheia de Farinha Láctea contra a parede e fez um buraco e a massa ficou endurecida no bege caramelo claro. E o resto ficou ali jogado. E eu não limpei. É claro. Pisei forte com as minhas pantufas de cachorrinho, e girei, girei só com os pés, até cair e bater com a bunda no chão. Foi engraçado. Mas eu fiquei irritada. E liguei o rádio, e coloquei aquele CD de punk rock que eu amo, e a vizinha que gosta de tango não suportou. Bateu na porta repetidas vezes, e ameaçava me mandar para a ponte que partiu. Não sei por que. Acho que foi destruída por um temporal. Esse mesmo que está sobre a minha cabeça. E sobre a cabeça do mundo. Vai, olha! Olha! A nuvem tá bem aqui, ó!

junho 23, 2006


Ê, sexta-feira!

junho 22, 2006

Porque tudo começou ontem à noite. A Lê foi jantar na minha casa. Eu fui no supermercado e comprei vinho para a comida e Polar Bock para mim. Eu estava com vontade de tomar Polar Bock há um mês. E não encontrava nunca. As garrafinhas estavam lá, na geladeira do corredor das bebidas, só esperando pela minha vontade. Cozinhei. A Lê ficou sentada num banquinho na minha cozinha. E eu mexendo as panelas, fazendo as minhas tradicionais poções e superstições culinárias. E nós falando... Falando, falando, falando... Conversamos sobre todas as coisas que aconteceram desde que eu fui para a Bahia em janeiro. Muita coisa. Mais de quatro meses de novidades. Sentamos na sala. E conversamos mais. E eu jantando e tomando a minha Polar. ÊÊÊ! Contei pra ela dos meus planos, do trabalho e das confusões. Fiquei com as bochechas quentinhas. Claro, ri sem parar. E a cerveja subindo para a cabeça. Subindo, subindo. Levei a Lê até a Anita Garibaldi para pegar um táxi. E voltei para casa cantando, e imitando com os braços a bateria de uma música do CD novo do Muse que entrou e ficou, ali, num cantinho do meu cérebro. Lavei a louça. Cantando, cantando. E fui dormir... A primeira coisa da manhã, depois do banho, suco de uva e café com leite, foi a manicure. Maravilha, maravilha. Peguei a lotação e sentei no lado esquerdo, para ficar com o rosto encostado no vidro, pegando sol e ficando bem quentinha de novo. Claro, cantei mais. Eu adoro cantar na lotação. E, às vezes, eu também falo. Coisas que até as pessoas concordam. Ou eu fico com vergonha quando falo alto demais, e aquelas senhoras de casacos grossos e jóias transbordando pelas mangas acham que sou maluca. Desci no Centro. E atravessei toda a Praça da Alfândega, analisando os camelôs que vendem qualquer coisa que se queira. Os da Praça são mais sofisticados, têm artesanato e umas cuias lindas. Em uma das bancas, alguém fazia um tratado maravilhoso sobre Leonardo da Vinci. Fui fazendo o caminho do sol até chegar à Casa de Cultura. Cheguei e sentei no computador. Li os e-mails. Conectei o MSN. E comecei a andança pelos blogs afins... E comecei a conversar com a Moni pelo chat do Gmail. Conseguimos falar bastante, pois a conexão de Rondônia não atrapalhou nada. E ela me contou do trabalho, da poeira, do modem de banda larga que não chega nunca. Me contou da Tess e de histórias engraçadas de estufas, alfaces e gatinhos. E eu ri muito. Gargalhei. E nem senti o tempo passar. Olhei o relógio. E fiquei com medo de almoçar sozinha hoje. Liguei para o Napp. E, ao mesmo tempo, ouvi um toque de celular no corredor. E ele atendeu bem baixinho, pra fingir que não estava ali. E eu desliguei e peguei ele na tampinha, fazendo a brincadeira comigo no momento em que chegava na Casa. Voltei para computador, para fazer uma hora. E li uma coisa tão linda, linda, linda no blog da Manu. E me concentrei em alguns parágrafos. E admirei a coragem dela por ter contado tudo, tudo, tudo... E fiquei feliz por saber que ela é minha amiga. E que eu sou amiga dela. E que tenho tantos outros amigos. Que eu acho especiais, essenciais, luz. Olhei para a mesa ao lado da minha. E o sol, se esgueirando e se refletindo em vidros de prédios e carros, conseguiu entrar na minha sala. E ele dançava, como que querendo me mostrar alguma coisa. E eu nem liguei. Levantei da cadeira, aumentei o volume do rádio, e saí dançando com ele. E eu nem liguei que era meio-dia. Nem liguei que estava na minha sala, e que algumas colegas passaram e riram da minha discoteca particular. E achei que seria interessante escrever no blog sobre todos os pensamentos da minha cabeça. Num post enorme. Do tamanho dessa coisa boa que estou sentindo por dentro há algum tempo.

junho 19, 2006

O ar empurra os balões coloridos para ainda mais alto. A menina do vestido azul tenta enxergar por entre a luz do sol as bolas coloridas ganhando altura. Sentada no balanço de madeira, ela determina a velocidade do tempo com o ir e vir. Vai devagarinho. Olhando o chão e imaginando atingir o céu quando os pés quanse decolam. Indo e vindo. Como um tic-tac de um tempo infinito. Um tempo de brincadeiras e invencionices. De mundos inteiros criados entre as árvores do jardim, de descobertas das idéias. Um tempo em que era possível pintar as nuvens cor-de-rosa, e também de procurar bandidos com armas de mentirinha. O mundo inteiro era uma folha branca de papel, só esperando o toque do conjunto completo de canetas coloridas. Tudo podia ser o que ela quisesse. E continua sendo assim. Neste jardim de lembranças de sua infância. Como uma fonte de inspiração inesgotável, como matéria-prima para a sobrevivência de uma alma adulta. Alma que encontra seu refúgio perfeito na nostalgia e em todo o universo imaginário que faz parte dela. A bola vermelha continua perto da árvore. Mas o tic-tac não pára. Está quase anoitecendo. Hora de parar de brincar de adulto se imaginando criança. Sua mãe já lhe chama para o jantar.


Domingão.

Mais família Thomé em Mari - Dicionário de Idéias Afins

junho 16, 2006

A melhor de todas, todas, todas, todas e todas (absolutamente todas) as notícias que eu poderia ter nesta sexta-feira pós-feriado.
Proporcionada by Mari's Piratarias Inc.

junho 15, 2006

Há dias tenho tido pesadelos. Diferentes dos habituais, nos quais estou trabalhando durante toda a madrugada, discutindo com alguém aos gritos, ou tentando gritar e sem voz para fazê-lo. Nesta semana tem sido pouco usual. Acordo, no meio da noite, com a sensação de que alguém está no quarto. Mas não uma pessoa somente. Lotes e lotes de pessoas. Elas caminham pelo espaço, se encostam no guarda-roupa. Algumas até sentam discretamente no cantinho do colchão. Elas conversam e não me deixam dormir. Como um encontro de velhos colegas de colégio. E eu ali, com os olhos fechados, escondendo o rosto no travesseiro. O tempo passa, começo a ficar com calor, e eles começam a inventar coisas. Pior: me mandam fazer coisas a noite toda. Inicio todo o processo de estresse e nervosismo. A madrugada é infinitamente menor que a lista de tarefas. Na quarta-feira, tive a nítida impressão de, às 2h59min, dizer para o Mr. Flag: "Tchê, da próxima vez não traga tanta gente para a cama, por favor". Hoje eu vou ter que dar um jeito. Se esse povo está ali esperando drinks e canapés, estão é muito enganados.

junho 14, 2006

Delicadamente, inclinei meu corpo para a frente, apoiei as mãos e sentei no chão. Senti um leve relaxamento. Começando do topo da cabeça, e percorrendo o caminho até o pescoço como pequenas correntes elétricas. Me arrepiei um pouco... Firmei os braços no chão, relaxei a coluna e joguei o rosto para o sol. Esperando que ele me inundasse de calor, ou de outras e outras e outras sensações de desprendimento. Inspiração. Longa, profunda, completa. E um suspiro quase infinito. Quase. Dobrei os joelhos e aproximei os pés do quadril. Uma mão acima da outra, com a coluna erguida por uma força invisível, fechei os olhos e me concentrei nele. O tudo. Pupilas serenas e me vi. Pronta. Com o tíquete na mão, os pés na plataforma, olhando fixamente para os trilhos. Esperando o primeiro sinal de fumaça do primeiro trem com destino para um universo particular. E secreto.

junho 13, 2006


O quê? Copa do Mundo?!?!? Onde? Quando? Como?!?!?! Não vi nada.
Não vi garra, não vi qualidade. Não vi jogo.

junho 12, 2006


Você é tão Paris
Eu sou um Zé qualquer


Moptop

Fim de semana em forma de notas musicais. Na sexta, churrasco com direito a discotecagem na nova casa do Marcelo e da Adri, com muito anos 80. A Malu está fofíssima, e esta é a mansão mais aconchegante que já conheci. No sábado, a coisa

ficou forte. A Família Metal se dirigiu a Taquara, para assistir o IV Thrash Attack Festival. O Mano tocou com a Dark Asylum e, simplesmente, detonou a batera. No domingo, pós-plantão congelante, assistimos os

cariocas do Moptop no Bar Ocidente. Eu, Dany, Sassá e Vivi. Com direito a polenta e mesa "Terror em Amityville" na Lancheria. E os pezinhos insistem em continuar dançando. Até agora...

junho 11, 2006

A pergunta que não se cala há vários meses: quem é a pessoa que acessa o meu blog de Roma?!?!? Apresente-se, por favor, e acabe com essa minha curiosidade.

O dia amanheceu frio hoje. Depois da chuva de ontem, até minha memória foi lavada. Num estalo, me lembrei do meu plantão. Estava desfeito o meu sonho de um fim de semana de folga plena. Liguei para a Casa de Cultura e verifiquei a informação. Castigo confirmado. Sem saída, preparei a cuia, saquei a bomba e, de mateira no ombro, adentrei o Centro deserto de Porto Alegre. Poucas almas passeavam pela CCMQ. A maioria delas, penadas.

"Cinema a R$ 8,00. Teatro Carlos Carvalho no segundo andar, saindo do elevador à direita. Ingressos para o cinema na Sala Eduardo Hirtz, do outro lado da Travessa. Museu do Brinquedo no quinto andar. Quarto do Poeta no segundo andar na outra ala. Teatro Bruno Kiefer no sexto andar. Café Concerto? No sétimo andar pelo elevador da outra ala".

E o Mariozinho atrás de mim, ouvindo as perguntas, e rindo das respostas. "São sempre as mesmas. As perguntas e as respostas. As respostas e as perguntas". Sim. Sou um gravador com casaco e cachecol, e posso até mesmo repetir as indicações em seqüência, sem prejuízo algum. Ele achou divertido na primeira hora. Depois, se cansou. E acabou enfiando os óculos enormes no jornal, concentrado nas notícias sobre o sermão do jogador de futebol no presidente. "Uma bolada na cara dele". Literalmente.

Conversamos sobre poesia. Sobre autores franceses. E, antes que eu pudesse perceber, ele havia caído em sono profundo. Não pude nem conversar sobre a agenda de passeios e visitas a escolas no mês de junho. Passei o resto do tempo cuidando para que os visitantes falassem baixo, e que as crianças diminuíssem a algazarra. Precisava preservar o soninho do poeta. Nananana, nananana, nana-na-nananana, nananana, nananana, nanana-nana-nana...

junho 08, 2006





Então, o seu Mariozinho chegou perto de mim e disse: Alegre miséria. Os teus sapatos parecem que estão rindo! E, é claro, eu achei muita graça. E fui pra casa. Sorrindo como meu sapato furado.

junho 07, 2006


Uma das minhas casas, com o sol do fim da tarde, sob o olhar da Sassá, em uma semana de muito trabalho, boas risadas, algumas descobertas e um friozinho de dar uma baita preguiça.

junho 06, 2006

Quando se pensa que o limite foi alcançado, é daí que estamos realmente enganados. A todo o momento, o mundo inteiro conspira para que os desafios sejam maiores, os prazos menores e as pessoas que aparecem mais insandecidas. Ao mencionar insandecidas, quero dizer realmente insandecidas, loucas de pedra, malucas, piradas, piscóticas em mais alto grau e nível de periculosidade. Tudo isso para dizer que a minha tarde (ou seja, mais ou menos 4 horas) passou como se fosse cinco minutos (ou seja, praticamente nada). Isso significa que, entre um telefone, um e-mail, um problema, outro telefone, alguma solução e muita, mas muita gritaria, fiz váááááárias coisas que sequer lembro. Assim automática. Precisei agendar para alguém duas escolas diferentes com alunos de idades diferentes para uma matéria diferente para o Jornal Nacional. Alguém me pediu para arrumar o tamanho de uma foto possivelmente de outro alguém. Alguém novamente me pediu uma foto do poeta que inacreditavelmente não tenho autorização de outro alguém para passar adiante. Alguém me ligou para pedir para exibir um DVD sobre o poeta em uma festa no fim de julho que uma reunião de vários alguéns ainda iria definir como será. E foi exatamente nessa reunião que alguém perguntou para outro alguém como era possível que alguém como eu pudesse falar tudo aquilo sobre outrem sem ter bebido antes. Sei lá. Alguém pode me explicar o que está acontecendo? Porque eu ainda estou com vontade de dar uns gritos para uma tal de Miriam. Porque se eu sou a heroína dessa história, ela realmente parece ser uma das mais perversas vilãs que apareceram por essas bandas. Alguém me alcança a minha capa, por favor?

junho 05, 2006

Pois começo a pensar em conspiração subliminar. Alguém está tentando mexer com a minha cabeça. E a música dessa segunda-feira ééééééé...

Me deixe cavalgar nos seus desatinos
Nas revoadas, redemoinhos
Vento, ventania, me leve sem destino

junho 04, 2006

É dificil se acostumar com as mudanças. Pelo simples fato de que elas viciam. Tornam-se imprescindíveis como o ar, como colocar uma perna a frente da outra para provocar o deslocamento. Depois de trabalhar-estudar-me-cansar, dediquei o resto do fim de semana a uma tarefa nova: livrar-me de mim mesma. É isso. Livrar minha fala, meu olhar, meu toque, minha influência, minhas produções... Afastar tudo isso de mim mesma. Porque está cansativo esse caminho que escolhi. Está cada vez mais complicado encontrar soluções que provoquem a mudança automática e plena. Sem mencionar o fato de que, mudando tanto, corro o risco de completar a volta inteira e chegar ao mesmíssimo ponto de onde eu parti a primeira vez... Aquela mesma, em que decretei guerra contra o soldado-eu. Então esse será o desafio do mês: farei coisas que eu nunca faria, falarei coisas que eu não falaria, tocarei tudo de jeito diferente. Mesmo que quebre. E mais importante: não escreverei uma linha sequer do que seja eu... Serei outra pessoa e o universo ao mesmo tempo. Talvez melhore um pouco. Mas com certeza a lista dos defeitos aumentará.