dezembro 25, 2003

De todos os desejos que poderia enviar aos meus queridos amigos neste período de fim de ano, só restou um. Sincero, singelo, nobre, completo:

Mantenha os olhos bem abertos.

Somente desta maneira é possível enxergar todas as coisas boas que existem, todas as pessoas maravilhosas que estão ao nosso redor, todas as mãos estendidas, os olhares carinhosos e as oportunidades imperdíveis.

Esta é a atitude que faz da vida o instrumento perfeito para dar e receber. Idealizar e construir. Olhar e sentir...

Lembre-se: estou sempre aqui ao lado... Feliz Natal e um ótimo Ano Novo. Mãos à obra! Vamos fazer de 2004 um ano inesquecível.

Grande beijo!

A realidade pode ser infinitamente mais assustadora do que qualquer (qualquer!!!) filme de terror. Este relato pré-Natal é, além de assustador, o resultado de seqüelas de estresse e da loucura do ser humano que esquece que é humano e pensa ser um super-herói de histórias em quadrinhos.

A tarde da véspera da véspera do Natal começou bem. Um pouco de trabalho para ser colocado em dia e depois, um mar de tranqüilidade (aquela exterior, pois no interior restam somente os escombros...) Fui embora da Casa de Cultura carregada: um livro, uma garrafa de champanhe, um vaso com plantinha, minha bolsa, e.... e um caderno com todas (TODAS, TODAS, TODAS!!!!) as minhas anotações sobre o trabalho de 2003 na Casa de Cultura Mario Quintana (isto mesmo: aquele caderno em que anotei todos os nomes, todos os telefones, todas as atividades, todas as discussões das reuniões do Conselho Consultivo, contatos, atividades, relatórios... enfim... tudo mesmo).

A burrice da criatura está no fato de que, depois de receber trabalho para fazer na folga do Natal (tem chefe que não dá desconto - hehehe) e ter as mãos lotadas para carregar presentes, ainda insiste em levar o caderno para casa... O decorrer dos fatos é óbvio: sem mãos, sem paciência e sem prestar atenção, coloquei algumas coisas dentro e carro, e outras NÃO!

E atenção: foi justamente o caderno e o livro presenteado que eu esqueci em cima do teto do carro. O caderninho valente ainda resistiu à descida em curva de treze andares da minha garagem gigante. Agarrou-se à lataria do automóvel e gritava por socorro. Não ouvi os pedidos desesperados. E, mesmo depois de ouvir o caderno cair do carro (já na rua) e olhar pelo espelho retrovisor e ver várias folhas voando no chão, tive total falta de critério ao pronunciar a seguinte frase ao meu carona:

- Esses estudantes! Olha só, Napp. Jogaram um livro contra o meu carro!!!!!

A verdade, caros amigos, é que depois de chegar em casa, preparar meu banho e descansar a cabeça, é que a ficha caiu:

AQUILO ERA O MEU CADERNO!!!!!!!

O que se seguiu é mais óbvio ainda: desesperada, chorando, me chamando de burra, estúpida, cretina, desatenta, estressada, tomei banho de qualquer jeito, vesti a primeira roupa e saí correndo para a garagem... No meio do caminho encontrei o pai, que me impediu de sair feito uma enlouquecida e bater o carro no primeiro poste.

Chegamos no centro em 10 minutos. Uma hora depois de deixar o caderno cair, aterrissamos na esquina e eu vi uma folha no asfalto. No meio da rua, com a marca de dois mil pneus estava o pacote com o livro. E, perto de um muro, estavam as folhas do meu caderno (todas destacadas) e todas as miudezas que estavam armazenadas em um envelope plástico. Aliviada, mas não satisfeita, fui questionar um morador de rua que fica por ali... E, pelo modesto valor de uma cervejinha, recebi de volta o regimento interno da CCMQ. Ele solicitou minha identidade, para comprovar que o material era meu.

Voltei à vida... Recuperei todas as minhas informações. Tentei voltar ao normal (?!?!) e desacelerar. E o Elio resumiu toda a história: "Joga tudo, de qualquer jeito, dentro do carro!!!!". Anote aí, por favor, meta para o próximo ano...

dezembro 21, 2003

Festas de fim de ano poderiam ser extintas. Quanto menos intimidade existe entre os convidados, mais bizarra parece ser a cena que se constrói depois de meia centena de latas de cerveja. E você, que não bebe, parece ser o único na platéia. Os colegas, antes comportados e polidos, gritam ao mesmo tempo, sambam, se xingam, derrubam (obviamente) todos os copos de vidro disponíveis no chão. O colega que passou o ano inteiro calado vai fazer questão de recuperar o tempo perdido em apenas 30 minutos. Uma televisão saída do nada exibe o show do rei, no volume máximo que o aparelho e os ouvidos podem suportar. Gritos, mais gritos e mais gritos. No meio do histerismo, mais gritos de crianças, agora machucadas com os braços e pernas raladas depois de correrem feito loucas e se arranharem nas pedras do calçamento. Nada faltou: sessão de piadas, imitações (algumas reais) de bêbados, brigas de namorados, conspirações mal planejadas, fumaça da churrasqueira improvisada invadindo a garagem. No meio da confusão, de forma estúpida, você, que está ali quietinha, inventa de passar o relatório para o chefe sobre a tarde de trabalho. “Sem visitantes, tudo vazio. A colega não foi no plantão. Deve ter acontecido alguma coisa. Mas ninguém apareceu para visitar o setor em que ela...” Em menos de dois segundos, toda a situação dá duas voltas, e tu passa de colega querida que tentava justificar o injustificável a dedo-duro filho da puta... Mal com a situação, resolve pegar um ar rua, e acaba prensada contra a parede por um velho careca e tarado. Antes de terminar toda a função, ainda enxerga mil bocas em mil ouvidos, falando baixinho, comentando... Eu juro... Só queria ir para casa. Para repetir a mim mesma todas as minhas mentiras.

dezembro 13, 2003

A CAIXA. O ESPELHO. A LU.



Algumas vezes me divirto muito na Casa de Cultura. Em outras, me divirto mais ainda. Estou em período de compras e brincadeiras. Volto na segunda.

dezembro 11, 2003

Agendas de fim de ano são complicadas. Acabei de fazer o primeiro esboço da minha. A definição é: desesperador. As comemorações aparecem e pipocam no meu e-mail a cada minuto. E os espaços vagos somem, somem, somem. Amigos que ainda não marcaram a festa: Agilizem-se!!!!! Amigos que já marcaram: Não mudem as datas, por favor!!!

Esta é a prévia da semana que antecede o Natal: dia 15 (amigo secreto ao meio-dia), dia 16 (amigo secreto à noite), dia 18 (confraternização ao meio-dia), dia 20 (confraternização à noite), dia 21 (tradicional bacalhau) e dia 23 (confraternização à tarde).

Estou cansada previamente... E eu pensando em fazer minha mudança neste período... Assustador...

*adendo (13/dez): dia 19 (confraternização à noite). As fichas estão acabando.

dezembro 10, 2003

Grande show. O Blues faz Cem Anos. Grande show com Fernando Noronha & Black Soul na noite desta terça-feira na Casa de Cultura. Entrada franca e muita gente. Legal conhecer o pessoal da banda - Fernando Noronha, Xico Preto, Luciano Leães e Ronie Martinez. Cheios de sorrisos e brincadeiras, eles não foram somente para tocar. Foram para se divertir... E ver o Teatro Carlos Carvalho COMPLETAMENTE lotado foi muito bom... Quem não conseguiu pegar senhas, não perdeu. Ao contrário de outros lugares de Porto Alegre (que não permitem estas coisas), deixamos a galera sentar no chão, ficar de pé... Abrimos as portas e, mesmo quem ficou realmente de fora, pôde ouvir do corredor. Depois coloco algumas fotos aqui.

dezembro 08, 2003

LuElio



dezembro 06, 2003

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!
....
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
HHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
...
Que dia estressante...

dezembro 03, 2003

Estou na fase do "Aguardem!". Sei que é chato. Mas, inevitável. Resultado das somas dos fatores: acúmulo de trabalho+compras de fim de ano+gastos surpresa+tarefas de última hora+confraternizações do minuto.

Então: AGUARDEM!!!

Em breve, O Diário da Mudança...

Comprei um celular. Ele me dá oi, toca musiquinhas e se despede com um tchau! Sincero e dedicado como um amigo. Conversamos a noite inteira sobre tecnologia e dependência... Sobre loucura e imaginação. Sobre solidão e lançamentos de toques para download...

Com licença. Ele está me chamando neste momento.

dezembro 01, 2003

Estrela, estrela
Como ser assim
Tão só, tão só
E nunca sofrer

Brilhar, brilhar
Quase sem querer
Deixar, deixar
Ser o que se é

No corpo nu
Da constelação
Estás, estás
Sobre uma das mãos

E vais e vens
Como um lampião
Ao vento frio
De um lugar qualquer

É bom saber
Que és parte de mim
Assim como és
Parte das manhãs

Melhor, melhor
É poder gozar
Da paz, da paz
Que trazes aqui

Eu canto, eu canto
Por poder te ver
No céu, no céu
Como um balão

Eu canto e sei
Que também me vês
Aqui, aqui
Com essa canção

novembro 30, 2003

Eu sumi... Estou correndo. Vou até ali e já volto. Esperem um pouquinho. Tenho novidades.

novembro 25, 2003

Bem-vindos à vida moderna!

Um dia eu acreditei que, realmente, a Internet banda larga era o melhor negócio. Instalei no meu micro e passei a me divertir, a trabalhar, a vadiar... Sem olhar desesperadamente para o telefone... Sorrindo ao imaginar as cifras desaparecendo de minha conta mensal.

Um dia me apresentaram todas as outras facilidades. E assim lá fui eu: entrei em terrenos perigosos, freqüentei barras pesadas, vendi a alma do meu computador por um punhado de canções, deixei as portas abertas para trocar algumas palavras com os amigos.

Um dia os sinais começaram a aparecer. Pequenas pop-ups, janelas, portas, vidros, tapetinhos. A casa veio completa. E eu perdi a tranqüilidade. Coloquei vários programas para fora. Não adiantou. Seu fantasmas e suas sombras permaneceram.

Apelei, então, para o mais cruel dos recursos: instalar um caçador implacável. Em menos de dez minutos, foram encontrados mais de 140 espiões em meu micro, spywares, pequenos instrumentos de investigação suja e não-autorizada. Foram todos para o lixo.

E hoje, por toda a futilidade cibernética que me cerquei, me sinto invadida. É como se, ao apagar as luzes para dormir, 140 pares de olhos surgissem de buraquinhos na parede do meu quarto. Mexendo-se de um lado para o outro. Me vigiando. Esperando o próximo passo.

Ou o próximo clique...

novembro 24, 2003

Esqueci tudo o que ouvi ou li sobre Matrix Revolutions. O filme é maravilhoso, muito bem feito, explica várias coisas e (sim!) deixa várias portas e possibilidades abertas. Mas isto não é uma falha. A vida é assim. Nunca poderemos ter certeza de nossas escolhas... Optar ou não pelo emprego certo... Ou aceitar determinada proposta... Ou planejar algo novo... Nesta trajetória toda, somente alguns sentimentos são definitivos... Como o amor (e neste caso defendo com unhas e dentes esta teoria... Como apaixonada que sou).

Matrix não é um filme que se encaixa no perfil The End ou E foram felizes para sempre. E isto faz com que eu admire ainda mais a trilogia.

novembro 21, 2003

It's okay to cry for a moment
When promises shatter
But don’t waste your tears for too long
Because soon it won’t matter
Promises made, they were lost
But don't bother grieving

We will find good days for us
The sun will shine brightly
Live our life, if only for just
A moment

novembro 19, 2003

Now I know it's right, from the moment I wake up till deep in the night
There's nowhere on earth that I'd rather be than holding you tenderly

Eu estava cética. O Nasi publicou esta dica no blog dele. Fiz três perguntas. "No way!" 'Of course!" "Yes!" O Omniscient Baby não errou uma.

novembro 18, 2003

Já pensou, realmente, no fato de que a tua casa passará a ser minha casa também? E que, todos os dias, antes de dormir, te desejarei boa noite?

Eu sei. Às vezes sinto um frio na barriga.
.

novembro 17, 2003

Echo & The Bunnymen na segunda-feira.

Eagle-Eye Cherry na quinta-feira.

Trabalho? Que trabalho, que nada...

Quando a tia comentou sobre a faxina executada no fim de semana, o brilho saiu dos olhos de Helena como faíscas radioativas. Depois de limpezas, quando eram abertos os baús da família, é que apareciam as coisas mais fantásticas. A tia prometeu uma boneca. Ela não era mais criança. Mesmo assim alimentava a fantasia pueril de receber presentes antigos, que guardavam lembranças, sentimentos de uma época em preto-e-branco.

Todo esta fantasia acabou sumindo. Evaporou no momento em que Helena viu a tão sonhada boneca da tia. No lugar de cachinhos e bochechas rosadas, a mulher carregava a boneca mais feia já vista. Não, ela não era feia. A roupa era clássica, muito limpa, um vestido bem costurado. O cabelo estava no lugar, a porcelana se encontrava em perfeito estado. O problema eram os olhos. Um par de olhos negros que imprimiam um ar maligno ao ser inanimado. Se o mal possuísse uma espécie de materialização, aquela boneca seria o símbolo máximo.

Helena aceitou o presente. Levou a boneca para casa, sentindo o peso de uma maldição e a onda de azar que impregnou como uma fumaça negra. Tudo começou a dar errado. Helena era recepcionada pela boneca todos os dias. Abria a porta e encontrava a nova dona de todo o espaço, ajeitada no sofá, o olhar fixo, a fisionomia séria. Passou dias sem dormir, ouvindo barulhos estranhos, enxergando sombras. Imaginando as vinganças que seriam impostas caso ela, simplesmente, jogasse a maldita no lixo.

Ficou com medo. Consultou algumas pessoas e a salvação indicada parecia ser a mais óbvia: “Abandona a boneca, mas faz isto em uma igreja. Pode ser mais seguro. Por via das dúvidas...” Como havia planejado uma visita à mãe, traçou todo o plano. Largaria a feiosa na igreja mais próxima. Só esqueceu um detalhe importante: a igreja mais próxima era a Catedral Metropolitana, um prédio histórico da cidade, freqüentado dia e noite por religiosos de todo o estado. Mesmo temerosa, resolveu levar o plano adiante. E foi com a respiração presa e com um movimento do braço esquerdo, que tirou rapidamente a boneca da sacola plástica e a colocou grudada no banco de madeira. Não esperou mais nada. Foi embora.

Depois de dar cinco passos, em plena Catedral, começou a ouvir o burburinho, que aumentou na medida em que mais e mais pessoas chegavam perto do banco, para analisar aquele criatura branca de porcelana, sentada, com aqueles mesmos olhos. Alguns fizeram o sinal da cruz, outros olharam ao redor e começaram a chamar os suspeitos. Uma criança começou a chorar.

Quando alcançou a rua, Helena correu. Correu o quanto pôde, o mais longe possível. Longe daqueles olhos ameaçadores. Não sabe o que foi feito da boneca. Se ela está guardada, se foi destruída ou se perambula infinitamente pelas ruas próximas da Catedral. Até hoje, adormece de olhos abertos. E promete a si mesma esquecer toda esta história.

"Sempre serei como um menino para tantas coisas, mas um desses guris que desde o começo carregam consigo o adulto, de maneira que quando o monstrinho chega verdadeiramente à idade do adulto ocorre que, por sua vez, carrega consigo o menino, e no meio do caminho se dá uma coexistência poucas vezes pacífica de pelo menos duas aberturas para o mundo."

Julio Cortázar

Descansei no fim de semana. Ontem, fiz uma das mais falidas incursões à Feira do Livro. Chovia muito, os esgotos entupidos jorravam água fétida. Encontrei grandes e caros livros. Espero que, com a aproximação da 50ª edição do evento, a Câmara Rio-Grandense do Livro repense a questão dos descontos. A Praça da Alfândega é linda e maravilhosa. Mas os preços da feira perdem longe para a concorrência das grandes livrarias dos shoppings. Uma pena.

Saí de lá com a calça e sapatos encharcados. E, de uma certa forma, feliz com a vitória do Donaldo Schüler, que seria anunciada no início da noite. Mas, naturalmente, os comentários circularam por todas as barracas, a mil por hora. RBS é realmente sinônimo de polêmica nos dias atuais.

novembro 10, 2003

Vencedor do Prêmio Literário CCMQ - 2003


Sessão de autógrafos amanhã – 11 de novembro, às 16 horas – no Pavilhão de Autógrafos da Feira do Livro de Porto Alegre.

Amigos, compareçam! Prestigiem o autor e prestigiem esta amiga de vocês (que, com muita honra, escreveu a quarta capa do livro).

...

Quem parte, parte contente,
Quem fica, fica chorando...
Quem parte, vai vendo gente;
Quem fica – pergunta – quando?

Quem parte, parte chorando;
Quem fica, fica contente...
Quem parte, vai tiritando...
Quem fica, fica no quente!

Quem parte, parte chorando
Quem fica, vida não tem...
As duas almas se trocam,
Mas sempre querendo bem!

...


Simões Lopes Neto

Blog abandonado. Vejo o mato crescer por todos os lados. E viro o rosto para a bagunça que se instalou no meu quarto.

Por favor, me alcance aquela enxada ali.

novembro 07, 2003

Estou na correria.

Mas uma correria tão boa, tão divertida... Como eu gosto de toda esta função da Feira do Livro. Hoje passei o dia acompanhando o Edmundo e o Walter (ilustres visitantes da CCMQ) em entrevistas e passeios pelos estandes. Os dois são uma companhia excepcional, divertidos, engraçados. É muito bom trabalhar assim, com pessoas sensacionais...

Estou em êxtase.

Elogios realmente fazem muito bem... E hoje eu recebi vários. Ah! E uma dedicatória linda do meu vizinho Paulo Bentancur no exemplar que eu comprei da obra completa do Simões Lopes Neto.

Quero contar tudo com detalhes. Volto quando o tempo permitir...

novembro 05, 2003

Estou me tornando uma contadora de histórias. Para cada ocasião, eu tenho um relato a fazer. Hoje, a Diana mostrou uma boneca antiga, que ela vai doar para o Museu do Brinquedo da CCMQ. Na hora me lembrei de um caso: uma boneca, uma maldição e a Catedral Metropolitana. Aconteceu com uma amiga minha. Mas vou contar para vocês no blog com mais calma. Hoje estou com sono... Aguardem.

Hoje o dia inteiro foi uma correria. Maravilhosa, eu confesso. Às vezes, adoro trabalhar muito... Confesso, também, que em alguns momentos me estressei. Mas isto faz parte de todo o processo. E, enquanto colocava em dia todas as tarefas, os minutos voavam, montados em um cometa, dando voltas ao meu redor e me deixando tonta.

novembro 04, 2003

Depois de amanhã, em Curitiba. Esta é uma da série "Ajudando os amigos e aguardando o lançamento em Porto Alegre".

LANÇAMENTO MUNDIAL DIA 6 DE NOVEMBRO, NO BETO BATATA!


Polêmico, engraçado, instrutivo e arrasador. O crítico literário Paulo Polzonoff Jr. mostra em O Cabotino com quantos neurônios se faz um literato. Não que sejam necessários muitos.

novembro 01, 2003

Há algum tempo não escrevia aquelas histórias tragicômicas da minha vida. Me lembrei de uma hoje, passeando pelo shopping, prédio no qual entrei para comprar um celular e saí com uma sandália da Datelli... Bem, não envolve a minha pessoa. Naturalmente, a história é ainda mais engraçada porque eu não estava junto...

Seis anos atrás, estavam no shopping, passeando em um dia de chuva como hoje, meu pai, minha mãe, uma de minhas irmãs e meu irmão. Ao final de um dos corredores, encontraram um famigerado Túnel do Terror. Contaminados por um espírito adolescente, compraram três entradas. Meu irmão se negou a participar, achando tudo uma idiotice... Mas os três integrantes da equipe que desbravaria o túnel consideraram o momento perfeito. A habitual horda de adolescentes barulhentos tinha escolhido outro lugar para se divertir no sábado à tarde. Portanto, os três poderiam passar vergonha, mas seriam vistos por poucos.

Entraram...

O que se seguiu foi o maior fiasco da história. Minha irmã era a primeira, seguida pelo pai e, por último a mãe. Na retaguarda, a mãe jurou que estava mais segura que os outros, mas acabou levando um jato de gelo seco diretamente no rosto. Tonta, desesperada e com início de uma crise de claustrofobia, começou a empurrar o meu pai, que empurrava minha irmã, que tentava se equilibrar de qualquer jeito...

Todos gritavam com todos e a tensão aumentava, pois nenhum dos “monstros” aparecia. Iam caminhando pelo escuro, sufocados pelo gelo seco, e nenhum “monstro” aparecia. Minha mãe atingiu níveis insuportáveis de nervosismo, contagiou o pai, puxaram a minha irmã e, em um instinto, decidiram que melhor do que derrubar a parede do túnel para escapar, era entrar em uma PORTA!!!!!

Não sei como encontraram a maçaneta. Sei que atores, maquiados, que tomavam café no camarim improvisado, levaram o maior susto quando aqueles três entraram esbaforidos pela porta. O menino da entrada esqueceu de dar o sinal para que todos entrassem em cena. E a minha família fez o show sozinha.

Os atores ainda sugeriram uma nova tentativa, desta vez com tudo certinho... Não toparam. Até hoje não esquecem a fisionomia de pavor dos monstros... Saíram pela entrada e não voltaram mais...

A 49ª Feira do Livro de Porto Alegre iniciou. Com a usual chuva, é verdade. E os jornais não esperaram os três dias de tolerância para publicar o clichê jornalístico desta época: leitura à sombra dos jacarandás. Vivi uma quase repetição do ano passado, quando no dia 1º de novembro, sexta-feira de abertura do evento, eu estreava meu uniforme de pingüim e mal sabia o que me aconteceria no decorrer dos mais de 15 dias da feira. Neste ano, eu estou do outro lado... Mas as novidades sempre pipocam de todas as direções.

As minhas antigas companheiras de equipe choraram as pitangas. O uniforme da feira é feio (feinho... para ser mais camarada...). Imita a roupa dos brigadianos e é mais justo do que roupa de ginasta (para não fazer uso de outra comparação... e sendo camarada de novo...). O bottom deste ano é bonito - hehehe. Eu adorei o fato de estar na Praça da Alfândega usando a minha amada e inseparável calça jeans...

As discursos das autoridades foram longos. Eu estava contando os minutos para que a chuva desabasse. Na realidade isto aconteceu somente depois da meia-noite...

E os loucos voltaram com tudo. Enquanto eu tentava ouvir o discurso do patrono Walter Galvani (ver é impossível...) fui empurrada contra um estande. Por um louquinho... Sim, não me digam que é normal uma pessoa que empurra a outra dizendo: "Não encoste em mim! Eu sou uma árvore! Não encoste em mim! Estou cheio de folhas! Sou uma árvore"...

Eu e o Napp chegamos atrasados na solenidade. Conversamos dois minutos com cada conhecido. E fomos trabalhar. Com o release do Falar e do Um Certo Rumor de Asas atacamos todos os jornalistas presentes, marcamos algumas entrevistas e deixamos todo o resto engatilhado. A bala vai ser disparada a partir do dia 7 de novembro. Por falar nisto, convocação 50kg: todo mundo na feira nos dias 10 e 11 de novembro.

DIA 10 DE NOVEMBRO: Palestra no Santander Cultural - Sala Oeste - 16h30min, com os dois autores e jurados do Prêmio Literário CCMQ.

DIA 11 DE NOVEMBRO: Sessão de Autógrafos no Pavilhão de Autógrafos da Feira - 16h. Apareça e peça um autógrafo do Edmundo e do Walter.

É isto. A feira é uma bagunça, é uma alegria. Definitivamente, o mundo dos livros é lindo... Sim, vou me endividar este ano... de novo...

outubro 28, 2003

Pensamento do dia, enviado pelo chefe Napp:

"Aquele que, ao longo de todo o dia, é ativo como uma abelha, forte como
um touro, trabalha que nem um cavalo e que, ao fim da tarde, se sente
cansado que nem um cão, deveria consultar um veterinário. É bem provável
que seja um burro!"


Pois é... Tenho uma veterinária na família. Talvez consiga consultas com descontos - hehehe...

outubro 26, 2003

Cuca rápida

Ingredientes:
– 4 xícaras de açúcar
– 4 ovos
– 4 colheres (sopa) de manteiga
– 1 colher (sopa) de fermento rápido
– 1 xícara de leite morno
– raspas de limão

Ingredientes da cobertura:
– 1 xícara de açúcar
– 1 xícara de farinha de trigo
– 3 colheres (sopa) de margarina
– canela em pó
– raspas de limão

Modo de preparar
Bata as gemas, a manteiga e o açúcar até obter um creme. Acrescente a farinha, o leite e as raspas de limão. Misture bem e, por último, coloque o fermento e as claras em neve. Ponha a massa em uma forma untada e cubra com a cobertura, que deve ser feita misturando os ingredientes até formar uma farofa granulada.

outubro 25, 2003

Foi então que tudo vacilou. O mar trouxe um sopro espesso e ardente. Pareceu-me que o céu se abria em toda a sua extensão, deixando chover fogo. Todo o meu ser se retesou e crispei a mão sobre o revólver.

Fechei os olhos. E sonhei com argumentos, defesas impossíveis. E novamente aqueles olhares. Perante aqueles olhos, me senti pequena. Como uma criança, que prevê a mão pesada, treme o corpo inteiro, e fecha os olhos. Cerrados, somente para evitar enxergar o inevitável. O tapa. Que dói. Deixa uma marca que leva tempo para desaparecer. E uma dor que não desaparece nunca. E acordei.

Chega a ser cansativo andar entre as diversas gôndolas de frutas dos supermercados. Muitas opções, muitos corredores, frutas frescas e variadas para todos os lados. Só fica na combinação banana/maçã quem quer. E para quem, assim como eu, gosta de ir além, tenho uma dica perfeita.

Conheci ontem o Seu Bruno do Melãozinho. Ele mora em Sapiranga e já foi assunto de matérias de jornais e entrevistas na televisão. O que ele faz? Simples: cultiva frutas exóticas. Frutas lindas, com um perfume maravilhoso, um visual incrível. E nomes: uchuva, tamarillo, maná, moranguinho de árvore, banana chinesa, magostão, e muitas outras.

Bruno Waschburger tem 58 anos e se dedica, há 10 anos, a trocar mudas e sementes de frutas e legumes com outros países. E fez disto uma profissão rentosa. Seu antigo sítio foi vendido com uma supervalorização. Graças à centena de árvores e mudas plantadas na área. Ele também recebe muitas visitas de escolas e vende mudas e frutas.

Sabe... Fiquei pensando em comprar um sítio.

Passei por três dias muito difíceis. Não consegui segurar, e acabei escrevendo algumas coisas aqui no blog. Também perdi o foco e pensei em abandonar algo. Tenho como filosofia de vida acreditar (e muito) que tudo o que faz mal não deve continuar. Os acontecimentos seguiram uma trilha escondida no meio da mata. E, ontem no início da noite, entre quatro pessoas, com quatro paredes, resolvi meu dilema. Vou continuar. Mais segura. Mais decidida. E algumas coisas irão mudar. E isto é o melhor dos conflitos. As coisas mudam. Neste caso, acredito que para melhor...

outubro 23, 2003

Tristeza é uma destas coisas do mundo que não deveriam existir...

outubro 22, 2003

Eu estava pensando. Um dia, estarei tomando banho e não ouvirei mais as vozes ao meu redor. Não acompanharei de longe a discussão de quatro pessoas, conversando sobre quatro coisas diferentes. Não precisarei mais encarar o silêncio das minhas irmãs. Ou esconder as minhas próprias palavras quando as encontro. Não abrirei os olhos. A falta de ruídos será minha companhia constante. Talvez também o som do meu radinho de pilhas 2.400 watts. Porque, um dia, acordarei ainda noite. E esconderei minha cabeça no travesseiro, medrosa, covarde. Porque a luz do dia estará se aproximando. E tudo começará novamente. E as palavras não cessarão. E continuarão saindo de outras e inesperadas bocas, e fazendo mal... O silêncio magoando, os olhares rasgando mais do que o metal afiado, as palavras queimando a pele... Tudo uma repetição infinita, de uma dor que aparece sempre, sem ser convocada... Indesejada, estragando tudo o que é bom, fazendo cair. Fruto de um sentimento terrível que, geralmente, aparece quando se está lá em cima, quase tocando o céu...

Cryin' on the corner, waitin' in the rain
I swear I'll never, ever wait again
You gave me your word... but words for you are lies

Darlin' in my wildest dreams, I never thought I'd go
But it's time to let you know....

I'm gonna harden my heart
I'm gonna swallow my tears
I'm gonna turn... and... leave you here...

Oh let those guitars play
Play for me, play for me
Oh let that song ring out
That's how it's meant to be

Whenever dark has fallen
you know the spirit of the party
starts to come alive.
Until the day is dawning
you can throw out all your blues
and hit the city lights.

'Cause there's music in the air
and lots of loving everywhere
so gimme the night. Gimme the night.

outubro 21, 2003

Este blog tem recebido visitas ilustres. Novos amigos, com certeza (tanto dos lados do RJ quanto de MG). Além disso, pessoas que admiro profissionalmente. Então eis que um novo fator (que não a constante falta de tempo e a grande quantidade de tarefas) impediu novos e numerosos posts: estou nervosa...

Que alívio. Agora que falei, peço mais alguns dias. Depois volta tudo ao normal. E, antes que venha a dúvida, respondo: sim! Estou enfrentando uma carga excessiva de trabalho nesta semana. Pelo volume que carrego nos meus ombros, bem que o nome deste blog poderia ser 100 kg. Meu peso pluma está exausto.

outubro 18, 2003

Sempre tive uma impressão sobre sextas-feiras. Sempre me foram mais simpáticas do que outros dias da semana. As sextas-feiras, para mim, parecem feitas para acontecimentos inusitados e bons, diversão, novidades, mudanças de rumo, aqueles sorrisos de conquista...

Pois é. Assim foi meu dia ontem.

Eu voltei, agora pra ficar
Porque aqui, aqui é meu lugar
Eu voltei pras coisas que eu deixei
Eu voltei


outubro 12, 2003

Terminei o livro. Um sentimento de vazio, uma sensação de entardecer repleto de terror nas entrelinhas. Tentei aliviar a cabeça e procurei algo na estante ao meu lado. No meio dos livros, encontrei um bloquinho. Novo. Uma única folha rabiscada. Me conheço. Escrevi isto em alguma madrugada, para liberar os pensamentos antes de dormir. Não me lembro o dia. Talvez neste ano. Leio... Para pensar em outras coisas...

Mas assim como meus sentimentos atuais, despertados ou não pelo livro, este texto também permanecerá secreto. Não quero escrever, nem falar.

Desde quinta-feira estou envolvida em uma empreitada de estudos e preparativos. A Feira do Livro está chegando. E os dois vencedores do Concurso Literário da CCMQ já confirmaram presença. Portanto, nada mais natural do que começar este trabalho todo pela leitura dos originais.

Iniciei pelo Falar, escrito por Edmundo de Novaes Gomes, de Belo Horizonte. Confesso: as primeiras páginas me fizeram mal. E fiquei ainda pior quando resolvi pular e ler as três últimas. Mas como leitora obsessiva que sou, continuei a leitura. Não largo um livro iniciado, nunca.

O que seguiu foi uma gangorra. Em alguns momentos, achava genial. Em outros, me revoltava muito. O livro é muito bem pensado, em todos os seus capítulos. Aprecio isto, um planejamento contínuo, a escolha de palavras ou de frases. Este é o principal mérito, que fez com que minha atração pela obra aumentasse. No entanto, o assunto é pesado, as experîências relatadas são fortes, escatológicas, repugnantes.

E eu, como receptora de toda a idéia, fui levada para diferentes caminhos e enganada muitas vezes. Procurei a causa, e encontrei uma personagem que pode ser qualquer pessoa. Já enxerguei diversas Ana's na rua. Eu já fui uma Ana, como a personagem do livro. É isto que assusta.

Me afetei por tudo. Como um monólogo, Falar assume um tom de confidência levado ao limite. Pensei em tantas coisas nestes últimos dias. Assumi também um comportamento confidente perante a minha vida. E decidi me afastar do blog por uns dias. Tudo o que pensei não poderia ser escrito aqui.

Faltam dez páginas. E posso dizer: este livro vai dar o que falar quando for lançado. E eu, para exorcizar tudo isto, preciso, urgentemente trocar idéias com alguém.

outubro 08, 2003

Eu sei. Vocês não fazem idéia. Estou no meu quarto. Ouvindo música. E na sala, dois ensandecidos, gritando, xingando o juiz e os jogadores. Torcendo muito. Eu tenho um colorado de estimação. Mas gosto tanto destes dois gremistas também... "Empate depois da m. que o Roger fez?" "VAI! VAI! VAI, DROGA!!!" "E ainda o azarão de fazer um gol contra!!! Senhoras e senhores, apresento meu pai e meu irmão.

Carreto

Amar é mudar a alma de casa.

Mario Quintana

outubro 07, 2003

Algumas vezes, encontramos ouro quando garimpamos a Internet atrás de um bom blog ou site. Eu tive sorte. Há alguns meses encontrei o blog do Gabriel Renner. Ele está lá embaixo, nos links à esquerda. Tão escondido, que achei legal fazer uma referência.

Visitem Pinel Comics. Gosto muito do trabalho dele. E sou fã da Duda.

outubro 06, 2003

Já perdi a conta... De quantos casamentos compareci... Quantos buquês foram atirados... E quantas taças de champanhe bebi...

Mas uma de uma coisa não existe dúvida: em cada um me emociono mais. Sábado, no altar, durante a cerimônia de casamento do Cristiano e da Clarissa, me emocionei bastante. Aquelas coisas gradativas que aumentam com a idade. Ano que vem terei 27. "Agora agüenta, coração..."

Ontem eu estava quietinha. Depois de viver muitas emoções, fico assim... Com uma saudade extrema de tudo o que vivi um minuto atrás. Tentei me desconcentrar. Pensar em outras coisas. Não adiantou. Quanto mais fugia dos pensamentos nostálgicos, mais minha nuca e cabeça latejavam. Como era impossível, tive que tomar uma daquelas atitudes drásticas (como aquele parrudinho que apanhava, apanhava e, depois de muito apanhar, abria a lata de espinafre). No meu caso, não era a salvação. Era uma ferramenta desleal, algo que não gosto de fazer. Mas fiz: coloquei em ordem todas as minhas contas e pagamentos dos últimos dois meses. Realmente. Saldo de conta corrente é algo que coloca qualquer sonhador de volta à Terra.

outubro 03, 2003

Amar é crescer. É divertimento. É cumplicidade, companheirismo, amizade. É fechar os olhos e ter a certeza de que a pessoa ao teu lado sorri, te achando uma boba maravilhosa por estar em estado de graça. De tanta paixão. De tanta vontade de permanecer para sempre abraçada... De tanto desejo de atingir o infinito, a eternidade. O peito chega a doer de tanto sentimento. E todo o cenário parece um paraíso sonhado décadas atrás.

E alcançado.

Há quatro anos.

É muito bom te amar, Elinho...

setembro 29, 2003

KOZO. hehehe. Isto me lembra algo. Não sei o que...

Clica e aumenta o volume!

setembro 28, 2003

O aniversário de um ano deste blog, no dia 20 de setembro, passou despercebido. Mas, como setembro é um mês cheio de comemorações, quero (e faço questão) de destacar um outro aniversário. No dia de hoje (28 de setembro), a minha empresa, o Estúdio de Conteúdo, está completando dois anos de existência. Dois anos de muita força de vontade e trabalho, um tempo de plantio constante. A colheita está começando a aparecer. E, se depender da minha dedicação, vai aumentar cada vez mais.

Os jornais da Capital estamparam a notícia como manchete neste domingo. Um carro não parou no canteiro de um trevo da BR 290, em Charqueadas. Acabou colidindo com um ônibus. Os cinco jovens que estavam no automóvel morreram no local. Fiquei sabendo da notícia no sábado. Conhecia uma das vítimas. Andréia, 18 anos. Trabalhávamos juntas no Conselho de Administração. Eu no terceiro andar, na Comunicação. Ela no segundo, no Financeiro. E como é impossível não pensar: quando foi que a vi pela última vez? Eu lembro. Foi na quinta-feira, dia 25 de setembro. Ela estava de pé, perto da mesa. E eu e a Kemi háviamos separado a justificativa para pagamento de uma toalha de banquete que foi queimada. Sua tarefa era buscar esta carta para efetuar o ressarcimento. Ela ficou quieta o tempo todo. Sorriu quando entregamos um outro material incompleto. Agradeceu. E foi embora.

setembro 27, 2003

Eu estava devendo o balanço completo do concurso de literatura da Casa de Cultura. Ontem, o diretor da CCMQ, Sergio Napp, comunicou o resultado aos vencedores. Os dois autores estavam emocionados. E um deles em especial. Bem, segue a nota completa.

A primeira edição do Prêmio Literário Casa de Cultura Mario Quintana (Edição 2003) recebeu 103 originais de romances (categoria deste ano) vindos de 12 Estados do Brasil.

O concurso pré-selecionou 6 obras, altamente recomendáveis ao mercado editorial. Por decisão da Comissão Julgadora, o prêmio foi dividido entre duas obras:

FALAR - Autor: Edmundo de Novaes Gomes - Belo Horizonte (MG)

UM CERTO RUMOR DE ASAS - Autor: Walter Moreira Santos - Vitória de Santo Antão (PE)

Desta forma, a Editora Nova Prova, apoiadora do projeto, imprimirá 500 exemplares de cada um dos romances, dividindo entre eles a quantidade estabelecida no regulamento (1.000 exemplares). Os autores também dividirão o prêmio de R$ 3 mil, possibilitado pela Caixa Estadual S.A. / Agência de Fomento – RS, outra apoiadora do projeto.

As duas obras vencedoras terão lançamento oficial na 49ª Feira do Livro de Porto Alegre, no mês de novembro.

A Comissão julgadora do Prêmio Literário – Edição 2003 foi formada por:
Charles Kiefer, representando a Editora Nova Prova
Homero Vizeu Araújo, representando o Instituto Estadual do Livro
Nóia Kern, representando a Casa de Cultura Mario Quintana

E devido à grande qualidade das outras obras pré-selecionadas, a comissão do concurso optou por divulgar os dados dos autores. Estas obras são altamente recomendadas para edição pela Comissão Julgadora do Prêmio. Três dos autores são de Porto Alegre e da Região Metropolitana.

DIGITAL STACKUNDER - Alexandre Mesquita (Porto Alegre – RS)
FLA-FLU - Roberto Assis Oliveira (Goiânia – GO)
PONTES NA CIDADE - Gibran Tschiedel Dipp (Gravataí – RS)
SOB O CÉU DE AGOSTO - Gustavo Souza Machado (Porto Alegre – RS)

A Casa de Cultura Mario Quintana agradece a participação de todos os concorrentes e convida para as próximas edições do prêmio. Em 2004, a categoria será conto; em 2005, literatura infanto-juvenil; e em 2006 será a vez da poesia (em homenagem aos 100 anos do poeta Mario Quintana).

Locais de origem dos romances:
Porto Alegre (RS) - 45 títulos (2 RECOMENDADOS PELA COMISSÃO)
Outras cidades do RS - 16 títulos (1 RECOMENDADO PELA COMISSÃO)
Minas Gerais - 14 títulos (1 VENCEDOR)
São Paulo - 10 títulos
Santa Catarina - 04 títulos
Rio de Janeiro - 03 títulos
Distrito Federal - 02 títulos
Rio Grande do Norte - 02 títulos
Pernambuco - 02 títulos (1 VENCEDOR)
Ceará - 01 título
Paraná - 01 título
Goiás - 02 títulos (01 RECOMENDADO PELA COMISSÃO)
Bahia - 01 título

setembro 25, 2003

Hoje foi aniversário da Casa de Cultura. 13 aninhos. Uma adolescente. 25 de setembro de 1990 é a data em que a CCMQ foi aberta ao público. Resumo o dia de hoje: uma completa, desgastante, desesperadora e apaixonada loucura.

Inauguramos uma placa na sala da Associação de Amigos da CCMQ, em homenagem à ex-presidente Maria do Horto, falecida no mês passado.

Assinamos um convênio com o Banrisul, que passa a ser o patrocinador oficial da programação da Casa.

Anunciamos o vencedor (ou melhor, os vencedores) do Concurso Literário Casa de Cultura Mario Quintana (este serviço estará completo aqui amanhã e no site da Casa. É só clicar no Mario lá embaixo, à esquerda).

A noite foi finalizada com um "Parabéns" coletivo e a apresentação genial da banda Trem 27, especializada em bluegrass, aquele estilo musical caipira norte-americano das décadas de 40 e 50. De graça, na Travessa dos Cataventos.

Fiquei feliz com o público que compareceu.

Parabéns a você. Nesta data querida. Muitas felicidades. Muitos anos de vida.

setembro 24, 2003

Frase que ficou comum para mim nos últimos dois meses: esta semana está corrida. Muito trabalho, muito gasto e muito estresse.

A notícia ruim é que estou bastante gripada. Uma narina de cada vez, é verdade. Mas uma gripe de boas-vindas à primavera, que só irá embora no início do horário de verão (só para ter certeza de que a minha pele vai pegar um pouco de luz este ano. Do sol, não somente a que sai da tela do computador).

A notícia boa é que já estou agilizando a ressureição do blog da Feira do Livro. Fechei parceria com algumas pessoas para a produção de textos e matérias. Acho que vai estar legal.

setembro 22, 2003

Tenho notícias atualizadas da Zanele.

Hoje, ao meio-dia, um funcionário do Hotel Elevado a acompanhou até o Banco do Brasil. A comunicação com a equipe estava mais fácil, pois o proprietário do hotel fala inglês. Segundo me foi informado, eles passaram por três diferentes setores do banco. Depois de esperar alguns minutos, Zanele conseguiu fazer a retirada do dinheiro.

Voltou para o hotel, pagou as duas diárias que devia e, quando perguntada se ficaria mais alguns dias, ela respondeu que não sabia. Subiu para o quarto, arrumou as coisas e passou pela portaria. Carregando a mochila. De acordo com a descrição do Marcelo, funcionário do Elevado, acredito que carregava a mesma mochila grande que estava com ela no domingo.

Zanele não se despediu. Não disse uma única palavra. Somente levantou a mão, como quem dá um aceno sem vontade. Pedi que me ligassem caso ela retorne ao hotel. Acredito que isto não vai acontecer.

setembro 21, 2003

Um fim de semana atípico. Depois de muito tempo, um fato exterior ao meu mundo me afetou fisicamente. Passei mal ontem à noite. Vou relatar aqui no blog a causa. Acredito que sempre ajuda.

Eu estava no meu plantão da Casa de Cultura. Cheguei um pouco cedo, como de costume. E logo me deparei com uma situação de emergência. Minha colega, a Rô, procurava auxiliar uma moça (que aparentava pouco mais de 30 anos). Como não entendia uma palavra de inglês, as duas estavam sendo intermediadas por um rapaz mineiro, que estava na CCMQ para assistir uma sessão de cinema. Foi no meio deste caos que eu cheguei.

Acabei assumindo toda a responsabilidade do caso (por saber inglês e por estar de plantão no Setor de Turismo - aquele que auxilia estrangeiros e visitantes). E uma história muito estranha começou a se esboçar na minha frente. O nome da moça é Zanele Anne. Ela tem 34 anos, é natural da Zâmbia, mas mora atualmente em Londres. Havia chegado em Porto Alegre na sexta-feira. E o motivo pelo qual ela estava insistentemente dizendo 'Help! Help! Help!" para todos na Casa de Cultura é o seguinte: ela está sem dinheiro, não tem onde ficar e está com fome.

Confesso que me assustei. Perguntei se o caso tinha solução. Zanele respondeu que sim. A família havia enviado dinheiro e ela precisava ir ao banco com urgência. "Impossível. Os bancos não abrem no sábado. Além disso, hoje é feriado aqui". Ela fez uma expressão de quase desespero. O que se seguiu foi uma via crucis.

Liguei para a Porto Alegre Turismo, serviço da Prefeitura de Porto Alegre no aeroporto. O atendente Pedro me forneceu várias dicas e preciosos telefones. Liguei para o Banco do Brasil e descobri, para alívio dela e meu, que o dinheiro já estava disponível. Ela poderá pegá-lo na segunda-feira. "Onde ela vai dormir as duas próximas noites?". Perguntei se tinha algum dinheiro. "Yes. Three real". Então liguei para dois consulados (Grã-Bretanha e Gâmbia) e nenhum deles atendeu. Seguindo a dica do Pedro, fui procurar alguns pensionatos. Achamos melhor entrar em negociação direta com hotéis.

Encontramos um folder do Hotel Elevado (na Farrapos, próximo do viaduto da Conceição). O estabelecimento possuía quartos com diárias de R$ 16,00. Liguei para lá. Eles me explicaram que não teriam como aceitar a hóspede somente com a garantia de que ela pagaria as despesas na segunda-feira quando recebesse o dinheiro. Sem ter alternativas, me ofereci como garantia. O gerente Nedi topou. Informei meus contatos e telefones e disse que se ocorresse algum problema, pagaria a conta.

Saí da CCMQ acompanhada da Zanele e a conduzi no meu carro até o hotel. Chegando lá, fizemos todas as tratativas, deixei algum dinheiro para que ela pudesse almoçar e voltei para o meu plantão. Agora posso confessar: não consegui mais trabalhar. Estava com uma dor de cabeça do tamanho do mundo. Passei o resto do dia e da noite sentindo uma angústia no meu peito. Fiquei com a sensação de ter feito a coisa certa. Mas nunca sabemos, né?

Pensei que só teria notícias da Zanele amanhã. Me enganei. Durante a tarde de hoje, um senhor chamado Clóvis ligou procurando por mim. Foi atendido pela minha mãe, pois eu e o Elinho estávamos no aniversário do Marcelo. O Clóvis, que pertencia a alguma igreja do centro da cidade, não estava entendendo o que a Zanele dizia e ela mostrou o meu cartão. Segundo ele, ela estava nervosa e pedia um contato comigo. Quando fiquei sabendo disso me apavorei. Às 19h, liguei para o Elevado. O pessoal do hotel estava preocupado com as andanças da Zanele e me pediram que falasse com ela sobre os perigos da região. Foi o que fiz. Disse que ela deveria se acalmar, que eu já tinha feito o que podia. Ela, então, me pediu dinheiro¨para sair do hotel e pagar a diária que devia. Aconselhei que esta não era a melhor solução. Não conseguiria hotel mais barato e dormir na rua poderia ser muito perigoso.

Ela agradeceu a ajuda. Disse que irá ao banco amanhã e pagará a conta no hotel. Mas não me disse o que fará depois. Com certeza, mesmo com o dinheiro depositado no banco, não terá condições de voltar para a Inglaterra. Ou para a Zâmbia. Tentei contatar com a Delegacia de Estrangeiros, mas eles funcionam somente em horário comercial. Acho que a Zanele está precisando de ajuda. E, mesmo fazendo tudo o que estava ao meu alcance, não consegui ajudar em tudo o que ela queria.

E a pergunta que ela não respondeu fica martelando na minha cabeça: o que ela está fazendo no Brasil? Sem dinheiro? Sem trabalho? Com uma mochila enorme nas costas?

Eu não sei. Se alguém tiver algum conselho ou dica, me envie. Por favor.

setembro 18, 2003

Balanço pessoal do 10º Porto Alegre em Cena...

A PAIXÃO SEGUNDO G.H.
Foi um sufoco comprar o ingresso. Eu plugada na Internet. O Elio plantado na fila da bilheteria. E valeu cada minuto, cada centavo. Cada nervosismo sentido até o momento em que a voz da atriz Mariana Lima foi ouvida em uma das salas do imenso e gelado Hospital Psiquiátrico São Pedro. Este texto de Clarice Lispector é um dos que mais mexeu comigo, nas leituras da minha vida. Uma interpretação estrondosa. Falas fortes, nervosas, descontroladas. Um desespero total que levava para a redenção. De G.H. e de todos nós. Saí de lá com a alma cheia de orgulho, querendo me encontrar ainda mais e com milhões de lágrimas prontas para saltarem dos meus olhos e ganharem o mundo. Este meu depoimento pode parecer subjetivo e sentimental demais. Clarice Lispector para mim é exatamente isto. Ela pulsa dentro do meu coração.

CAFÉ COM QUEIJO
Montagem do grupo paulista Lume. Entrei meio sem querer no Teatro Carlos Carvalho da Casa de Cultura (sim, ali pertinho da minha sala). E que surpresa boa. Sem roteiro ou enredo definido, a produção foi criada a partir de personagens absolutamente reais. A base para o texto da peça foi retirada de uma série de depoimentos colhidos por diferentes estados do Brasil. Depois de um início regado a cachaça (toda a platéia também experimentou), aparecem os compadres e comadres. Aquelas senhoras com mais de 100 anos, os senhores que insistem em contar as aventuras inesquecíveis, a mãe que enfrenta a solidão depois de perder dois filhos ainda bebês. A seca. A humildade. A sinceridade. O sorriso. A inabalável fé em Deus. E, principalmente, as canções. A interpretação e a interação com o público certamente foram pontos altos. Muita qualidade e criatividade.

setembro 17, 2003

Está entrando em sua fase final a primeira edição do Concurso Literário Casa de Cultura Mario Quintana. As inscrições se encerraram no dia 15 de agosto, e a CCMQ recebeu mais de 100 originais de romances (categoria escolhida para este ano), vindos de diversos lugares do País.

No próximo dia 19 de setembro, será divulgada no site da Casa (www.ccmq.rs.gov.br) a relação dos primeiros colocados. E no dia 25 de setembro, às 19h, no Espaço Mario Quintana (térreo da CCMQ), acontecerá o anúncio oficial do vencedor.

Durante os últimos três meses, tenho recebido mensagens de apoio de várias pessoas, parabenizando pelo projeto. Agradecemos a ajuda de todos, pois atingimos até mesmo os mais remotos Estados do Brasil. Nos próximos anos, o concurso terá continuidade. Em 2004, a categoria escolhida é o conto. Em 2005, a literatura infanto-juvenil. E em 2006, a poesia.

Ah! A obra vencedora será lançada na 49ª Feira do Livro. Um abraço a todos.

setembro 14, 2003

This magic music grooves me
That dirty rhythm moves me
The devil's gotten to me
Through this dance

I'm full of funky fever
A fire burns inside me
Boogie's got me in a
Super trance

Don't blame it on the sunshine
Don't blame it on the moonlight
Don't blame it on good times
Blame it on the boogie

Os últimos dois dias estavam inspiradores. Como não conversava com o Elinho há quase uma semana, colocamos nossos papos em dia. Tive idéias para diversos posts, divertidíssimos, engraçados, inéditos. Finalmente conseguiria recuperar o abandono deste blog e aparar o matagal que já estava tomando conta de todos os espaços. Filosofia barata, piadinhas rápidas e novidades trocadas durante nossa ida para Tapes e durante o jantar.

Pois é... Esqueci tudo.


TODO O TRABALHO ÁRDUO SERÁ RECOMPENSADO.

Frase que acompanhava o biscoito da sorte que eu comi ontem. Estou muito cansada. Estou trabalhando muito. Estou feliz. De verdade.

Novos vizinhos.

Viamão Lotado (blog do Vinicius, que encontrou o 50kg graças a uma procura desesperada por uma palmilha de gel) e Plunt Plact Zum (blog do Nando, meu colega da Casa de Cultura, que estuda história e é baterista como o Mano).

Abandonei meu blog. Em determinado sentido, me abandonei também durante a semana passada. Muito trabalho, muitos eventos, mais trabalho e outros eventos. Uma retrospectiva rápida apontou que o último dia em que realmente estive no meu quarto e não no meu "dormitório" foi segunda-feira, dia 8 de setembro.

Ontem eu estava contando as horas para curtir o meu cantinho. Que saudade. Não, o Cony eu não abandonei. O livro é realmente maravilhoso.

setembro 07, 2003

As folhas voavam para todos os lados. Pareciam douradas, contrastando com o negro do céu e da tempestade que se aproximava. Abrigada no carro, pude observar a hora mágica. Olhei para a frente. E vi. O homem mais lindo que já vi na vida. Folhas, ventos e sorriso. Ele veio na minha direção.

setembro 04, 2003

Sempre fui uma mulher elástica. Se é que posso explicar a situação desta maneira. Certa vez, em plena consulta médica, um fisioterapeuta solucionou minhas (então) freqüentes crises com o jornalismo: se não funcionasse na redação, eu poderia "tranqüilamente trabalhar em um circo". É. Isto mesmo. Como contorcionista.

Eu, cética. Ele utilizou por dois segundos o meu braço direito e fez uma manobra típica do clássico aviso: "crianças, não façam isto em casa". Fiquei boba. E toda esta consciência corporal e muscular adquirida é, atualmente, proporcional ao meu desespero. Cheguei à conclusão de que estou perdendo a minha habilidade circense.

Todo o tempo gasto em imensos trabalhos na frente do computador e estresse acumulado nos ombros estão me enferrujando. Estou virando sucata. E os sons são inevitáveis: um novo estalo a cada dia. Viro a cabeça. CLACK! Levanto a perna direita. CLACK! Me estico toda para girar a manivela (SIM!!!) que fecha o vidro do lado do carona no meu carro... CLACK!CLACK!CLACK!CLACK!CLACK!

Eu sei. Em 2007 farei 30 anos. É daqui a pouco. RESPEITÁVEL PÚBLICO!!!!!! ESTE É O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA!!!

Trabalhei muito esta semana. Nem vi o Elio. Não vi nada para falar a verdade. E ainda inventei de comer, na terça-feira, uma torta-recheada-de-merengue-e-nozes-e-tudo-aquilo-que-me-dá-muita-muita-muita-dor-de-cabeça. Passei mal. Depois melhorei. E ontem, depois de uma faxina básica, munida de HTMLs e GIFs, me sinto bem...

Valeu pelos elogios, Marcelo. Nem precisava. Estou aqui para ajudar. E como é estranho ler as percepções das pessoas sobre a gente. Às vezes acho que meu silêncio sempre passa despercebido. Às vezes acho que devo falar mais. E captar menos sinais. Às vezes, procuro ser mais satélite do que parabólica. Acho que esta é a fórmula. Um dia eu consigo - hehehe...

setembro 01, 2003

Sábado à noite, assistimos Tempo de Recomeçar. Um filme diferente, mas que segue uma fórmula já utilizada por muitos outros (sem, no entanto, abandonar a dose necessária de realismo). O fato é que o filme tinha terminado, o Elio estava apagado ao meu lado no sofá... Nem notou que eu chorei. E que dormi chorando. O filme me fez perceber algo que eu tenho feito na vida, e que adoro fazer: abraçar meu pai e minha mãe, sempre. Fiquei nostálgica, com saudade de tudo. Com saudade até mesmo do que ainda não aconteceu. E o melhor de tudo é perceber que quando chego perto dos dois, eles já estão esperando pelo meu carinho... Já sabem que, no fim do dia, sempre tenho reservado para eles um sorriso e uma história engraçada. Isto é muito bom.

agosto 27, 2003

Gosto de dias como hoje. Diferentes. Saí do almoço e caminhei pelo Centro. Acompanhada de dois amigos, resolvemos conhecer o Paço Municipal, depois da reforma. Ele foi reaberto ontem e, desde então, está disponível para visitação. Me surpreendi com a beleza redescoberta do prédio. Pela proximidade do Mercado Público, terminais de ônibus, grande circulação de pessoas, muitas vezes passei ali sem notar.

O local de trabalho do prefeito de Porto Alegre é dividido em três andares, com auditórios, salas de reuniões, espaços de exposições e outros setores ainda fechados. O porão é simplesmente lindo. Com paredes de tijolos à mostra, arcos que lembram túneis de labirintos e uma reprodução muito diferente da Santa Ceia. A idéia é transformar uma das alas do porão em um café, para atender o público. Recomendo a visita. Preservar a história é um achado.

agosto 26, 2003

Grandes pensamentos, Marcelo. Gostei (hehehe).

agosto 25, 2003

Pode parecer bobo, mas eu encontrei um livrinho rosa que está me ajudando muito. Quando estou chateada (como estava ontem à noite), eu recorro a ele. Faz tanto sentido... Funciona como uma injeção de ânimo, uma mão que abre a cortina e permite que se veja o jardim, lá fora... tão bonito...

Tome mais decisões. Decisões bem claras. E evite voltar a pensar nelas como se fugisse de uma praga.


Muitos projetos nunca se tornam realidade UNICAMENTE porque não fixamos a data de seu início ou de sua conclusão. FIXE DATAS.

agosto 24, 2003

Às vezes, principalmente em dias de chuva, escuto determinadas músicas e chego a sentir um frio na espinha. Me dou conta de que o tempo está passando rápido, muito rápido. E não fiz metade das coisas que pretendo fazer... No entanto, também sei que tenho tantas lembranças boas, lá atrás... no meu passado... que mesmo com toda esta água posso sentir o calor do sol. Bem aqui.

agosto 23, 2003

- hehehe
- Tá rindo de quê?
- É engraçado...
- O quê?
- Eu te conheço há um tempão e nunca tinha te visto comer uma banana.
- ...


Senhoras e senhores, este é o Elio...

Passei a tarde revendo um projeto e lendo textos e livros reservados durante a semana (sim, mãe, a faxina do quarto bailou). E tenho esta sensação "grande": cada vez que faço mais coisas, e minha agenda fica mais lotada, e meu cofrinho também, APARECEM MAIS COISAS.

Este imã da vida é um fato. Alguns acontecimentos puxam outros. Por este motivo o marasmo é perigoso: ele te estaciona. Atualmente, estou cheia de idéias, de planos e enxergo alguns metros do caminho que vai me levar onde eu quero. Parece que a passagem, para este meu futuro, vai ser encomendada em breve.

Love changes, changes everything
Love makes you fly, it can break your wings

Love changes, changes everything
Love makes the rules, from fools to kings

Love changes, love changes everything

agosto 19, 2003

Terminei o Afonso Romano de Sant'Anna. E depois de devorar a Et Cetera número 1, vou embarcar em algo clássico.

Mrs. Dalloway disse que ela própria iria comprar as flores.

Quanto a Lucy, já estava com o serviço determinado. As portas seriam retiradas dos gonzos; em pouco chegaria o pessoal da Rumpelmayer. Mas que manhã, pensou Clarissa Dalloway – fresca como para crianças numa praia!

Sabe aqueles dias, quando tudo parece diferente? Quando se sai do trabalho e as coisas parecem diferentes. E melhores. Assim foi o meu dia hoje. Foi bom. E terminou com um passo muito importante. Que vai mudar a minha vida e a vida das pessoas que convivem diretamente comigo. Como uma aventura. Uma aventura muito boa.

agosto 18, 2003

Estás pensando a mesma coisa que eu?

O piso do banheiro do Arteplex é quase um espelho. Brilha. Reflete. Mostra. Consegue imaginar a situação?

Retomamos nossa vida de “Hei, vamos ao cinema?”. Eu estava tão atolada de trabalho que mal pensava em sair da frente do computador. Terminei (quase) tudo. E o Elio aproveitou duas semanas de puro futebol. Para comemorar o retorno à telona e ao balde gigante super enorme de pipoca, fizemos uma combinação. A cada ida, um de nós dois é responsável pela escolha do filme. Já vejo a volta triunfal do cinema iraniano em minha vida. Bem, no domingo, assistimos Embriagado de amor. Hoje, Exterminador 3. Sim, sim. Escolhas óbvias. Tanto quanto o T3: “Oi. Eu sou o Exterminador. Eu vim aqui para matá-lo. John Connor. John Connor”. Ahã. Embriagado de amor é realmente bom.

agosto 14, 2003

Eu olhei para ela. Estava ao meu lado. Mas distância entre nós era enorme. E como estava bonita.

Quando os sinais de nossas vidas estão bem à frente, mas não os enxergamos... o melhor é pedir a ajuda de um amigo. E a "Lady" Di abriu meus olhos.

Passei um sufoco ontem. E mais um barreira no dia de hoje. E estou convicta agora: um dos acontecimentos livrou meu corpo e minha alma de algo que estava me incomodando e muito. Sabe quando a sensação de liberdade é incontrolável?

O outro fato vai me encaminhar para um aspecto que também é bom na vida (todo mundo precisa disto, além de amor, é claro...).

Depois da tempestade, este pôr-do-sol está parecendo o mais lindo de todos.

agosto 10, 2003

Acessa www.google.com.br
Digita luciana thomé
Encontra o 50kg
Acessa o blog

Isto tem acontecido várias vezes por semana. Sempre a mesma pessoa, o mesmo IP.

Engraçado.

Uma semana de trabalho intenso fez meu cérebro fritar. Está tudo ali no cartão-ponto da minha vida. De segunda a quinta-feira, fiz três turnos de labuta. Na sexta-feira, só dois. Mas estes foram compensados pelo frio animal que eu passei na Ulbra ontem à noite (dá uma trabalheira sem tamanho driblar o frio) e pelo plantão na tarde de hoje na digníssima Casa de Cultura. Então, prepare-se segunda-feira. Aí não vou eu. Estarei somente de corpo presente. A cabeça está de greve. E esta baba no canto esquerdo da minha boca, já escorrendo queixo abaixo, está incontrolável.

agosto 09, 2003

12 graus em Porto Alegre. E nada bem. Está muito frio. Que tal, com este tempo, ir a uma festa de formatura usando um vestido de alcinhas? Tudo de bom... Eu vou de lã. Lá estarei de lã...

Eu estava pronta para ir embora. Bolsa no ombro esquerdo. Pasta na mão direita. No momento das despedidas, pediram que eu ficasse mais dois minutos. Tinham uma surpresa. E eu não resisti: adoro experimentar coisas novas. Os anfitriões me entregaram um copinho, daqueles de tomar café. Dentro, diziam, uma bebidinha especial. Educada, bebi um gole, em retribuição. Na mesma hora, senti minha garganta quente. A sensação subiu para a cabeça. Era tarde para olhar o rótulo da garrafa. CACHAÇA BI-DESTILADA. Produzida em Itapuã. Eu tinha o restante do copinho pela frente. Fiquei bêbada. Com um copinho. Precisei passar a noite bebendo água. Com um copinho. Vou servir esta bebidinha no meu aniversário, no ano que vem. Festa forte...

agosto 05, 2003

Subi a ladeira. Passo após passo. Até cansar. Entrei onde a seta indicava: "por aqui". Terreno desconhecido. Na minha direita, avistei uma espécie de guarda. Atrás dele, centenas de chaves, de todos os tipos. Sem medo, apertei o botão preto. Depois de analisar por alguns segundos a luz vermelha que se acendeu, embarquei na pequena caixa. Pequena mesmo: um metro por dois. E meus olhos não desgrudaram do visor. Um após o outro...
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A porta se abriu, no momento em que me dei conta de que alguns prédios não possuem o décimo terceiro. Escuro. Escuro. Não encontrei o interruptor. Sequer encontrava o chão. Desta vez, os passos tentavam ser calculados. Sabia que deveria seguir para a esquerda. Mas que será que tinha tomado a esquerda certa? Mais dez passos e resolvi pedir o auxílio do meu fiel escudeiro. De longe, avistei as sinaleiras piscando em tons de laranja. E o barulho habitual e familiar do alarme. Foram cinqüenta longos passos. Dez longas tentativas para abrir o carro. Entrei. Sentei. Desliguei a luz interna. E olhei ao redor. Estava ainda mais escuro quando eu liguei os faróis. Sequer enxerguei as estrelas. Estava totalmente cercada por um mundo de sombras. Reais.

agosto 04, 2003

Minha garganta foi possuída. Desde a semana passada, ela foi tomada por outro ser, que tem outra voz. Na sexta-feira, tive que agüentar piadinhas sem fim, sobre como minha voz estava adequada para a labuta do telessexo, etc, etc... Pensei que iria passar. Não, não passou. E piorou, gradativamente, a passos de mula enlouquecida. Larguei o telessexo. Hoje, estou mais para cão sarnento e raivoso. Tenho mil novidades para contar, mas no meio do discurso começa aquela coceirinha (que vira um coceirão) na garganta, não controlo a vontade de tossir e, no fim deste grande momento, parece que vou ter um treco. Hoje, o que mais ouvi foi: "Cuidado. Não fala muito, hein?!?".

Pois é. Não chega muito perto. Parece contagioso. E cachorro com raiva morde. Não morde?

Estrada. 100 quilômetros por hora. Sol do entardecer. Carazinho (RS). Carro arrisca ultrapassagem perigosa. Freio. 85 quilômetros por hora. Ele nos vê. Arregalamos os olhos. Ele tenta fugir pela esquerda. Freio. 70 quilômetros por hora. Nós vamos pela direita. Nos encontramos no mesmo acostamento. Freio. 60 quilômetros por hora. Ele tenta fugir. Desvia o carro. Desviamos também para o mesmo lado. Freio. 40 quilômetros por hora. Nada mais existe. Nem instinto, nem medo. Mais uma ou duas vezes, os carros tentam fugir para lados opostos e acabam se encontrando. No fim das contas, algo empurra o nosso carro para a direita e o outro para a esquerda. Freio. 20 quilômetros por hora. Pude olhar o carro passar muito perto do nosso. Poeira, muita poeira. Ainda assim, jurei que tínhamos batido nele. Nunca três segundos decorreram em tão profunda câmera lenta diante dos meus olhos. Tivemos sorte.

O perigo é menor do que imaginamos. Ele pode estar escondido naquele ralo atrás da máquina de lavar roupa, naquela escada de dois degraus... Ou em um banquinho de meio metro de altura. Pois foi de um destes que o papai urso saltou desajeitadamente. A fotografia: algo grande, caindo pelo chão e apoiando o peso do corpo todo em um pequeno pulso.

Papai urso está com a pata engessada. Papai urso é teimoso. Depois de consultar o médico, mentiu para mamãe ursa e filhinha ursa e foi arracando a tala na frente das duas. Foi necessária a força de três ursas para contê-lo. Teimoso. E pensar que ele deveria ficar feliz por não precisar ficar de castigo e lavar a louça ou limpar a bagunça da cozinha depois do jantar...

agosto 03, 2003

O SOL NASCEU!!!!

O SOL NASCEU!!!!

Depois de uma semana na escuridão, vejo a luz. Vejo a luz...

julho 30, 2003

Sopram ventos desgarrados carregados de saudade,
Viram copos, viram mundos,
Mas o que foi, nunca mais será
Mas o que foi, nunca mais será
Mas o que foi, nunca mais será...

julho 28, 2003

O texto originalmente publicado neste espaço foi censurado. Autocensura. Literalmente cortado. Absolutamente banido. Consistia, basicamente, em uma exposição de reclamações e lamentações, do tipo: "preciso manter o critério e não publicar isto no blog". Então tirei. O dia hoje foi difícil. Obrigada por participar do programa de proteção ao leitor do 50 kg.

julho 27, 2003

Estava em completa situação de terra estrangeira. Durante dois dias, esqueci de tudo. Esta alienação positiva tem suas compensações e complicações. Um dos problemas é retornar à vida cotidiana. Quanto melhor a viagem, mais difícil o retorno. E quando tudo parece desmoronar em uma destas retomadas, a noite de domingo se transforma em infinito. Estou conversando com o teto do meu quarto. Analisando as sombras. Escutando os sons. Às vezes, parece simplesmente impossível e improvável dizer "me perdoa". Às vezes, dói tanto que não conseguimos imaginar qual será o próximo passo. Às vezes, temos que manter o sorriso, mesmo que não exista mais nada por dentro.

Amanhã é segunda-feira. E eu estou esperando o sol nascer.

julho 21, 2003

Time, I've been passing time
Watching trains go by
All of my life, lyin' on the sand
Watching seabirds fly
Wishing there would be
Someone waiting home for me
Something's telling me it might be you
It's telling me it might be you
All of my life...

Uma perfeição. Estar em casa, tarde de segunda-feira, chuva... muita chuva lá fora. Devagarzinho, desligo o computador, puxo o cobertor xadrez, e me deito... fecho os olhos... me esqueço de todas as coisas... durmo... p r o f u n d o . . . f u n d o . . .
d o . . . .

julho 18, 2003

Curiosamente, acordei e me deparei com uma vassoura de palha ao lado da minha cama. Fui levar o rosto e encontrei uma verruga na ponta do meu nariz. E qual não foi a minha surpresa quando abri meu armário: batas pretas e longas e muitos chapéus bicudos. Não vou nem mencionar a alteração no meu cabelo e nas minhas unhas.

O que está acontecendo comigo?

julho 16, 2003

Em faroestes, a vida podia ser determinada por velocidade (para sacar a arma), agilidade (para puxar o gatilho) e frieza (para ver o outro cair sem se abalar). Pois minha atualidade traz o seguinte quadro: vou andando por um caminho árido e deserto, cantarolando a boa e velha trilha de The Good, The Bad and The Ugly. Os pés protegidos por um belo par de botas andam e terminam por se alinhar na direção de outro par de botas. Coldre. Duelo. Poeira. Tensão. E...

...rapidamente dirijo minha mão para a cintura e saco... a minha agenda... É isto. Agenda (para não confiar na memória), caneta (para registrar os compromissos) e remorso (muito remorso por esquecer das coisas).

Não escrevi na agenda, esqueci. Não escrevi na agenda, esqueci. Esqueci. Esqueci... Adivinha quem está caída no chão agora? Duelo dureza. O estresse está vários pontos em vantagem.

julho 15, 2003

Hold me now
It's hard for me to say I'm sorry
I just want you to stay

After all that we've been through
I will make it up to you
I promise to
And after all that's been said and done
You're just a part of me I can't let go

julho 14, 2003

2003, até o momento, apresenta-se como um ano estranho. Nunca trabalhei tanto. Nunca conheci tanta gente como neste ano. E nunca senti as pessoas tão afastadas de mim quanto sinto neste ano. Por isto estou triste. Este é o motivo da profunda melancolia que toma conta de mim desde a última sexta-feira. Sinto falta da minha amiga, que nunca mais ligou. Sinto falta da minha confraria, que nunca mais promoveu encontros. Sinto falta de e-mails, de cafés, de risadas. Sinto muito...

Apaguei as luzes momentaneamente.

Alguém conhece alguém que conhece alguém que conhece alguém que faça jornalismo? Interessados em um estágio (nada bacana, para sofrer mesmo, sem moleza, muito trabalho, chefe exigente, muito engajamento, parceria e amor pelo jornalismo... a grana até que é boa) enviem currículos para o e-mail deste blog até às 20 horas de hoje.

Aguardo o contato dos que realmente tiverem coragem...

Ah! Larguei a imensa flor no chão. A tarefa de retirar todas as pétalas permanece inacabada.

Decidi não comprar...

Congelei no fim de semana. Literalmente. A viagem a Caxias do Sul adquiriu características de expedição à Antártida. O hotel (confesso...) era assustador. O banheiro, mais gelado que a Sibéria. E a água que saia do chuveiro, morna... O quarto contava com uma decoração interessante: um aparelho de calefação que não funcionava. Mas tinha uma luzinha vermelha "fashion".

Fomos até a cidade para um casamento. Estava bom. Mas o salão insistia em ficar gelado. As garrafas de vinho não foram suficientes (bem... respondo por mim...). Enfim... Saí de lá com frio e ainda estou assim.

Cheguei ao fim da estrada. É frio aqui. Ultrapassei as barreiras e estou próxima ao precipício. Ainda não decidi o que fazer.

julho 09, 2003

Eu tenho o privilégio de contar com três homens muito importantes na minha vida. O primeiro deles, especialmente especial especialíssimo, está de aniversário hoje. Completa 53 anos. E sorri de uma maneira linda, mesmo gripado e com a agenda lotada de compromissos. Alguém que eu não me canso de abraçar, de agradecer...

Feliz Aniversário, Daddy...

Compro...
Não compro...
Compro...
Não compro...
Compro...
Não compro...
Compro...
Não compro...
Compro...
Não compro...
Compro...
Não compro...

Sentada em um banquinho minúsculo, de madeira, com três pernas, seguro uma enorme margarida. Minhas pequenas mãos mal suportam o peso de tal flor. Parece pesar toneladas. Ao meu lado, a minha malinha dourada. E continuo o trabalho. Arrancando pétala por pétala.

Compro...
Não compro...
Compro...
Não compro...
Compro...
Não compro...
Compro...
Não compro...
Compro...
Não compro...
Compro...
Não compro...

julho 08, 2003

Hoje estava me sentindo assim:

Correndo desesperadamente no deserto, debaixo de um sol escaldante, sedenta, com os lábios rachados, roupas em farrapos, sem sapatos, sentindo os escorpiões picando os meus dedinhos.

E como choveu hoje... Puxa vida...

julho 07, 2003

Mistérios da natureza. Insólita. Circula na Internet um questionário musical. Uma das questões pede a música que se refere ao tema: homem ou mulher... Respondi somente esta. Clássico, a música vem instantaneamente. Telma, eu não sou gay. Tudo muito bem, tudo muito bom. Misterioso foi o fato de que, minutos depois, uma das colegas de trabalho começou: “Telma, eu não sou gay. Telma, eu não sou gay”. Não quero entrar no mérito de telepatia, leitura de mentes, seqüestro de pensamentos alheios, lavagem cerebral, etc, etc, etc.

Talvez a situação venha a servir como fonte de inspiração. Estou pensando em uma história de realismo fantástico. Parece bom. Ei!!!! Sai pra lá!!!!! Eu pensei primeiro!!!!!

julho 06, 2003

Por onde, nestes caminhos da minha vida, andará Antoine Roquentin?

Some of these days
You'll miss me honey
.

julho 05, 2003


O curso de Introdução ao Roteiro de Cinema e Televisão terminou ontem. Excelente experiência. Mudei minha idéia sobre o Jorge Furtado. Um cara divertido e que não é arrogante por deter um super conhecimento sobre cinema e produção. Com certeza, ele entrou para a lista "profissionais que eu admiro".

Tenho um mês para finalizar um roteiro e mandar para o professor. Já estou também fazendo a lista de agradecimentos para o meu primeiro Kikito de roteiro original...

Pode? Pode sim.

julho 03, 2003

Hoje é aniversário do poeta de cabelos brancos, de riso franco e piadas ácidas. Um homem com mais de 60 anos e alma de criança. Um chefe divertido e exigente. Uma pessoa que ensina e aprende com os outros. Parabéns, Sergio Napp!

Um comentário significativo sobre o meu curso de roteiro: as três horas diárias com exposições de Jorge Furtado sobre roteiros e sobre cinema foram, até o momento, o melhor investimento que fiz em 2003 na área cultural. Tudo por míseros R$ 50,00. Muito conhecimento, muita cultura, muita referência cinematográfica. Não vou sair do Santander Cultural na sexta-feira expert em roteiro. Mas a experiência, muita experimentação, vai me trazer alguma coisa. Com certeza.

julho 01, 2003

Naldecon DIA
Composição: Cada comprimido amarelo contém: 400 mg de paracetamol e 20 mg de cloridrato de fenilefrina. Cada comprimido branco contém 400 mg de paracetamol.
MODO DE USAR: Tomar um comprimido amarelo e um branco, ao mesmo tempo, a cada 8 horas, durante o dia. Manter o produto a temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC). Proteger da luz e da umidade. Fabricado 18 meses antes da data da validade.


E tudo acontece justamente na semana em que não se pode ficar doente sob hipótese alguma.

junho 30, 2003

Gostar de alguém é bom. E Amar esta pessoa (amar de verdade, com A maiúsculo, com brilho no olhar e tudo mais que se tem direito) é melhor ainda. Andar de mãos dadas. Suspirar. Fechar os olhos. E sentir o beijo. O toque. Isto pode acontecer todos os dias, e passar uma sensação de paraíso. Isto também pode fugir durante alguns dias. Mas, em certos momentos, os sentimentos podem ser elevados à enésima potência. Nestas horas, amar é maravilhoso. Mas também dói um pouco. Nestas horas, desejamos estar com o amor durante 28 horas por dia, amando, beijando, rindo, suspirando, de mãos dadas, de destinos selados. Nestas horas, amar dói porque ultrapassa os limites do nosso próprio corpo, do nosso ser, de nossa alma. Queremos infinitamente transformar duas pessoas em uma. O dia todo. Para sempre.

Pois é... Estou assim hoje. Amando para além das fronteiras da minha existência.

junho 29, 2003

You read my mind
Girl, I wanna Shake You Down
I can give you all the loving you need
Come on let me take you down
We'll go all the way to heaven

O jornal Zero Hora fez o serviço público. Achei legal. E me candidatei. A novidade é que recebi o telefonema na sexta-feira, avisando que havia sido selecionada. Portanto, do dia 1º ao dia 4 de julho, farei um curso de roteiro com o diretor e roteirista Jorge Furtado. Pode ser uma nova porta ou janela na minha vida. Ou pura diversão. A lição de casa foi feita há semanas. O Homem que Copiava é muito bom.

Fiquei longe por um tempo. Não abandonei o blog. Apenas, fiquei longe. Vamos à retrospectiva, com o carrinho fazendo curvas fechadas a mil quilômetros por hora.

25 de junho (quarta-feira) - Viajei para Pelotas. Nada de prazer, somente negócios. Viagem cansativa. Valeu pela companhia do Ênio e do conferencista Marco Aurélio Ferreira Vianna, que merece ganhar bem pelas palestras por conta das piadas hilárias. Viajamos durante 4 horas, espremidos em um Fiesta 1.0.

26 de junho (quinta-feira) - Voltei de Pelotas. Cheguei em Porto Alegre às 13h30min. Não almocei e fui trabalhar. No fim da noite, assistimos Almas Gêmeas, peça de Martha Medeiros (:-/). Perdi o show dos Flamejantes na Sogipa, perdi a paciência revisando um jornal até madrugada.

27 de junho (sexta-feira) - Visita à gráfica. Trabalho normal. Início de um fim de semana MA-RA-VI-LHO-SO na Serra Gaúcha.

28 de junho (sábado) - Continuação do fim de semana MA-RA-VI-LHO-SO na Serra Gaúcha.

29 de junho (domingo) Último dia do fim de semana MA-RA-VI-LHO-SO na Serra Gaúcha.

Nada como uma calefação, um café da manhã da Região das Hortênsias, compras e uma companhia agradável para recarregar as baterias. Ah! E dois jantares regados a vinho tinto. Muito inspirador.

junho 24, 2003

Hoje tem punk brega na CCMQ. Wander Wildner, às 19h, no Solo às Terças. Meus 14 leitores estão convocados.

Resolvi me dedicar aos diálogos inverossímeis. Sim, sou especialista nisto. Na faculdade, fiquei em recuperação na cadeira de cinema. O professor dizia que os diálogos dos meus roteiros eram impossíveis. Caro professor, algumas coisas são possíveis. Não tiro coelho nenhum da cartola. Mas me pergunte. Na hora indico se pode ou não acontecer, se as palavras saem das bocas ou não. Toda a minha tarde de ontem foi repleta de diálogos fantasiosos e irreais. Doses cavalares durante cinco horas. A vida real também é assim. Queria que o meu professor estivesse lá.

junho 23, 2003

Ontem o dia estava maravilhoso. O sol e aquela vaga lembrança de verão (quando o céu fica muito azul) bastaram para fazer o domingo completamente diferente do sábado no evento da Casa de Cultura. Nunca tinha visto tanta gente nos corredores da CCMQ ou na Travessa dos Cataventos. Algumas esquetes emocionaram a platéia. Outras me emocionaram. O resultado valeu. No início da noite, carreguei sacos e mais sacos de roupas que serão doadas. E terminei os dois dias de festa com uma dor nas costas que me matava de tanta felicidade.

junho 22, 2003

Foi uma tarde de caos. Lidar com pessoas sem educação é um dos piores castigos do mundo. E contar com pessoas sem dedicação é um inferno. Quando pensei que nada mais poderia dar errado, caí na escada. Machuquei meu tornozelo e quase quebrei um dos dedos da mão. E quando pensei "que encerramento bonito, acho que valeu a pena"... um bêbado entrou no salão gritando, batendo palma e estragando a apresentação... Queria dormir o dia inteiro hoje.

junho 21, 2003

Since we're feeling so anesthetised
In our comfort zone
Reminds me of the second time
That I followed you home

We're running out of alibis
From the second of May
Reminds me of the summer time
On this winter's day

See you at the bitter end
See you at the bitter end

junho 18, 2003

Atenção, meus 14 leitores. Tem uma programação legal (e por uma boa causa) neste fim de semana na Casa de Cultura Mario Quintana. Estamos engajados na Campanha do Agasalho 2003. E, desejando incrementar as doações, faremos dois dias de programação. O projeto é intitulado Festa na Casa - Campanha do Agasalho, e se divide em dois momentos (Apresentações na Travessa dos Cataventos e Sessões de Autógrafos).

A agenda completa está no site da CCMQ, em http://www.ccmq.rs.gov.br

Nas Sessões de Autógrafos, os visitantes podem trocar um autógrafo (ou uma idéia) com gaúchos conhecidos e interessados na causa. Tudo isto por um simples agasalho, que pode ajudar muita gente. Quem reservou um lugarzinho na mesa da CCMQ: Tânia Carvalho, Hique Gomez, Zé Victor Castiel, Fabrício Carpinejar, Acústicos & Valvulados, Maurício Saraiva, Nelson Coelho de Castro, Martha Medeiros, Tequila Baby e Werner Schünemann.

Apareçam lá...

Agenda do dia

8:00 Encaminhar documentos para registro de marca OK
9:00 Finalizar conteúdo do jornal OK
12:00 Confirmar cobertura da TVE OK
12:30 Almoço com ministro Gilberto Gil no Mercado Público OK
15:00 Confirmar participantes do Festa na Casa - Campanha do Agasalho OK
16:00 Passagem do ministro Gilberto Gil pela CCMQ - Café Concerto Majestic OK
17:00 Buscar material da Campanha do Agasalho no Centro Administrativo OK
17:30 Enviar release do Festa na Casa para a imprensa OK
18:00 Cerimônia de inauguração do Centro de Turismo da CCMQ - autoridades OK
18:30 Abertura da exposição de Bom Jesus OK
19:15 Arrumar a sala para trabalhar amanhã (feriado) OK

Minha cabeça dói...

junho 17, 2003

O céu estava nublado. E eu nem notei.
Me serviram bife à milanesa no almoço. Comi sem perceber.
Roí todas as unhas durante a tarde. Foi sem querer.
Falei com muitas pessoas no telefone. Não me lembro.
Olhei no relógio. O expediente tinha acabado.
Levantei os ombros. Deixei tudo para trás.
Os dias vão passar bem rápido. Quero logo a segunda-feira.

junho 15, 2003

Todos os moralistas estão de acordo em que o remorso crônico é um sentimento dos mais indesejáveis. Se uma pessoa procedeu mal, arrependa-se, faça as reparações que puder e trate de comportar-se melhor da próxima vez. Não deve, de modo nenhum, pôr-se a remoer suas más ações. Espojar-se na lama não é a melhor maneira de ficar limpo.

A. H. (1946)

junho 13, 2003

No dia 12 de junho, execução dos 11 trabalhos de Hércules...

– Quando estiverem, de forma romântica, iniciando os preparativos do delicioso jantar de comemoração... FALTARÁ GÁS.
– No momento em que, depois de ter frustada a tentativa de encontrar uma telentrega, estiverem carregando o botijão vazio até o carro... CAIRÁ UM CHUVA TORRENCIAL.
– Quando estiverem no trânsito, pensando que tudo será resolvido... O BOTIJÃO BATERÁ NA LATARIA DO CARRO A CADA MOVIMENTO.
– Debaixo de chuva, tentando correr... ENCONTRARÃO SOMENTE OBSTÁCULOS E MALAS NO TRÂNSITO.
– Depois de encontrar o fornecedor de gás, a namorada esquece o talão de cheques... SOFRERÃO AMEAÇA DE NÃO LEVAR O BOTIJÃO.
– Quando chegarem em casa, CAIRÁ DO CÉU UMA QUANTIDADE DE ÁGUA JAMAIS VISTA.
– Juntos, serão convocados a carregar o botijão pelas escadas, até o terceiro andar, ENFRENTARÃO DEGRAU APÓS DEGRAU.
– Dentro do apartamento, SOFRERÃO A ÚLTIMA AMEAÇA: VAZAMENTO DE GÁS DO BOTIJÃO NOVO
– No último quesito, ENFRENTARÃO A IRRITAÇÃO E ESTRESSE DE TODA A NOITE.
– Finalmente, após a aventura, cansados e debilitados, DEGUSTARÃO O JANTAR E RECORDARÃO A AVENTURA.
– Depois de tudo, às 00:20, as comemorações do Dia dos Namorados SERÃO FINALIZADAS.

Sim... Os trabalhos de Hércules eram 12. Um é secreto. Uma noite e tanto, Elinho.

junho 12, 2003

Tente adivinhar... O que é, o que é...

É bonito, cheiroso, inteligente e muito querido... Faz carinhos em mim, prepara jantinhas, e me abraça e beija bastante... Fala sobre tudo de música, adora futebol e é colorado doente... É alguém muito importante na minha vida, o meu amor...

Feliz Dia dos Namorados, Elinho.

junho 08, 2003


Receita de sábado à noite

Junte alguns amigos e prove esta iguaria. É fácil de ser preparada e não requer experiência.

INGREDIENTES
1 lata de estresse da semana
2 ou 3 folhas de trabalho acumulado
6 colheres de risos com os amigos
1 kg de preocupações com novos projetos
1 g de “simancol”
Fartas porções de espaguete com molhos variados
3 ou 4 taças de vinho tinto

Importante! Tudo isto deve ser preparado, cuidadosamente, em um sofá aconchegante, já classificado por outras pessoas como ninho perfeito...

MODO DE FAZER
Misture bem todos os ingredientes, mexendo sempre. Deixe a “massa” próxima a uma lareira, sempre se certificando de que alguém abastece o fogo com mais lenha. Depois de, aproximadamente, 30 minutos, a “massa”, que já se transformou em uma “substância sonolenta”, deve ser colocada para descansar na omoplata mais próxima. E quando ela já estiver babando no ombro alheio...

ESTÁ PRONTO!!!! Agora é só provar o gostinho do fim da sua vida social...

Amigos, me desculpem pelo sono incontrolável...

junho 07, 2003

THOMÉ – Nome de homem, por vezes usado como nome de família. Do genitivo do latim THOMAS: Thomae, sc. ecclesia, igreja de Tomas, dando-se a deslocação do acento como se deu no nominativo, que admitiu a acentuação grega. Sobrenome de uma família estabelecida no século XIX, no Paraná, à qual pertencem: Jacob Thomé, negociante estabelecido com seu irmão, no Município de São João de Capanema, então Comarca de Ponta Grossa (PR) – 1900; e Gaspar Thomé, proprietário de uma loja de fazendas e miudezas, no Município de Guarapuavá, então Comarca de mesmo nome (PR) – 1900.

Achei este bilhete no meu bolso. Copiei de um dos livros mais consultados da biblioteca da Casa de Cultura: Dicionário das Famílias Brasileiras, de Carlos Eduardo de Almeida Barata e Antônio Henrique da Cunha Bueno (gostavam de nomes esses dois, hein?).

Fiquei 15 dias com este papel no meu bolso.

junho 04, 2003


Vinho

figo em rama geléia de laranja
pão dormido salada de manga
arroz de puta sorvete de gengibre
carne
suco de maracujá dedo de dama
camarão ao catupiry
nada me sacia

o não existente
o não feito o não compactuado
o não impresso o não dito
o não amado
o que não se encaixa
o que não se permite
o que não se admite

mais que tudo me sacia
o não


de Sergio Napp

junho 03, 2003

Ontem, 11:59 PM

Hoje ventou muito.
Está chovendo agora.
Lentamente busco o meu sono.
Penso em outras coisas.
Me concentro nos sentimentos.
Eu sei que sou livre.

junho 02, 2003

Tarde de luxo. O trabalho está todo aqui ao lado. Montes. Empilhado. Aguardando. E eu... Eu? Me dei um presente de segunda-feira: ignorá-lo solenemente. Fazer de conta que nada está acontecendo. Que não é comigo.

Me entendo com ele na terça-feira.

Sim, eu estava cansada. Pareço um disco arranhado quando digo isto... O certo é que, no sábado, parei de raciocinar. Eis que a confusão reina... Fomos ao casamento da Ju e do Kau. Estava um pouco nervosa. Pela primeira vez, fazíamos parte do grupo de padrinhos no religioso. Depois de uma breve espera, estávamos enfileirados para a entrada até o altar. Orgulhosa do meu vestido, olhei para o Elio e dei dois passos.

CAOS!! Meu sapato estava escapando do pé. Sapato novo. Eu não conhecia ele muito bem. O resultado foi que me encaminhei até o altar sob o olhar de todos os convidados e tentando, ao mesmo tempo, caminhar e segurar meu sapato "social chique".

O desespero se repetiu na saída de igreja, andando até o carro, chegando na festa, caminhando pelo salão, tirando fotos. Eu tinha uma única vontade: arremessar aquele bico fino o mais longe possível. Como não podia ficar descalça, adotei a técnica: "Agora você vai ver, sapatinho".

Fui até o banheiro e, me sentindo ridícula, obviamente, coloquei 1 guardanapo e 3 metros de papel em cada sapato. Sobrevivi até o fim da festa. Mas o pior vem agora...

Ontem, voltei a raciocinar. E, olhando para o par, como quem não quer nada, já deitada na cama e com meu livro na mão, a lâmpada sobre a minha cabeça acendeu: aquela presilha lateral servia mais do que um mero enfeite com um strass que insistia em tentar arrancar minha meia... Ela era a salvação da festa. Bastaria apertar dois furos. Dois furos. E eu nunca mais precisaria andar como uma pata choca que se dirige ao laguinho para cuidar dos patinhos e tomar um sol em um domingo pela manhã...

maio 31, 2003

Quero dar os parabéns para a Juliana, que está aqui fazendo sua despedida de solteira!!!!!!!!!

Vocalista da Black Master, madrugada de sexta-feira, nós meninas dançando na pista do Dado Tambor. O casório é hoje...

maio 29, 2003

Frio. 8. 9. 10. 11 graus. Há três dias não sinto meus pés. Este fato é usual. Tenho os pés gélidos, quase sem sangue, no inverno, na primavera, no verão e no outono. No entanto, o que me assusta não é a insensibilidade dos meus membros inferiores. Me encontro insensível e impassível a respeito de "n" questões. Importantíssimas.

O inverno me deixa cansada. Demais até para pensar. Meu único desejo é me entregar à preguiça e me encostar permanentemente no abraço quente do meu amor e ganhar intermináveis beijos. Depois disto, a proposta é presentear meus pés com a areia quente da Bahia. E deixar minha cabeça descansar nas nuvens.

maio 28, 2003

Houston, we have a problem!
Houston? Houston?!?!
Hello?!?!?!?!?!?!?

maio 27, 2003

Terror total. Centenas de folhas espalhadas pela mesa. Um telefone que toca. Um braço que se estende. Uma pessoa que atende a ligação. Outro braço que tentar situar o telefone no gancho. Uma droga de aparelho que não obedece o comando. E derruba uma porcaria de copinho cheio de café, estabelecido entre o telefone... E AS FOLHAS!!!! Salvei somente duas folhas. Duas...

maio 26, 2003

Elio viaja sozinho para o Interior, para assistir jogo de futebol do irmão Rodrigo

Introdução no melhor estilo Eliane Brum...

"Quando Elio entrou no carro, planejando dirigir de Venâncio Aires a Porto Alegre, não imaginava a aventura que estava por acontecer..."

Primeira ligação - 19h02min
– Lu?!?!?!? O carro parou!!! Liga pra mim!!!!!
...
– O que aconteceu?
– Não sei! De repente o Palio engasgou e não liga mais.

Olhei pela janela. Já estava muito escuro. E o vento sem perdoar.

– Está sozinho na estrada?
– Não. Parei, por sorte, perto de um posto da Brigada Militar. Já chamei o seguro com um guincho. Vou esperar.
– Ok...
– Ah! Meu celular está quase sem bateria...
– ELIO!!!!!!!!

Comecei a pensar positivo.

O acostamento de uma estrada não é o melhor lugar do mundo. Principalmente à noite.

Segunda ligação - 19h31min
– Cia de Seguros H., Fulano boa noite.
– Oi... Meu noivo está preso na estrada. O carro auto-socorro já está chegando? Qual a previsão?
– Bem, tivemos um problema em contatar o terceirizado da região. Onde ele está mesmo?

Como vocês ainda não sabem onde ele está?

– Na RS 287, quilômetro 29. Perto da Tabaí.
– Minha colega está confirmando. O guincho chegará em dez minutos.
– Obrigada. Ele já está esperando há 30 minutos.

Eles queriam poupar o Elio de ter algum custo. Eu só queria que o Elio chegasse em casa. Custasse o que fosse.

Terceira ligação - 19h55min
– Já chegaram?
– Não!

PUTZ!!!!

Por que falou em tempo, quando não têm gerência de nada?

Quarta ligação - 20h10min
– Cia de Seguros H., Beltrano boa noite.
– Vocês ainda não buscaram o meu noivo! Conseguem fazer um contato com o guincho? Ele está na beira da estrada há uma hora.
– Srta. Luciana, tivemos um problema. Foi preciso ligar para dez empresas que possuem guincho para encontrar o serviço ideal. Tenho a informação de que o carro chegará em 20 minutos.

Sério? Outro problema! Novidade...

– Obrigada.

Problemas, problemas, problemas.

Quinta ligação - 20h31min
– Chegaram?
– Não. E o policial que estava aqui comigo foi embora.
– Já te ligo.

PUTZ!!!!PUTZ!!!!PUTZ!!!!PUTZ!!!!

Policiais militares também têm horário de janta. E a estrada foi ficando mais escura.

Sexta ligação - 20h35min
– Cia de Seguros H., Fulana boa noite.
– Oi. Meu noivo está na RS 287 esperando o socorro há uma hora e meia.
– Como é o seu nome?
– Luciana.
– Ok. Srta. Luciana. Aguarde um momento.
...
– Não estou conseguindo localizar o nosso terceirizado. Entro em contato novamente em alguns minutos.
– Ok.

Aguardo, sempre aguardo.

Sétima ligação - 20h58min
– Alô Patrícia? Aqui é a Fulana, da Cia de Seguros H.

Patrícia? Estão perdidos amigos?

– Meu nome é Luciana.
– Oh, me desculpe. A senhora é a noiva da Patrícia?

O que é isto? Não me digam que vocês estão buscando o Elio em Pernambuco?

– ???????????? Não! Eu sou a noiva do Elio, que está esperando por vocês há duas horas.
– Ah, me desculpe. O socorro chegará no local em 15 minutos.
– Tudo bem.

Noiva da Patrícia. Sei...

Oitava ligação - 21h25min
– Já chegaram?
– Não!
– Puxa, vida... Ligo depois.

PUTZ!!!!PUTZ!!!!PUTZ!!!!PUTZ!!!!PUTZ!!!!PUTZ!!!!PUTZ!!!!PUTZ!!!!

Seguro é mesmo uma coisa insegura. E no meio do nada, adquire nuances de inexistência.

Nona ligação - 21h45min
– Chegaram?
– Sim!

Aleluia, aleluia...

– Eles vão te trazer até onde?
Estou aqui para levar o carro!
– O cara vai me levar...

Às 23h15min, fomos pegar o Elio na Via Porto, quatro horas depois que o carro estragou na estrada. Ele vinha espremido na cabine do caminhão, dividindo o espaço com uma senhora, uma criança enrolada em um cobertor e o motorista. Parecia estar congelado e com fome. Mas duvido que, por mais que o seu estômago estivesse roncando, perderia a fome de bola. O baixinho encara tudo por um futebol. Quem sabe até montar uma barraquinha em plena RS 287 e levar a vida vendendo rapadura na beira do estrada (esta piada foi do meu pai, depois que ele viu a cara do Elinho de dentro do caminhão)... A vida é dura, mas é doce (hehehe).

maio 24, 2003

Frio e vento constantes. Fluxo intenso de pessoas. Sexta-feira, no início da noite. Fácil se distrair e provocar um choque. Inevitável ouvir todo aquele burburinho subindo pelo ar. Um céu escuro. Estrelas cobertas por nuvens de algodão embebidas em nanquim. Fiz um trajeto diferente, ouvindo os fragmentos de declarações...

– ...coloca isto aqui, Gustavo...
– ...ele não sabe cuidar da arara. Ele sabe...
– ...acabou colocando a mão bem ali...
– ...aí ficou difícil. Tive que desistir do...
– ...melhor esperar. Pode ter pedagogia...
– ...Meu Deus! Mais um...
– ...oi! Tudo...ôpa...desculpe...


Cheguei na Dr. Flores. Vi uma lotação partindo. E encostei a minha mão quente nos lábios gelados. Não precisava falar nada naquele momento. Centenas de pessoas, alguns minutos. Muitas coisas já tinham sido ditas.

maio 23, 2003

– Estas árvores levaram décadas para crescer e são cortadas em poucas horas. Mas a gente fica bem quietinha, porque dizem que é o progresso.

Senhora Esther Santoro, 69 anos, moradora da Dom Pedro II, e vizinha de Eurides da Costa Lima, 87 anos, em matéria no jornal Zero Hora. A rua está sendo alargada para virar uma via expressa.

maio 22, 2003

Recebi por e-mail. Fiquei um tempo analisando todas aquelas letras, todos aqueles campos a serem preenchidos, todas aquelas justificativas a serem dadas. Preciso três produções. Quase impossível. Enfrentando uma crise de identidade textual no meu blog. Outra moral. Culpa. Rotina. Correria. Às vezes, qualquer coisa cansa. Às vezes, tudo parece muito para tão pouco. Ou pouco para tudo o que é necessário. Alguém tem uma porção de coragem aí para me emprestar?

Animatrix.

Muito bom. Muito bom. Muito bom.

maio 20, 2003

Por mais que eu corra, trabalhe o dia inteiro sem parar, uma imagem não sai da minha cabeça. Ontem, estava andando pela Av. Erico Verissimo, voltando do almoço. Pensando nas tarefas a serem cumpridas no período da tarde, nos compromissos assumidos. Distraída. Caminhando na mesma calçada, mas na direção contrária, uma menina-moça me fez uma pergunta:

– Onde fica o posto do INSS?

Fiquei em dúvida.

– Acredito que agora eles indiquem nas placas somente Previdência. Já passou. Três prédios à direita, nesta mesma quadra.

Ela agradeceu. Iríamos caminhar no mesmo sentido. Quando ela deu meia-volta, pude olhar o rosto do bebê que carregava. Ele estava intubado, um menino, parecia doente. A criança olhou direto no meu olho. Parecia sofrer tanto, sentir tanta dor a ponto de não agüentar. Não havia, em toda a minha vida, presenciado tamanho sofrimento. Senti vontade de rezar, de chorar, de implorar para que uma coisa dessas não fosse verdade. Que aquela mãe pudesse encontrar mais força...que os dois superassem isto tudo.

Ela virou o rosto para trás. Tinha enxergado a Previdência e agradeceu a ajuda. Fiquei um tempo olhando os dois entrarem no prédio. E parei na calçada. Me considerando a pessoa mais inútil do mundo.

maio 19, 2003

Tempo atrás, eu era mais controlada. Não fazia disto um drama, uma novela mexicana elevada à vigésima potência. Agora, não. Estou há 20 minutos ensaiando um controle que não existe, a superação do trauma... Não! Tenho verdadeiro pavor de almoçar sozinha. Em restaurante de comida a quilo, não vou de jeito nenhum. Como vou almoçar hoje, se, das dez possibilidades de companhia para o almoço, todas declinaram e assumiram outras atividades para o horário? Minha barriga já está roncando.

Estou me sentindo no limite, como, em 1996, quando pulei a altura equivalente a 14 andares, presa pelos pés. O desafio está ali. Devo decidir se pulo em direção ao restaurante, rompendo telhas e estruturas de gesso. Ou se fico aqui, verde. De fome.