novembro 30, 2008

Encontrei uma voz. Paciente, no início, falava manso perto do meu ouvido. Como não escutei, aumentou o tom. Depois, passou a gritar. Tentei sufocá-la com o travesseiro. Mas ainda ouvia seu desespero abafado. Uma vez livre, continuava gritando a mesma frase. Tenho certeza que ela fez o bairro inteiro ouvir: "Está perdendo tempo, sua idiota!"

Agora, resolvi ouvir a voz. E tentar recuperar esse tempo.

novembro 27, 2008

Sempre está chovendo em alguma parte do mundo, eu digo.

É um pensamento que me acalma, a proximidade da água, a transformação de um fenômeno da natureza metamorfoseado magicamente em bênção, o modo como a chuva ameniza a feiúra do concreto. Um dia de chuva acrescenta-me a sensação de limpeza. Há bondade no ozônio.

Ele ri, meio desnorteado, olha para os cantos, até encontrar as quarenta e quatro fotografias de Caio, 15 x 20, em preto-e-branco, dispostas por Ceres, lado a lado na parede verde. Olho para o Ciclista. Tenho vontade de perguntar o que ele faz nos dias de chuva. Acho engraçado perceber a bênção de uns transformada na maldição de outros.

Assim é a vida.


O ciclista, de Walther Moreira Santos

novembro 25, 2008

Acompanhe comigo... No três... Um, dois, três!

Sexta-feira
Oi, Buenos Aires!
Aeroporto
Caesar Park Silver
9 de Julio
Obelisco
Corrientes
Florida (Galeria Pacifico)
Plaza de Mayo
Casa Rosada
Av. de Mayo
Café Tortoni (nosso lanche da manhã)
El Caustro (dica do Napp – restaurante mágico dentro de um convento, logo atrás da Galeria Pacífico. Divino!)
El Ateneo
Obelisco
Caesar Park Silver (soninho de duas horas, já que havia dormido só três horas na noite anterior)
Obeslico
Puerto Madero (jantar no Cabaña Las Lilas, também dica do Napp).

Sábado
Obelisco (de novo o pátio de casa)
Teatro Colón
Callao X Alvear
Recoleta
Basílica Nuestra Señora del Pilar
Centro Cultural Recoleta
Cemeterio de La Recoleta
Calle Vicente López
Locos por el fútbol
Plaza Francia
Museu Nacional de Bellas Artes (Muito lindo! Vi Rodin, Pollock, Picasso, Chagall, Miró, Modigliani, Kandinsky, De Chirico, Degas, Monet, Cezanne, Renoir, Delacroix, Manet, Lautrec, Van Gogh, Gauguin... ufa)
Floralis Generica (a flor metálica e gigantesca, feita por um artista plástico em homenagem à cidade)
Buenos Aires Design
Hard Rock Cafe (nosso almoço)
Freddo (sorvete de sobremesa)
Plaza San Martin
Malba (Chique... Vi Diego Rivera, Tarsila do Amaral – meu Abaporu de novo pela segunda vez nesse ano -, Xul Solar, Di Cavalcanti, Hélio Oiticica – e outros muitos brasileiros -, Portinari, Fernando Botero e Frida Kahlo)
Palermo Viejo
Plaza Cortázar (compras, compras!!)
Casa de Borges
Obelisco
Caesar Park Silver
Puerto Madero (jantar no Sorrento)

Domingo
Museo La Pasión Boquense (tour completa também pelo estádio)
Caminito
San Telmo
Feira de San Telmo
La Vieja Rotigeria (lomo e papas fritas no nosso almoço)
Mercado San Telmo
Corrientes
Havanna (pausa para o café e para encher os bolsos de alfajores)
Obelisco
Caesar Park Silver
Aeroporto
E, tchau, Buenos Aires! Muchas gracias!

novembro 20, 2008

Volto domingo à noite.

novembro 18, 2008





Panelas, frigideiras, colheres de pau e caçarolas. Tremei! O fim está próximo. Se não rolar comida boa, pelo menos sai um som dessa "batera". A formatura é no dia 28 de novembro.

novembro 14, 2008

Quieto, imóvel até as pontas geladas dos dedos, estava novamente confinado ao sepulcro de meus ossos, desejando que a angústia acabasse. Pensei no internato, na voz do professor longe dos meus ouvidos - a água oxigenada misturada ao sangue do rato... -, no animal morto sobre a minha classe, em coisas tolas que agora tomavam novo significado. Os demais garotos pareciam atentos, perplexos ante a química da vida, enquanto eu me indagava sobre a morte, a inércia fatal induzida pelo clorofórmio, a boca entreaberta no último hausto, todos detalhes físicos de que se veste o não existir. Viver, morrer, a verdade que sustenta o paradoxo é uma só, um ciclo perpétuo e inviolável de destinos trançados. A única diferença entre o internato e a estância é que, aqui, os ratos ainda vivem.

Solenar, de Rafael Bán Jacobsen

novembro 13, 2008

novembro 09, 2008

Uma tarde divertida na Feira do Livro. Muitos balões distribuídos, e gente bacana com muito fôlego para ler o poema de Diego Grando (do livro Desencantado carrossel). Na foto, os Não Editores em ação na banca da Livraria Palmarinca.

novembro 08, 2008

Tarde de distribuição de balões na Feira do Livro. Me procure na banca da Palmarinca. A partir das 16h. Fim de tarde de autógrafos do Ficção de polpa 2. Estaremos no térreo do Memorial do RS. Às 18h. Encerrando o dia/noite no Garagem Hermética, show da Volts. Covers de AC/DC, com Mano na batera e Léo na guitar. A partir da meia-noite. No meio de tudo isso, respiro...

novembro 07, 2008

Assisto televisão às segundas-feiras. Às vezes nas quintas. Leio todos os dias. Tomo refrigerante aos domingos, ou também aos sábados se abdico da sobremesa. Pilates faço às segundas e quartas-feiras. Show de rock é quando acontece. E música eu ouço sempre. Passo fio-dental duas vezes ao dia. Dou gargalhada quando estou triste. E escrevo quando a dor é amena. Sim, fazer o que: sou uma mulher de listas de regras.

novembro 06, 2008

Da esquerda para a direita: Não Editora: eu, Rodrigo Rosp, Samir Machado de Machado e Antônio Xerxenesky. Depois o pessoal da Arquipélago e da Libretos.

Manual de sobrevivência da pequena editora

O que faz uma editora pequena sobreviver em um mercado de gigantes? Não falta em Porto Alegre quem tente responder essa pergunta na prática. Com autores novos pipocando e a tecnologia mais acessível, parece mais fácil abrir uma editora. O desafio é outro.
(...)
Mas uma turma numerosa segue no mercado. Há um ano, seis escritores fundaram a Não Editora buscando abrir espaço para novos ficcionistas. Receberam dicas de Tito Montenegro, da Arquipélago, fundada em 2006. Tito, por sua vez, contara com a experiência de Alexandre Ramos, que há oito anos criou a Zouk em São Paulo e, junto com a mulher, Natalie Nogueira, a trouxe para a capital gaúcha em 2005. Hoje, a Zouk tem sede, três funcionários, lança 15 títulos ao ano. E dá lucro.
(...)
É preciso saber onde poupar para não comprometer a qualidade do livro. Luciana Thomé e Rodrigo Rosp, sócios da Não Editora, destacam que não vale a pena economizar papel, espremendo as letras na página, nem descuidar do projeto gráfico ou de uma revisão criteriosa do texto. Sob pena de desagradar leitores, críticos, livreiros e distribuidores – em vez de conquistá-los.

Zero Hora - Caderno da Feira do Livro - 04/novembro/2008

novembro 05, 2008

NÃO EDITORA COM 3 FINALISTAS NO PRÊMIO AÇORIANOS DE LITERATURA 2008!

Então, para esclarecer. A lista de finalistas do Prêmio Açorianos de Literatura, promovido pela Prefeitura de Porto Alegre, foi divulgada hoje. E a Não Editora está disputando o prêmio em três categorias. É muita felicidade! É a notícia do ano para a Não!

Confira abaixo as categorias! E desde já vale a torcida para o Antônio, a Carol e o Diego!!!!

Finalistas:

Categoria NARRATIVA LONGA
Título: Acenos e afagos, João Gilberto Noll, editora Record.
Título: Depois do sexo, Marcelo Carneiro da Cunha, editora Record.
Título: Areia nos dentes, Antônio Xerxenesky, Não Editora.

Categoria CONTO
Título: Alguns procedimentos para ocultar feridas, Juarez Guedes Cruz, editora Movimento.
Título: Pó de Parede, Carol Bensimon, editora Não Editora.
Título: Tocata e Fuga, Luís Dill, editora Bertrand Brasil.

Categoria POESIA
Título: Desencantado Carrossel, Diego Grando, editora Não Editora.
Título: Estrela Boieira - Antero Marques – Organizadores: Valdir Amaral Pinto, Paulo Estivalet Flores Pinto e Miguel Frederico do Espírito Santo, editora EST Edições.
Título: Lunário Perpétuo, Eduardo Dall’Alba, editora Belas Letras e Espaço Engenho e Arte.

Vídeo do poema De um pedinte, de Diego Grando (Desencantado carrossel - Não Editora - 2008). Assiste aí.

novembro 04, 2008

Atrações na Feira do Livro. Destaques na Imprensa. Novidades.

Tudo isso na segunda edição da Não Newsletter, informativo mensal da Não Editora.

Já sabe: clica aí na imagem!

novembro 03, 2008

Eu tenho os dedos das mãos iguais ao da minha avó materna. Penso nisso quando, sem querer, me vejo estranha no reflexo negro da tela do notebook. Como se, por milésimos, essa faceta dela me ocupasse sem pedir licença. E eu tivesse que fazer esforço extra para tirar ela de mim. Afinal, o fato de que eu mexo e faço o que quero com os dedos contradiz a informação de que eles são dela. Embora também exista a rixa, o problema de nunca mais ter falado com ela. E de não ter a vontade. Então, é como se eu abdicasse dessa minha identidade. Peço que saia de mim e não volte. Tomei coragem, e fiz isso. Mas quantos pedaços mais perderei pedindo que as pessoas saiam da minha vida? Cada vez mais chego à conclusão de que sou pedaços de coisas e pessoas que passaram por mim. Como xérox, recorte e colagem. Por isso não tomo mais chuva.

novembro 02, 2008

E foi dada a Não largada na 54ª Feira do Livro de Porto Alegre.

Nós, Não-Editores, passamos rapidamente pelo evento no fim de tarde de sexta-feira. A meta era tirar uma fotografia para a Zero Hora. Todo mundo atento à edição de amanhã do jornal: as Não-carinhas estarão lá.

Além disso, aproveito para convidar todo mundo para as sessões de autógrafos da Não Editora na Feira. Olha os convites aqui embaixo!

De resto, estamos em várias bancas. Mas com promoções especiais na Palmarinca. Ficção de Polpa - Volume 1 e A virgem que não conhecia Picasso com preços barbadinhas. É isso!