abril 25, 2004

Neste fim de semana, fiz uma descoberta nada banal. E, para isto, foram necessárias somente 20 mordidas. DE PULGA! Um pequeno e quase invisível bichinho que entrou em território proibido: a minha calça jeans. Pois é. Sou alérgica a pulgas. Se você ainda não sabe, mas quer viver uma experiência fantástica como esta, apareça no meu local de trabalho na terça-feira. Será uma aventura. Além disso, se acharmos todas elas, podemos montar um circo.

abril 20, 2004

Estou longe do blog há bastante tempo. Lotada de trabalho. Com a cabeça a mil. Mas... sabe... andei pensando. A vida é engraçada. E mais engraçado ainda é perceber as coisas engraçadas. E rir. Claro, se o tempo e a paciência permitirem. Então, estou rindo. Depois de 12 horas ininterruptas de trabalho em frente ao computador e alguns graus a mais de astigmatismo... aqui estou eu. Analisando a minha própria vida. Tudo para não pensar na morte da bezerra. Ou pegar o telefone e fazer um DDI para a Tunísia e não ter dinheiro para comprar laranja na feira. Vamos lá. Aperte o cinto. A conclusão é a seguinte: desde janeiro, mês em que me mudei para a casa de meu querido-fofo-prestativo-futebolístico-carinhoso esposo, passei por algumas fases. Para ser mais precisa: etapas de comportamento e alterações freqüentes de humor (além das típicas crises temporárias de surtos psicóticos). Não devo ser a primeira. Mas o engraçado é exatamente este: conseguir me enxergar como um pessoa comum, em meio a toda a loucura que está minha vida (principalmente a jornalística...). Acompanhe cada uma das etapas.

1ª ETAPA - a chorona: depois de suar bicas carregando malas de um lado para o outro, descarregando malas de um lado para o outro, limpando tudo de cima da escada ou ajoelhada no chão, socando tudo para dentro de gavetas, armários e similares... É isto... Bateu aquela tristeza, um sentimento de vazio, que me fez chorar por dois dias. Choros assim baixinhos, quase sem lágrima, de não se saber o motivo, mas de doer assim mesmo. Tomar banho e chorar um pouquinho. Jantar e chorar um pouquinho. Dormir soluçando. Depois passou...

2ª ETAPA - a traste: nada parece funcionar. Nada faz sentido. Pra quê fazer as coisas? A roupa não se lava sozinha? E por que a louça da pia simplesmente não desaparece? Eu não tinha forças. Trabalhava o dia inteiro e voltava para casa diretamente para a parte funda do sofá. Aquela em que, há uma semana, eu encostava meu corpo cansado, nos mesmos vincos, nas mesmas dobras. Éramos um único ser, atirado no meio da sala. Ele, vermelho. Eu, uma plasta. A rainha de todas elas...

3ª ETAPA - a reclamenta: e um dia, eu acordei. De verdade. Para a vida. Para o mundo completo das reclamações sem fim. Abria a janela pela manhã e gritava com os taxistas barulhentos embaixo da minha janela. Comprei briga com uma vizinha por causa de um cachorro. Fedorento, é verdade. Mas o bichinho não tinha culpa. E o Elio... Coitadinho... Impliquei com o futebol, com a bola, com os uniformes, com o time titular, com o time reserva. Sobrou até para o dono da quadra. Ok. Confesso. Odiei de Pelé a Triguinho...

4ª ETAPA - a depressiva: quando o fogo parou de sair de meus olhos, me senti culpada. Por não fazer nada para mudar a situação, por não saber como fazer para mudar a situação. Na primeira semana desta etapa, cheguei a voltar para o buraco negro no sofá. Desta vez, para apagar no sono profundo dos culpados. E sonhar com a vida que acontecia na televisão. A telinha passou a ser minha fonte de forças. As novelas estavam fantásticas, cheias de intrigas, de mistérios, de tudo um pouco. E a televisão brilhava. Eu garanto. E só para mim...

5ª ETAPA - a voyer: e um dia eu cansei. O plim plim não era mais suficiente. Depois de cinco minutos, o mundo mágico das novelas me cansava. E foi então que eu descobri o melhor dos entretenimentos: a minha janela. Tenho centenas de vizinhos. Por conseqüência, centenas de janelas. Uma coisa. Virei oficialmente, aquelas tias que ficam penduradas na janela, olhando todo mundo. Acompanhei, em primeira mão, uma grave violação do regimento do nosso prédio, embaixo da minha janela. Fofoquei no outro dia pela manhã com o zelador. Ouvi os comentários das vizinhas. E, depois, acompanhei o síndico espalhar notificações em todos os carros irregulares. U-hu!! Eu era sim uma condômina atuante e conhecedora dos meus direitos e deveres.

6ª ETAPA - a solidária: eles foram uns ingratos. Não reconheceram meus esforços. E eu desisti do condomínio, da janela, de tudo. Comecei a ter interesse pelas lidas... domésticas. Nada melhor para relaxar do trabalho fazendo uma jantinha, sujando panelas e pratos, para lavar tudo depois. Cantarolando, ensaiando passinhos. Em frente à pia. Blusa molhada de sabão. E sorriso no rosto. Barriga quente, barriga fria. Barriga quente, barriga fria. Não vejo mais TV. Não tenho mais sono. Mas só de pensar na cozinha, lotada de louça e de roupa pra lavar, tenho uma vontade incontrolável.

7ª ETAPA - a controlada descontrolada: lavei tudo. Tudo. Fiquei exausta. Quietinha, penso por que tenho tanto trabalho, como minha vida mudou desde que eu me mudei e que, por vários compromissos, estou longe do blog há bastante tempo. Lotada de trabalho. Com a cabeça a mil. Mas... sabe... andei pensando. A vida é engraçada. E mais engraçado ainda é perceber as coisas engraçadas. E rir. Claro, se o tempo e a paciência permitirem. Então, estou rindo.

abril 08, 2004

Hoje eu me revoltei. Fiquei indignada. Fiquei perplexa. Fiquei furiosa. Bati na mesa. Levantei da cadeira. Gritei. Fui atacada. Me defendi. Falei tudo o que pensava. Ouvi o que não imaginava. Empurrei a cadeira. Disse que não falaria mais nada. Chorei um pouco. Levantei o dedo indicador. Gritei ainda mais. Me controlei. Saí da sala. Fiquei escondida. Fechei a porta. Me olhei no espelho. Enxuguei os olhos. Me olhei de novo. Abri a porta. Deixei que entrassem. Desabafei. Argumentei com outras pessoas. Escutei as suas justificativas. Tomei um copo de água. Me acalmei. Deixei a mágoa me controlar. Tomei um café. Voltei para a sala. Anunciei decisões. Reafirmei estas possibilidades. Cogitei resolver as coisas. Ouvi novos fatos. Pesei todos os fatores. Desisti. Terminei algumas tarefas. Continuei chateada. Continuei magoada. Peguei uma balinha vermelha. Joguei a embalagem no lixo. Coloquei a bolsa no ombro esquerdo. Procurei a chave do carro. Olhei o relógio. Parei. Pensei um pouco. Achei que o ideal seria almoçar. Saí sem dar tchau.

abril 02, 2004

Hoje foi o dia da comemoração dos aniversariantes de março na Casa. A festa era nobre. E, para tanto, recebemos uma visita ilustre. O visitante passou a tarde na minha sala. Ele também vai estar presente no nosso espaço no Fórum da Liberdade. E, depois de conferir a festa, o "parabéns" e o bolo, seguiu caminho com o diretor Sergio Napp.

Sinceramente. Não sei o que foi mais engraçado. O susto que os meus colegas tomavam quando entravam na minha sala. O passeio do Nando, carregando o visitante no colo, desfilando na Travessa dos Cataventos. Ou o Napp saindo com ele sentado no banco do carona do carro, com o cinto afivelado e tudo.

Amigos do blog, eis o Mario Quintana da CCMQ.



Um grande amigo nosso, criado pela artista Ana Nunes.

O MEU AMOR E EU.

abril 01, 2004

Esta é a real. Os eventos da Casa de Cultura Mario Quintana têm conquistado um público fiel. As últimas edições do Solo às Terças e do Instrumentando, por exemplo, registraram a presença de 90 pessoas (em cada um deles). Vale ressaltar que estes são eventos com entrada franca e apresentam artistas locais. Isto é uma conquista. Pode ter certeza. Também estamos tentando aprimorar cada vez mais a comunicação com os visitantes. Além da folheteria básica (com cartazes e convites), elaboramos o Zine – distribuído semanalmente para 300 pessoas na Central de Informações da Casa – e a Newsletter da Casa - com 3 mil endereços eletrônicos cadastrados através de e-mail ou da assinatura de lista. Sem spam. E com uma resposta quase imediata.

Escrevo tudo isto para informar que o público terá uma chance de conhecer mais sobre o trabalho da CCMQ. E não só o trabalho do presente. Poderá descobrir, principalmente, o trabalho do futuro. A Casa vai participar do Fórum da Liberdade no Espaço Poliorama, destinado à apresentação de projetos culturais. Eis que mostraremos o seguinte:

- Projeto Aprendiz de Feiticeiro: uma programação completa para comemorar os 100 anos de nascimento de Mario Quintana em 2006, com atividades nas áreas de teatro, música, literatura e cinema. Para que a vida e a obra do poeta possam ser conhecidas por um número cada vez maior de pessoas.

- Acervo Elis Regina: acervo que vai apresentar a trajetória de vida e obra de Elis Regina, um ícone da MPB. O projeto arquitetônico, especialmente elaborado para o acervo, prevê a criação de espaços para exibição de audiovisuais, audições, pocket shows, consultas a sites da Internet e exposições temáticas.

- Abrindo Horizontes: o projeto atenderá a um público de crianças e adolescentes em situação de risco que circula no Centro de Porto Alegre, através de ressociabilização, educação e inserção no mercado de trabalho.

Sim. Necessitamos de apoio e patrocínio. E o momento de conhecer este trabalho todo será nos dias 05 e 06 de abril, no Centro de Eventos da PUCRS. Eu vou estar lá. Não pode ir?!? Mas quer assinar a newsletter? Envia um e-mail para ccmq@ccmq.rs.gov.br