dezembro 28, 2007

Me beijou, ainda sorrindo e com o lenço encostado no nariz. Na hora de fechar o bar, fomos para onde eu morava. Tinha um pouco de cerveja na geladeira e ficamos lá sentados, conversando. E só então percebi que estava diante de uma criatura cheia de delicadeza e carinho. Que se traía sem se dar conta. Ao mesmo tempo que se encolhia numa mistura de insensatez e incoerência. Uma verdadeira preciosidade. Uma jóia, linda e espiritual. Talvez algum homem, uma coisa qualquer, um dia a destruísse para sempre. Fiquei torcendo para que não fosse eu.

Crônica de um amor louco, de Bukowski

dezembro 21, 2007

E o meu desejo de fim de ano para todo mundo que lê esse blog já tem “cara”. É essa aqui do Mr. Flag, uma verdadeira inspiração. Se tiver que ficar com lama até a cabeça, que seja no lamaçal do Hotel Transamérica na Ilha de Comandatuba (BA). E, mesmo sujo até nos cabelos, olha o sorriso... Ninguém garante que a nossa vida vai melhorar, só porque é Natal, ou porque um novo ano vem aí. Mas a gente pode pelo menos ser feliz... De qualquer jeito. Então, de verdade, mete o pé na lama e vem rir comigo em 2008! Amigos, obrigada por tudo!

Feliz Natal e bom Réveillon... (vale até Freixenet no teto... chuva de Freixenet congelada é coisa mais chique e divertida do mundo... não esqueçam nunca disso...)

dezembro 15, 2007

Cobicei...

dezembro 07, 2007

Mar e amor podiam rimar, e eu disse isso em voz alta. Ela perguntou "o quê, pai?", e eu respondi "eu só disse mar", porque ela talvez não entendesse a segunda palavra. "E amor, pai?" "É o que está escrito nos olhos da tua mãe, lá na areia". Ela pensou em voz alta: "quando eu for grande, eu vou saber ler o que tá escrito no olho da mãe?" "Vai". Ela sorriu e depois apoiou o rostinho nas nossas duas mãos dadas: "pai, posso por enquanto mentir que amor é a tua mão na minha mão?"

Pela primeira vez, eu engolia o mar nos olhos para poder dizer tão somente três palavras: "pode, minha filha".


Dentro do Olho Dentro, de Altair Martins

dezembro 05, 2007

Compareci ao Fronteiras do Pensamento ontem. Primeira vez, no último dia do evento. Coisa mais chique. Champanhe. Morangos. Damasco. Palestra do Michel Houellebecq interessante, mas monótona. Melhor parte de todas (não, eu não posso evitar de ser chinela e bagunceira...): respondendo a uma pergunta do público, o autor discorreu sobre a importância do rock, da música, da revolução sexual, da pílula anticoncepcional... Falou pílula cinco vezes... E em todas elas, a tradutora "simultânea" presenteou o público com a pérola PÍRULA, PÍRULA, PÍRULA... De gargalhar, e o francês não entender nada do que acontecia. Sensacional!

ATENÇÃO:

Você está lendo ao post número MIL desse blog!

É o 50 kg resistindo à falta de tempo e de criatividade dessa sua criadora...

dezembro 02, 2007

Abre a janela. Deixa a luz do sol entrar. E aumenta o volume...

Virou tradição. Das sérias. Sempre me dou um presente de aniversário e um presente de Natal. Entenda-se: compro algo bacana ou altamente simbólico pra mim. Algo que eu sei que será importante e útil, e que será muito legal receber de mim mesma. Hoje, fiz a ordem de compra do meu presente de Natal. Acho que ele demora três semanas para chegar. Comprei on-line, de uma loja nos Estados Unidos, o meu primeiro Moleskine. Emoção...

dezembro 01, 2007

Os livros estão fluindo na minha vida. A impressão que tenho é que, finalmente, consegui organizar a minha biblioteca. E perdi aquele desespero de ter medo de não ter tempo de ler tudo e acabar não lendo nada. Um pacto foi providencial: 40 páginas por noite. Quase um milagre: a fórmula infalível para relaxar do estresse do dia de trabalho e praticar um hábito mais que agradável. Prazeroso, enriquecedor. Mágico. Só depende do livro. E como é bom. Tive, por duas semanas, a companhia de García Márquez. Ontem, recebi a visita de Altair Martins. Deve ficar até hoje. E depois, encaro o Michel Houellebecq. Meu refúgio nesse mundo está verdadeiramente consolidado.

novembro 30, 2007

Ontem, aconteceu o primeiro evento de fim de ano. Toda aquela coisa tradicional... Reunião de amigos, colegas, conhecidos, familiares. Esse, no entanto, trouxe uma pitada especial e (pra mim) inédita. O encontro agregou o pessoal do seminário de literatura que faço todas as quintas-feiras. E o presente de Amigo Secreto: escrever um texto sobre o tema "O que desejo para o meu amigo em 2008".

Acompanhem, abaixo, o texto que eu ganhei de presente do Samir. Fiquei emocionada... Porque eu me vi nas linhas. Como se fosse um espelho. Tem várias referências sobre mim que ninguém vai entender. Mas que o Samir percebeu com maestria. Obrigada, amigo!

"Uma exclamação não é o bastante. São preciso muitas, quatro ou cinco, para dar a ênfase desejada. Os dedos correm pelo teclado enlouquecidos, digitando e falando e pensando muitas coisas ao mesmo tempo. Tempo que falta. Que faz falta quando não vem. Que quando vem, o texto sangra. E chora e grita e corre. Vísceras expostas, começa a limpeza. O texto renasce, curto e direto, como quem o escreve.

Um amigo que não cabe num parágrafo, mesmo quando é baixinho. Não se pode colocar a pessoa num parágrafo, mas você pode tentar colocar o parágrafo dentro da pessoa, fazer com que ela o leve consigo. A única coisa que se pode desejar a um amigo é que continue sendo tudo aquilo que o faz ser o que é."

novembro 29, 2007

Eu estava nisso quando amanheceu na casa de Sucre uma caixa de madeira, sem letras pintadas nem referência alguma. Minha irmã Margot havia recebido a caixa sem saber de quem vinha, convencida de que era alguma sobre da farmácia vendida. Eu pensei a mesma coisa, e tomei o café-da-manhã em família com o coração no lugar certo. Papai explicou que não tinha aberto a caixa porque pensou que era o resto da minha bagagem, sem lembrar que já não me sobravam restos de coisa alguma nesse mundo. Meu irmão Gustavo, que aos treze anos tinha prática suficiente para pregar ou despregar qualquer coisa, decidiu abri-la sem pedir licença a ninguém. Minutos depois ouvimos seu grito:
- São livros!


Viver para Contar, de Gabriel García Márquez

Estou cansada. Esgotada. Faço tantas coisas e nada ao mesmo tempo. Que até parece que não vivo. Desculpem...

novembro 18, 2007

Água. Sol. Sons. Cores. Eu. Impressões.

Una vez, cada vez, todas las veces...

Sábado de Bienal do Mercosul.

novembro 16, 2007

Uma coisa linda do Sigur Ros que eu não me canso de ouvir... Perfeita para o sol, o céu azul e a luz de Porto Alegre hoje...

Brosandi
Hendumst í hringi
Höldumst í hendur
Allur heimurinn óskýr
Nema þú stendur

Rennblautur
Allur rennvotur
Engin gúmmístígvél
Hlaupandi í okkur ?
Vill springa út úr skel

Vindur í
Og útilykt ? Af hárinu þínu
Ég lamdi eins fast og ég get
Með nefinu mínu
Hoppa í poll
Í engum stígvélum
Allur rennvotur (rennblautur)
Í engum stígvélum

Og ég fæ blóðnasir
En ég stend alltaf upp
(Hopelandic)

Og ég fæ blóðnasir
En ég stend alltaf upp
(Hopelandic)

novembro 12, 2007

A Feira do Livro de Porto Alegre acabou. E eu acredito em presentes. Acredito também que, se a gente sofre um pouco, chora um pouco, acaba recebendo algo bonito de volta. Eu acredito nisso. E eu tenho a prova. A Feira do Livro desse ano foi um pouco de sofrimento, e muito de recompensa. Caminhei por pedregulhos no pré-evento. Sim, meus pés ficaram machucados. Achei que não caminharia mais... E, nesse momento, recebi o presente. Quatro pessoas maravilhosas e profissionais que, bem no meu estilo, sabem que um trabalho é ainda melhor quando se faz com felicidade e entusiasmo. Eles foram minha felicidade e entusiasmo nessa Feira... Depois de tudo, festejamos juntos ontem... Morrendo de rir das loucuras da festa de encerramento, pra não chorar a despedida. Que dói um pouquinho também. A gente sofre... Mas é lindo... Porque quer dizer que algo existiu e que sempre vai existir. Tati, Mila, Bina e Bruno: obrigada por tudo. Já morro de saudades de vocês.

novembro 06, 2007

Andava me sentindo meio assim... Além de doente... Meio assim. Enxergando para todo o canto que olhava um casaco rosa que a Sassá usava nos tempos de Casa de Cultura. Me deu uma saudade. E uma raiva por ser tão impulsiva e inconseqüente, por ter causado a perda de algo que era tão bom. E, bom também, porque achei que tinha aprendido uma lição. Mas daí, meio assim, fiquei paranóica. A Déia sumiu e não me deu mais notícias, e nem recado no blog. Criei coragem e perguntei. Eu sempre pergunto. Quase assim... Disse que não era nada, não... Que eu estava paranóica. Me deu uma saudade também. Daí, muito assim, fiquei doente do coração. Tipo machucado que dói, e parece que não cicatriza. E, nem curativo adianta. Tapar assim só aumenta a ferida. Duas das pessoas que eu mais amo vão me abandonar. Vou ficar sem vê-las todos os dias, sem trocar idéias sobre o trabalho, sem projetar e vivenciar o que eu estou esperando desse futuro que nem parece tão distante assim mais. Eu já sinto isso. E fiquei dias sem saber como agir. Querendo não deixar que, de novo, a minha impulsividade chegasse como pés desmoronando a areia que nem castelo mais lembraria. Daí, fiquei magoada assim... Me sentindo meio assim. Fiz a promessa, com os olhos fechados, de, independente do que acontecer, não deixar nada estragar a amizade. E entender, de uma vez por todas assim, que as pessoas merecem ser felizes... Mesmo que longe de mim. Daí, total assim, eu fiquei hoje além do horário no escritório. Não tinha vontade de desgrudar os olhos de um pôr-do-sol dourado que insistia em invadir a janela. E pensei que não poderia falar com a Sassá, ou com a Déia, ou com a Ângela, ou com o Mano. E queria que algo legal acontecesse. E aí, aconteceu:

eis que no afã de fazer um agrado à minha amiga linda querida adorável do coração, fui à cata!
e... ACHEI!!!

obviamente o objetivo era mandar baixar lá do outro lado do atlântico e te entregar em mãos, mas como tou enrolado com isso faz diiiiiias e as correrias tão grandes, te mando agora.

entonces: tomalá!

beeeeem, espero q consiga mandar vir, bom proveito e talicoisa e coisital.

nos falamos, linda, bjãozão,
m.

Recebi o e-mail e quase chorei. Quase abri a janela e gritei para o sol que aquilo era bom demais. E deixei o escritório flutuando. Obrigada, Marcelo. Tu és (definitivamente) muito especial pra mim. E espero, sempre, muitas discussões sobre Perec pra gente... Se possível, com todas as letras do alfabeto e idéias possíveis... Um beijo do tamanho da vida e de todas as bulas que existem pra ela (principalmente a literária...).

novembro 05, 2007

Às vezes, dói ser gente. Talvez, as beterrabas sejam felizes...

novembro 04, 2007

Domingão na Praça. Feira do Livro. Chimarrão com o Bruno. Franz Ferdinand com a Tati. Almoço no Moeda com o Moschini e a Bel. Novidades do fofo Santiago com a Bina. Croissant de goiabada com a Camila. Na foto, registro da Tati Gapp, eu e Rômulo na fiscalização básica.

novembro 03, 2007

Tem períodos que sonho com várias coisas. Ok, amigo. Estou me rendendo a quase-ataques de consumismo. Andei pensando em um carro, uma nova estante para novas aquisições literárias, e uma sacada com grade de ferro em um apartamento novo. Coisas pós-30 anos consolidados. Mas, sinceramente, não tem como negar. Tem dias que um simples feijão com arroz e bife mata a pau... Ô...

A 53ª Feira do Livro está bombando. E o site também. Pelo terceiro ano consecutivo, o Estúdio de Conteúdo (meu estúdio!), a Moschini Design (do Moschini) e a PontoBR Web (do Humberto) assumiram a tarefa de fazer a página oficial do evento. Ontem, circulando pela Feira, muita gente me comentou que viu meu nome no Diário da Feira, mas não tinha me encontrado na Praça. Dois são os motivos...

Primeiro: esse ano, fiquei impossibilitada de largar o Estúdio. Continuo no escritório, tocando os projetos com o JC e o Jan. Comunico de novo: vem um projeto muito legal por aí, que também será motivo do meu orgulho (aguardemmmmmm....).

Segundo: peguei uma virose violenta, que me derrubou. Ainda estou meio nocauteada. Sem voz, com dor no corpo.

Então, esse post tem dois motivos.

Primeiro: convidar todo mundo para aparecer no www.feiradolivro-poa.com.br, e conferir o Diário da Feira e o Álbum de Fotos.

Segundo: fazer uma referência, mais do que justa e merecida, aos meus quatro anjos nesse ano. A minha equipe sensacional que assumiu a tarefa de realizar a cobertura da Feira do Livro e encher o site de fotos. O pessoal da Praça (principalmente o povo dos estandes que estão acompanhando as atualizações) é só elogios: a cobertura, além de completa, está muito rápida. Publicada quase em tempo real. Competência e sorrisos... Uma fórmula infalível para a Feira e para a Internet.

Conheçam a minha equipe de verdinhos:

Camila, Tati, Bina e Bruno!!! Obrigada, obrigada, obrigada...

outubro 30, 2007

Ok, seu doutor. Assim não dá mais. Fiquei culpada por dois longos meses. Pensando o que pensariam de mim os que pensavam que eu pensava que nunca deixaria de tomar um remédio receitado ou indicação feita no consultório. Mas, pensa bem... Fiquei assustada, com aquela série de gripes consecutivas no mês de junho. Eu perdi as forças. Não comentei nada, porque não tive energias para sequer marcar uma consulta. O pessoal de um projeto aí ligado aos livros já estava no meu pé. Então, a saída foi parar de tomar o comprimido. Não queria arranhar ainda mais o disco: "não estou me sentindo bem, não estou..." E, então, com a culpa inchando o peito, resolvi entrar na farmácia, ser esfaqueada pelo atendente, e pagar R$ 170,00 pela caixinha de quatro comprimidos. E o que aconteceu, seu doutor? Estou doente de novo. Me arrastando pelos corredores do trabalho... Assim não dá mais. O que eu faço agora? Vai me dizer que isso é uma coincidência macabra? Sinistro é o enjôo que estou sentindo, a dor de cabeça, a fraqueza. E, nem quero nem pensar (já pensando...) no que vai acontecer se eu repetir os exames e tiver piorado de novo? Ai... Que medo.

outubro 25, 2007

outubro 24, 2007

Era um pequeno pacote postal inofensivo, razão pela qual Antoine não tinha desconfiado de nada ao abri-lo na cozinha. Tinha rasgado o papel, a fita adesiva e ao abri-lo uma deflagração o projetara contra a geladeira. Com os olhos fixos, ele permaneceu contemplando o pequeno pacote que continha uma edição de bolso da correspondência de Flaubert. Seu coração retomara pouco a pouco o ritmo regular. Ele chorara, sem poder conter-se, como se as lágrimas tentassem transportar a visão do livro sobre a mesa, ou apagar o incêndio que ele tinha provocado explodindo na sua memória.

Como me tornei estúpido, de Martin Page

outubro 19, 2007

O café, com olhos deles, por mais açúcar que eu pusesse, estaria sempre salgado à mesa depois de um banho de domingo. Café com sal, decorei, se toma assim:
mói o pó preto dentro de ti;
não tentes fugir da água quente que cai;
espera a pedra-brasa doer tuas águas;
não temperes com os olhos que te beberam;
olha pro nada preto do café - ele é parte de ti;
não chores - aceita o choro inverso.


Se choverem pássaros, de Altair Martins

outubro 17, 2007

A essa altura, Blank leu tudo o que conseguiu agüentar, e não achou a menor graça. Num rompante de raiva e frustração reprimidas, atira o manuscrito por cima do ombro com uma guinada violenta do pulso, sem se incomodar nem mesmo em virar a cabeça para onde ele vai parar. Enquanto o calhamaço se agita no ar e depois cai no chão com um baque atrás dele, Blank esmurra a escrivaninha e diz em voz alta: Quando é que vai acabar este absurdo?

Viagens ao scriptorium, de Paul Auster

outubro 16, 2007

Sabe quando se está sensível? Pois é... Tenho tentado me brutalizar quanto a certas questões. E, com isso, acabo abrindo bastante a guarda nos assuntos em que me sinto à vontade, no meu chão... Ontem, tive uma vontade de chorar em pleno supermercado. Encontrei o Mr. Flag no Bourbon Country e, enquanto ele pagava e eu analisava as manchetes absurdas das revistas de fofocas, comecei a ouvir uma voz... Vozinha, bem fininha, mas tão animada... Perto das prateleiras de plásticos e afins, uma menina de casaco rosa e branco falava bem alto: "Mana, vem aqui olhar!! Olha que legal isso!!". "Maninha, vem ver o que ele fez!" Ela devia ter uns sete anos de idade. Podia ser eu, com sete anos de idade, chamando a minha mana (que possivelmente estaria distraída olhando algum outro produto, no mundo da lua, com aqueles cabelos crespos e desalinhados...). Me deu uma saudade da minha mana Moni. Me deu uma saudade do tempo em que éramos crianças, e brincávamos de tudo: de escolinha, de casinha, de comidinha, de subir na árvore e comer frutas, de andar de bici, de jogar bola, de nadar no rio... Daí eu fiquei bem concentrada, gritando bem alto dentro da minha cabeça: Mana!!! Mana!!!! Pra ver se a Moni me ouvia lá de Rondônia. Sei que o aniversário dela é amanhã. Mas não resisti de publicar isso hoje... Pra ilustrar a semana de comemorações e homenagear quem está longe.

Feliz aniversário adiantado, Moni!!! Saudades... Te amo!

outubro 12, 2007

Como agir frente a uma injustiça? Eu chorei. Chorei muito para ver fora de mim tudo o que eu estava sentindo. E que fosse rápido. Então, chorei mais forte e constante. Porque dói mais (pelo menos para mim), quando sofro as conseqüências de atos impensados de pessoas que eu não conheço bem, e que sequer sabem como eu sou, como gosto do meu café ou que tipo de coisas faço da minha vida. Dói mais quando envolve a tua posição como profissional. Mas o mundo é vil. Eu sei. Fácil (ou juvenil...) eram as brigas no colégio por questões tão bobas que hoje se ri. Não perco a esperança no mundo, mas também não pretendo mais virar as costas para pessoas ruins (ruins mesmo... nesse caso uma bruxa, infeliz, que deve ter uma vida miserável e que, para escapar da própria "in"competência, mentiu e fez com que jogassem os sacos de culpa nas minhas costas). Enfim, não vou me lamentar. Porque eu tenho amigos fiéis. Pessoas que toparam virar a madrugada comigo trabalhando, para jogar goela abaixo os desaforos. Tudo de volta. E que sensação de alívio. Mais do que vingança, me satisfaço com o dever cumprido. E bem cumprido. E vamos aos livros. Algo que tem me dado verdadeiro prazer nas últimas semanas...

outubro 07, 2007

Eis que andava estressada. Por demais estressada. Cheguei ao limite de me estressar com o fato de ter que comer, ter que sair do escritório para almoçar. Sim... Estava faltando ao yoga, tendo tremores por todo o corpo quando meu celular tocava e resumindo meu dia ao estresse de lembrar tudo o que precisava fazer antes do pôr-do-sol, ou antes da janta, ou antes de dormir... E cansei. Tinha esquecido meus livros, minha vida. Onde estava minha vida? E, pela primeira vez (primeira vez mesmo... as outras eu tinha somente ameaçado...) eu tive vontade de reformular a minha vida. Depois de um maravilhoso fim de semana corporativo em Gramado, resolvi mudar. Eu gosto do meu trabalho, gosto dos meus projetos, mas não posso me tornar uma escrava deles. Retomei minhas listas de tarefas. E primeira coisa: impus limites a um cliente que já passou dos limites. E decidi que é a última vez que vou atendê-los. Faz tempos que sinto falta de ir à praça somente como visitante. Cancelei (temporariamente...) o yoga. As obras do entorno Cristóvão / Dr. Timóteo acabaram com o trânsito e a minha paciência. Prometi para a Mari e a Márcia que volto em dezembro ou janeiro. Enquanto isso, vou seguir o conselho do meu endócrino e fazer um pouco de pilates. A dez passos do escritório... Comecei na quarta-feira passada. E, por falar nisso, resolvi me comportar novamente... Os amigos sabiam, a família torcia o nariz. A verdade é que os remédios estavam me deixando mal. Mas, se eu parar completamente, a osteoporose vai me pegar. Então, voltei a tomar os remédios. Ainda em outubro, vou refazer todos os exames de sangue. Me comportar. Quarta-feira, comemorei 8 anos (oficiais) de namoro/relacionamento com Mr. Flag. Parece que foi ontem. Ainda jantei com as meninas jornalistas para conhecer o apê da Marrie, fofocar com a Fer e ficar encantada com o tamanho do barrigão da So. O Pedro chega no fim desse mês, ou antes. É verdade que essa foi uma semana tensa. Mas fiquei impressionada por não ter enlouquecido. Fiquei triste com coisas que aconteceram, mas me dei conta que isso vai gerar outros fatos tão bons que, no fim, eu e minha equipe lucraremos com novos e desafiadores projetos. Além de que é sempre uma boa comemoração o fato de voltar a escrever coisas legais... Pelo menos cinco projetos editoriais vêm por aí. De resto, dormi até tarde no sábado, eu e Mr. Flag fomos ao churrasco da minha turma de pós-graduação e ainda jantamos em casa e assistimos o ótimo Obrigado por Fumar. E o domingão rendeu trabalho e carinho da família. Enfim... As saudades enormes do Napp continuam. E esse post foi mais para me justificar aos que me perguntam por onde ando. A faxina da minha vida está quase acabando. Mais um mês, eu acho... E daí vou querer curtir um pouco. Fiquei impressionada quando, no domingo passado, Verissimo fez uma brincadeira na sua coluna, para justificar porque todos merecemos um porre. A vida é só uma, ele disse. E é verdade. E acho que sempre é hora de fazer diferente.

outubro 03, 2007

outubro 01, 2007

Resolvi muito minha ansiedade dominical com uma simples receita: lista. Sim, no domingo à tarde ou à noite, organizo uma lista com todas as tarefas e demandas para a semana. Me ajuda a relaxar, e saber que não precisarei lembrar de nada daquilo até a segunda pela manhã... Funciona, principalmente para semanas complicadas...

Ontem, em casa, Mr. Flag estava analisando essa minha rotina. Acompanhou atento cada item que era inserido numa pequena folha com linhas. Lá pelas tantas, sugeriu:

- Adiciona aí: almoço nosso na quarta-feira para comemorar nossos oito anos.
- Não vai dar...
- Por quê? Não tem mais tempo pra mim, só pensa no trabalho, eu que fique abandonado, blá, blá, blá...
- Não... Claro que não... Não faz drama.
- Drama? ME DIZ ENTÃO QUAL O MOTIVO!!!!!
- Acontece, querido, que essa lista está incluindo tarefas que TENHO que resolver na segunda-feira. SOMENTE NA SEGUNDA-FEIRA. Como nosso almoço é quarta, terá que entrar na lista de quarta.
- Sério?
-Seríssimo.
- Lu... Tem mais de 30 itens nessa lista. Tu vai ter que fazer tudo isso amanhã?
- Sim, bem...
- Ok. Vou ali na cozinha te fazer um chazinho.

setembro 23, 2007

13 dias de setembro. E um saldo incrível. Acho que minha vida estava vazia. Sinceramente, não consigo mais preencher meus dias somente com trabalho. Isso pode ser o sinal de que meu corpo respira novamente. E que estou mais humana do que nunca. Então, para resolver as dores desse meu coração, enchi minha cabeça de cultura. Em pouco mais de 10 dias, foram cinco peças do Porto Alegre em Cena, uma visita inesquecível ao Museu da Língua Portuguesa e exposição Clarice Lispector em SP, uma passagem relâmpago pela Pinacoteca do Estado de SP, três filmes no cinema, dois livros, e o original de um livro novo de contos que me deixou muito orgulhosa. Como largar os livros e voltar ao trabalho? Quero ficar em casa. Socorro...

setembro 19, 2007

setembro 10, 2007

Voltei ao yoga. Tenho a sensação de que sempre estou dizendo isso. Mas dessa vez foi um pouco diferente. Eu fiquei um tempo verdadeiro sem ir, mesmo estando em Porto Alegre. Foi diferente. Eu me senti estranha ao entrar na escola. E pior: me senti muito mal quando olhei o rosto dos meus colegas de lá. Eles são uns amores. Acho que estava sentindo muita saudade deles. Me senti mal... Me senti mal porque o que vi foi meu próprio rosto no reflexo dos olhos deles. E não gostei do que estou... Como faço o mundo parar de girar? Só um pouco... Só um pouquinho. A Mari, instrutora, olhou pra mim e perguntou: tu está bem, Lu? E eu respondi que sim... estava tudo certo... Mas a lágrima caiu de qualquer jeito. Bem no meu colo. Daí, os créditos subiram. Próximo capítulo só amanhã.

Eu quase nos tranquei em casa. Dei uma volta extra na fechadura. Acho que foi a sensação de que alguém queria entrar no apartamento no sábado à noite. Estranho. Mas natural. Podia ser a sensação da proximidade da senhora sisuda chamada "Segunda-feira". E ninguém haveria de me censurar após um maravilhoso e tranqüilo feriadão. Até mesmo o fato de quase virar refém no próprio apartamento. A minha ilha. Tudo bem. Mais uma semana. Não custa sonhar. Fechar os olhos no domingo à noite, e abrí-los no sábado pela manhã. Fim de semana eterno... É. Talvez. Mas que um feriadão de vez em quando é coisa preciosa para a alma... Isso é...

setembro 06, 2007

setembro 04, 2007

Alguns quilos de alimentos não-perecíveis, dez minutos na fila no supermercado e outros vinte no trânsito... Eis a maravilha. Chegamos na Epatur às 19h e encontramos um pavilhão quase vazio, com apenas uma (UMA!!!!) pessoa na nossa frente na bilheteria do Porto Alegre Em Cena. Eu e a Déia conseguimos as entradas para todas as peças que esperávamos e mais duas. Então, muita felicidade, pouca negociação e R$ 50,00 depois, somos detentoras de cinco ingressos cada uma para o festival. Nossa função começa dia 11, se interrompe e segue em ritmo assíduo de 20 a 23 de setembro. 4:48 Psicosis é minha maior expectativa.

setembro 03, 2007

O notebook voltou do conserto. Dois meses e R$ 231,00 depois, me dei conta que estava sentindo muita falta desse pedaço de ferro e teclas. Que, de repente, tem tanta coisa que quero contar, mas acabava escrevendo às pressas, entre um intervalo e outro no trabalho. Setembro começou, a Expointer acabou. Meu cavaleiro elétrico retornou ao apê. Momento de colocar a casa em ordem, polir a pasta de favoritos e fazer esse teclado pegar fogo. De novo... Os contos novos estão chegando, mas ainda não é hora. Ainda não.

Rapi-dinhas
- Força, meu mais querido amigo biônico. Tu vale mais do que 6 milhões de dólares, Napp! Muito mais...
- Parabéns, amigo escritor Marcelo Juchem. Fumproarte é só o início.
- Vendo torradeira. Compro geléia de morango.
- Paz, paz, paz...
- Dá-lhe gaudério no carrinho!

agosto 29, 2007

eles se escondem pelos botecos
entre os cortiços
e pra esquecerem contam bravatas
velhas histórias
e então são tragos, muitos estragos
por toda a noite
olhos abertos, o longe é perto
o que vale é o sonho

sopram ventos desgarrados, carregados de saudades
viram copos, viram mundos, mas o que foi nunca mais será


Linda essa tua música, Napp.

agosto 28, 2007

Samir diz:
Isso. Se é pra ser visceral, então vomita tudo de uma vez e depois limpa...


Conselho providencial e muito adequado do meu querido amigo da vida e das letras. Cruzando os dedos. Tomara que eu consiga, Samir!

O painel piscou, indicando: 091 – Guichê 07. Atravessei uma parede de vidros. O maravilhoso mundo dos serviços públicos. Sempre tenho o mesmo pensamento: "sorria para a atendente, sorria para a atendente". Eu fui funcionária pública por quatro anos. E sempre atendi bem o público (até mesmo os que vinham até a sala para brigar...). Uma vez, uma senhora achou meu sorriso lindo, e não foi embora até que eu dissesse a marca da pasta de dentes que usava. Enfim... Olhei para a atendente. Sorri. Estiquei os papéis na mesa e fui sentando na cadeira plástica azul. Ela não retribuiu o sorriso. E eu fui aos limites: tentei falar algo engraçado, ou algo. Saiu assim: "Oi! Vim aqui fazer um pedido de ligação de luz! Espero que tenha trazido todos os documentos necessários!" Ela me olhou. Direcionou os óculos para as quatro folhas em cima da mesa e, antes de encostar nelas, disse: "Não! Já vi que está tudo errado!". E, durante dois minutos, ouvi o sermão do porquê tenho que levar cópias de outros papéis, escrever de próprio punho um pedido de ligamento da luz e assinar, e levar outras coisas com firma reconhecida. Burocracia. Mal humor. Procedimentos obsoletos. Nem pensei que ainda teria que correr ao cartório. Nem pensei na sustentabilidade versus aquele lote de papéis. Acho que nem mesmo chateada eu fiquei. Mas como tudo fica difícil quando falta um ingrediente simples: a simpatia... Precisarei voltar lá amanhã. Posso até ir com a minha armadura e machadinha... Mas, mesmo sem esforço, ela ainda vai enxergar o meu sorriso atrás de todo o ferro...

agosto 27, 2007

I've found a way to make you
I've found a way
A way to make you smile
I read bad poetry
Into your machine
I save your messages
Just to hear your voice
You always listen carefully
To awkward rhymes
You always say your name,
Like I wouldn't know it's you,
At your most beautiful

agosto 24, 2007

A verdade é que resolvi que não preciso resolver mais nada. Passei duas semanas me preocupando com problemas. OK. Eles eram importantes. São importantes. Ainda me rondam como fantasminhas... Uuuuuuuuuuuuu! Mas como vou passar o próximo mês (ano, década...) chorando, me descabelando, ameaçando largar tudo e vender balões na frente da roda-gigante? Eles são lindos, multicoloridos... Só que não dá. Resolvi que é o momento de parar de tentar resolver tudo que é grande e assustador. Talvez seja, realmente, desnecessário, provar coragem todos os dias. Mais fácil do que matar um leão por dia, é ficar amigo dele... As boas e velhas gargalhadas que sempre voltam. Então... Relaxando... Esse é o momento. Das pequenas coisas, das coisas que são simples e que concretizam prazeres. Prazeres e sonhos. Vou realizar um grande sonho... Tchán, tchán, tchán... Um projeto acalentado, desejado, almejado... Querido, querido, querido... Finalmente meu. E por tão pouco. Preparem-se vizinhos: amanhã estréio o sistema de caixas de som e MP3 player no banheiro aqui de casa. Festa e espuma! O que mais eu podia querer?

agosto 22, 2007

agosto 20, 2007

Cheguei em casa. Liguei o notebook. Chorei 30 linhas. Dolorosas. Mas que aliviaram um pouco essa alma em cacos. Um pouco...

...

Voltaremos...

...

agosto 11, 2007

Semana de trabalho. Ausência no blog. Mas um mundo novo de idéias na cabeça. Acho que se inicia o tempo de uma nova experiência. Com certeza, os resultados serão sentidos até mesmo aqui no blog. Também é tempo de novas vivências. Na sexta, fizemos uma viagem relâmpago a Gramado, com os amigos Clá e Cristiano. Champanhe, massas e café... Hoje, já estamos de volta. Claro, não consegui sequer sentir saudades da minha nova máquina de lavar roupa. Sim, ela é linda... Mas acho que, realmente, não passaremos da amizade. Enfim, friezas à parte, a notícia sensacional é que o Ficção de Polpa saiu na Folha de São Paulo. Cada vez mais prestígio. Parabéns ao Samir pelo projeto! Não me canso de repetir isso. Parabéns e parabéns!! É isso aí. Toda a velocidade. Sempre em frente... Olha os cabelinhos voando aqui embaixo no Alpen Park. Assumindo os comandos... Te segura aí, Mr. Flag!

agosto 06, 2007

Agora, sim... Família completa. Com vocês...

agosto 04, 2007

Estávamos na sala conversando. Na realidade, fazendo quase uma reunião de pauta, às 8 da noite, no sofá da sala. Na realidade real, a verdade é que Mr. Flag me substituiu no emprego que resolvi largar. Isso há pouco mais de 15 dias. Então, estamos numa fase de adaptação. Eu ensino o que sei. E ele aprende o que ainda não domina dos trâmites do lugar. Outra verdade é que nosso primeiro choque foi a readaptação à rotina doméstica. Voltamos a nos encontrar dentro do nosso apartamento depois de quase dois anos. Difícil, difícil... A segunda, que envolve somente o lado profissional, é moleza. Quem briga definindo as matérias de um jornal bimestral de dez páginas? Nós, não. Quer dizer... quase não. Em plena página 09, me dei conta que estava aos gritos. Tentava explicar como ele devia solicitar as duas tabelas que são sempre publicadas na seção. E eu gritava... Ele me respondeu... E falou ainda mais alto. Algo parecia estar fora da ordem. E não era somente o botão de agudo e grave das nossas vozes... Era o volume mesmo. Estávamos competindo com outra coisa... Porque não estávamos zangados, nem tão atarefados, nem nervosos, um pouco cansados... Mas esse cheiro... Estranho... Foi aí que sentimos. Algo gritava mais do que nós dois juntos... Clamando por socorro na área de serviço e, sim, já enviando sinais de fumaça para os patetas na sala. A nossa amada e tão dedicada máquina de lavar estava pegando fogo. Batendo ferro com ferro, não girava em plena centrifugação e o motor, sem entender que devia parar, continuava na sua meta de girar, girar, girar... Queimou... Tiramos da tomada e abrimos a janela. Mas, daí, o que se faz com quatro quilos de roupas semi-lavadas e totalmente encharcadas? Voltemos ao jornalismo...

agosto 03, 2007

Acho que se aprendesse a viver sozinha como o Pequeno Príncipe, eu seria mais feliz. Se aprendesse a conservar minha fé como o pescador de Hemingway, eu seria mais livre. Se largasse tudo e me soltasse no mundo como o José de Chico, eu poderia também me descobrir. Se eu fosse sincera e pura como Oskar, minha riqueza não poderia ser mensurada nesse mundo. Talvez um dia, meus medos me permitam viver inteiramente. Mesmo que seja através da literatura...

agosto 02, 2007

Depois da entrevista na Unisinos FM, o Clio lotado volta para Porto Alegre percorrendo a BR. Eu – no volante, Jimi Joe, Marcelo Juchem e Rodrigo de Oliveira. Conversa vai, conversa vem, caímos nos temas Internet-sites-blogs... "Eu tenho saudade do teu blog, Jimi", falei. Ele, com aqueles óculos clássicos, fingindo olhar de surpresa, responde quase rindo: "Daquilo? Era uma bobagem"... Hummm... Que eu lia todos os dias, e fiquei meses entrando no endereço torcendo por uma atualização.

Pois o asfalto molhado do trajeto rendeu mais do que um abraço apertado do meu amigo que tanto adoro... Motivou a volta do Monkee’s Apple Tree. Eis que anuncio então: visitem o depósito de loucura do Jimi, o pedacinho do céu e do inferno desse jornalista e músico. O endereço para conferir as "ruminações existenciais com sabor de fanta uva amanhecida" é http://www.monkeesappletree.blogspot.com.

Obs: Jimi, já notou que toda a vez que te encontro chove? Hummmm...

julho 31, 2007

Então tá. Agora, sim... Encontrei um Simpsonizador na Internet. Basta ter uma foto do rosto, com fundo claro, e inserir no site... Precisei fazer alguns ajustes no cabelo. Que tal? O endereço é http://simpsonizeme.com.

julho 30, 2007

julho 28, 2007

Quase chorei também... Para quem não sabe, Paul Potts ganhou a competição.

julho 27, 2007

Escuta a música e aumenta o volume do rádio do carro. A mão direita no volante, o braço esquerdo apoiado na janela aberta, os cabelos se rebelando com o vento... Na frente, a estrada e um pouco de sol escapando pelo horizonte. Estar livre, sensação de liberdade, o mundo...

Acorda. Está do lado de fora da janela do escritório. Agarrando com força o metal da janela, corpo no inexistente, voando no vazio. Sensação de medo, pavor...

Acorda. Rosto na areia quente. Barulho do mar, ondas. Biquini, água gelada...

Acorda. Dança com o ar. O corpo cai, cai, cai...

Acorda. Sobressalto. Está na frente do computador. E é sexta-feira.

julho 25, 2007

julho 23, 2007

Fim de semana em suspenso. Como se eu tivesse andado sem pisar no chão. Lembro de rir com os meus amigos escritores, tomando Coca Zero e passando rápido as folhas do último Harry Potter em inglês... Li o fim do livro. Não vou contar... De resto, não sei... Isso é estranho. Como estar sentada à mesa, jantando, ouvindo a conversa dos outros e tendo a nítida impressão de que sou a única pessoa que não está realmente sentada à mesa jantando e ouvindo... Dormi pensando que já tinha dormido. Resultado de desmaiar no sofá sem querer e acordar na madrugada alta, com a chuva batendo na janela. Despertei e já era tarde. Passava do meio-dia. Tarde demais para tomar meu remédio (segundo domingo seguido de relapsos nada saudáveis). Café da manhã às 13h. Desespero ao ler alguns e-mails. Tarde em mais suspenso. Senti que a altura aumentava. Mais um pouco e eu bateria a cabeça no teto. Almoço às 16h. Liguei o notebook às 16h50min. "Não vai dar tempo, não vai dar tempo"... Fui digitando e tendo idéias. Racionalizando e digitando. Duas horas e meia depois, costas de tartaruga, alívio na cabeça e 12 páginas de trabalho sobre um banco de dados complicado. A tarde terminou com a boca cheia de pipoca e a cuia na mão. Chimas sempre... Segunda, terça, quarta, quinta, sexta... Segunda semana da minha nova vida. Estranho...

julho 22, 2007

julho 20, 2007

Pronto? Ok. Lá vai...

1...

2...

3...

e...

julho 18, 2007

Cogitei há pouco. Tenho a sensação de possuir um tempo que inexistia anteriormente. Algo louco. Como tirar férias dentro da rotina. Como encontrar brechas naquela agenda impossível. Como relaxar sabendo que tudo (tudo o que eu fazia ao quadrado e todas as tarefas, incomodações e sarnas para se coçar) era culpa minha. Culpa dessa minha mania de não saber dizer não nem para mim mesma. "Pode me ajudar com isso?" Já estou fazendo... "Quer participar..." Quero! E as coisas mudaram um pouco. Sinto essas falhas de tempo. Essa coisa tranqüila que parece aula permanente de yoga. Inspira... Suspira... Então, cogitei. Quero voltar a ler. Muito. Devorar tudo. Em qualquer minuto de folga. Qualquer tempo, sem sono, sem sair do trabalho preocupada com o trabalho... Quero ver tevê. Todas as minhas séries preferidas. Chorar mansinho, sabendo que se é tempo de choro... pode trazer a caixa de lenços. Que eu vou mesmo é chorar. Quero voltar a fazer exercícios toda a semana. Parar de faltar ao yoga. Quero acordar mais cedo. Aproveitar mais. Talvez fazer a saudação ao sol todos os dias ao acordar. Saudar o novo dia. Quero voltar a tomar café da manhã todos as manhãs. Chega dos dois goles de suco de uva gelados, quase queimando a garganta de tão rápido que desciam. Quero voltar a conversar muito tempo, sobre bobagens, coisas importantes, coisas da vida, filosofia, música... Quero almoçar com os meus amigos. Jantar com os meus amigos. Ouvir fofocas. Falar bem (e mal) de alguém ou alguma coisa. Quero dançar todos os dias, ligar o som alto, incomodar a minha vizinha que só gosta de tango e a outra que só gosta de futebol. Quero dirigir para não sei onde. Voltar não sei quando... Chegar em algum lugar. Quero abraçar meu pai e minha mãe bem forte. Dizer que eu amo eles. Sentir saudades dos meus irmãos. Do tempo em que estávamos sempre tão juntos, que parecíamos grudados... Quero voltar a ser uma pessoa que eu ainda não fui, mas que sempre sonhei em ser. Eu. De verdade.

julho 17, 2007

julho 15, 2007

Eu precisava ter um blog secreto para contar as minhas coisas secretas. Porque acho que um ser humano só é completo quando tem segredos. Mesmo que sejam piadas "internas", que se conta para si mesmo. E que provocam esse riso. Solitário. Mas um dos mais divertidos e contagiantes que existe.

Sexta-feira 13. Bebidinhas para aquecer o frio. Rock para sacudir a cabeça. A corporação foi para o Pepsi on the Stage assistir Ira. Gastei o sapatinho de tanto dançar.

- Lulis!!!

- O quê?

- Pára de dançar!

- Por quê?!?!?!

- Está todo mundo te olhando!

- Puxa! Já era hora disso acontecer!!!! Graças a Deus!

- Ai! O que eu faço agora?

- Dança, Elio! Daí todo mundo vai te olhar também!!!!!!!!

julho 14, 2007

Sessão de autógrafos do Ficção de Polpa. Obrigada aos bravos que suportaram o frio, enfrentaram o mar de gente, e se espremeram na multidão só para pegar o meu autógrafo. O registro foi feito em foto. E tatuado no meu coração... Gente, estava sensacional!

julho 12, 2007




Então... É hoje. Lançamento da antologia Ficção de Polpa, às 19h30min, no Insano Pub Bar. Aos corajosos: saiam agasalhados e bem protegidos do frio. E cuidado redobrado. O tempo está realmente propício a monstros e criaturas de outros mundos... Até!

julho 11, 2007

Ontem. No fim de tarde mais tumultuado da semana, no meio da chuva e do frio, dois bravos escritores iniciaram a jornada até São Leopoldo. O destino? Campus da Unisinos, Rádio Unisinos FM, para uma entrevista com o Jimi Joe. Eu (Lu Thomé) e Marcelo Juchem falamos por constantes dez minutos sobre o lançamento do livro e nos divertimos nos bastidores.

Hoje, o Samir e o Alessandro foram entrevistados pelo Ruy Carlos Ostermann no Gaúcha Entrevista. E à noite, a partir das 21h, os meninos entram ao vivo na TV Com, no Estúdio 36.

E vale lembrar: capas, dentaduras de vampiro, medo, angústia, gaiolas, chicotes, correntes, gritos... Isso: muitos gritos! O lançamento do Ficção de Polpa é amanhã, a partir das 19h30min, no Insano Pub Bar. Lá dentro, 16 autores munidos de canetas BIC. Na rua, promessa de três graus... Frio...

Nessa história toda, só o lobisomem e o pé grande confirmaram suas presenças. Mas sejam bravos: venham pegar um autógrafo congelado da amiga. Ok?

julho 09, 2007

Será que felicidade tem fim? Um fim, mesmo que temporário? Será que eu ri e dancei tanto sozinha ontem, que gastei a minha felicidade? Gastei o estoque de uma só vez? Consumi tudo com uma gargalhada mais forte? Ou uma sacudida rock mais empolgada? Será possível? Amanheceu chovendo hoje. E eu também parecia estar sem meu sol...

I wanna sleep underneath
the weeping willow
as it cries all night quietly
it's tears all around me
I'll sleep there so soundly
until I'm allowed finally
to wake and be happy again
to wake and be happy again

julho 08, 2007

Relatório. Primeiro ponto. Saí do trabalho na sexta-feira disposta a fazer diferente. Cheguei em casa cedo. Inédito, muito inédito. Mr. Flag assistia a rainha. Mas fui eu que fiz a entrada triunfal. "O que vamos jantar?". Primeira palavra que veio à minha cabeça para a pergunta dele: diferente. Vamos comer algo diferente! Me lembrei do folheto que peguei na terça-feira no ShamRock. Liguei para o Curry Express e pedi duas porções, umas batatas e uma Coca Light. Exatos 40 minutos depois, eu e Mr. Flag nos concentrávamos numa das comidas mais deliciosas que eu já provei. Tirando a fome e o desejo de inusitado, me apaixonei. Tanto que liguei de volta para o restaurante, e agradeci... Tanto que faço a propaganda aqui com prazer (http://www.curryexpress.com.br). Depois assistimos um filme. No sábado, ficamos na cama até meio-dia, ouvindo música diretamente do Ipod do Mr. Flag. Almocei com o pai. Só nós dois. Falamos com a mãe por telefone, para saber notícias da empreitada (Adendo: desde a sexta à noite, ela está dentro de um ônibus, rumo a Ji-Paraná – RO. Três noites de estrada para encontrar a Moni. Chega amanhã pela manhã). Hoje pela manhã, retomei a tradição do meu veneno de todo o domingo (e ele nem acabou comigo tanto assim... Só um leve enjôo. Xô, osteoporose!!). Passei o dia em casa, com o pai, a Mari e a Tuti. Terminei O Segredo. Agora acho que nem o céu é mais o limite. Achei A Fonte da Vida lindo! Chorei, claro. Depois, peguei 4 GB de MP3 dos manos, jantei e estou em casa. Cedo. Pensando no yoga de amanhã. Em uma semana sem estresse. E muita música. Sério: fiquei com a música do Patrick Wolf na cabeça... Magic positions pra todo mundo! Fim do diário adolescente de Lu Thomé, 30 anos, doida varrida, conseguindo (finalmente!) centrar a vida nas coisas boas, e feliz pra caramba.

It's you
Who puts me in the magic position,
darling now
You put me in the magic position
To live, to learn, to love
in the major key

julho 06, 2007

Sinceramente? Minha vida na tevê: sou como o House. Se eu acerto, eu erro. Se eu erro, eu erro. Em 99,9% das ocasiões. A crise está feia dessa vez. Precisei encomendar lotes extras e super size de paz. E pretendo usar todos eles. De uma vez só, se tudo piorar ainda mais.

julho 05, 2007

Uma das coisas que me assusta é o terrorismo social praticado hoje em dia. Um amigo que te exclui do blog, companheiros que marcam jantas - não te convidam - e fazem de tudo pra que tu fique sabendo, espionagem no Orkut, manipulação no MSN.

Hummmmmm...

Definitivamente. O ser humano é um dos mecanismos mais complexos e complicados já inventados.

julho 04, 2007

Acaba semana... Acaba...

Pôr-do-sol de hoje, visto da janela do escritório. Foto do Marcos.

julho 03, 2007

LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA FICÇÃO DE POLPA

Livro da Editora Fósforo e organizado pelo publicitário Samir Machado de Machado reúne contos de 16 autores, com muito horror, ficção científica e literatura fantástica.

Monstros, psicopatas, alienígenas e zumbis! Prepare-se pois a invasão de Porto Alegre acontece no mês de julho em sessão de autógrafos no bairro Cidade Baixa. O escritor Samir Machado de Machado fez um convite a outros 15 autores: cada um deveria escrever um conto de ficção científica, fantasia ou horror, com temática livre. O resultado é Ficção de Polpa – Volume 1, que será lançado pela Editora Fósforo, no dia 12 de julho, a partir das 19h30min , no Insano Bar (Rua Lima e Silva, 601 – Porto Alegre). No evento, também será feito o lançamento oficial da Editora Fósforo.

O livro apresenta assuntos tão variados quanto populares: serial killers, crimes hediondos, delírios domésticos, demônios, monstros, mortos-vivos, ETs e outras insanidades. Participam da antologia os escritores Alessandro Garcia, Annie Piagetti Müller, Antônio Xerxenesky, Fernando Mantelli, Guilherme Smee, Gustavo Faraon, Luciana Thomé, Marcelo Juchem Rafael Bán Jacobsen, Rafael Kasper, Rafael Spinelli, Roberta Larini, Rodrigo Rosp, Samir Machado de Machado, Sergio Napp e Silvio Pilau.

O projeto foi inspirado nas revistas Pulp, ou Pulp Fictions, que foram publicadas entre as décadas de 1920 e 1950 e recebiam esse nome por serem impressas no papel mais barato possível, feito da polpa da madeira. Esses pequenos livros traziam histórias de fantasia e ficção científica e apresentavam quase sempre em suas capas sempre uma bela mulher em perigo à espera do herói que a resgatasse.

A antologia ainda traz dois destaques. O primeiro é uma faixa-bônus, com a publicação de O Cão de Caça , de H. P. Lovecraft, em tradução especialmente feita para o livro. O conto foi originalmente publicado em Weird Tales em fevereiro de 1924. Além disso, o livro contém o making of da capa, com ilustração de Gisele Oliveira.

O livro estará disponível nas livrarias na data mais adequada possível para a proposta: dia 13 de julho – Sexta-feira.

LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA FICÇÃO DE POLPA – VOL. 1 E DA EDITORA FÓSFORO, com sessão de autógrafos dos autores
Data e horário: 12 de julho, a partir das 19h30min
Local: Insano Bar (Rua Lima e Silva, 601 – Porto Alegre - RS)
Preço: R$ 15,00 o exemplar

julho 02, 2007

Todo mundo convidado!

julho 01, 2007

People don't dance no more, (what!)
They just stand there like this, (uh huh)
They cross their arms and stare you down and drink and moan and piss (that's right!)
People don't dance no more (uh huh)
They just stand there like this (yeah!)
They cross their arms and stare you down and drink and moan and piss (ok!)

Sábado em GIFs e JPGs.

junho 29, 2007

Oi! Aqui quem escreve é a orelha esquerda da Lu Thomé! Por que a esquerda? A direita está espremida contra o chão, agüentando o peso da cabeça inteira. Pois é. Ela não suportou. Está desmaiada e eu me libertei para deixar esse recado. Dois dias de trabalho noite adentro no escritório. As costas que não a deixaram em paz um minuto. E depois os olhos secos e cansados, querendo fechar a todo o custo. Foi demais... Então, declarei a minha liberdade física e assumi o controle do notebook. A insurreição só ficaria completa com um post no blog, é claro. Mas vou arcar com todo o trabalho a partir de agora. Talvez pela madrugada. Desejem-se sorte. E sussurrem algo aqui, bem perto. Para que eu não me sinta tão sozinha. A Lu vai dormir até amanhã. E volta no domingo... Bye!

junho 27, 2007

Está comprovado... Para mim, as últimas cenas de Closer foram arrebatadoras quando eu vi o filme no cinema. E continuam a ser. Senti um aperto no peito quando assisti os últimos dez minutos na tevê. Nunca revi o filme inteiro. Falta coragem e sobra cicatriz, eu acho... Em homenagem a isso, medos e experiências, ouvi Damien Rice a tarde toda. E a chuva podia até parecer lágrima, percorrendo o vidro da janela. Mas era de felicidade. Levinha, mas felicidade constante.

We might kiss when we are alone
When nobody's watching
We might take it home
We might make out when nobody's there
It's not that we're scared
It's just that it's delicate

junho 24, 2007

Não planejei nada de especial para o fim de semana. Na realidade, o contrário: pretendia que ele fosse o mais ordinário e comum possível. Um pouco de trabalho (se minha coluna sem yoga agüentasse...), algum filme, alguma leitura... Café, chimarrão... Tinha desistido até mesmo de tomar o meu habitual remédio (mata tudo...) dos domingos. Mas não acreditei em milagres (sim, queridos amigos colorados... principalmente depois de quarta-feira... no entanto, feliz pelo domingo...). Mas... Mas... E mas... Estava olhando um filme ontem à noite, e me lembrei do meu notebook. Depois de ser pessimamente atendida na assistência técnica (e também chocada pelo modo como os funcionários brigavam, falavam palavrões e olhavam pornografia no meio do expediente e na cara dos clientes...), havia solicitado o backup do HD e desistido de trocá-lo com eles. O backup veio como o comportamento comercial deles: incompleto. Decidi ficar com o note encalhado em casa, até ter dinheiro para trocar o hardware defeituoso. E triste, é claro... Há semanas tento recuperar tudo o que perdi no note. Péssimo hábito de não fazer backup periódico, salvei a pasta "Trabalho" por milagre. E perdi a "Vida"... Então, então e então... Resolvi dar mais uma chance ao bichinho. E, durante o filme, liguei o note. Deu o barulhinho. Abriu o Windows. Em modo de segurança. E nem tão lento como estava da última vez. Consegui ver os arquivos... Todos eles... Gritei para o Mr. Flag: "Me alcança meu pen drive"... Não podia perder um minuto. E, foi assim... Comecei salvando os arquivos soltos, depois outras pastas, um ano de fotos... dois anos... três anos... Colocava um giga no pen, salvava no outro notebook e deletava. Trabalho de formiguinha... Às duas da manhã, tinha terminado de transferir TUDO. Tudinho. Até a pasta de Favoritos do Internet Explorer. Minha vida se resume a 7 "preciosos" GB. Minhas preciosas fotos. Saudades de muitos amigos. Saudade de uma amiga em especial. Muita saudade. Passei o domingo pela manhã organizando os arquivos, olhando rostos e lugares... Muitas vezes... E como se fosse a primeira.

junho 23, 2007

Sábado pela manhã... Minha casa... Volume 40...

Bom diaaaaaaaa, vizinhoooooooooooooooos!!!!!!

junho 22, 2007

Sexta-feira. Coloquei a música. Pensei em alguns desaforos com classe. Chamei o(a) cara de ignorante e ele(a) vai se achar inteligente, paciente e perceptivo(a). Tenho certeza. Típico(a) profissional do "mercado", da "doce ilusão de uma cadeira e um computador"... Mas eu sou "do mundo aqui de fora". Sempre... Publiquei tudo lá nos comentários do blog da Mari. Xô, marginais virtuais. Destilado o veneno do dia (alívio...), me dedico à dança. De novo: é sexta-feira!

Now hang me up to dry
You wrung me out
Too too too many times
Now hang me up to dry
I'm pearly like the whites
The whites of your eyes

junho 21, 2007

Suposta banda de rock. Fugindo do inverno rigoroso de Porto Alegre. E rumo a uma galeteria (repleeeeeeeta de comida) no bairro Menino Deus. Será?

Yippee-ippee-ey-ey-ay-yey-yey
I had to crucify some brother today
And I don't dig what you gotta say
So come on and say it
Come on and tell me twice

junho 20, 2007

A gente nasce do nada. Não do nada absoluto. Claro, sempre tem antes aquela história do amor do papai e da mamãe e da viagem na cegonha. Mas quando se nasce, não se tem nada... Nada nos bolsos porque não há bolsos. Nem bolsa, nem idéias, nem noção de nada. Nascemos uma mistura de gosma, sangue e choro. De cara, no meio do desespero, ganhamos a segunda coisa de todas: depois do tapinha nas costas do doutor, a promessa incondicional do amor de nossos pais. Mas, mesmo assim, não somos nossos pais. Ganhamos leite, roupas, presentes... Mas não somos nada disso. Vamos para a escola, aprendemos, brigamos com estranhos, rimos com os amigos. Mas não somos nossos inimigos, colegas, ou nossas brincadeiras e encrencas. Namoramos. No entanto, não somos esses beijos, amassos ou outra coisa para os mais adiantadinhos. Passamos no vestibular. Mas, definitivamente, as centenas de cruzinhas marcadas não dizem nada sobre a gente. Vagabundeamos um pouco, arranjamos estágio... Ganhamos um troquinho que dá para alguma bebida ou roupinhas. Mas não somos nossas roupas ou porres. Então, ganhamos um canudo e um emprego. Ou canudo e empreguinho. Ou até mesmo sem canudo, um empregão. Daí até conseguimos comprar mais roupas, viajar de vez em quando, inventar algumas coisas, e beber todas ocasionalmente... Mas, claro, se novamente, eu for escrever que “não somos nada disso”... O que nós somos, afinal? Para o bem e para o mal, somos a essência daquilo que se originou lá na primeira linha desse texto, no nascimento. Na equação da vida, esse material bruto somado a todo o resto que aparece (das brigas, aquisições, amizades, guerras, batalhas, conquistas e álcool...) é que origina o fato de que podemos ser uma pessoa incrível ou terrível. Mas a mágica é que até mesmo esses rótulos são falhos. Porque ser tenebroso ou fantástico não resume uma pessoa. Nós somos muito mais complexos do que isso... Então, não somos a outra pessoa do nosso lado, a família, o dinheiro, o carro, um rabisco na carteira de trabalho. Somos uma promessa e uma esperança... Eu acredito cada vez mais nisso.

E Maricota... Tua vida não se resumia ao teu emprego... Se tem uma palavra que pode resumir a tua trajetória é: POTENCIAL. Acredita em ti sempre. Se o empregão fechou a porta, sei que vais encontrar outro empregão maior ainda, com uma ampla janela e vista para o mar... Porque tu pode. Sei que tua estrada foi construída com aqueles raros tijolinhos dourados. Então, mesmo com rótulos falhos, lá vai: tu és incrível, pequena...

junho 19, 2007

Margarida Punk Moicana Revoltada by Mano

junho 18, 2007

O tempo passa e a gente não nota. Não nota mesmo. Antes, demorava horrores para chegar o Natal ou as férias. Hoje, o mês passa, e parece uma semana... Uma semana voa... Os desejos e objetivos mudam. E, principalmente, as preocupações mudam. Rio quando lembro quais eram os meus grandes problemas quando eu tinha 15 anos. Já eram outros (e talvez ainda mais graves) quando eu tinha 17. E, agora, tenho 30. E o tempo passou. E eu quase não vi. Vivi muito, aproveitei é verdade. Mas com certeza me assustaria se reunisse em uma única sala todos os calendários e folhinhas de meses e dias das minhas três décadas. Por que esse debate agora? Senti algo estranho no meu aparelho hoje. Na realidade, no arco metálico fixo nos meus dentes inferiores, que uso desde que tirei o aparelho. Mandei um e-mail para a Maricota e pedi o telefone do nosso ortodontista. Não achei o Dante no Google. Liguei e a secretária atendeu... Contei que estava com problemas, e que eu achava que a cola tinha caído. Será que eu comi? Disse também que fui paciente dele. E queria saber como isso funcionava, de repente voltar ao consultório. Pois é, daí falei para ela, tirei o aparelho em 1998 (MEU DEUS!!!!) e usei o móvel, conforme orientações do Dante, até casar. Isso aconteceu em 2004 (NOOOOSSA!!!) e nunca mais apareci lá desde 1999 (TANTO ASSIM???)... Ultrapassei novas barreiras... Agora coisas banais da minha vida (já de moça independente – não contam as coisas que os pais ainda faziam quando eu era criança) já completam seus 10 anos, 15 anos... Daqui a pouco, estarei contando: "Mas essa viagem foi há 30 anos"... "Eu conheci a Fulana há 40 anos"... Meu Deus! É. Não tem o que fazer. Essa coisa toda veio sem manual, e sem botão de stop...

junho 17, 2007


Napp, não consegui te mandar um cartão postal da minha viagem a Gramado. Mas deixo aqui o registro fotográfico. Sei que a Loreta vai ficar muito feliz em se hospedar nesse simpático hotel. Então, pode providenciar. O link é www.sthubertus.com. Sai almoço na semana?

Viagem com o pessoal do escritório. Fim da semana e parte do fim de semana em Gramado. Muita comida, alguma bebida, chuva, falta admirável de trabalho e acúmulo de diversão. Confesso que descobri não ter mais dificuldade alguma de destruir as barreiras que existem na vida pessoal e na profissional. No meu caso, pelo tipo de tarefas e por envolver criatividade e julgamentos subjetivos, fica mais fácil. Divertido é quando eles tentam antecipar o que vou escrever no blog pós-viagem. Nada, é claro. Posso ser faceira e rir quase sempre sozinha de piadas que só eu entendo. Mas não sou boba. Bom, pelo menos não o tipo de boba que o João Pedro, o ‘Pepedo’ de dois aninhos, ficou me chamando o aniversário dele inteirinho no sábado. Sabe quem eu era? A 'Boba Lu'. Pego o 'Pepedo' na próxima. Vou encher tanto as bochechas dele de beijos, que ele vai ter certeza de que sou mesmo a mais boba de todas...

junho 10, 2007

Champagne Concha y Toro e risoto de bacalhau com os amigos na sexta-feira. Sobremesa de banana e, para arrematar, um cafezinho. Muitas das minhas melhores lembranças são gastronômicas. Acho que comer rindo, intercalando com uma boa conversa e com as promessas culinárias de um restaurantes profissional como o Marco’s, é uma das melhores coisas que podem acontecer num início de fim de semana. Fechei tudo com fondue hoje... Chocolate, escapando pelos cantos da boca... Com licença que eu acho que sobrou um pouquinho ainda...

Como um urso polar castanho, hibernei o fim de semana todo. Quase cheguei a comer com os olhos fechados. Assim... só mexendo a boca e engolindo. E o barulho da chuva embalava meu sono feito canção de ninar. Tudo bem... Não queria escrever nada disso. Mas foi o melhor que pude fazer para evitar o assunto Top Secret do século. E que me incomoda horrores desde sexta-feira. Ô mundo esse...

junho 07, 2007

Estive ausente. Sei. Ausente de tudo talvez. E um pouco impressionada com previsões astrológicas que parecem feitas por pessoas que espionam a minha vida. Até o dia 09, será uma fase não muito boa, um período de desafios e de se esconder no cantinho para não fazer cagada e deixar a lambança ainda maior. Briguei no trabalho (o que não é novidade). Fiquei doente e muito gripada (de novo! Pela terceira vez). Me estressei. Faltei ao yoga. E perdi meu notebook. Perdi assim ó: tela preta, três linhas de texto em fonte branca alinhadas à esquerda...

Erro

de disco

rígido


...Não, não fiz backup. Não faço. Não, obrigada. Salvei todo o "trabalho". E a "vida" está, até amanhã, nas mãos de um técnico da assistência. Que os santos protetores de HDs e sistemas operacionais protejam o menino chamado Emerson. No desespero (só para variar...), tentei lembrar de tudo (tudo, tudo, tudo...) o que o meu notebook tinha gravado. De todos os links do Favoritos do Internet Explorer, das milhares de fotos que eu tirei, das minhas viagens, meus arquivos, meus CDs de MP3. Nos contos novos do Napp que eu salvei, mas não mandei a avaliação. No projeto da Nóia que eu não terminei. No tempo que está se esvaindo pelos meus dedos.

Tudo isso é um sinal. Até meu notebook disse: Chega pra mim, Lu Thomé. Essa tua vida é louca demais. Então... Tomei a decisão. Irrevogável. Comunicarei aos diretamente envolvidos na semana que vem. É chegada a hora.

Enquanto forço a memória para resgatar 1,5kg de coisas do meu note, decidi que precisava de Gabriel García Márquez. Assim... Meio do nada. Na véspera do feriado, noite fria... Abri o livro que o Napp me deu e li...

A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la.

Aí, escrevi esse texto aqui. No bloco de notas que fica na cabeceira da minha cama. A vida passa e, às vezes, a gente esquece que as lembranças mais significativas não podem ser guardadas pelo computador. Obrigada por essa confluência do destino.

maio 31, 2007

- Eu não sabia que estava.
- Não?
- Não. Será que eu perdi?
- Tu queria?
- Acho que agora não. Ainda não.
- Então não faz diferença saber.
- Tu acha?
- Acho.
- Hummm... Ok.
- Vai ser feliz e esquece isso. Não louqueja.
- Feliz pra sempre?
- Sou tua médica. Não fada madrinha...

maio 29, 2007

Escutei no rádio na segunda-feira...

Why do you have to be a heartbreaker...

saí dançando pela sala...

Is it a lesson that I never knew

tomei café cantando...

Suddenly ev'rything I ever wanted

balançando os braços no alto...

My love for you , Ooh...

e os moços ainda não saíram da minha cabeça. Bee Gees são os caras...

maio 28, 2007

Sábado pela manhã. Primeiro, o ar começou a faltar. Depois, com a fraqueza das pernas, uma náusea desceu do peito e se instalou na parte mais baixa da barriga. Nocaute. Dor, dor, dor. Uma sensação de mal-estar. Descontrole. Incontrolável, por mais que eu tentasse. Para minimizar a queda da pressão, abri as janelas. E deixei o frio encostar nas minhas costas até doerem também. Mr. Flag me deu dois comprimidos de Buscopan e um copo d’água. Tomei. Não conseguia falar. Não consegui pedir que não fosse ao futebol. Chorei de vergonha, de medo, de decepção. Lembro de falar com a mãe no telefone. Ela estava preocupada, pois dificilmente meu celular está desligado ao meio-dia. "Não deu tempo, mãe." Mr. Flag foi jogar. E eu fiquei sozinha. Debaixo do edredom. Torcendo para melhorar, apertando a barriga. Adormeci. Acordei com o telefone, e meu pai dizendo: vim te buscar. "Vai passar mal na nossa casa, e não aqui sozinha." Voltei a ter sete anos de idade, de cabelos loiros claros bem lisos, e bochechas rosadas. E adorei. Passei o sábado recebendo carinhos. Até o horário da janta... Se fosse possível, transformava esse carinho em pílulas. Cura tudo. Remédio mais eficaz e santo que esse não existe.

maio 26, 2007

Noite fria. Noite de Dublin Pub. Aniversário da Andréia do trabalho. Pessoas queridas do trabalho. Mr. Flag. Muita comida. Muitas conversas. Passeios nas calçadas do Moinhos de Vento. Aqui ao lado, eu e Ana. Encerrando a semana, depois de um grande tropeço no sábado. Mais tarde eu conto a peripécia. Câmbio desligo. Bye.

maio 25, 2007

Hoje eu trabalhei o dia todo. A tarde toda. Xxxx xx xxxxxxx xxxx xxxxxx xxx xxxxxxxxx. Mas almocei com o Napp. E já valeu. Valeu muito, Napp! Além disso, consegui terminar várias tarefas, x xx xxxxxxxx xxxxxx xxxxxxxxxxxxx. Mas depois, fiquei com a consciência pesada por ter xxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxx xxxxx. Resumindo: xxx xxxxx. Desenvolvi uma completa intolerância ao xxxxxxxxx xxxxxx xxxxxxxx xxxxxxxxxx. Até sei o que fazer, mas não o farei. Xxxxxxx xx xxxx xxxxxxxxxxx xxxxxxxxxx xxxxxxxxx. Só ri um pouco porque a Ana, minha colega de sala em todas as tardes de maravilhoso pôr-do-sol do Guaíba, falou umas bobagens e eu achei graça. Tudo bem. Ela também ficou me pedindo (repetidas vezes, xxxx!) para que eu escrevesse sobre ela aqui. E ignorou completamente a cuca de chocolate com morango que eu trouxe para o nosso lanche. A Memeca não gosta de morangos!! Tudo bem. Ela é uma fofa da Fofolândia (saudades, Manu!!!) e merece algumas linhas e a minha amizade. Já xx xxxxxxxxxx xxxxxxxx xxxxxx xx xxx, não merecem nada. Sexta-feira censurada. Xx xxxxxxxx xxxxxx xxxxxxxxxxxxxx Xxxxxx. Trabalho para levar para casa. Que venha o fim de semana! Xxxxx.

maio 23, 2007

Mais de duas semanas na seca. Acho que, talvez, mais de três semanas na completa abstinência. Eu queria muito. Sabia que queria. Em alguns momentos, mal controlava a vontade. Foi difícil. Tive dores no corpo todo. Sem falar na dor de consciência. Essa demora ainda mais para passar. E deixa rastros de culpa por todos os lados. Ah, mas como eu queria. E não estava aí. Até tinha vontade de jogar tudo para o alto, às favas com os compromissos, que se ralassem as conveniências... Hummmm. Claro, sempre arranjava uma desculpa. Não, hoje não. Está frio. Está quente. Olha o trânsito!? O que vão pensar de mim se eu sair escondida? Segurei, reprimi, sufoquei literalmente. E hoje não teve mais jeito. Liberei a franga corajosa que existe dentro de mim e, depois de semanas trabalhando até mais tarde e tentando me adaptar a uma nova rotina, fugi para o meu prazer, meu paraíso nada secreto.

Depois de duas semanas - ou três - de seca, voltei para o yoga. Parece que estou respirando novamente... Suspiros...

maio 21, 2007

Com a mão direita, pego a caixinha de lenços de papel. Com a esquerda, abraço as pernas dobradas sobre o sofá. Emocionada com a vida real da telinha, choro todas as vezes que assisto Grey’s Anatomy. Hoje, chorei mais. Solucei e tive que enxugar as lágrimas. Fiquei desesperada com tanta massagem cardíaca e agonia. E cheguei a pensar no que comentaria com a Nóia no dia seguinte. E do que o Napp riria de nós duas, falando sobre séries de TV durante o almoço todo. E fiquei mais triste ainda. E chorei mais ainda. Acho que o problema são os hormônios. Ou o trabalho. Ou estar com a cabeça ocupada demais. Ou falta do blog. Ou falta de idéias. Ou simplesmente vontade de ficar jogando conversa fora um tempão, e gargalhando das bobagens que se fala. Ou das tragédias internéticas de, sem querer como a Aninha fez, descobrir quem são os finalistas do American Idol. Ou um alívio pelas coisas da Moni terem se resolvido bem em Ji-Paraná. Ou uma sensação boa de recuperar o próprio corpo depois de dias e dias de terrível gripe. Curtir isso e dormir o domingo todo no sofá da casa do pai e da mãe, dividindo um cobertor de alguns anos de história com a Tuti. Mil coisas... Milhões de coisas. Nada e completamente tudo ao mesmo tempo. Minha segunda-feira.

maio 13, 2007

I could be brown
I could be blue
I could be violet sky
I could be hurtful
I could be purple
I could be anything you like
Gotta be green
Gotta be mean
Gotta be everything more
Why don't you like me?
Why don't you like me?
Why don't you walk out the door!

maio 08, 2007

Preciso voltar para o yoga. Urgente. Pensamentos incontroláveis tomaram conta da minha cabeça. Exigem um resgate altíssimo. Estão amendrontando os reféns. Ameçam explodir tudo e passar para a fase do impulso. Daí, poderá ser tarde demais para qualquer vergonha, moral ou arrependimento. Alguém, sério: pára isso tudo que eu quero descer! Agora!

maio 06, 2007

Levantei do sofá, e o salto do sapato desprendeu inteirinho. Solto ao lado da almofada. Estou assim... Caindo aos pedaços.

maio 05, 2007

Muita boa essa. Conversa de boteco. Altas horas. E Tarantino na cabeça... Mr. Flag me mostrou, e está surpreso até agora... Congelado em pensamentos...

maio 03, 2007

O mundo é guiado pelo acaso. A contingência nos persegue todos os dias de nossas vidas, e essas vidas podem ser tiradas de nós a qualquer momento - sem nenhuma razão. Quando Flitcraft termina seu almoço, conclui que não tem escolha senão submeter-se a esse poder destruidor, e pôr abaixo sua vida por meio de algum ato sem sentido, inteiramente arbitrário de autonegação. Vai combater fogo com fogo, por assim dizer, e sem se dar ao trabalho de voltar para casa, nem se despedir da família, sem se dar ao trabalho nem de tirar dinheiro do banco, levanta-se da mesa, vai para outra cidade e começa a vida toda de novo.

Noite do Oráculo, de Paul Auster

maio 01, 2007

Amizade é um castelo de areia. E, às vezes, eu corro tanto, me distraio, que não vejo, tropeço e desmancho tudo... Areia misturando com areia, eu caindo no chão junto. O pé dói, o tornozelo arde. Me abaixo, pego a pá e finco forte no chão. Levantando tudo de novo. E as torres sempre ficam tortas. A textura sempre fica diferente. Um monte de areia desconjuntada, com histórias em cada grão. Boas e ruins. Ou se convive com isso. Ou deixa o vento levar. Porque é preciso duas pessoas para proteger o castelo. Essa é uma verdade incontestável.

abril 30, 2007

Sábado. Compras pela manhã. Almoço com o pai e a mãe. Compras à tarde. Duas horas de leitura no fim da tarde. Pernas para o ar. Abajur ligado. Filme ruim com amigos no AeroGuion. Jantar maravilhoso com amigos no Atelier das Massas. Domingo. Remédio cedo. Sem enjôos ou mal-estar. Café da manhã. Trabalho. Almoço. Trabalho. Chimarrão e café. Jantar dos 50 anos da Rádio Guaíba. Cedo na cama. 23 horas. Mais uma hora de leitura. E terminei o livro. Delícia. Aí dormi...

abril 28, 2007

Have you been drinking son? You don't look old enough to me
I'm sorry officer is there a certain age your supposed to be?
Because nobody told me

...

abril 27, 2007


Ontem, tive acesso em primeira mão (nada como ser uma pessoa bem relacionada... um beijo para todos os meus amigos!), ao caderno especial que circulará no Correio do Povo. Com oito páginas, o material é um registro dos 50 anos de história da Rádio Guaíba. Isso aqui vai parecer coluna social... Mas vamos lá... A redação e pesquisa do caderno foram realizadas pelo talentoso, esforçado e coisa-mais-querida-que-é-o-meu-marido Elio Bandeira. O projeto gráfico é de autoria da queridíssima Vivian Gamba e a capa é da blogueira e fofa Lu Castilhos. A edição foi do meu ex-colega de Gazeta Mercantil Paulo Mendes. O caderno vai circular no Correio do Povo na próxima segunda-feira, dia 30 de abril. Se você é como eu, adiantadinha e louca pra saber de tudo antes, pode ler o material em PDF na página da rádio – www.radioguaiba.com.br / Seção Conteúdos dos 50 anos / Correio do Povo Especial.

Atualizando: esqueçam tudo o que escrevi acima. Bem, quase tudo... Os fofos continuam. Mas o caderno... quanta diferença. E desconsiderem o link acima. Terão que esperar pela segunda-feira. E não pensem que o caderno atrasou... Nãoooooooooo... O caderno estava pronto. O que atrasou foi o ego. Literalmente. Esperem até o dia 30. Encartado no Correio do Povo mais próximo de você.

abril 23, 2007


Jornalista gaúcha procura patrocínio para incursão literária e cultural na cidade de São Paulo. Viagem ao mundo de Clarice Lispector. Contatos nesse blog, com Lu Thomé.

abril 20, 2007


Semana corrida. E, muitas, muitas, muitas novidades. Quando penso que as mudanças encerraram, é daí mesmo que me engano... As surpresas são boas. Mas é tudo segredo ainda. Virei a mulher dos segredos secretos mais que secretos.

Mas, um deles, já ganhou até sua primeira divulgação. Aconteceu, na quarta-feira passada, a primeira reunião do projeto Ficção de Polpa, idealizado e coordenado pelo meu querido amigo Samir Machado de Machado. Os escritores se encontraram no Gibi Bar (lugar muito legal... mesmo!) e o registro foi publicado no blog http://gibibar.blogspot.com. Confere lá. Euzinha, bem na esquerda da foto...

E aguardem, em breve, mais informações sobre horror, ficção científica e fantástico...

abril 16, 2007

Conversa de domingo pela manhã. Tentando organizar a semana. Eu no banheiro, passando creme no rosto. Mr. Flag na sala, olhando TV.

- Elio, vai jogar futebol na quarta?

- Sim. E tem jogo do Inter na quinta.

- Ah... Que horas?

- 19h15min...

- Hummm... E vale alguma coisa a partida?

- Sim. Claro.

- O quê?

- A vida...

Semanas futebolísticas são sempre mais conturbadas que as outras. A torcida prepara uma ôla, e eu não consigo dar os olés no adversário. Contra o Inter, perco o jogo sempre...

abril 13, 2007


abril 12, 2007

Minha doutora preferida.

abril 11, 2007

Eis que me olho no espelho. E constato sem erro ou vergonha: estou me tornando uma profissional decidida, quase-quase-bem-sucedida e totalmente capitalista. Como aquelas pessoas que eu admirava quando saí da faculdade aos 20 anos. Mesmo não reconhecendo isso em público. Pode ser um novo tempo. Pode ser, simplesmente, um sonho temporário. Então, falta só um tailleur no meu closet das nuvens.

abril 08, 2007

Eu acho o mundo um lugar lindo. Acho mesmo. Dificilmente fico entediada quando estou ao ar livre. Paisagens urbanas, rurais.

Tenho medo é das pessoas. Especialmente de algumas. E, realmente, não entendo... Por mais que tente.

abril 07, 2007

As moscas do apartamento do Sr. Franklin requisitam permissão para apresentar seus respeitos a Madame Helvétius, e para expressar em sua melhor linguagem sua gratidão pela proteção que ela tão gentilmente tem-lhes emprestado:

Bizz izzzz ouizzzz izzzzzzzz etc.


Como escolher amantes e outros escritos, de Benjamin Franklin

abril 03, 2007

Me comprometi ontem. Até coloquei pilha nova no MP3 player. Também separei a meia e os tênis. Caminhada na terça-feira pela manhã. Planos de ir até a Encol. Talvez ir de carro, caminhar lá... Começando devagar. Planejei quase tudo. Menos a chuva.

março 28, 2007

30 anos.

março 26, 2007

O ideal seria fazer tudo com o piloto automático desligado. Voltar a sentir. Girei a chave na ignição, e ouvi o barulho do motor. Liguei os faróis, e acelerei um pouco. Dei a ré, manobrei entre os carros. Pisei no freio. A luz vermelha refletiu na parede branca da garagem. Dei mais um pouco de ré, entrei na vaga e fui até o fundo, acelerando um pouco mais. Parei. Ouvi o barulho, passando as mãos no volante. Desliguei. Abracei o volante, e dei um beijo. Virei rápido o rosto. Eu não queria chorar, não queria... Fechei a porta, e ainda olhei mais um pouco para ele. Todo vermelhinho. Um dos amores da minha vida. E me despedi. Obrigada, Dequinho. Por ter sido meu companheiro infalível nos últimos dez anos. Vou sentir saudades...

março 23, 2007

A impressão que eu tenho é de que, de repente, resolvi crescer. Como se tivesse que provar algo para o mundo nesses poucos dias que separam os 29 dos 30. Preparei propostas. Pensei em economias para planos futuros que podem ser concretos. Não gastei em bobagens. E tive pesadelos a noite toda depois de tomar a decisão de que estava na hora de deixar o meu ursinho vermelho, que sempre amei muito, de lado. Mais um passo hoje. Na realidade, uma corridinha. Vou ali. E já volto para contar.

março 21, 2007

A casa que João Abelardo avista com portões arriados se anuncia em sorriso e baba, nas costas das mãos que enxugam os lábios. João Abelardo balbucia um até-que-enfim e ainda suspira como um velho. Ou como um bêbado. A gorda já disse que tomar cachaça envelhece, e é para ele parar de suspirar. João Abelardo sempre escutou que roupa suja se lava em casa. Mas a essa altura ele já não tem mais casa. Sua mulher já não lava suas roupas e diz que ela não presta. Por isso João Abelardo que provar hoje que existe e João Abelardo foge de sua casa e vai parar em frente à porta com luzes multicores.

Como se moesse ferro, de Altair Martins

março 20, 2007

Eu tive quatro anos de carinho pela Casa de Cultura. Eu tive quatro anos de convívio com o Sergio Napp, que me ensinou a sentir muito do carinho verdadeiro que ele tem pela Casa de Cultura. Mesmo afastada de lá em janeiro, mantive contato com pessoas queridas, que me contaram atualizações sobre a Casa. Muita coisa me revoltou. Me esforcei para esquecer, para deixar tudo isso de lado. Fui chamada de amarga, por tecer críticas aos novos métodos de trabalho dos novos funcionários da nova Secretaria de Cultura. Mas, simplesmente, não consigo ser uma barata insensível. E novos fatos, acontecidos ontem, concretizam a minha revolta na forma de um grande ponto de interrogação.

A única coisa que eu pergunto é POR QUE.

O Seu Vitor foi exonerado. Depois de mais de 13 anos de serviço. Não existe sequer justificativa política para isso. Eles prometeram consertar a situação, mas não sei como ficou.

Depois da exoneração em janeiro, quase todos os cargos da CCMQ permanecem sem substituição. Ou pior: foram dados para novos funcionários, que estão trabalhando em outros locais. Deserto total.

Grande parte do acervo da Biblioteca Pública será levado para a CCMQ. Isso vai representar muitas alas, andares, setores desativados. Por quê? Se até mesmo eu sei que existia uma proposta de levar a biblioteca para o Cais do Porto, e reativar o espaço em períodos fora da Feira do Livro. Para vocês terem uma idéia: além de salas de oficinas, até mesmo salas de exposição serão ocupadas pelos livros.

E o grande golpe de ontem: exoneraram o Luiz Carlos Pighini. Não sei dizer há quantos anos ele era diretor da Cinemateca Paulo Amorim. Mas acompanhei bem de perto a batalha dele para que os cinemas da CCMQ não fechassem, depois que perderam o patrocínio do Unibanco. O que vai acontecer com a Cinemateca agora?

A instituição Casa de Cultura Mario Quintana praticamente não existe mais. Seus teatros foram repassados ao Instituto Estadual de Artes Cênicas. Todas as galerias agora pertencem ao Instituto de Artes Visuais. A Biblioteca Pública desalojou o Núcleo de Artes Visuais.

Não quero mais aguardar os próximos capítulos. Porque, contrariando as minhas mais otimistas expectativas, cada notícia nova consegue ser muito pior que a velha. Minha esperança é que, ao escrever isso, eu supere um pouco, me distraindo com outras coisas. Porque, se o ritmo permanecer, a pouca cultura que já existe no RS terá que ser reconstruída a partir de escombros.

Agüenta Casa!!! Rezo pelo retorno dos teus tempos áureos. Tempos de valorização e verdadeiro incentivo à cultura. Época que, infelizmente, eu não presenciei como funcionária. Somente como visitante. Volta 1990!

março 18, 2007

Faltou luz na casa dos meus pais quase todo o domingo. Eu parecia um celular, apitando bateria fraca. E, sem energia elétrica, acabei apagando e dormindo muito. Sem força nenhuma.

março 17, 2007

Feliz aniversário, Déia! Mazal Tov! Tudo de muito bom!

Não vou apelar ao habitual exagero e dizer que as formigas "invadiram" a minha cozinha. Mas, no café da manhã de quarta-feira, ver quase 100 delas percorrendo a parede de azulejos, para cima e para baixo, me fez bolar um plano estratégico. Essas aventuras domésticas. Primeiro, não desisti do meu café com leite, quente e como eu gosto. Fui tomando. Passando mais um pouco de geléia no pão. Fui comendo. E observando as criaturas. Umas subiam, e outras desciam. No meio do caminho, algumas pareciam se esbarrar. Como quando tu caminhas na rua, vai desviar, e o outro desconhecido desvia para o mesmo lado, e quando se aproxima dá uma esbarrada de leve e diz Desculpa, desculpa aí... Ou se for um dia péssimo, ainda dá um impulso e tudo vira encontrão mesmo. Droga! Bom, as formigas. Umas se esbarravam, e pareciam pedir desculpas. Outras paravam, e conversavam um pouco. Talvez sobre aquele nariz gigante que estava observando o trabalho delas. E olhando com detalhes, percebi que a fila ia para lugar algum na parte de baixo, perto do chão. Mas a outra extremidade estava situada num buraquinho, numa falha do rejunte. Algumas entravam ali e não saíam mais. Consultei o Google. Na mosca. Ou melhor, na formiga! Hoje em dia, com a ajuda da Internet é possível ser uma dona de casa exemplar. Posso estar ali escrevendo um texto e, no intervalo, descubro como me livrar das formigas. Os sites indicavam cravo-da-índia para os armários. Limões cortados (e murchos!!!) para a pia da cozinha. E todos eram categóricos: nada de sair matando as formigas ou jogar veneno no buraco. Fechá-lo era mais do que o suficiente. Eu não tinha aqueles tubos de silicone, não tinha uma barra de sabão. Abri a geladeira (ela, sempre ela!!) e achei o Super Bonder. Dois segundos, uma passada de pano no azulejo para afastar as mais próximas e pá!!! Fechado. As exatas 79 que ficaram do lado de fora enlouqueceram e logo estavam fora do páreo. Contei feliz para todo mundo a minha façanha. E, pior, eles também foram categóricos: Porto Alegre está tomada de formigas. Todos os bairros. E, sim, "elas vão achar outro buraco, lindinha." Ai... Voltei para casa à noite e lá estavam elas... Saindo por outro buraco! Passei o pano, limpei, e fechei. Depois, outro buraquinho. Pano, limpeza, cola! Hoje pela manhã, vi que elas estavam saindo pelo buraco da tomada. Com a eletricidade. Choque total. E agora acabei de ver uma no teclado do note... Peraí... dyt´jkrhóqWEF~M [p8o hn´joj0i3ig0qrjo´h13g
VFPOHE´JO... jnmmeytum i,68º.)`r99509-j50... Deu. Elas tomaram conta. Seqüestraram a cozinha... Agora, querem o meu trabalho também! Lá vai a triônica... Formiga Atômica!