agosto 29, 2007

eles se escondem pelos botecos
entre os cortiços
e pra esquecerem contam bravatas
velhas histórias
e então são tragos, muitos estragos
por toda a noite
olhos abertos, o longe é perto
o que vale é o sonho

sopram ventos desgarrados, carregados de saudades
viram copos, viram mundos, mas o que foi nunca mais será


Linda essa tua música, Napp.

agosto 28, 2007

Samir diz:
Isso. Se é pra ser visceral, então vomita tudo de uma vez e depois limpa...


Conselho providencial e muito adequado do meu querido amigo da vida e das letras. Cruzando os dedos. Tomara que eu consiga, Samir!

O painel piscou, indicando: 091 – Guichê 07. Atravessei uma parede de vidros. O maravilhoso mundo dos serviços públicos. Sempre tenho o mesmo pensamento: "sorria para a atendente, sorria para a atendente". Eu fui funcionária pública por quatro anos. E sempre atendi bem o público (até mesmo os que vinham até a sala para brigar...). Uma vez, uma senhora achou meu sorriso lindo, e não foi embora até que eu dissesse a marca da pasta de dentes que usava. Enfim... Olhei para a atendente. Sorri. Estiquei os papéis na mesa e fui sentando na cadeira plástica azul. Ela não retribuiu o sorriso. E eu fui aos limites: tentei falar algo engraçado, ou algo. Saiu assim: "Oi! Vim aqui fazer um pedido de ligação de luz! Espero que tenha trazido todos os documentos necessários!" Ela me olhou. Direcionou os óculos para as quatro folhas em cima da mesa e, antes de encostar nelas, disse: "Não! Já vi que está tudo errado!". E, durante dois minutos, ouvi o sermão do porquê tenho que levar cópias de outros papéis, escrever de próprio punho um pedido de ligamento da luz e assinar, e levar outras coisas com firma reconhecida. Burocracia. Mal humor. Procedimentos obsoletos. Nem pensei que ainda teria que correr ao cartório. Nem pensei na sustentabilidade versus aquele lote de papéis. Acho que nem mesmo chateada eu fiquei. Mas como tudo fica difícil quando falta um ingrediente simples: a simpatia... Precisarei voltar lá amanhã. Posso até ir com a minha armadura e machadinha... Mas, mesmo sem esforço, ela ainda vai enxergar o meu sorriso atrás de todo o ferro...

agosto 27, 2007

I've found a way to make you
I've found a way
A way to make you smile
I read bad poetry
Into your machine
I save your messages
Just to hear your voice
You always listen carefully
To awkward rhymes
You always say your name,
Like I wouldn't know it's you,
At your most beautiful

agosto 24, 2007

A verdade é que resolvi que não preciso resolver mais nada. Passei duas semanas me preocupando com problemas. OK. Eles eram importantes. São importantes. Ainda me rondam como fantasminhas... Uuuuuuuuuuuuu! Mas como vou passar o próximo mês (ano, década...) chorando, me descabelando, ameaçando largar tudo e vender balões na frente da roda-gigante? Eles são lindos, multicoloridos... Só que não dá. Resolvi que é o momento de parar de tentar resolver tudo que é grande e assustador. Talvez seja, realmente, desnecessário, provar coragem todos os dias. Mais fácil do que matar um leão por dia, é ficar amigo dele... As boas e velhas gargalhadas que sempre voltam. Então... Relaxando... Esse é o momento. Das pequenas coisas, das coisas que são simples e que concretizam prazeres. Prazeres e sonhos. Vou realizar um grande sonho... Tchán, tchán, tchán... Um projeto acalentado, desejado, almejado... Querido, querido, querido... Finalmente meu. E por tão pouco. Preparem-se vizinhos: amanhã estréio o sistema de caixas de som e MP3 player no banheiro aqui de casa. Festa e espuma! O que mais eu podia querer?

agosto 22, 2007

agosto 20, 2007

Cheguei em casa. Liguei o notebook. Chorei 30 linhas. Dolorosas. Mas que aliviaram um pouco essa alma em cacos. Um pouco...

...

Voltaremos...

...

agosto 11, 2007

Semana de trabalho. Ausência no blog. Mas um mundo novo de idéias na cabeça. Acho que se inicia o tempo de uma nova experiência. Com certeza, os resultados serão sentidos até mesmo aqui no blog. Também é tempo de novas vivências. Na sexta, fizemos uma viagem relâmpago a Gramado, com os amigos Clá e Cristiano. Champanhe, massas e café... Hoje, já estamos de volta. Claro, não consegui sequer sentir saudades da minha nova máquina de lavar roupa. Sim, ela é linda... Mas acho que, realmente, não passaremos da amizade. Enfim, friezas à parte, a notícia sensacional é que o Ficção de Polpa saiu na Folha de São Paulo. Cada vez mais prestígio. Parabéns ao Samir pelo projeto! Não me canso de repetir isso. Parabéns e parabéns!! É isso aí. Toda a velocidade. Sempre em frente... Olha os cabelinhos voando aqui embaixo no Alpen Park. Assumindo os comandos... Te segura aí, Mr. Flag!

agosto 06, 2007

Agora, sim... Família completa. Com vocês...

agosto 04, 2007

Estávamos na sala conversando. Na realidade, fazendo quase uma reunião de pauta, às 8 da noite, no sofá da sala. Na realidade real, a verdade é que Mr. Flag me substituiu no emprego que resolvi largar. Isso há pouco mais de 15 dias. Então, estamos numa fase de adaptação. Eu ensino o que sei. E ele aprende o que ainda não domina dos trâmites do lugar. Outra verdade é que nosso primeiro choque foi a readaptação à rotina doméstica. Voltamos a nos encontrar dentro do nosso apartamento depois de quase dois anos. Difícil, difícil... A segunda, que envolve somente o lado profissional, é moleza. Quem briga definindo as matérias de um jornal bimestral de dez páginas? Nós, não. Quer dizer... quase não. Em plena página 09, me dei conta que estava aos gritos. Tentava explicar como ele devia solicitar as duas tabelas que são sempre publicadas na seção. E eu gritava... Ele me respondeu... E falou ainda mais alto. Algo parecia estar fora da ordem. E não era somente o botão de agudo e grave das nossas vozes... Era o volume mesmo. Estávamos competindo com outra coisa... Porque não estávamos zangados, nem tão atarefados, nem nervosos, um pouco cansados... Mas esse cheiro... Estranho... Foi aí que sentimos. Algo gritava mais do que nós dois juntos... Clamando por socorro na área de serviço e, sim, já enviando sinais de fumaça para os patetas na sala. A nossa amada e tão dedicada máquina de lavar estava pegando fogo. Batendo ferro com ferro, não girava em plena centrifugação e o motor, sem entender que devia parar, continuava na sua meta de girar, girar, girar... Queimou... Tiramos da tomada e abrimos a janela. Mas, daí, o que se faz com quatro quilos de roupas semi-lavadas e totalmente encharcadas? Voltemos ao jornalismo...

agosto 03, 2007

Acho que se aprendesse a viver sozinha como o Pequeno Príncipe, eu seria mais feliz. Se aprendesse a conservar minha fé como o pescador de Hemingway, eu seria mais livre. Se largasse tudo e me soltasse no mundo como o José de Chico, eu poderia também me descobrir. Se eu fosse sincera e pura como Oskar, minha riqueza não poderia ser mensurada nesse mundo. Talvez um dia, meus medos me permitam viver inteiramente. Mesmo que seja através da literatura...

agosto 02, 2007

Depois da entrevista na Unisinos FM, o Clio lotado volta para Porto Alegre percorrendo a BR. Eu – no volante, Jimi Joe, Marcelo Juchem e Rodrigo de Oliveira. Conversa vai, conversa vem, caímos nos temas Internet-sites-blogs... "Eu tenho saudade do teu blog, Jimi", falei. Ele, com aqueles óculos clássicos, fingindo olhar de surpresa, responde quase rindo: "Daquilo? Era uma bobagem"... Hummm... Que eu lia todos os dias, e fiquei meses entrando no endereço torcendo por uma atualização.

Pois o asfalto molhado do trajeto rendeu mais do que um abraço apertado do meu amigo que tanto adoro... Motivou a volta do Monkee’s Apple Tree. Eis que anuncio então: visitem o depósito de loucura do Jimi, o pedacinho do céu e do inferno desse jornalista e músico. O endereço para conferir as "ruminações existenciais com sabor de fanta uva amanhecida" é http://www.monkeesappletree.blogspot.com.

Obs: Jimi, já notou que toda a vez que te encontro chove? Hummmm...