novembro 25, 2003

Bem-vindos à vida moderna!

Um dia eu acreditei que, realmente, a Internet banda larga era o melhor negócio. Instalei no meu micro e passei a me divertir, a trabalhar, a vadiar... Sem olhar desesperadamente para o telefone... Sorrindo ao imaginar as cifras desaparecendo de minha conta mensal.

Um dia me apresentaram todas as outras facilidades. E assim lá fui eu: entrei em terrenos perigosos, freqüentei barras pesadas, vendi a alma do meu computador por um punhado de canções, deixei as portas abertas para trocar algumas palavras com os amigos.

Um dia os sinais começaram a aparecer. Pequenas pop-ups, janelas, portas, vidros, tapetinhos. A casa veio completa. E eu perdi a tranqüilidade. Coloquei vários programas para fora. Não adiantou. Seu fantasmas e suas sombras permaneceram.

Apelei, então, para o mais cruel dos recursos: instalar um caçador implacável. Em menos de dez minutos, foram encontrados mais de 140 espiões em meu micro, spywares, pequenos instrumentos de investigação suja e não-autorizada. Foram todos para o lixo.

E hoje, por toda a futilidade cibernética que me cerquei, me sinto invadida. É como se, ao apagar as luzes para dormir, 140 pares de olhos surgissem de buraquinhos na parede do meu quarto. Mexendo-se de um lado para o outro. Me vigiando. Esperando o próximo passo.

Ou o próximo clique...

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