setembro 29, 2004

Vivemos uma era de pequenos significantes extremos.

Em que o puxar do gatilho pode acabar com tudo. Um simples movimento do dedo indicador.

Em que um mal-entendido pode acabar com uma amizade de anos. Um simples e-mail de felicitação.

Em que uma assinatura no papel pode acabar com uma família. Um simples sistema de vida injusto demais para quem não tem grana o suficiente. A grana nunca é suficiente.

E as lágrimas podem rolar no rosto. Até secarem. E não há nada que se possa fazer. O tempo está muito rápido. E em segundos torna-se perdido.

E a meditação pode até ajudar. Mas não soluciona. Quando a única vontade que se tem é se atirar de uma ponte.

Porque o ser humano é egoísta. Porque ninguém mais olha para os lados e pergunta: "Você está precisando de ajuda?" Porque efetivamente, ninguém mais olha para ninguém. As pessoas simplesmente apreciam imagens, que podem satisfazer. E que, quando obsoletas, são descartadas. E as criaturas transformam-se em documentos, em fotografias perdidas, em companhias descartáveis, em contas no banco, em impostos e taxas.

Pra que sorrir...

Nenhum comentário: