Eu queria poder explicar o que estou sentindo. Seria fácil abrir o editor de textos e jorrar tudo. Palavra por palavra. Definição por definição. Mas aqui dentro é o único lugar onde elas não estão. Nem as palavras, nem as definições. Vivi dias cheios e vazios, e os encarei como a uma tela de cinema. Quando a reflexão foi embora, me restou o papel de espectador. Comprei o bilhete, entreguei na portaria, estou sentada na poltrona. E agora? Ninguém me perguntou se eu queria pipoca. Alguém me perguntaria? Nem me disseram o preço do refrigerante. Aliás, existe alguma bebida? O que eu faço para mostrar tudo o que eu estou sentindo se eu nem sei o que é isso? Hormônios, diria a minha mãe. Bobagem, diriam alguns outros amigos. Má literatura, diriam os editores. Medo, catapultariam os mais céticos. Importa? Recomeçarei. De novo. Pelas cinco primeiras letras. O alfabeto todo. As palavras. Frases. Página. Livro. Vida. Se esse é o caminho que me levará ao "o que", prometo não racionalizar ou relacionar "porquês" por um bom tempo nessa viagem, para não desperdiçar a paisagem. Por sinal, olha lá... Lindo, não?
junho 15, 2009
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4 comentários:
Nossa, Lurdes, esta é a abertura do primeiro capitulo do teu livro?
Fiquei alvoroçada e curiosa. Lívia Garcia-Roza.
Luzinha!!! Passei por aqui. Fiquei com saudades e adorei o teu texto!!! Lu, gostei muito, muito mesmo. Me identifiquei com ele. Está bárbaro!
Um beijão!
Angela Vencato (não sei se tu tem como saber quem escreveu, então apaguei o primeiro comentário e escrevi de novo com assinatura hehehehe) Vê-se que não entendo nada de blogs...
Ai, Napp... hehehehe
Oi Angie!
Claro que eu li "Angela"... Claro que eu li que me chamava de "Luzinha". Só podia ser tu!! hehehehehe. Que bom que tu gostou. E volte sempre. Esse espaço foi reativado por necessidade da "autora"... heheheheh. Beijos!
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