É como tirar os rollers depois de andar um bocado e sentir que os pés e o chão não se entendem mais. Você quer deslizar, passar flutuando pelas coisas e pessoas, e já não pode. Então pensa Tudo bem, adiante, vamos caminhar agora, caminhem direito por favor, mas não tem jeito de conseguir sem um pouco de tempo, porque os rollers ainda estão em você de certa maneira. O cérebro diz Caminhe, os pés Deslize. E caso alguém venha pela rua, estará pensando: Olha lá um garoto com um grande problema. O que faz com que eu goste cada vez menos das pessoas e cada vez mais da Antônia, que dizia que o mundo era como um monte de gente recém-saída do oculista ainda sentindo o efeito do colírio-de-dilatar-pupilas: nos enche de mais luz do que podemos suportar e por isso ficamos sem ver nada. Mais luz, mais escuridão.
Sinuca embaixo d'água, de Carol Bensimon
*o lançamento em Porto Alegre foi na semana passada. Hoje, às 19h, acontece na Saraiva Higienópolis em São Paulo (SP).
setembro 08, 2009
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2 comentários:
A senhora deve ter gostado muito desse tal de livro. É bom de fato ou teremos de engoli-lo para não perder amigos? Jefferson Huguenote.
Querido Jeff, conversamos ao vivo. As notícias são boas. Beijos!
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