outubro 12, 2003

Desde quinta-feira estou envolvida em uma empreitada de estudos e preparativos. A Feira do Livro está chegando. E os dois vencedores do Concurso Literário da CCMQ já confirmaram presença. Portanto, nada mais natural do que começar este trabalho todo pela leitura dos originais.

Iniciei pelo Falar, escrito por Edmundo de Novaes Gomes, de Belo Horizonte. Confesso: as primeiras páginas me fizeram mal. E fiquei ainda pior quando resolvi pular e ler as três últimas. Mas como leitora obsessiva que sou, continuei a leitura. Não largo um livro iniciado, nunca.

O que seguiu foi uma gangorra. Em alguns momentos, achava genial. Em outros, me revoltava muito. O livro é muito bem pensado, em todos os seus capítulos. Aprecio isto, um planejamento contínuo, a escolha de palavras ou de frases. Este é o principal mérito, que fez com que minha atração pela obra aumentasse. No entanto, o assunto é pesado, as experîências relatadas são fortes, escatológicas, repugnantes.

E eu, como receptora de toda a idéia, fui levada para diferentes caminhos e enganada muitas vezes. Procurei a causa, e encontrei uma personagem que pode ser qualquer pessoa. Já enxerguei diversas Ana's na rua. Eu já fui uma Ana, como a personagem do livro. É isto que assusta.

Me afetei por tudo. Como um monólogo, Falar assume um tom de confidência levado ao limite. Pensei em tantas coisas nestes últimos dias. Assumi também um comportamento confidente perante a minha vida. E decidi me afastar do blog por uns dias. Tudo o que pensei não poderia ser escrito aqui.

Faltam dez páginas. E posso dizer: este livro vai dar o que falar quando for lançado. E eu, para exorcizar tudo isto, preciso, urgentemente trocar idéias com alguém.

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