abril 26, 2009

O que lhe importava a vida de outra pessoa, o que lhe importava a sua própria? Tinha-se sempre de pôr a vida em jogo apenas por dever, por uma disposição para o sacrifício, e nunca por capricho, paixão ou apenas para medir-se com o destino?!

E outra vez, ocorreu-lhe que possivelmente já trazia no corpo o germe de uma doença fatal. Não seria demasiado estúpido morrer porque uma criança diftérica tossira-lhe no rosto? Talvez ele já estivesse doente. Será que não tinha febre? Será que, na realidade, não estava deitado em sua cama... e tudo aquilo que acreditava ter vivido não fora mais que um delírio?!

Breve romance de sonho, de Arthur Schnitzler

4 comentários:

Fabio Fernandes disse...

Putz, transmissão de pensamento! Tava pensando nesse livro ontem!!!

Lu disse...

Li rapidinho. Edição da Cia de Bolso. Achei muito interessante. Embora tenha me interessado em comparar o livro com o filme, e encontrar as "inovações" do Kubrick.

Beijos!!

IcaroReverso disse...

o jogo com a vida, o jogo com o destino
faz destoar do meu e teu sangue
um fluxo que reverbera para alem do meu mamilo
numa trajetoria sem fim
numa invenção que prescinde da infância.

Smee disse...

Bah eu adorei esse livro!