junho 19, 2005

Eu tenho o dom de esquecer das coisas que ficam dentro de armários, de gavetas e de caixas. Sequer lembro de todas as roupas que eu compro. E caixas seladas com fita duréx, então... nem se fala. Pois, mexendo em um armário fechado, encontrei um fichário com textos da minha adolescência. E entre os textos, algumas cartas. Aos treze anos, eu já era metódica. Todas as cartas enviadas aos amigos eram organizadamente passadas para as folhinhas deste fichário. Extraindo o caráter de loucura e de considerar que eu não tinha mais nada para fazer nesta época, confesso que estes escritos são de uma riqueza expressiva para mim. Li todos. Um por um. Me deliciando com os sentimentos, revivendo algumas coisas e, em outras linhas, me achando uma completa estranha. A fase metódica passou. Hoje em dia, não tenho tempo de organizar cadernos secretos. Um blog secreto, talvez. Quem sabe. Quero novamente ser uma estranha para mim mesma. E iniciar a produção de textos de uma nova série: Para ler aos 80.

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