junho 28, 2005

A verdade é que eu nunca me preocupei com isso. É. Vou ser sincera de uma vez por todas. Nunca precisei me preocupar com a minha roupa, com a minha comida, com o meu quarto. Aliás, era quase mágica. Eu deixava bagunçado pela manhã (não de propósito... correria, é claro), e tudo está OK quando eu voltava à noite. Minha mãe e meu pai criaram todo um ambiente para que eu e meus irmãos nos preocupássemos somente com a faculdade e nossos estágios e depois empregos. Isso funcionou muito bem. Trabalho desde os 18 anos, na área em que me formei. Só que... A verdade é que todas as verdades têm um só que... Só que há mais de um ano me mudei para o apê do Elio. E fiquei esperando, e nada aconteceu. O espírito da super dona-de-casa baixou em mim duas vezes. A primeira foi no dia da mudança. Com o pano e o lustra móveis, tirei todas as poeirinhas de todos os móveis recém-instalados no apê. A outra vez ocorreu uns meses depois. Enlouquecidamente, peguei o aspirador e limpei o chão e os tapetes. E depois, ainda peguei um balde, um pano e um rodo e passei (no quarto e na sala) um produto especial para piso laminado. Ficou um luxo. Dias depois, eu ainda estava sentada no sofá esperando a Creuza que existe dentro de mim se manifestar. Não aconteceu. Tenho uma inveja natural das pessoas que têm prazer em limpar a casa, em receber as visitas com a sua louça e prataria especiais, com toalhinhas e cacarequinhos... É mais fácil fazer dois, três, quatro, cinco projetos, do que limpar a casa ou fazer supermercado. É mais fácil escrever um conto sobre a mulher que morre soterrada depois que sua casa é tomada pela poeira, do que ligar o aspirador. Ok, a comida eu faço sem problemas. Mas alguém, por favor, me ajude com esse monte de louça!

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