setembro 08, 2006

Um pensamento recorre na minha cabeça como um ovo na frigideira. Mesmo que eu tente esquecer o fato de que a casca foi quebrada, ainda ouço o óleo quente e sinto a contaminação da fritura no ar. Acabo envolvendo até mesmo os não envolvidos. E misturo os personagens de diferentes novelas das seis, sete e oito, no seriado dramalhão das dez horas trinta e dois minutos e três segundos que eu criei. Comentei com alguém que me é cada vez mais certa a idéia de que serei uma briguenta até o fim. Sempre. Uma incorrigível marrenta. Meu querido amigo me respondeu que não. Segundo ele, aos 67 anos atingirei a sapiência do "deixa pra lá". Enquanto isso, carrego essa culpa levinha. Que não incomoda tanto assim. Mas que não deixa nunca de martelar aqui dentro. Castigo de saber que, mesmo com toda a raiva, indignação, revolta, ódio e incontrole, minha mão sempre vai doer mais do que a bochecha socada.

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