janeiro 19, 2007

Nas quartas e sextas, perto do meio-dia, saindo do CRA e indo para a CCMQ, passo por aquela rótula da Av. Beira-Rio (perto do Anfiteatro Pôr-do-sol, do Parque Harmonia, do Rio). Como motoristas desconhecem a regra de preferência das rótulas, a prudência indica baixa velocidade e cuidado redobrado. Eu sigo a senhora prudência. E faço a meia-lua necessária com a maior calma. Hoje, ao completar metade do trajeto circular, me deparei com uma carroça, parada na rótula, junto ao cordão da calçada. E, com mais surpresa ainda, avistei o carroceiro, no meio da rótula, com o corpo inclinado sobre uma placa. Na realidade, fiquei encantada pela cena. Porque ele estava fazendo justamente uma coisa que, há dois anos, eu penso em fazer: ler a placa de bronze que traz as informações sobre aquela imensa escultura que imita várias tetas de vaca umas coladas nas outras. Ele estava tentando entender aquela coisa gigantesca. Tá... Não vem me dizer que aquilo são cuias, porque não são mesmo. Daí, já fiquei com vontade de entrevistar o carroceiro. De contar a vida dele num perfil de jornalismo literário. Daí eu fiquei com vontade de chorar. Porque muitas vezes o mundo passa, e não tentamos compreender nada. E quando vemos, o pé continua no acelerador, e as imagens vão ficando cada vez mais distantes...

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