dezembro 29, 2005

Fiz a minha faxina anual hoje. Aquela especial. Aquela de seleção natural. Vou guardando, ao longo do ano, papéis, comprovantes, cartinhas, cartas e cartões. E páginas e mais páginas impressas de textos, orientações, mapas e várias coisas muito úteis para a minha vida. Os papéis se acumulam. Na última semana do ano, sai o veredicto. Depois de uma criteriosa seleção, comunico aqueles que ficam e aqueles que irão partir. Tudo muito bem separado, a pilha dos despedidos se avolumou rápido. Pensei em fugir do clichê. Ou usá-lo com estilo. Fui até a cozinha e peguei a caixa de fósforos. Risquei um palito e joguei sobre a montanha. Lentamente, a onda de calor foi crescendo. Me ajoelhei e, jogando o corpo para trás, fiz o meu ritual para que o fogo crescesse. Balançando as mãos e dançando. Uma dança quente. Hendrix foi um mestre. E eu disse: "burn, baby, burn". No meu apartamento. No meio da sala. Em cima do tapete cheio de estilo e graça.

Nenhum comentário: