novembro 09, 2006

Estou quase sem dormir. Às vezes, tenho a impressão de que o acelerador da minha vida pifou. E, a partir das 9h da manhã, quando ele fica ativo, a velocidade vai aumentando cada vez mais. Progressivamente. Passo a fazer mil coisas ao mesmo tempo, me concentrando em cada uma delas por alguns segundos. Na velocidade, e sem saber se a bruma esconde uma reta, uma curva ou uma mureta. Saí do Centro de Porto Alegre quase a mil. Na última meia hora, ainda revisei três textos, publiquei e caminhei até o carro. A minha carruagem vermelha com rock nos alto-falantes. A sensação era de estar vendo um filme na velocidade rápida. Mas era somente eu andando na Sertório para jantar com os meus pais. Engoli algo. Contei uma história. Porque uma boa noite de encontro sempre precisa de uma boa novidade bem contada. Com todos aqueles dramas, trejeitos e movimentos de mão e sobrancelhas. Rápido tchau e abraços e me vi em casa. Ligando o notebook, abrindo o Word, e colocando o fone de ouvido para checar o e-mail, abrir o MSN e fazer mais quatro textos para um blog corporativo que assumi em outubro. Passou da meia-noite, e o acelerador permanece ativo. O motor ronca sem parar. Resolvi trocar o CD. Decidi escrever para o blog. Tentar coordenar as idéias e gastar toda essa energia que eu ainda tenho antes da uma da manhã. E, a cada minuto, meus ombros chegam mais perto das orelhas. E meus olhos parecem grudar na luz do monitor. O que mais? A vizinha adivinhou que eu tentaria dormir essa hora: começou a bater algo contra o chão. Bifes talvez. Carne de gato. Sim... Nunca mais vi meu oficial rival da vizinhança. Suspeito que tenha virado churrasco da dona Eva Regina. O que mais? O jeito vai ser afogar esse carro... Porque não tenho mais forças para andar até a gasolina acabar. Vou afogá-lo com meus sabonetes, cremes, xampu, condicionador, hidratante para o rosto, e uma água bem quentinha acariciando a carcaça. Boa noite...

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