novembro 16, 2006

Não me olho mais no espelho. Não, mesmo. Olhares atentos estão revelando evidências constrangedoras e apavorantes para a menina de 29 anos que não quer abrir mão da condição de adolescente. Certo, tenho que admitir. Aprendi cedo a conviver com a minha parca celulite. Isso ainda era motivo para me sentir um pouco distante das mazelas da busca pelo corpo ideal. Assim como a minha barriguinha de estimação estilo germânica. Quase indispensável. Mas encontrar minha primeira estria, na lateral da coxa foi o choque que eu não esperava. Aconteceu no verão, depois que voltei das férias. Ah, refleti durante dias. Quando resolvi encarar, já tínhamos virado grandes amigas. Porque essa é a solução. E a minha pele de bebê? Triste constatar que uma simples brincadeira de Photoshop, em plena Feira do Livro, pode fazer qualquer mulher cair na sua condição real: rugas... Por todo o rosto! Antes e depois, com um simples toque no teclado. Circo dos horrores animado. Antes, depois, antes, depois... Talvez o difícil mesmo seja esse início. Essas primeiras evidências do crime do tempo. Depois, vai ser tanta coisa, que eu vou ficar mesmo feliz de ter uma mente aberta, saúde, disposição e ser uma tia maluquete. Porque essa é a minha meta de vida. Jeans e rock nos ouvidos para sempre! Mesmo com os cabelos brancos semeando a minha cabeça. E juro, nem mesmo esse monte de pele que começa a despencar debaixo dos meus braços e nas axilas vão conseguir me impedir. Nem mesmo isso!

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