A mãe reagia num silêncio desapontado. Ou melhor, num silêncio de surpresa, como se o comportamento dele fosse gratuito, incoerente. O número durava dias, ela dando boa-noite apenas para Bruno e para mim, o pai olhando fixo para o prato. Ele não nos dirigia uma única palavra. Mais tarde ele aparecia com alguma novidade, algo que lera ou ouvira falar e que nada tinha a ver com nenhum interesse meu ou de Bruno ou de qualquer pessoa que tivesse recém assistido a cena: na manhã seguinte teríamos de voltar à mesa, e era preciso esquecer o estado da mãe depois de cada uma das explosões, quando o pai perdia as estribeiras com ela.
O segundo tempo, de Michel Laub
dezembro 07, 2008
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