junho 29, 2006

Eu queria que as idéias saíssem pelos meus dedos e ganhassem vida pelo teclado. E que, na tela do meu computador, as letras começassem a dançar e a cantar. Como num show da Broadway. E o espetáculo contaria a história da minha vida. Repleto de figurinos, personagens e cenários. Paredes de um colorido que poderia lembrar o meu sorriso. E de uma noite mais brilhante como eu sempre sonhei. Eu poderia relembrar todas as coisas, como se fosse um almoço com um velho amigo, de muitos anos, de muitas risadas, de conhecer a minha vida até o avesso. Eu perguntaria, depois que ele posicionasse os talheres no prato: "Me acompanha num cafezinho?" E os atores começariam a cantar, meu pé já batendo no chão, o dedo tocando com ritmo a alça da xícara, a cabeça de um lado para o outro. E as canções falariam sobre mim. Sobre as coisas que eu penso, sobre o que as pessoas acham que acham, mas na verdade não podem achar nada. E as canções me diriam para onde seguir. Eu ficaria feliz. Porque teria um mapa completamente novo na minha cabeça. E perderia o medo. Pois direções são preciosidades. Mais valiosas que um baú abarrotado de jóias. A música continuaria. Eu teria cada vez mais certeza. Até o momento em que as cortinas se fechassem. E o meu coração ardesse em desespero na curiosidade de saber se alguém aplaudiria ou não...

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