junho 14, 2006

Delicadamente, inclinei meu corpo para a frente, apoiei as mãos e sentei no chão. Senti um leve relaxamento. Começando do topo da cabeça, e percorrendo o caminho até o pescoço como pequenas correntes elétricas. Me arrepiei um pouco... Firmei os braços no chão, relaxei a coluna e joguei o rosto para o sol. Esperando que ele me inundasse de calor, ou de outras e outras e outras sensações de desprendimento. Inspiração. Longa, profunda, completa. E um suspiro quase infinito. Quase. Dobrei os joelhos e aproximei os pés do quadril. Uma mão acima da outra, com a coluna erguida por uma força invisível, fechei os olhos e me concentrei nele. O tudo. Pupilas serenas e me vi. Pronta. Com o tíquete na mão, os pés na plataforma, olhando fixamente para os trilhos. Esperando o primeiro sinal de fumaça do primeiro trem com destino para um universo particular. E secreto.

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