abril 09, 2006

Nossa... Alguns dias de reflexão. Na quarta-feira, durante o processo pós-cirúrgico, meditei muito. Precisava ficar de olhos fechados e, desconhecendo como dormir de barriga para cima, apenas relaxei durante quatro horas. Também conversei bastante com a mãe. Na quinta-feira, visitei a Adri. E conversei mais ainda. A Malu (linda, linda, linda...) sorria para mim. E saía, com os bracinhos suspensos pela avó, andando pela casa. Um passinho após o outro. Estou reavaliando tudo. Sinto falta dos meus óculos. Ainda é um choque abrir os olhos pela manhã e enxergar o mundo. Agora ele está aqui, parece muito mais próximo. Talvez até mais assustador pois, de olhos novos, estou prestando mais atenção. E não conto com a alternativa de me esconder apenas num tirar de lentes. Na sexta-feira, o meu demônio tomou conta de mim. Sim, a tirinha do Laerte publicada semanas atrás aqui não era uma referência solta. Eu perdi o controle. Fiquei estressada. Fui grosseira. Mais de uma vez. Num período de alguns minutos. E odiei. Esqueci de respirar. E saí do Conselho com o corpo tremendo. E me sentindo mal. E sentindo culpa, culpa, culpa. Nesses momentos, sei que tenho que ser fiel a mim mesma. Mas quem sou eu? Quem estou eu? Fiz mudanças tão radicais nos últimos seis meses. Como a construção de um novo eu. A solução para todo esse desencontro pode ser aliar exorcismo e cimento. Acho que era isso que faltava. Olhar com mais serenidade e carinho a cor desses meus novos tijolos. Sei que ainda falta muito... Mas... Respira, Lu Thomé. Isso é viver.

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