Eu pedi que me deixasse aqui quietinha. Estava achando suficiente todo o meu mundo de papel e letras impressas em laser. Eu achava importante tudo o que fazia. Essencial tudo o que pensava. Eu implorei para que me deixasse aqui em paz. Eu tinha prometido que não importunaria mais ninguém. Eu rezava todos os dias para ter paciência e ser ainda melhor. Eu me concentrava para executar tudo o que pudesse. Eu gritei com toda a minha força para que me esquecesse um pouco. Já não bastavam as cobranças. Já não bastava a falta de reconhecimento e os pedidos mesquinhos e ridículos. Eu fiquei com raiva. Fiquei com nojo. Fiquei com muita pena. Agora, só te peço que me devolva o tapete bem limpinho. É o mínimo que eu mereço. Depois que ele foi puxado dos meus pés.
julho 17, 2006
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