Porque, algumas vezes, eu tenho medo de fechar a boca. E abrir os olhos. E sentir o corpo ser inundado por esse completo catálogo de possibilidades que é o mundo. Coisa bem produzida, com fotografias requintadas e nuances e com descrições simples e essenciais como bolo de cenoura com cobertura de chocolate em dia de chuva. Eu olho, olho. Mal consigo desviar o olhar. Minhas mãos recuam um pouco. Meu sorriso se esconde atrás de lábios rígidos. Penso que pode ser tarde demais. Que não existem ouvidos em parte alguma dispostos a conhecer as minhas necessidades. Ou minhas dúvidas. Esses questionamentos que infestam minha cabeça como pequenos vermes. E eu sigo, adquirindo esse formato de vaso de cerâmica. E, no topo, logo acima dos meus cabelos, cresce uma margarida.
julho 13, 2006
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