julho 28, 2006

Ontem eu estava triste. Mas, em algum lugar, alguém comemorava algum alívio dos colorados, que eu não sei sobre o que, de que campeonato dizia respeito ou se alguém defendeu ou fez gols.
Ontem eu estava triste. Mas, em algum lugar, alguém exibia orgulhoso um anel de noivado, feliz por tudo o que se anuncia na vida do casal. Parabéns, parabéns.
Ontem eu estava triste. Mas, em algum lugar, alguém cantou uma música, e eu ouvi, e achei bonita.
Ontem eu estava triste. Mas, em algum lugar, alguém entrou em uma lotação qualquer, saído de um hospital qualquer, e derramou várias lágrimas, sofrendo de verdade, e eu pensei, e chorei junto, e achei muito triste essa coisa de vida e de morte.
Ontem eu estava triste. Mas, em algum lugar, alguém de uma banca de jornal qualquer, de uma esquina qualquer, ficou me esperando com um sorriso, só para me dizer oi.
Ontem eu estava triste. Mas, em algum lugar, alguém jantou quieta, assistiu tevê e nem precisou esperar o sono chegar.
Ontem eu estava triste. Mas, em algum lugar, alguém caminhou devagar até a cama, acomodou a cabeça no travesseiro e, sem chegar a conclusão alguma dos porquês e motivos e razões e desafios que não cessam nunca e questionamentos que implodem a consciência, fechou os olhos e dormiu.

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